Sabe quando você tem um pressentimento ruim? Pois é, senti isso logo que acordei e como meu sexto sentido não costuma falhar fiquei atenta a qualquer coisa... quando sai do meu quarto senti uma presença vindo até mim, então com medo de ser algo que meu sexto sentido estava alertando, peguei minha faca e lancei-a contra o desconhecido, quando me virei vi um loiro com os seus orbes azuis arregalado e com as mão pra cima e logo falou:

- O que quer que tenha feito, eu me rendo. – falou assustado mas brincalhão.

Suspirei aliviada suavizando o meu semblante e sorri, caminhei até ele, peguei a faca que estava cravada na parede a milímetros de distancia da face do loiro e falei:

- Desculpe, achei que fosse outra pessoa.

- E quem seria? – perguntou curioso

Não estava a fim de responder, porque dizem que quanto mais se fala de uma pessoa mais ela aparece pra você e não estava nem um pouco a fim de encontrar ele por ai, então apenas fingi que não ouvi, guardei a minha faca e direcionei para a cozinha. Peguei algo para comer e fui para uma mesa ao lado de uma janela, só assim percebi que estávamos quase em terra firme, então comi o mais rápido que pode para dar os comandos, Naruto estava falando alguma coisa que não estava prestando atenção e quando ele percebeu falou:

- Hinata, está prestando atenção? – falou parecendo irritado.

- Hum? Ah sim, estou sim. – falei não muito convincente.

- Não parece – falou o loiro fazendo bico.

Levantei-me e falei:

- Preciso ir – fui até o lado do loiro e falei sorrindo – obrigada por me acompanhar – ao dizer isso lhe dei um selinho e fui na direção da porta, mas fui detida por uma mão forte que me segurava, me virei e vi um Naruto de cara séria (e um pouco corado), sorri com isso, mas ele logo se desfez ao ver como ele ainda se mantinha sério.

- O que está acontecendo Hinata?

O olhei confusa sem saber do que se tratava.

- Você está estranha hoje, quando saiu do quarto quase me acertou com uma faca agora isso... o que está havendo? – falou parecendo preocupado.

- Não é nada demais, apenas acordei e senti um mau pressentimento só isso. – falei lhe lançando um sorriso tranquilizador.

- Não parece que você não está levando isso a sério. – falou com um olhar penetrante.

Soltei-me dele e falei:

- Não precisa se preocupar está tudo bem. – falei sorrindo, e antes que pudesse retrucar sai da cozinha.

Não queria que ele soubesse aonde iria, ou quem poderia encontrar naquela vila, teria de arrumar um jeito de despistá-lo mesmo sabendo que isso seria quase impossível. Segui pensativa para o andar de cima do navio, dei os comandos e quando atracamos ordenei que fizessem o possível para que Naruto não soubesse onde estava então sai do navio e fui em direção a um bairro afastado e que se encontrava quase deserto. Parei em frente a uma casa que estava em pedaços, com certeza estava bem melhor da ultima vez que vim aqui, mas apesar de seu estado ela era bem movimentada, era utilizada como um bar, e se você não quisesse problemas era bom nem chegar perto dali, odiava com todas as minhas forças ter que freqüentar aquele lugar sujo, ainda mais sabendo que poderia encontrar pessoas não muito desejáveis. Quando percebi estar parada em frente à porta igual a uma estátua decidi me mexer antes que chamasse a atenção de muitos.

Sentei-me em um banco onde se encontrava um bar, uma pessoa veio até mim e perguntou se queria algo, pedi uma água e ele se foi. Fiquei algum tempo ai esperando que meu pedido chegasse, estava bem calmo e estava dando graças a Deus por nenhum idiota ter vindo até mim, mas como tudo que é bom dura pouco, tinha que ter um idiota pra tirar minha paz:

- Ola princesa – falou em um tom de embriaguez, era obvio que estava bêbado, não demoraria muito para cair duro de tanta bebida.

Não dei o trabalho de responder, e sinceramente não estava com paciência para aturar um bêbado me enchendo o saco, ele vendo que não responderia se sentou no banco ao lado do meu e falou :

- Algum problema minha linda? – falou parecendo pouco interessado em meus problemas;

Fitei-o com o semblante sério, mas logo lhe lancei um sorriso irônico:

- Claro que tenho um problema, e para que esse problema desapareça preciso que você  caia fora... ok?

Apesar de estar em tal estado, ele pareceu entender muito bem o que quis dizer, então se afastou rapidamente do local, então fiquei a observar o local a procura de algo, ou alguém, depois de 40 min eu falei irritada:

- Cretino, ele falou que estaria aqui a 30 min atrás, e se eu encontrar aquele outro filho da p*** estou ferrada.

Quando estava me dirigindo a porta, todos ficaram quietos como se estivessem muito entretidos com algo, apesar da minha curiosidade ainda continuei a andar em direção a porta, mas fui parada por uma vos fria e totalmente irônica:

- Minha criança, pra que tanta pressa? Está com medo de mim?

Gelei dos pés a cabeça, puta que pariu, quanto mais eu rezo mais assombrações aparecem, me virei sem expressão alguma no rosto:

- Ora, ha quanto tempo não é... Orochimaru – falei com um sorriso irônico.

- Três longos anos, mas me lembro como se fosse ontem! – ele falou como se aquilo fosse algo engraçado – devo lembrá-la que minha proposta ainda está de pé – falou como se minha mente fosse a mais lerda do mundo. O meu sorriso aumentou se transformando em um diabólico, então falei:

- E a minha resposta será sempre a mesma... NÃO, quantas vezes tenho que dizer que não sou uma de suas marionetes?

- Ora, achei que quisesse já que precisa de poder para  matar seu pai. – falou sorrindo ironicamente.

Não posso dizer que aquilo não me afetou, como sempre Orochimaru sempre sabe e saberá de meus pontos fracos para usá-los a seu favor, mas me manti sem expressão para não mostrar minha fraqueza:
- Háh, você acha que fiquei fazendo o que nestes três anos? Comendo bombons e esperando o tempo passar? – falei como se aquilo fosse a coisa mais hilária do mundo – Pois tenho uma surpresa pra você – num instante estava a alguns metros do homem de cabelos escuros e compridos e no outros estava na sua frente com uma expressão e sorriso  assassino no rosto – Estou muito melhor que aquela garotinha de 13 anos que viu a algum tempo atrás. – dizendo isso peguei algumas armas lancei-as enquanto me afastava do mesmo.

Mas este foi defendido por milhões de cobras, bem, deve estar de perguntando como é que aquelas malditas foram parar ali não é? Posso ser filha de um anjo da guarda, mas ele era filho de um demônio, literalmente, as mesmas foram contra mim, consegui matar algumas e desviar de outras e quando achei que havia acabado uma misteriosamente surgiu em minha frente e estava pronta para atacar, como ela estava bem próxima não haveria tempo para desviar da mesma, então apenas pôs meus braços em frente a meu rosto, fleches passaram em minha cabeça lembrando os bons momentos de minha vida e inclusive de alguém em especial, esperei o ataque da cobra, mas este não veio, tirei o braço da minha frente e olhei a procura do animal, mas não há via em lugar algum, surpresa direcionei o olhar a Orochimaru que possuía um sorriso malicioso em sua face.

Encarei minhas mãos com os olhos arregalados, e uma pergunta martelava em minha cabeça, o que eu havia feito para acabar com o animal em segundos? O que quer que tenha feito deixei o idiota feliz, e isso não era bom, mesmo que esteja satisfeita com a intensidade dos poderes seria agora perseguida por Orochimaru até a morte, fui tirada dos meus devaneios pelo mesmo que falou:

- Interessante, não achava que teria evoluído tanto assim Hinata, é realmente surpreendente, porem nunca se deve baixar a guarda não é? – falou sorrindo

Em um segundo estava livre e no outro estava totalmente presa por cobras que me seguravam com uma força sobre-humana e que estava doendo pra cacete, senti que meus ossos poderiam quebrar a qualquer momento, tentei usar a mesma tática de antes se formando uma luz em minhas mãos, mas de nada adiantou, olhei irritada para Orochimaru e falei:

- O que vai fazer agora? Levar-me a força e implorar para que seja uma se suas malditas marionetes? Nem que me matem viro essa merda que você chama de servo, alias se me matarem não terei utilidade para nenhuma de suas façanhas, então de nada adianta. – falei sorrindo vitoriosa.

- Você se acha tão esperta não é minha criança... mas eu sei muito bem sua fraqueza – falou debochado.

- A é? Posso saber qual? – falei irônica

- Não seria um certo loiro de olhos azuis?

Merda, como ele havia descoberto que ele está no navio? Fiquei surpresa, mas não demonstrei, então falei:

- Pouco me importa ele, faça o que quiser não me importo. – falei tentando desviar a atenção dele sobre o loiro

- Tem certeza?

- Certeza absoluta – falei de nariz empinado

Em um minuto ele estava a alguns metros de mim e no outro estava bem em minha frente pegando em minha face com certa brutalidade e falou:

- Minha criança, sabia que você mente muito mal? – falou com um sorriso irônico

Falando isso os animais que prendiam meus braços e pernas reforçaram ainda mais o aperto, gritei de dor e comecei a me contorcer desesperadamente a fim de sair dali e aquela dor desaparecer, Orochimaru gargalhou maldosamente e falou:

- Mentir é muito feio minha criança.

- E porque diabos eu estaria mentindo idiota? – falei alterando minha voz para tentar parar a dor.

- Ora minha querida – falou pegando uma criança e ao mesmo tempo uma faca – Porque sei que não suporta ver pessoas inocentes se machucando, não estou certo? – falou colocando a faca contra o pescoço  da criança aparecendo um filete de sangue no mesmo, virei o rosto para não ver a cena, será possível que ele não sabia pelo menos UM ponto fraco meu?

 Orochimaru gargalhou vitorioso, decepou a cabeça da criança e falou:

- Prefere que eu faça isso com seu loiro?

Não respondi, apenas abaixei a cabeça e meus olhos encheram-se de lagrimas e antes que pudesse pensar em impedi-las elas já estavam rolando sobre minha face, senti meus braços e pernas serem soltos, cai sem dó nem piedade sobre o chão, me apoiei em minhas mão mas senti uma dor aguda me atingir, na certa tinha quebrado o pulso, senti alguém me pegar, sabia que era Orochimaru mas preferia pensar que não fosse ele, me deixei levar, pois sabia que se fizesse algo seria em vão. Ouvi um estrondo vindo da porta e lá estava ele, parecia estar preocupado, olhava para os lados a procura de algo, mas quando me viu sua expressão passou de preocupada a furiosa, depois dessa visão meus olhos ficaram nublados e depois tudo escureceu.