Lacuna Sangria escrita por Jacqueline Sampaio
-Senhor Jasper, o conselho marcou uma reunião com urgência! –Disse uma vampira a Jasper. –Parece que o numero de vampiros mortos pela tal caçadora de vampiros aumentou consideravelmente. Hoje ela matou mais um vampiro nobre.
Jasper: Sei. –A vampira se retira. Jasper sorve uma dose de conhaque.
“Três meses se passaram. Ela tornou-se ainda mais mortífera por causa do ocorrido com meu meio-irmão. Mas agindo dessa força só piorará as coisas para si. Não importa quantos ela mate, isso não mudará o que houve.”.
...
Frustração. Essa era a palavra que dominava Bella. Três meses desde o ataque que sofrera no palacete. Não encontrou Laurent. Matava indiscriminadamente na tentativa de amenizar a raiva que sentia. E as coisas ao invés de estarem melhorando, pioravam. A cada vida tirada uma dor sem precedentes no pescoço. Algo que resolveu ignorar.
Bella: Eu vou matar até encontrá-lo... Laurent. Pagará pelo que fez comigo! –Acertou mais quatro tiros nos alvos improvisados que usava para treinar. Sentiu uma dor no pulso ainda não cicatrizado. Sentou-se cansada. Olhou para o pulso ferido com sua adaga de prata quando fez Edward sorver seu sangue. Fechou os olhos, talvez agora se entregasse ao cansaço. Durante três meses concentrou-se apenas em matar.
...
Sentia-se bem, o local onde estava era deveras confortável. O corpo anestesiado, a única dor sentida era em seu abdômen. Abriu os olhos reconhecendo depois de alguns minutos o próprio quarto. E preso nos lábios com uma atadura um pequeno tubo por onde sorvia sangue. Um sangue cujo cheiro identificou como sendo de Bella. Retirou lentamente o tubo sentindo na garganta o gosto do sangue da jovem o que o deixou incomodado.
Edward: Bella? –Murmurou o nome em meio à semi-escuridão do quarto. Ergueu-se em pouco logo sentindo uma dor no abdômen que o fez voltar a deitar. Tudo o que ocorrera voltava a sua mente, agora o que mais queria era se certificar se Bella estava bem embora o excesso de sangue posto para que Edward sorvesse o preocupasse. Ainda com fortes dores abdominais vestiu-se apenas com um hobby cobrindo o peito desnudo e a calça moletom negra. Saiu do quarto.
Caminhou lentamente por sua propriedade, estava atento a tudo. A encontrou encostada em uma arvore, uma das mãos sangrava, a outra colocada em seu pescoço.
Edward: O que aconteceu com você? –Murmurou apenas para si enquanto se aproximava. Parou assim que Bella levantou sua cabeça. Minutos que pareciam ter a duração da eternidade, os olhos cor de ocre e os olhos castanhos fitando-se, estudando-se. Edward dá um meio sorriso e Bella enfim esboça alguma reação. Levantou-se, os olhos femininos marejados.
Bella: Edward... –Sussurrou tentando falar algo mais do que o nome do jovem diante de si. Correu até entregar-se ao abraço de Edward. Este sentiu algo estranho ao abraçá-la, como uma energia forte, maléfica que encobria o corpo da jovem. Ignorou ao ouvir a voz da moça.
Bella: Eu pensei... Pensei que iria perdê-lo... –Edward ajoelhou-se levando consigo Bella, os dois ainda abraçados. Depois de alguns minutos em silencio, Bella afasta-se olhando assustada para o Cullen. –Você está bem? Está sentindo alguma dor? –Pousou as mãos no rosto masculino, Edward bendisse aquele ato colocando suas mãos sobre as de Bella.
Edward: Minha saúde está boa. Mal acredito nisso. Eu deveria estar...
Bella: Ainda bem que consegui salva-lo!
Edward: Mas você está... –Ele pega o pulso de Bella.
Bella: Não se preocupe, pois o ferimento já está cicatrizando. Eu fiz há três meses para que você sorvesse meu sangue.
Edward: Três meses? Estou adormecido há três meses?
Bella: Sim. E... É melhor entrarmos. –Bella levanta-se ajudando Edward a se locomover. Os dois caminham para o interior da casa até chegar ao aposento de Edward, este se deita.
Bella: É melhor continuar deitado. Quer que eu prepare algo para você?
Edward: Obrigado, mas estou bem. Enquanto a você?
Bella: Eu? –Bella senta-se ao lado de Edward na cama.
Edward: Você esteve me alimentando durante o tempo em que estive desacordado?
Bella: Sim.
Edward: Por isso seu pulso não cicatrizou, por que você o feriu diversas vezes para retirar sangue, não é?
Bella: Sim. –Edward levou a mão à testa, visivelmente aborrecido.
Edward: Não deveria ter feito isso, logo o seu sangue.
Bella: Foi preciso e eu não me arrependo.
Edward: Você nunca esteve bem por não sorver sangue, com essa atitude deve ter piorado seu estado.
Bella: Eu estou bem. Nunca mais tive crises por não beber sangue. –Bella mantinha um olhar vazio.
Edward: Aconteceu algo durante esses três meses?
Bella: Não. –Edward captura o rosto feminino.
Edward: Você mente. O que houve com você? Está diferente.
Bella: Nada aconteceu.
Edward: Então o que fez durante esse tempo? –Bella olhou fixamente para o jovem vampiro.
Bella: Eu matei! Matei todos os vampiros que encontrei na tentativa de localizar o tal James e Laurent. E não me sinto mal por isso. –Bella estava diferente, Edward sabia. E parece que, mais do que nunca, a Bella doce e bondosa que conhecera não existia. E sem duvida aquela mudança se atribuía ao acontecido com ele. E... Pensando melhor no ocorrido Edward concluiu algo perturbador.
Edward: Bella? O que aconteceu depois que me feri?
Bella: Laurent foi embora.
Edward: Ele não apareceu mais aqui?
Bella: Não.
Edward: Estranho...
Bella: Por que estranho?
Edward: Ele alegou ser do conselho vampiresco. Disse que havia sido incumbido de matá-la. Então por que ele desapareceu depois de me ferir e não voltou mais aqui? –Bella parou. Estava tão alheia ao que acontecia que não chegou a pensar nessa possibilidade.
Edward: É bem provável que Laurent veio até aqui com outro propósito. Só não imagino qual seja.
Bella: Nem eu. Não importa a motivação. Ele se verá comigo quando encontra-lo. Farei questão de matá-lo pelo que ele fez a você. –Edward segura à mão de Bella.
Edward: Eu devo fazer isso. Não quero que faça nada. Quero que descanse e me deixe agir.
Bella: Sinto muito, mas eu não irei parar. Eu vou... –Bella crispa os olhos levando a mão ao pescoço.
Edward: Bella, tudo bem? Você não parece bem.
Bella: Estou bem sim. Só estou cansada, mas isso passa. –A mão ainda no pescoço. –Eu vou descansar um pouco. Descanse você também Edward. –Bella acariciou o rosto do vampiro. Edward fechou os olhos para melhor apreciar o ato. Naquele instante as lembranças referentes ao que Edward havia dito quando ficou gravemente ferido assaltou a mente de Bella. Esta, rubra, retirou a mão do rosto de Edward para desapontamento do mesmo. –Eu vou para meu quarto. Logo mais venho vê-lo. –Saiu.
Bella cambaleia. Chega ao aposento retirando sua blusa e indo até o grande espelho em seu quarto. Olha atentamente para a marca que havia aparecido, um marca negra que lembrava a fechadura de uma porta. Colocou a mão no local, a dor aumentando.
Bella: Que diabrura é essa?
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