CAP 1  Acidente

Chovia forte aquela noite, mal dava para enxergar a rua. O silencio dentro do carro era irritante, eu não gostava de não ouvir a voz dele. Angustiava-me ver ele daquele jeito, mas não tinha nada que eu pudesse fazer. Fazia dias que ele não sorria, me deixando ainda pior. As brigas tinham aumentado, e ele só piorava.

Já passava da meia-noite, estávamos voltando para casa, depois de mais uma discussão de família.

-Bill! Não fica assim! Sabe que o Tom é muito insensível, ele não falou aquilo por mal. – Ele não me responde, nem ao menos me  olhou.-Vocês dois estavam alterados,  a preção do novo CD, a  turnê,  esta deixando todos nervosos, não fica assim.-Ele suspirou e me olhou.

-Thalia, não se preocupe. Eu vou ficar bem, já estou acostumado com o Tom me tratando daquele jeito.

-Eu sei Bill, é só que, eu não gosto de te ver assim, triste, pra baixo. - Fitei seus olhos por um longo tempo, e depois suspirei. - Esta bem. Só me prometa que vai melhorar esse humor, tudo bem?

-Tudo bem, mas você vai se preocupar menos. – Fiz uma careta, mas sabia que ele só queria acabar com aquele assunto. Suspirei, dando-me por vencida.

-Certo. – Um lindo sorriso se espalhou pelo seu rosto, o MEU sorriso, sorri de volta. Ele tirou umas das mãos do volante, para acariciar minha bochecha. Fechei os olhos para aproveitar o momento, mas um barulho chamou minha atenção. – BILL, CUIDADO. – Gritei desesperada. Meu corpo foi jogado para frete, senti o cinto impedindo que eu batesse a cabeça. A sensação de estar rodando, os vidro se quebraram, senti alguns dele cortarem meu rosto. Senti depois mais uma pancada, e depois só escuridão.

Acordei ofegante. Foi só um pesadelo. Disse para mi mesma, mas ao passar a mão pela testa, vi uma agulha no meu pulso direito. Olhei para os lados. Estava em um quarto branco e tons de bege. (link http://karlacunha.com.br/wp-content/uploads/2009/06/quarto_hospital.jpg ) Estava em um hospital, Tom estava sentado com a  cabeça para  baixo no sofá dormindo. Minha cabeça girava a mil por hora, fleches do ‘’pesadelo’’ vinham me deixando ainda mais confusa. Meu corpo todo dói e latejava, mas a pior era a cabeça. Se eu estava aqui, onde estava o Bill? Por alguma razão meu coração se apertou e uma lagrima rolou pelo meu rosto.

Estava silencioso, ao olhar pela janela notei que já era noite. Ainda era o mesmo dia? Quando tempo se passou? Por quanto tempo eu fique desacordada? Mil perguntas rodopiavam na minha cabeça, o que só piorava a dor. Fitei mas um minuto o quarto e meus olhos perderam o foco. Cai novamente na inconsciência.