A Missão Final escrita por Gaia


Capítulo 18
Confissão




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Sakura correu sem olhar para trás, como se o vento que ela atravessava fosse fazer ela parar de sentir medo e ódio. Confusão e desgosto.

Abriu a porta da casa as pressas e poe-se a correr pela rua, esquecendo de se preocupar com sua segurança, naquele momento, nem ela importava mais. A água da chuva caia violentamente sobre o seu corpo agitado, encharcando suas roupas que já grudavam em sua pele arrepiada.

Ela não sabia para onde ia, apenas corria pisando em poças e ignorando as faces confusas que a fitavam por baixo dos guarda-chuvas.

– Sakura! – ouviu de longe. Ela não parou, muito menos virou a cabeça, apenas moveu as pernas mais rapidamente, esperando se livrar daquela voz que, apesar de tudo, ainda a hipnotizava.

Tentava despistá-lo virando em ruas estreitas e correndo o mais rápido que podia, sabia que se o olhasse não iria se conter em falar tudo que estava engasgado em sua garganta. Ela mirou o horizonte e se deparou com uma grande parede, estava em uma rua sem saída.

- Não seja ridícula! – Sasuke gritou ofegante ao encontrá-la.

Aquele pequeno insulto libertou toda a fúria que ela estava tentando conter na sua corrida. Parou bruscamente e virou-se para encarar a figura que tanto odiava no momento, por algum motivo que era muito maior do que o de ínicio, o que Sakura mais desejava naquele momento era fazê-lo sofrer.

- Eu… Sou rídicula? – ela ralhou tremendo, olhava fixadamente para os olhos de Sasuke, tentando achar uma brecha para poder atacar. – A única coisa rídicula aqui é você e sua prepotência!

– Vamos voltar para a casa. – Sasuke ordenou se aproximando da figura trêmula e furiosa a sua frente. Estavam sozinhos naquele beco.

- Eu não vou a lugar nenhum com você!  - ela berrou inconformada com a oferta.

– Você não entende que…

- EU SEI! Eles querem me matar. – Sakura completou a frase impaciente, estava cansada de ouvir os mesmo argumentos. – Eu sei
que você só quer descobrir o que está acontecendo e se eu fugir eles vão me achar e matar. Eu sei de tudo isso!

Sasuke a olhou confuso, se ela sabia de tudo aquilo tão claramente como disse, por que estavam ali? 

A chuva aumentava e as gotas violentas começavam a machucar as faces conturbadas de ambos. O Uchiha deu mais um passo hesitante e ficou mais próximo de Sakura, que havia abandonado a expressão de fúria que antes a dominava.

– Eu não quero mais ficar perto de você Sasuke. – ela confessou séria. – Eu simplesmente me recuso a ficar com alguém que trabalha para uma organização que matou duas pessoas inocentes.

Ele franziu o cenho e inspirou para falar alguma coisa, mas nada saiu de sua boca, afinal, de certa forma ela estava certa. Sasuke simplesmente bufou e acenou com a cabeça. Depois, ainda hesitante, deu alguns passos para trás e abriu passagem para que ela começasse a correr novamente.

– Fique com Kakashi, eu vou para outro lugar. Assim que eu descobrir tudo, te tiro de lá. – ele murmurou sem expressão.

Sakura ergueu as sombrancelhas e se surpreendeu com a compreensão dele. Suspirou e, já calma, disse ainda tremendo:

- Não. Eu…. -  ela começou sabendo extamente o que iria dizer. Mas, quando o fitou, seu olhar orgulhoso e completamente indiferente a fez mudar de idéia imediatamente. – Perfeito.

Sakura ergueu a cabeça e passou por ele sem abaixá-la. A chuva não havia cessado e a cada passo hesitante da rosada, ela controlava as lágrimas de frustação e raiva que vinham.

Já estava prestes a virar a esquina quando Sasuke a pegou pelo braço, como fizera da primeira vez que se conheceram. Por um breve momento, o vento congelante e a água não a deixavam com frio, e a sensação que percorreu seu corpo foi a mesma de quando ela o abraçou.

- Isso é seu? – ele perguntou quando ela virou lentamente para fitá-lo. Sasuke estava com um pequeno pingente de cereja nas mãos, o qual ela demorou para notar.

Sakura pegou o pingente rapidamente e perguntou perplexa:

- Onde você achou isso?

- No chão da casa de Kakashi. - ele respondeu com a voz falha.

- Obrigada. – ela disse, guardando com cuidado o pingente no bolso de sua calça molhada. Percebeu que a chuva havia parado, mas o vento continuava a bater na sua face, fazendo-a tremer ainda mais. Quando finalmente seus dentes começaram a bater, desejou mais do que nunca aquele abraço que a aqueceu tanto.

Balançou a cabeça totalmente indignada com sua hipocrisia, como ela poderia querer ficar longe dele se queria abraçá-lo e não soltá-lo? Por que os seus princípios morais sempre pareciam falhar nessas horas?

- Onde você vai ficar? – Sakura perguntou. Mesmo contra sua vontade racional, seu coração simplesmente se importava com os outros, até com o homem que supostamente a enojava tanto.

Agora era Sasuke quem ficara irritado, como ela poderia ser tão bipolar? A instantes ela estava furiosa e de repente simplesmente pergunta onde ele iria ficar. Ele não a compreendia e isso o deixava completamente furioso consigo mesmo e com ela, por algum motivo inexplicável. Já estava cansado do efeito que Sakura lhe causava, não era normal.


- Não sei. – ele notou a boca da rosada e viu seus dentes batendo. Como a imagem de quando ela estava chorando, aquela o tocou. – Vá se agasalhar.

– Como assim não sabe?!

- Você está tremendo...

– Sasuke, se você não tem onde ficar, pode ficar na casa de Kakashi. Eu não posso te impedir. – Sakura afirmou com mais facilidade do que de quando disse que não queria ficar perto dele. Talvez fosse porque a primeira afirmação era uma mentira não percebida.

“Como ela se importa tanto?”, era a pergunta que não saia da mente de Sasuke. Sakura tinha todos os motivos para deixá-lo morrer ali no frio, e mesmo assim agia diferente, aquela mentalidade era desconhecida para ele. Nunca conhecera ninguém que colocava os outros na frente de si mesmo.

- Não se preocupe comigo. – ele falou entre os dentes, como uma ordem. – Coloque isso.

Sasuke tirou seu casaco impermeável e entregou-lhe com um ar autoritário.

- Não! Coloque de volta, você vai morrer de frio! – Sakura empurrou a mão dele preocupada. Ele estava apenas com uma blusa de mangas curtas por baixo, obviamente colocou o casaco as pressas antes de correr atrás dela.

Sasuke apenas a puxou pelo braço novamente e colocou o agasalho nela, como ela não se manisfetou, ele continuou, apreciando cada momento daquele gesto, era algo novo para ele, preferir sofrer do que ver alguém sofrendo.


Com a proximidade repentina, Sakura corou e se manteve ali por alguns instantes, ela percebeu que não foi o casaco que a aqueceu. Então deu alguns passos pequenos para mais perto de sua fonte de calor e ergueu a cabeça, encontrando o par de olhos ônix, confusos e perfeitamente irônicos. Como se dissessem “você não consegue ficar longe de mim.”

E era verdade, ela não conseguia. Por mais que odiasse tudo que ele havia feito, por mais que tentasse agir com sua ética e seus valores, que tentasse se convencer de que o Sasuke era um assassino impiedoso, o seu coração sempre a lembrava daquele homem encantador que a chamou para sair. E dele ela não conseguia esquecer.

Resolvendo finalmente aceitar seus sentimentos e parar de se enganar, envolveu Sasuke em um abraço apertado. Ele não a afastou, simplesmente colocou os braços em volta dela e involuntariamente sentiu seu perfume perfeitamente doce.

- Eu só trabalho na Akatsuki por causa do meu irmão, senão teria saído assim que o meu pai saiu do controle. – Sasuke murmurou baixo, naquele momento em especial, ele não queria mais o ódio de Sakura, apenas queria ficar ali, a abraçando para sempre e sentindo seu perfume. Ele não sabia exatamente o que estava sentindo, mas era bom, convenientemente confortante, não queria acabar com aquilo.

Sakura deu um sorriso involuntário, ele havia lhe contado algo que provavelmente não contara para ninguém. Isso a deixou extremamente feliz, era como se ele finalmente estivesse deixando sua armadura se rachar. Sem soltá-lo, aproveitou o calor e sussurrou:

- Me desculpe por te julgar. 

Sasuke bufou. Ela não lhe devia desculpas, estava certa afinal.

- Você é irritante. -  ele falou com um meio sorriso.

- E você é um idiota. – Sakura retrucou divertindo-se. Era a primeira vez que realmente se divertia com ele desde que descobriu sua verdadeira profissão.

Ele se afastou e a fitou. “Malditos olhos esmeralda.” , pensou involutariamente. Sakura estava completamente vermelha com os cabelos rosas colados em seu rosto molhado, seus pensamentos estavam a deixando louca e suas pernas ainda bambas por causa do excesso de calor e sensações recebidas.

- Vá para a casa de Kakashi. – ele disse enfim, voltando para a sua expressão de costume, como se nada tivesse acontecido.

- Vamos
para a casa de Kakashi. – Sakura o corrigiu sorrindo.

Ele bufou e passou por ela, como se sugerisse que o seguisse.

- Quando chegarmos, me passe as informações que eu pedi. – ele murmurou seco.

– Certo. – Sakura concordou sorridente, ele podia fingir que nada havia acontecido, mas ela sabia perfeitamente o que ambos haviam sentido a minutos atrás.

Tenso, Sasuke andava mais a frente, ignorando o olhar que lançavam sobre ele. Sakura ia logo atrás, andando rápido para acompanhar os passos largos do Uchiha, que por algumas pessoas, era reconhecido. Ele sabia que sair na rua seria uma péssima idéia.

- Ande mais rápido Sakura. – ele pediu quase correndo. Não podia deixar ninguém pará-lo para tirar fotos.

Finalmente, chegaram na casa deteriorada e entraram rapidamente, fechando a porta em seguida.

- Que bom te rever Sasuke-kun. – disse Karin assim que os viu entrar.


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Notas finais do capítulo

Mais um cap pra vocês amores, espero que gostem desse, eu fiz com muito carinho

Obrigada a todas que estão comentando *----*

Me deixem bastante reviews porque hoje é meu aniversário, ok? IAEHOHEUAE - a chata.

Beeijos :*