Lacuna Sangria escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 27
Néctar dos deuses




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Um cansaço ainda persistia em seu corpo, mas sentia-se bem melhor. Olhou e verificou que estava deitada na poltrona localizada na sala da casa de Edward, não teve duvida que o próprio a levou para lá. Relembrou o ocorrido no cemitério, em frente ao tumulo de seus pais. Era bem verdade que a descoberta que sua mãe poderia estar viva a perturbava, mas nada era mais perturbador do que Edward novamente confessar seus sentimentos e ela lhe dizer que de algum modo correspondia aos seus. Agora, analisando tudo o que sentiu naquele momento, sentiu-se aliviada ao dizer tal frase. Como se fosse algo oculto por ela mesma, os sentimentos que brotaram e tomaram conta de si. E suas lembranças foram muito mais além, foram desde a época em que Edward fora encontrado e recebera cuidados dela até agora. Lembrou-se de quando o viu ainda pequena e o sentimento de cuidar dele, quando Edward partiu e ela ficou desolada, quando este a reencontrou depois da tragédia e cuidou dela... Sentiu-se tola por nunca ter percebido que ali existiam sentimentos fortes. E agora, ao pensar nele, em tudo que vinha dele, seu coração palpitava mais forte. Não tinha duvidas que o que sentia por ele era amor. E sorriu ao lembrar que Edward havia confidenciado gostar dela desde a época em que eram crianças. Levantou-se um pouco. Viu a porta principal aberta e estranhou.

 

Bella: Edward? –Caminhou cautelosa até ver a figura masculina desmaiada diante do Sol. Por alguns instantes seu coração quase parou. –EDWARD! –Correu até ele arrastando-o consigo para dentro da casa, logo em seguida fechando o local e exterminando a luz do ambiente. Olhou para ele desesperando-se, mas notou que ele tinha um pequeno sorriso nos lábios e agora fixava seus olhos cor de ocre aos dela.

 

Bella: Edward? –Sentiu as lágrimas turvarem sua visão. –Você está bem?

 

Edward: Estou ótimo! –Ele levantou-se com dificuldade, apenas algumas queimaduras pelo corpo, mas nada preocupante.

 

Bella: O QUE ESTAVA FAZENDO DO LADO DE FORA? O QUE ACONTECEU?

 

Edward: É fantástico! Mesmo exposto ao Sol não morri!

 

Bella: Você ficou lá por querer?

 

Edward: Eu a trouxe para cá, não consegui evitar ficar exposto ao Sol. Mas não morri, apenas algumas queimaduras, mas... –Levou um soco na face.

 

Bella: IDIOTA! NÃO DEVERIA TER FEITO ISSO! PODERIA TER MORRIDO!

 

Edward: Eu tinha que comprovar... Comprovar que poderia ficar exposto. Mas por quê?

 

Bella: Ah, quem se importa com isso! Vamos tratar desses ferimentos! –O puxou para seu aposento, Edward sorriu.

 

Edward: Parece até minha mãe quando queria me obrigar a tomar remédio. –Ela o ajudou a se sentar na cama e olhou atenta as queimaduras.

 

Bella: Melhor você beber o meu sangue.

 

Edward: Prefiro ficar com minhas queimaduras.

 

Bella: Nada de teimosia! Por minha culpa acabou exposto ao Sol, é o mínimo que posso fazer.

 

Edward: Não tem como me obrigar a beber seu sangue. Já achei o cumulo você ter usado ele para me salvar e... –Edward parou. Analisou o que acabara de falar, não demorou a entender o que se passava. –Agora entendo.

 

Bella: O que você entende?

 

Edward: Você é imune à prata, alho e ao Sol. Eu não era assim até beber seu sangue. Seu sangue me garantiu essa imunidade.

 

Bella: Acha isso?

 

Edward: Não tenho duvidas. Seu sangue é miraculoso, mas isso é algo perigoso.

 

Bella: Por quê?

 

Edward: Se outros vampiros soubessem disso você não teria paz. Tentariam a todo custo obter seu sangue. Talvez fosse melhor nos afastarmos por um tempo daqui até as coisas...

 

Bella: Enlouqueceu? Agora que desconfio que minha mãe está viva é mais um motivo para ficar!

 

Edward: Só por que não há um corpo não significa que esteja viva.

 

Bella: Ela está e eu a vi!

 

Edward: Se fosse ela você não acha que ela teria permanecido ao seu lado ao invés de sumir?

 

Bella: Talvez esteja confusa, com medo que eu a recrimine.

 

Edward: Ou talvez o tal de James que muda de forma tenha mantido o corpo com ele e agora usa a imagem dela para seus propósitos. –Bella parou. Diante dessa constatação não poderia negar.

 

Bella: Você pode ter razão, mas... Eu quero acreditar que ela está viva. Eu preciso acreditar nisso Edward. Diminuiria e muito a dor que sinto por ter-los perdido. –Bella voltou seu olhar para o chão tentando se conter para não chorar novamente. Edward suspirou. Era melhor que Bella não tivesse falsas esperanças para não se decepcionar, mas não agradava em nada a ele apagar com as próprias mãos o único resquício de felicidade que ela tinha.

 

Edward: Investigaremos até encontrar algo. Assim como você sobreviveu ela pode ter sobrevivido. –Bella o olhou surpresa pela súbita mudança de opinião, em seu intimo sabia que Edward fazia isso para alegrá-la. O abraçou sem hesitar e Edward correspondeu fortemente. Lembranças das palavras proferidas por ele e por ela no cemitério a fizeram corar e até pensou em se afastar dele, mas o calor que Edward proporcionava com um simples abraço era algo que ela não poderia deixar de lado visto que lhe dava muito prazer.

 

Bella: Edward?

 

Edward: Hmmm... –Murmurou alheio a tudo por ainda ter a jovem em seus braços.

 

Bella: Você deve beber meu sangue.

 

Edward: Não quero.

 

Bella: Se suas suspeitas são verdadeiras quanto a adquirir imunidade então deve beber meu sangue sempre que possível assim não será um alvo fácil para meus inimigos. É o mínimo que posso fazer por você. –Afastou-se fazendo um pequeno corte no pescoço o que deixou o Cullen inebriado. Logo este cravou seus caninos no pescoço feminino.

Bella sentiu um desconforto inicial no ato de doar sangue, mas, ao sentir as caricias que as mãos de Edward distribuíam pelas suas costas, acalmou-se passando a sentir algo prazeroso que não soube definir o que seria. Depois de sorver o sangue ofertado e ter suas queimaduras saradas, Edward fitou o rosto angelical tão próximo ao dele. Não resistindo buscou os lábios de Bella. Deu-lhe um cálido beijo para logo tentar aprofundar o beijo. Bella nada fez, ela queria ser beijada por ele. Mas um acontecimento impediu este momento. Ao sentir o gosto do próprio sangue ainda nos lábios de Edward, Bella o empurrou violentamente levando a mão no pescoço. A dor era insuportável.

 

Bella: AHHHHH! –Debateu-se enquanto sentia a marca queimar. Edward desesperou-se com a cena vendo a marca preta crescer.

 

Edward: BELLA! –A pegou nos braços imobilizando-a. - O QUE VOCE TEM? FALA COMIGO! –O corpo feminino em espasmos pela dor. Depois de meia hora conseguiu se acalmar desmaiando nos braços de Edward. Uma lagrima rolou pela face masculina. Talvez a felicidade que tanto ansiava ainda estivesse fora de alcance.  


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