Life Ways escrita por Vic Teani


Capítulo 14
Especial Três: Sasuke/Karin




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  A lua brilhava no céu naquela noite, ostentando toda a sua beleza, se exibindo para as estrelas e observando os humanos que vagavam pela noite.
  Não havia muito movimento naquela parte da cidade, o que era ótimo nas circunstancias atuais. Ótimos para os planos daquele homem, sim, aquele homem que era capaz de cometer tantas crueldades.
  A garota observava, através da janela com barras, a dama da noite exibindo seu esplendor para os súditos mortais e astrais. Sim, quem um dia poderia se equiparar a beleza da lua? Quem um dia poderia mudar o tempo inteiro, sumindo por vezes, outras mostrando todo o seu brilho, sem jamais revelar seu lado mais obscuro, e mesmo assim reinar entre tanto outros, entre tantos outros que jamais poderiam tocá-la? Quem agüentaria ser apedrejado constantemente, ter cicatrizes por todo o corpo e resistir, firme, pois tem uma missão a cumprir, pois tem súditos sobre quem reinar?
  Não, ninguém jamais iria se equiparar, nem chegar perto, da beleza daquela que dominava o céu noturno.
  Era engraçado, e ao mesmo tempo surpreendente, que aquela menina, sentada na cama abraçando as pernas; aquela menina de apenas dez anos de idade poderia chegar a todas essas conclusões sozinhas. Mas ela aprendeu que quando se tem tempo para pensar, você realmente começa a pensar, e sua mente quebra as barreiras físicas impostas.
  E para ela, havia muito tempo para pensar. Sempre havia, pelo menos enquanto ela ficasse ali. Não exatamente naqueles aposentos, não, havia chegado lá somente naquele dia. Enquanto ela ficasse com aquele homem. Sim, ele mesmo, que um dia iria abandoná-la, e por pior que fosse a vida com ele, ela tinha medo que o que viria depois de ele a deixar seria realmente pior. Ali, pelo menos, ela podia pensar.
  Podia deixar a mente livre, e pelo menos escapar nos sonhos. Mas quando ele a deixasse para trás, quem garantiria que ela estaria segura? Quem iria poder dizer que ela teria tempo para pensar? Quem poderia afirmar que ela desejaria a comida ruim que tinha, por que não teria nenhuma outra?
  E ela sabia. Sabia muito bem. Algo bom iria acontecer naquela. Ah, sim, iria sim. Por que a lua brilhava com seu máximo esplendor, e se isso não era sinal de bons ventos; se não era sinal que a tempestade passara, pelo menos por enquanto, ela não saberia dizer o que seria.

  Não. Não, não poderia estar acontecendo. Como aquilo estaria acontecendo? Porque? Porque justo com ele? Quantas tragédias terríveis ainda se abateriam sobre ele, quantas vezes ele teria que resistir a uma dor profunda, uma sensação de perda e de vazio que jamais podem ser curadas?
  Ele havia sido idiota. Odiava admitir, mas sim, ele havia sido muito idiota. Ele confiou em um completo estranho. Agora estava na situação que estava.
  Mas quando ele poderia imaginar que aquele garoto... Quando, quando alguém iria imaginar estar em uma situação dessas?
  Ele sentiu o carro parando, e as portas traseiras se abriram. Ele foi brutalmente puxado para fora, e foi arrastado pela camisa até uma porta com uma pequena janela provida de grades.
  A porta foi aberta e ele foi empurrado para dentro, tropeçando, mas não chegou a cair. A porta se fechou com um ruído atrás dele.
  Ele se viu em um pequeno quarto, onde deviam estar mais uma dúzia de crianças, algumas de sua idade, outras mais novas ou mais velhas, amontoadas e adormecidas em cobertores estendidos no chão duro de pedra.
  Porém, seu olhar se fixou em uma garota que estava debaixo da janela, sendo iluminada diretamente pela luz da lua. Seus cabelos ruivos estavam meio desarrumados, e ela abraçava as pernas.
  Seus olhos castanhos pareciam brilhar na pouca luz do quarto, e apesar de claramente carregarem muita tristeza, ela fez algo que ele não esperava: sorriu.

  - Para onde estamos indo? – Sasuke perguntou para Karin, quando as portas da vã escura se fecharam.
  - Não sei – ela disse – Eles nunca dizem. É sempre um lugar diferente.
  Haviam se passado dois meses desde que Sasuke havia sido raptado por Momochi Zabuza, mas pouquíssimo sabia sobre as atividades daquele homem.
  - Ficamos até tempo demais aqui – disse um garoto de cabelos castanhos sentado do lado de Karin – Normalmente mal ficamos um mês em um lugar só.
  O nome do garoto era Inari, pelo que Sasuke podia se lembrar.
  O que Sasuke sabia sobre as atividades daquele criminoso vil era, para ele, o suficiente. Zabuza havia sido um assassino muito famoso à alguns anos, um verdadeiro mercenário. Mas por algum motivo, ele foi forçado a seguir outro caminho, e agora fazia parte do tráfico de crianças. Ele as seqüestrava e as vendia, nunca parando em um mesmo lugar muito tempo.
  Karin, a garota ruiva, estava ali há um ano, e sabia tudo que era possível uma criança daquela idade – ambos tinham apenas oito anos – saber sobre um assassino de sangue frio. Porém, ela se recusava a dividir os detalhes com os outros.
  - Vocês não precisam se preocupar com isso – ela dizia, quando era questionada sobre algo relacionado ao ex-assassino – Além do mais, duvido que vocês fiquem aqui tempo suficiente para tentarem arranjar um uso para essas informações.
  Ela então não dizia mais nenhuma palavra, e quem tentasse arrancar algo dela era recompensado com um total silêncio.
  - Eu não gosto daquele cara – disse Sasuke, olhando com o canto do olho para um garoto que estava apoiado na parede, de braços cruzados.
  Era um garoto que tinha longos cabelos negros, que iam quase até a cintura. Seu rosto era meio afeminado, e seus traços gerais lembravam realmente uma garota. Inclusive, naquela noite que parecia ter sido a séculos atrás, Sasuke jamais poderia jurar que ele era um garoto...

  O jovem Uchiha contemplava a lua do jardim da pequena e modesta casa de seus avós. Apesar de sua família ter uma grande fortuna e ser dona de um império empresarial, seus avós preferiram viver na pequena casa que tinham, no subúrbio. Mas logo teriam que se mudar, pois a casa era longe demais da sede da empresa, e seus avós já encontravam problemas em se locomover todos os dias até lá.
  Um barulho na rua chamou sua atenção, e ele desviou os olhos da lua, que se exibia graciosamente no céu, e viu uma garota, que deveria ter por volta dos quatorze anos, jogando algumas pedras no que parecia ser uma “amarelinha” rabiscada toscamente com giz na calçada de pedras portuguesas.
  Sasuke sorriu e acenou para a garota, mas ela não estava olhando para ele. Estava ocupada demais se abaixando em um pé só para pegar a pequenina pedra que havia caído quase longe demais para ela alcançar.
  - Ei, garota – chamou o moreno, se aproximando da calçada – Qual o seu nome?
  A menina, de longos cabelos negros, se virou para ele, só então notando sua presença. Ela pareceu recear por um momento, e ele quase pensou que ela fosse se virar e correr, então ela estendeu a mão para a frente e fez sinal para ele se aproximar.
  O garoto, após analisar por um momento, decidiu que não haveria perigo. O bairro era muito calmo, e alguém havia se mudado para lá recentemente, não? Aquela garota deveria ser filha dos novos moradores.
  Ele pisou na calçada, observando a menina mais de perto. Ela era realmente bonita, tinha traços bem definidos e um ar de elegância, delicadeza e gentileza.
  - Qual o seu nome? – Sasuke perguntou, mas a menina apenas olhava para ele, em silêncio.
  Ele então pensou ouvir algo atrás de si, mais ignorou. Afinal, ou o barulho estava longe demais, ou era baixo demais; na sua cabeça, nenhum dos dois parecia representar perigo.
  - Me desculpe – disse a garota, sua voz musical fluiu dos lábios que mal se moveram.
  Uma mão agarrou Sasuke por trás, como que saída das sombras, e outra tapou sua boca.
  Ele foi carregado, se debatendo, por um caminho razoavelmente longo. Um homem alto e forte o carregava, acompanhado de perto pela garota.
  Então, a menina abriu as portas de uma grande vã negra, e ele foi jogado ali dentro, vendo as portas se fecharem, deixando para trás a luz da lua.

 
- Haku – disse Karin – Ninguém sabe o sobrenome dele. Parece que foi uma das primeiras crianças seqüestradas pelo Zabuza. Ele pensou em vender o garoto, mas por algum motivo não o fez. Então ele passou a usá-lo para seqüestrar outras crianças... O mais surpreendente – e desprezível, na minha opinião – é que ele aceitou a ajudar Zaabuza com seus esquemas. Ele é meio estranho... Na verdade, muito estranho. Fica falando coisas sobre “ser uma arma” e insiste em viajar aqui atrás, para nos vigiar, em vez de sentar no banco do carona.
  - É fácil – disse Sasuke – Saber por que o Zabuza quis ficar com o Haku.
  Karin olhou para ele, surpresa, e o olhar dos outros garotos na vã também se focou no garoto – Vocês não perceberam? Ele parece demais uma garota, mas é um garoto. E, com o visual certo, talvez ele possa até parecer mesmo um garoto. É por isso que o Zabuza o usa. Ele é uma criança, como nós, e pode se passar por garota se quiser. Assim, ele pode atrair facilmente qualquer alvo.
  A ruiva se calou diante da explicação do Uchiha. Alguém sabia de algo que ela deixou escapar? Algo tão óbvio?
  Aquele menino era realmente interessante.
  Haku se mexeu no canto onde estava parado, o que fez todos ficarem parados onde estavam imediatamente. O garoto só saia da sua posição de vigília se alguém estivesse tentando fugir, e o que vinha em seguida nunca era bom.
  Porém, o garoto andou sem pressa até o grupo que conversava e se ajoelhou ao lado deles.
  - Eu ouvi tudo o que disseram, sabia? – ele disse, sem um pingo de raiva na voz.
  - De... Desculpe... senhor – foi tudo que Karin conseguiu dizer.
  E o mais estranho aconteceu em seguida.
  Haku sorriu, e deixou escapar uma risada alegre.
  - Senhor? – ele disse – Não sou tão mais velho que você.
  Os outros ficaram calados, completamente surpresos com a reação totalmente inesperada do garoto.
  - Vocês me acham estranho, não é? – disse Haku – Por que eu ajudo o Zabuza... Mas me digam... Vocês tem alguém que seja realmente importante para vocês?

  - O que está acontecendo? - perguntou Karin, que foi acordada por Sasuke, que a balançava freneticamente.
  - Não sei – ele disse – Mas definitivamente, não é algo bom... – ele então parou, desviou o olhar, e suspirando, olhou novamente para Karin – Alguns homens chegaram no meio da noite, e começaram a discutir com o Zabuza... Eu ouvi a voz do Haku, e pelo o que consegui ver pelas grades na porta, acredite se quiser, o Haku quebrou o braço do homem!
  Karin sufocou um gritinho de espanto.
  - E depois, um dos capangas do homem... Acho que ele se chamava Gotou... Não, talvez Gatou... Bem, não importa, um dos capangas dele tomou a dianteira e atirou... Depois só vi o Haku caindo no chão.
  Os olhos da garota se arregalaram, e ela colocou as mãos na boca. Suas pernas tremeram e ela começou a suar. Era uma reação estranha e inesperada; ninguém nunca gostou muito de Haku, mas o garoto os havia surpreendido algumas vezes. No geral, ele era uma incógnita, mas era impossível não gostar dele, pelo menos lá no fundo.
  - Agora, faça silêncio – disse Sasuke – Está ouvindo? Zabuza nem alterou o tom de voz depois que atiraram no Haku... Mas o Gatou continua furioso. Venha, vamos ver o que vai acontecer – e ele puxou a garota pela mão até a janela de grades na porta.
  - Você já não me serve mais, Zabuza – disse Gatou, segurando uma bengala com a mão boa – Então, você fará o favor de morrer aqui.
  - Você realmente acha que esse seu grupo de mercenários pode me vencer? Eles nem tem o direito de se chamarem de mercenários. Você deve saber que eu era conhecido como o Demônio da...
  - Há! – disse Gatou – Não me faça rir. Eu te usei o tempo todo. Você não passa de um demoniozinho que se joga fora depois de usar. Ataquem! – ele gritou, e os homens avançaram para cima de Zabuza com armas de fogo e facas. Alguns ainda carregavam cutelos, espadas e punhais.
  Porém, o que aconteceu no momento seguinte foi o ato mais incrível daquela noite. Tudo passou em um instante, mas pareceu acontecer em câmera lenta.
  Primeiro, Sasuke e Karin perceberam no mesmo momento que a grande espada que estava pregada na parede, da qual Zabuza tanto se orgulhava, não estava mais lá. Homens caíram no chão, sangue jorrando de ferimentos precisos no pescoço de cada um deles.
  E então, algo voou pelos ares. E só quando atingiu o chão, os garotos perceberam o que era. A cabeça decapitada de Gatou.
  Karin desviou  o olhar, mas Sasuke não conseguiu parar de olhar para a cena.
  O corpo sem vida de Gatou tombou de lado, e Zabuza nem teve tempo de se recompor do ataque; três tiros foram ouvidos, e um dos homens de Gatou que havia se jogado no chão antes de ser atingido segurava tremulamente uma pistola.
  Zabuza cuspiu sangue; as faixas que normalmente usava cobrindo metade do rosto haviam se rasgado antes. As três balas haviam se enterrado profundamente em suas costas, e ele tombou para frente, se chocando contra o chão, morto.
  O homem que havia atirado se levantou e andou até a porta, e os dois garotos recuaram.
  Ele colou o rosto nas grades e as agarrou com as duas mãos, sorrindo.
  - Vocês agora são propriedade minha, seus putinhos – ele disse, sorrindo malevolamente.
  Mas outro som chamou atenção de todos.
  Sasuke, Karin, Inari e as outras crianças – que haviam despertado com o barulho dos disparos – se espremeram contra a porta para tentar olhar pela janela de grades.
  O som era de palmas, vindas diretamente de trás do homem que estava colado nas grades. Ele se virou, e antes que pudesse dizer qualquer coisa, caiu para o lado. Sangue respingou nas grades e nos rostos das crianças que estavam próximas. Um homem de cabelos negros e pele muito pálida carregava uma faca de lamina prateada, e usava duas luvas brancas que, como a lamina da faca, agora estavam manchadas de vermelho.
  Ele largou a faca no chão e sorriu para as crianças.
  - Tudo bem, não precisam ter medo, pequeninos – o modo como ele disse aquela palavra os fez sentirem arrepios de medo – Vocês estão em segurança agora. O tio Orochimaru cuidará muito bem de vocês.

  Os dias que se seguiram foram piores do que o período que as crianças passaram em poder de Zabuza.
  Orochimaru era ainda pior do que aquele homem que os havia feito sofrer tanto. Pelo menos com Zabuza eles não eram muito maltratados, por que ele não conseguiria vender crianças machucadas demais.
  Mas com Orochimaru era diferente. Eles viviam em um só quarto, muito pequeno, quase sempre uma criança desaparecia e nunca mais era vista. Além disso, eles eram forçados a fazer tudo que ele ordenasse, e eram abusados de todas as maneiras, incluindo sexualmente.
  Na nova prisão, eles conheceram dois garotos na mesma faixa etária de Sasuke e Karin. Um tinha cabelos estranhamente brancos, o outro era ruivo e alto, musculoso. Seus nomes eram Suigetsu e Juugo.
  Ambos estavam sobre poder de Orochimaru a muito tempo, e tinham mais ou menos a mesma função que Haku tinha para Zabuza: vigiar os outros. Porém, eles não obedeciam por respeito, e sim por medo.
  Apesar de tudo, todos ali se ajudavam. Suigetsu e Juugo estavam sempre procurando evitar que as infrações dos outros chegassem até Orochimaru, e as outras crianças faziam o possível para ajudar umas as outras.
  Karin ficou muito próxima dos dois “vigias” de Orochimaru, e Sasuke conversava cada vez mais com o garoto chamado Inari. De vez em quando, Orochimaru parabenizava a criança que melhor se comportasse. E Karin era alvo de vários dos presentes que vinham por parte dele. De verdade, todos sabiam que ele não dava esses presentes por bondade, mas mesmo assim aceitavam, por que era algo que lhes interessava.
  Uma vez, Karin entrou no quarto segurando um pequeno livro. Olhou em volta e percebeu que Sasuke não estava ali. Sentou-se em um canto, tirou do bolso da calça um óculos de armação muito fina e o colocou delicadamente no rosto, abrindo o livro.
  Tinha lido alguns capítulos quando a porta foi aberta, e Sasuke entrou. Estava suado, e um odor repugnante vinha de seu corpo. A camisa azul estava um pouco rasgada, o que indicava que Orochimaru não havia se preocupado em machucar o garoto. Mas quando que ele se preocupava. Mesmo assim, o garoto sorriu ao ver Karin, e foi se sentar ao lado dela.
  - O que você está lendo? – ele perguntou, olhando intrigado para as páginas do livro.
  - Nada demais... Um romance besta, você não vai gostar...
  - Karin, você usa óculos? – Sasuke perguntou, e a menina enrubesceu imediatamente.
  Ela tirou os óculos, atrapalhada, e ia guardá-los no bolso, quando Sasuke segurou o braço dela.
  - Você fica linda de óculos, sabia?

 
  - Onde está o Inari? – ele perguntou, quando a porta do quarto se fechou atrás dele. Ele estava suado e fedorento, tinha acabado de ser abusado sexualmente por Orochimaru. Sasuke estava se tornando a criança que mais freqüentemente era abusada por Orochimaru.
  Os garotos ficaram em silêncio, apenas o observando.
  - Karin, aonde está o Inari? – ele perguntou, correndo até a ruiva.
  - Ele... – ela disse, receosa – Ele foi levado... A tal de Tayuya passou aqui e o levou.
  - E você deixou?! – ele gritou – Você deixou levarem ele?
  - Sasuke, eu...
  - Você o que?!
  - EU FIZ ISSO POR SUA CAUSA! – ela disse, e então, se calou.
  - Por minha causa? – ele perguntou, completamente desnorteado.
  Karin sorriu para ele.
  - Sim, por sua causa. Juugo me avisou que você seria o próximo a ser levado por Orochimaru. Eu não podia permitir. Então, falei com o Inari que você seria o próximo, e ele foi enfrentar pessoalmente o Orochimaru... Bom, eu sabia que ele ia fazer isso. Assim, ele acabaria sendo o próximo, já que o Orochimaru prefere usar aqueles que causam problemas...
- VOCÊ OQUE? – ele disse, se segurando para não socar a cara da garota – ELE ERA NOSSO AMIGO!
  - Mas eu não podia te perder, Sasuke! – ela disse, se encolhendo contra a parede – Eu... Eu...
  - Cale a boca! – ele gritou – Cale a sua maldita boca e não venha mais falar comigo! Nunca!

  As luzes vermelhas e azuis brilhavam na noite, cortando as ruas com imensa velocidade. O som repetitivo das sirenes enchia o ar, e dentro das viaturas policiais, pequenas crianças estavam sentadas.
  Algumas choravam de felicidade, outras riam e algumas simplesmente sorriam e ficavam quietas em seus lugares.
  Por mais que fosse difícil acreditar, havia acabado. Aquele homem jamais colocaria as mãos neles novamente. Apesar, é claro, de ele ainda estar por ai, solto, mas eles tinham a esperança de nunca mais encarar aquela face pálida medonha novamente.
  Só um dos garotos estava pensativo, quase triste, olhando pela janela do carro. Nem todas as crianças foram resgatadas. Algumas não estavam na mansão onde eram mantida em cativeiro. Na verdade, três delas haviam sido levadas para outro lugar, um lugar que ninguém sabia dizer qual era. Um garoto de aparentemente quinze anos havia aparecido na casa de Orochimaru, e depois de muito conversar, saiu, levando aquelas três crianças consigo.
  Juugo, Suigetsu e... Karin. Sasuke sentiu um aperto no peito ao se lembrar da garota. O que ela havia feito com Inari era imperdoável, mas...
  Ah, sim Inari... Nenhuma das crianças que sumiram durante seu período de cativeiro foram encontradas. Nenhum sinal, absolutamente nada.
  Sasuke observou a lua, que estava cheia no céu. Ela brilhava se exibindo, e as estrelas pareciam se agrupar em torno dela para olhar. Sim, e lua brilhava exatamente como naquela noite, a noite em que tudo havia começado.


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