O Menino que Sobreviveu escrita por gelmo


Capítulo 7
O Inicio da Guerra




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As batidas continuavam, e numa voz de lamento, todos ouviam:

- Sou eu, sei que Harry Potter está aí, deixem-me entrar

Numa mescla de fascínio e horror, os garotos não desgrudavam do curiosivim, Hermione correu até a janela, para poder ver com seus próprios olhos quem estava a porta, pois não podia ser Neville Longbottom. Eles tinham assistido seu enterro. O ângulo, porém não a ajudava, a entrada da casa estava fora do seu alcance de visão. Sem outro recurso, ela voltou para junto dos amigos, observar o que se passava dentro da cozinha.

- Alguma defesa na casa Arthur? – sussurrou Sirius

- Nada de especial - respondeu o Sr. Weasley também sussurrando -, não tínhamos idéia do que esperar, eu ia providenciar um feitiço fidelius, mas não houve tempo.

Com uma mão, Moddy fez sinal para que ficassem quietos, com a outra indicou à Tonks que abrisse a porta. A auror aproximou-se com cautela, varinha em punho, pronta para atacar primeiro e perguntar depois. Com agilidade ela abriu a porta num golpe brusco, mas o horror da verdade, a ser encarada no garoto parado na soleira, a fez vacilar por alguns instantes, infelizmente foi o suficiente para a criatura atacar sem piedade. Com selvageria e crueldade, dilacerou o pescoço da bruxa com dentes apodrecidos.

Quase que imediatamente, um jorro de fogo partiu da Varinha de Shacklebolt, e fez um circulo em volta da criatura, afastando-a de Tonks, Lilian e Snape, já lhes prestavam socorro.

- Se as moças conseguirem se mexer, - rosnou Snape - sugiro avisarem Dumbledore do ocorrido. Venha Lily, temos de levá-la ao St. Mungus.

Sem mais palavras os três aparataram.

- Eu aviso Dumbledore, - disse Olho Tonto – Remo, ajude Kingsley a escoltar essa coisa até Azkaban, Ted vá com Tiago e verifiquem o túmulo do garoto Longbottom, tenho a impressão de que foi violado.

Os outros integrantes da Ordem da Fênix ficaram na cozinha dos Weasley por algum tempo ainda, tentando digerir o que tinham visto.

No quarto de Rony, a incredulidade era palpável.

- Não pode ser Neville, pode? Quer dizer, nós vimos o enterro, ele está morto não está?

- Não sei Mione, mas seja o que for, aquela coisa fede a Arte das Trevas. – Fred estava pela primeira vez na vida, sem nenhuma piada nos lábios. – Venha Jorge, parece que mamãe precisa de algum apoio.

Ao se verem sozinhos no quarto, Harry disse aos amigos:

- Acabei de me lembrar de algo que o Prof. Belby disse ano passado na aula de defesa contra as artes das trevas. Apenas bruxos podem se transformar em fantasmas não é? E quanto a inferis?

- Sei o que você está pensando Harry, - respondeu Hermione – Qualquer cadáver pode ser animado para se tornar um inferi, mas eles perdem completamente a capacidade de raciocínio, são apenas marionetes controladas pelo bruxo que os criou. Aquela coisa estava falando.

 

 

Harry e Hermione permaneceram na Toca durante a última semana de férias, e sempre que as coisas pareciam estar se normalizando, o Profeta Diário anunciava o sumiço inexplicável de algum bruxo, ou alguma morte igualmente misteriosa. Mais três comensais da morte foram mortos pela policia trouxa. Sobre o suposto Neville, ninguém mais tocou no assunto, até que uma noite, Harry acordou de um sono agitado, e resolveu tomar um copo de água antes de voltar a dormir; desceu as escadas em silencio, para não acordar ninguém, pois já passava da meia noite, ao aproximar-se da cozinha no entanto, notou que havia pessoas conversando em voz baixa. Ficou dividido entre a curiosidade e a culpa de espionar os donos da casa, quando já se preparava para dar meia volta e voltar para o quarto, ouviu a voz de Dumbledore; a curiosidade então venceu, e ele aproximou-se o mais sorrateiramente que pode e passou a prestar atenção ao dialogo.

- Eu mesmo o testei, - dizia a voz de Dumbledore – É o garoto Longbottom, disso não há duvidas.

Para a surpresa de Harry, foi a voz de seu pai quem perguntou:

- Inferi?

- Pior do que isso Tiago, - respondeu Dumbledore com tristeza na voz – Possessão. Pelo que eu entendi, Voldemort após trazer Longbottom de volta, transferiu para o corpo do garoto, alma e mente de um de seus homens. Tal magia foi tão maligna, que resultou naquilo que vocês viram, uma criatura que só tem um propósito na existência.

- Qual propósito? - Ouviram o Sr. Weasley perguntar

- Matar Harry – sentenciou Dumbledore.

- Há algo que o Sr. possa fazer? – Era Lilian quem perguntava, um ligeiro traço de pânico na voz

- Sim, já me ocorreram varias idéias, o problema é que, quem quer que esteja possuindo o cadáver, é inteligente, e só toma o controle do corpo, quando há chances de matar alguém, no resto do tempo, é a consciência do falecido Neville quem predomina. Ele sabe que está morto, sente sua carne apodrecendo aos poucos. Tem medo e dor constantemente, mas ainda assim é só um garoto de doze anos implorando ajuda, nem que essa ajuda seja uma morte rápida e piedosa. Mas não podemos matá-lo.

- O que Ignoto acha disso? – Ouviram a voz de Snape entrar na conversa

- Quem é Ignoto? – quis saber Tiago

- Ignoto diz que para matarmos a criatura e acabar com o sofrimento do menino, temos primeiro de descobrir quem o está possuindo e neutralizar seu corpo físico. – Harry notou que Dumbledore esquivou-se habilmente da pergunta de seu pai.

Harry, com o coração aos saltos, voltou para o quarto de Rony, onde acordou o amigo e contou-lhe tudo que ouvira na cozinha. Rony pareceu ainda mais assustado que Harry.

- Mas porque matar você? Por que Você-Sabe-Quem quer matá-lo Harry?

O menino não soube responder a essa pergunta, nem tão pouco Hermione no dia seguinte, quando os garotos a colocaram a par do que sabiam.

 

 

Os dias passaram-se mais tranqüilos depois dessa noite.

Dumbledore fora convidado a assumir o cargo de ministro da Magia, e declinou mais uma vez. Foi então nomeado Rufus Scrimgeour como Ministro.

No quinto dia que estavam na Toca, receberam as corujas de Hogwarts, com a lista de materiais para o ano letivo. Harry estranhou um dos itens pedido, e foi conferir na lista de Rony se também constava o item suspeito:

- O que eles querem dizer com trajes de Gala? Pra que eu iria querer um traje de Gala? - Um nó se formava secretamente em seu estomago, como se ele tivesse engolido uma bola de pelos do Bichento. Trajes de gala, geralmente significavam festas, e festas significavam garotas a serem convidadas.

Harry olhou para o amigo, que pelo tom esverdeado do rosto, tinha chegado a mesma conclusão. Percy, que estava trabalhando no ministério da magia desde o começo do verão, fez ares de importante e disse-lhes:

- Infelizmente não posso dar pormenores, isso é informação privilegiada. Mas de um jeito ou de outro, vocês logo vão descobrir.

- Ah Percy, vai mastigar ovos de fada mordente, - tascou-lhe Jorge sem tirar os olhos da sua lista.

- Harry querido, Lilian mandou avisar-lhe que passa aqui para retirar as orelhas e o rabo de vocês, e nos acompanhar ao beco diagonal; e quanto aos seus pais Hermione? – indagou a Sra. Weasley.

- Eu escrevi para eles, vão nos encontrar no caldeirão furado.

 

 

-Venha Rony, a “Silverlight” está em exposição na Artigos de Luxo para Quadribol. Vamos dar uma espiada.

Mal haviam chegado ao beco diagonal, e todos se separaram, Hermione fora encontrar os pais no Caldeirão furado, Lilian e Molly foram providenciar vestes para os garotos, O Sr. Weasley se dirigiu ao Gringotes, Os gêmeos foram se abastecer de fogos de artifício, Gina fora arrastada com a mãe, embora, contra vontade. Harry e Rony foram ver a tão comentada vassoura de corrida da Black Lupin.

- Poxa Harry, Sirius é seu padrinho, se você pedir com jeitinho, será que ele não te da uma de presente de aniversário?

- Acho que sim, mas mamãe me mataria se eu pedisse. Se ao menos meu pai aceitar ser garoto propaganda deles, teremos uma em casa.

- Ouvi dizer que ela ultrapassa a Firebolt com apenas setenta por cento de sua velocidade máxima, e sua dirigibilidade é tão precisa que praticamente qualquer um pode pilotá-la. Além disso, colocaram um feitiço impermeabilizante, que impede o piloto de se molhar numa chuva.

Estavam tão entretidos nessa conversa que não notaram quando as pessoas começaram a correr em pânico pela rua. Só tiveram a atenção chamada, quando uma explosão praticamente os jogou ao chão.

A fachada da “Olivaras: Varinhas de Qualidade”, estava destruída. Fumaça e gemidos pairavam no ar. Dois vultos encapuzados traziam pelos braços o próprio Sr. Olivaras; eles vestiam capas verdes. Os rostos, pareciam terem sido removidos, como se pele tivesse crescido por sobre a boca, olhos e narizes, na testa, as letras “H” e “S”, num símbolo estranhamente entrelaçado, na mão esquerda traziam, um grilhão, cuja corrente balançava tetricamente, como amostra de sua vassalagem.

Na frente, vinha um terceiro homem, que parecia ser o líder do bando, ele apontou displicentemente a varinha para a multidão e gritou:

- Avada Kedavra.

Um jorro de luz esverdeada cobriu a rua, mas chocou-se com a mão aberta de um homem de manto cinza, e capuz que lhe cobriam os olhos. O estranho aparatara bem na linha de fogo. Ele segurava a maldição, agora uma esfera de luz verde pulsante e a olhava com curiosidade, então, como alguém atira uma pedra, lançou-a de volta, em direção aos homens sem rosto.

 


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