Alec P.O.V

Depois de Luck relembrar meu passado um pouco ameaçador, corremos até o lugar abandonado. Arrombamos as portas e entramos correndo, preocupados com a vida de Suzan, que corre perigo.

Encontramos vários homens ao redor de Suzan que se encontrava presa contra a parede, e um homem a torturando com uma faca. Por causa dos portões serem arrombados o barulho foi estrondoso, e os homens olharam nos olharam e então vieram para cima de nós.

Luck parecia extremamente desesperado, Suzan Hunter Hall é sua missão e ela está sangrando. Sangrando muito, com cortes no rosto, nos braços e a blusa completamente rasgada, manchada de sangue.

O homem que supostamente seria o chefe de tudo aquilo, olhou para trás para ver o que estava ocorrendo, e não pareceu nada espantado, provavelmente ele já tinha em mente o que fazer em alguma situação dessas. Ele pegou uma garrafa grande, que estava no chão, ao seu lado, abriu-a e jogou todo o líquido que havia dentro envolta de Suzan, e depois em todo o lugar. Álcool.

- Vamos embora, vamos! – Ele gritou, chamando a atenção de seus parceiros, que saíram correndo do local juntos. Mas antes do homem ir embora, acendeu um isqueiro e jogou-o no chão.

Em poucos segundos vimos todo o lugar sendo incendiado, Luck correu até Suzan que gritava e chorava desesperadamente.

- VOCÊS, VÃO BUSCAR AJUDA, AVISEM TODOS! – Luck berrou, enquanto procurava a chave das “algemas” que prendiam Suzan. – VÃO, VÃO, VÃO!

Saímos correndo do local, com alguns locais do corpo ainda pegando fogo, porém esse não era o maior problema no momento.

Luck P.O.V

Depois dos dois irem buscar ajuda, continuei a procurar pela chave desesperadamente, até que a encontrei, finalmente. Abri as algemas que prendiam Suzan, minhas mãos estavam tremendo, eu estava soando muito e ela também, além de estar sangrando e chorando muito.

- Agora vamos embora! – Eu disse, a pegando no colo, e atentadamente atravessando todo o fogo, preferindo caminhos sem tantas chamas, mas era praticamente impossível não se queimar. Tudo isso atrapalhava muito os meus poderes, eu não estava concentrado o bastante para poder correr mais rápido.

Eu estava muito nervoso. Meus braços e pernas tremiam, e eu temia cair, e derrubar Suzan junto comigo.

- MAS SEVENFOLD! – Ela berrou. – VOCÊ É UM VAMPIRO!

- Bem observado ruiva!

- VOCÊ NÃO DEVERIA TER IMUNIDADE A FOGO OU ALGO ASSIM?

- SUZAN...

- O QUE FOI?

- CALA A BOCA! Temos que sair daqui o mais rápido possível, esse prédio é muito antigo, e em qual quer momento pode desabar!

Um grande pedaço de madeira caiu ao nosso lado, realmente muito perto, quase nos acertando. Estávamos quase chegando ao portão, e então tudo começou a cair, até que chegamos ao portão e conseguimos correr para fora do local.

Ouvimos um barulho estrondoso, provavelmente tudo desabando. A minha casa não estava tão longe, mas estaria mais próxima ainda se eu conseguisse concentrar os meus poderes.

Vimos meu pai e o resto dos vampiros que estavam ajudando a encontrar, entreguei Suzan ao meu pai, provavelmente ele conseguiria correr rápido o bastante para chegar em casa e socorrê-la. Clark e Alec me ajudaram, antes de apoiar meus braços nos ombros deles, torci o meu pé, o que deixou o meu dia mais fodido do que já estava.

Chegamos em casa, Suzan estava deitada em um sofá, e então me deitei em outro. Nenhum ferimento dela estava mais sangrando, e isso me deixa aliviado. As queimaduras estão sendo tratadas é claro, e agora ela está segurando uma bolsa de gelo em seu ombro, que provavelmente foi atingido pelo pedaço de madeira que caiu perto de nós.

Todos estavam na cozinha, preocupados, e meu pai, provavelmente, preparando algum remédio extremamente ruim que a avó dele fazia.

- Está tudo bem? – Perguntei, em um tom meio baixo.

- Bem, eu estava pior naquele lugar. – Ela respondeu, e me lançou um meio sorriso.

- Aquela madeira machucou você não é?

- Foi...

- Me desculpe.

- Pelo que, Luck? Você me tirou daquele lugar, eu iria morrer lá. Você não me deve desculpas, eu te devo ao menos um “obrigada”.

Sorri de lado, e me ajeitei no sofá.

- Ô pai, hora de cuidar de mim, agora! – Gritei para ele, que logo estava voltando à sala, com um copo com um liquido de cor indefinida dentro, panos úmidos e uma bolsa de gelo.

- Toma. – Ele disse, e jogou um pago úmido pra mim. – Limpe suas queimaduras, e se estiver alguma ardendo muito, coloque a bolsa de gelo. E tome isso. – Ele me entregou o copo com o liquido estranho, que cheirava mal pra caralho. – Vai fazer você melhorar.

- Pai, o senhor quer que eu melhore ou vomite em cima do senhor? – Perguntei, ele me encarou feio, e então logo tomei o liquido.

- Não tome tudo, deixe para a Suzan! – Exclamou, logo pegando o copo da minha mão, e entregando para a pirralha. – Tome. Minha avó fazia para mim, é uma receita de família. – Ele sorriu.

Ela logo fez uma careta ao sentir o cheiro horrível daquilo, e então, por livre e espontânea pressão, tomou o resto do remédio, que por sinal, ela também detestou o gosto.

- Tem água? – Ela perguntou, ainda com a mesma careta.

- Claro, - Meu pai respondeu, e riu. – O gosto é ruim, mas vocês irão melhorar rápido. – E saiu da sala, voltando algum tempo depois, com duas garrafas de água.

- Obrigada, senhor Sevenfold. – Disse a ruiva, pegou a garrafa e tomou, parecendo aliviada de se livrar daquele gosto tremendamente horrível de sua boca.

- Valeu pai. – Eu disse e peguei a garrafa, tomei tudo em segundos. – Pai, o senhor tem certeza que fez a receita certa? Porque eu não me lembro do remédio da minha bisa avó ter esse gosto ruim pra cacete!

- Luck? – Pediu, meu pai.

- O que?

- Cale a boca para poupar a sua vida. – Disse sério, mas depois soltou um pequeno sorriso. – Quando algum de vocês se sentirem melhor, avisem, vamos ajudar vocês a subirem as escadas, para tomar banho. – Então ele foi pra cozinha, com o resto do pessoal.

- Acho que eu vou dormir um pouco. – Disse Suzan, e se ajeitou no sofá. – Vão avisar o Armand sobre isso, não é? É o meu tio... E também precisão avisar para minha mãe...!

- Calma, ruiva! – Eu disse. – E nós vamos, depois que você tiver condições para andar! É muito perigoso pra você passar pelo portal e ir até o mundo mortal nessas condições!

- Mas...

- Mas nada, Suzan! Você pode morrer, porra!

Então ela ficou calada. No momento só podíamos ouvir vozes do pessoal conversando na cozinha, e trovões, anunciando uma possível longa tempestade.

Agora haverá tempestades a noite toda, e talvez até pequenos redemoinhos que logo irão se desfazer, do outro lado da cidade.

Isso tudo porque queriam matar a Suzan. Suzan Hunter Hall será a nova governanta de Gorgoroth, isso está escrito, é uma profecia a se cumprir. Se não acontecer, ou se Suzan morrer, Armand continuará a ser o governante, porém acontecerão coisas horríveis. Caos.

Tempestades, terremotos, furacões, tudo desabando, vampiros perdendo o controle.

Gorgoroth vai praticamente ser destruída, e depois de anos, ser construída novamente por completo.

É por isso que eu me pergunto o porquê de querer matar a Suzan... Se matarem a Suzan, no futuro, matarão mais da metade da cidade com o caos.

Eles só querem isso para Armand continuar a ser o governante. Mas Armand não vive para sempre.

Há pessoas que o odeiam, muitas. Porém essas muitas pessoas sabem do perigo de matar um governante.

Se Armand morrer, e Suzan também estiver morta, Gorgoroth fica sem governante até nascer outro dividido, o que leva anos.

E sem governante, haverá muito sangue, mortes, tudo fugirá do controle e até talvez o fim da raça dos vampiros.

Porém se Suzan não morrer, nada disso acontecerá.

E se isso tudo depende de mim, Suzan não morre. Não enquanto estiver sobre a minha vigília. É a minha missão.