Diário de Uma Meio-sangue escrita por


Capítulo 8
Meu Encontro Com o Senhor dos Mortos


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpem a demora, é que eu estou tendo muitas provas e tenho muita atividade quando não estou na escola, entao nao sobra muito tempo para pc, vou tentar postar toda a semana, mas não prometo nada.



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Fui até o quintal da Casa Grande, quando chegue e eu vi Quiron com um homem que eu não pude decifrar a idade, tinha cabelos negros e cacheados, como os meus, o rosto sério, rígido, e os olhos eram escuros como as trevas, mas de vez em quando se mostravam piedosos, e não havia sinal algum de simpatia em sua expressão, exceto, talvez, pela piedade que aparecia às vezes em seus olhos e depois desaparecia com a mesma rapidez ou pelo pequeno sorriso que se formou no canto da boca ao me ver, discreto, pequeno, mas um sorriso, talvez de orgulho ou felicidade, ou foi apenas uma impressão minha. Era meu pai, ele estava ali, como o cão dos meus sonhos disse.

Ele vestia uma blusa, uma calça e um colete pretos, muitos anéis com símbolos que eu não tinha a mínima vontade de saber o que significavam.

Ele se aproximou de mim, me chamou para um canto e disse:

- Olá, Jane, estou feliz por estar finalmente salva aqui, e muito orgulhoso pelo que fez com a Hidra – Por sua expressão ele não parecia nem feliz nem orgulhoso, tinha uma expressão severa, sem sentimento algum – E acho melhor que não saia por aí por um tempo, principalmente sem treinamento algum, descubra sua vida aqui, treine muito e aí, se quiser, saía e encontre seu irmão – ele olhou para o chão, triste, ao citar Nico – Não estou te impedindo de sair, apenas creio que seria mais seguro ficar aqui por algum tempo.

- Mas não tenho lugar para ficar, o Senhor não tem chalé.

- Isso não é problema – Ele murmurou algo como “aqueles deusezinhos me tiraram o trono no Olimpo e anda por cima não me permitiram um chalé aqui.”- Conversei com Deméter e, apesar de me odiar profundamente, ela gosta muito de você, desde quando você nasceu ela sente uma simpatia, e permitiu que se abrigasse no chalé 4 até decidir o que fazer, você tem sorte, ela não faria o mesmo com Nico ou qualquer outro – nesse momento seus olhos brilharam e eu pude jurar que vi lágrimas se acumulando, bem, pelo jeito Hades não é tão ruim assim – Tenho que me apressar, não sou muito bem vindo aqui, falarei com Quíron sobre sua estadia no chalé de minha irmã. – E assim ele desapareceu com um puf.

-x-

Voltei para o chalé de Poseidon onde Grover, Alex, Annabeth e Percy me esperavam, havia acabado de falar com o meu pai, ele me disse para ficar no chalé de Deméter, mas, será que eu devia mesmo? E ele disse que Deméter gostava de mim, mas, pelo o que eu sei, ele e os irmãos Zeus e Poseidon haviam jurado não ter filhos, e se Deméter gostava de mim desde que nasci, como ela sabia que eu existia e era filha de um dos Três Grandes? E por que não disse sobre a minha existência para Zeus?Eu tinha muitas perguntas sem respostas, não sabia se conseguiria responde-las ficando no acampamento.

Quando dei por mim estava parada na porta do chalé, entrei e percebi que todos estavam lá, até Clarisse (o que deixava Percy com raiva e pouco à vontade), todos tensos, e quando olharam para mim vi cinco rostos aliviados com a minha presença, como se acreditassem que meu pai iria me matar, ou que eu voltaria alejada, poxa, meu pai era bom, acho preconceito isso, ele acabou ficando contra a sua vontade com o Mundo Inferior, ele não tem culpa, bem... Assim eu acredito.

- Ah, que alívio – Alex veio correndo para cima de mim quando me viu entrar, ele começou a me olhar de cima para baixo – Você está bem? Inteira? Clarisse disse que era Hades que queria te ver – ele me abraçou pela cintura e quando se deu conta me soltou, nós dois corando – Er... Bem... Eu só...

- Esquece – eu sorri um pouco e depois fiquei séria de novo ao ver a expressão de meus amigos por causa respeito da visita de meu pai.

- E então? – Disse Percy, nervoso – O que ele disse?

- Ele quer que eu fique, disse que posso ficar no chalé de Deméter, que ela havia autorizado até eu decidir o que fazer.

- Você sabe que se trata de Hades, né? – Um calafrio percorreu o pêlo de Grover quando ele mencionou o nome do meu pai – Pode ser uma armadilha, ele pode...

- Não é uma armadilha, meu pai não é assim! – Eu o interrompi, estava ficando nervosa, eles não entendiam.

- Hades é bom em enganar as pessoas, puxou isso de Cronos – Annabeth questionou - Não se deve confiar nele. No primeiro ano de Percy aqui ele tentou nos...

- Eu confio nele - Lá vou eu interrompendo de novo – Ele é meu pai, tenho que confiar nele.

- Mas... – falaram todos quase ao mesmo tempo.

- Ou eu confio nele, ou eu saio do acampamento – E eles se calaram, obviamente ninguém queria que eu saísse. – Vou pegar minhas coisas, encontro vocês no pavilhão.

Sai a tempo de ouvir Alex pedindo para eu esperar e Annabeth o repreendendo, ela sabia como eu me sentia.

-x-

Fui até o chalé 11 e peguei minhas coisas, estavam todos me olhando, alguns preocupados, alguns aliviados, se por eu estar saindo ou por eu estar viva não sei, outros murmurando.

O Chalé de Deméter era lindo, plantas para todos os lados com cheiro de todas as frutas que você possa imaginar e no topo, bem encima da porta, pendiam dois grandes ramos de trigo maduros, os maiores que eu já vi, tinham mais ou menos o tamanho da própria porta, um do lado do outro, percebi que o cheiro das frutas vinha de lá, o feixe de trigo de Deméter. Foi quando uma voz suave e maternal disse em minha mente:

-Entre minha querida, não há o que temer - Disse a voz, calmamente, como assim não há o que temer? Eu estou fazendo o que ninguém jamais fez, NUNCA, vou ficar no chalé de uma deusa que não é minha mãe, e o pior, essa deusa teve a filha sequestrada pelo meu pai, até onde eu sei, ela ficou morrendo de raiva quando Hades levou Perséfone para o Mundo Inferior, mas estou começando a desconfiar que não sei de NADA e agora a deusa estava me dizendo para entrar no chalé dela, EU TINHA TUDO O QUE TEMER!! - adorarás o chalé e teus companheiros pequena meio-sangue. – a voz de Deméter voltou a falarem minha mente, mas calma do que antes, resolvi confiar nela e respirei fundo e entrei.

O interior era todo branco, os beliches estavam todos alinhados no canto do chalé, o chão parecia uma plantação, mas como se estivesse sob um vidro, e de lá, a cada passo que um filho de Deméter dava em direção á mim, eu podia ver as plantas maduras caírem e/ou simplesmente desaparecerem, percebi que o cheiro do fruto que caia se intensificava vindo do ramo de trigo na entrada.

Os habitantes do chalé se aproximavam de mim, com um belo sorriso no rosto, mas o olhar estava apreensivo, queriam parecer simpáticos, não queriam demonstrar medo, apesar de sentirem. Uma garota alta, com olhos castanhos e cabelos lisos da mesma cor se posicionava na frente, o sorriso maternal.

-Olá – disse ela, com a voz simpática como da mãe – Quíron disse que você viria, meu nome e Beth, Beth Linsway, estes são Eric, John, Clear, Samantha e minha irmã caçula, Kelly. – Ela apresentou todos, apontando para cada um. Houve um coro de ``Oi``, todos mais ou menos distantes de mim.

- Er... Olá - Eu respondi, meio sem graça, estava me sentindo uma intrusa.

- Venha - Disse Beth, me levando até um dos beliches, olhei para baixo e percebi que meus passos provocavam um efeito diferente nas plantas, os frutos apenas balançavam, sem cair, ninguém percebeu. Me sentei no beliche. – Acomode-se, o jantar será a mais ou menos meia hora, vou comprar algumas roupas para você na loja do acampamento. – Ela me interrompeu quando eu tentei protestar. – Considere isso como um presente. – Ela pegou um saco pequeno que fez um barulho de ouro, quanto aquilo valeria eu não sei.

Fiquei no chalé com os outros todos à, no mínimo, um metro de distância de mim, eu não iria sobreviver lá por muito tempo.


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Notas finais do capítulo

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