Descemos da moto, e ouvi o barulho reconfortante das ondas ao se quebrarem na areia, enquanto caminhávamos em direção ao mar.

— Achei que essa cena não sairia dos meus sonhos. - Jim disse.

— Eu não diria um sonho.

Fomos até a lanchonete, antes que se fechasse completamente, compramos água de coco, e sanduíches naturais, nos sentamos próximos ao mar, conversamos, rimos, corremos, e as horas se passaram como minutos.

— Obrigada por hoje, Jim.

— Mas, não fiz nada de mais.

— Você foi até lá, e sempre faz muito mais que isso.

— Não faço nada além do que outra pessoa faria.

Me sentei perto do mar, e ele logo em seguida se sentou ao meu lado.

A praia estava deserta, a não ser pelo fato de ter alguns comerciantes andando com suas barracas na calçada. A lua era crescente, e o vento era leve como uma brisa.

— Eu poderia fazer muito mais do que isso... - Jim disse bem baixo, quase que para ninguém mais além dele mesmo ouvir. E passou a me observar por alguns minutos, até que pegou minha mão. Olhei.

— Ahhn. - Me afastei devagar.

— O que foi? Não posso tocar na sua mão?

— Pode. Claro que pode. Mas parece que pra mim isso tem outro significado, Jim.

— Lenn.

— É que...

— Se você me deixasse mostrar ao menos. Não é só porque está com ele que não possa conhecer outras pessoas, e outros sentimentos.

— Jim, eu...

— Shh. — Fechou meus lábios delicadamente, e os tocou com o seu.

Talvez eu não devesse, mas ele se sentia tão culpado, e nós sabíamos que ele não teria essa chance de novo. Eu não queria sentir culpa por mais alguma coisa, e aprender da pior maneira ainda é a maneira mais fácil de nunca se esquecer. Talvez eu me arrependa, ou talvez não, mas é melhor eu saber que fiz e como foi, do que me culpar depois pensando em como teria sido.Então simplesmente, deixei que acontecesse, depois de todos esses pensamentos. 

Ele era diferente, e ao mesmo tempo igual por isso.

— Ah, Jim... - Me afastei e ri, olhando para as ondas que começaram a nos molhar.

— Haha, vem! - Ele disse, me puxando para dentro da água.

E ficamos por horas brincando como duas crianças que tivessem acabado de descobrir a força das ondas do mar.

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Spoiler - Final.

Se passam alguns meses. 

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Eu realmente preciso levantar daquela cama?Bem, o meu despertador jura que sim.

Levanto quase que num pulo.

Chega o dia da volta à minha antiga casa.

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