Eu estava em uma sala muito iluminada, todas as luzes voltadas para mim, me cegando, mas em torno de mim não havia luz, e sim um pequeno circulo de sombra, não sei quem ou o que a provocou, mas aquela sombra que me cercava me deixava protegida, eu estava em segurança.

De repente a luz começou a apagar e a sombra a sumir, senti medo, que piorou no momento em que a luz era fraca o suficiente para me permitir ver a silhueta de um homem.

Ele era bem encorpado e não pude ver os seus olhos, mas algo me dizia que eram vermelhos, ou estavam. Ele foi se aproximando ao mesmo tempo em que a luz foi se apagando. A luz apagou por completo e ouvi sua risada e o pânico tomou conta de mim.

Acordei ofegante, suada, mas em silêncio, com os olhos arregalados e o corpo tremendo, eu sentia o medo que senti no sonho duas vezes pior.

Este sempre fora meu ponto fraco,  o escuro, sei que é u medo infantil, mas não suporto ficar em algum lugar em que as sombras não estejam. Desde pequena tenho esse medo, e desde pequena percebo a menor das sombras, por mais fraca que seja. Elas me dão segurança, é como se, por elas, eu possa ir para qualquer lugar, me locomover em um piscar de olhos.

Ainda estava à noite e eu não conseguia dormir com o medo que sentia. Medo da escuridão que se formou no sonho se formar na vida real e tampar o brilho das estrelas, medo de algo acontecer a quem eu amo e desejo bem, medo do homem do meu sonho vir atrás de mim ou dos outros, medo dos meus amigos estarem passando pelo mesmo que eu, sonhando com seus piores medos, medo de dormir e sonhar com ele.

Parecia que Apolo queria esperar mais do eu de costume para fazer o dia começar. Senti um alívio imenso quando vi o sol, que segundo Percy é um carro, nascendo, logo todos acordariam e as sombras apareceriam mais fortes.