Dorme comigo?

 Acabei dormindo nos braços dele. Seu carinho em meus cabelos era muito bom, mas dava um sono.

 Joe dormiu logo depois que eu dormi, porque ele está dormindo agora. Sua mão estava pousada sobre meu cabelo com um de seus dedos enrolados neles. Parecia um anjo, acordado já parece um, dor mindo parece mais ainda. Seu rosto estava tão angelical e sua respiração tão calma. Seu outro braço me segurava pela cintura, como se estivesse com medo que eu fugisse e o deixasse sozinho dormindo.

 Passei minha mão pela sua franja, que caia no seu rosto e vi formar um sorriso em seu rosto. Não sei se estava acordando ou se não estava dormindo em nenhum momento. Sua franja voltou para o local que deveria estar: para trás. Visualizei seu rosto melhor quando isso aconteceu. Seus braços me apertou e ele murmurou alguma coisa que não entendi. Para não morrer esmagada, me apoiei no seu corpo. Passei meu braço em sua cintura e me consentrei nas batidas lentas do coração dele.

[...]

 Ainda era a tarde quando senti ele se mexer em baixo de mim, olhei para cima e ele estava acordando com a carinha amassada, mas muito linda. Logo vi seus olhos se abrindo e dei um sorriso esperando ele me reconhecer.

 — Que horas tem? — ele me perguntou sorrindo

 — 5 horas da tarde — ele se assustou — Calma, ainda não virou o dia! — dei uma risada

 — Ah, que susto! — e começou ele novamente a mexer no meu cabelo

 — Esse carinho...me faz dormir, Joe! — o alertei com os olhos fechados

 — Você dormiu também?

 — Um pouco, mas fiquei esperando você acordar.

 — Não levantou?

 — Não e nem tinha como. Você estava me apertando contra você! — ri contra seu corpo

 — Desculpe, cheguei a machucar? — neguei com a cabeça — Acho que eu não queria que você fosse embora...

 — Mas, eu tenho que ir.

 — Por que não fica? Dorme aqui. Eu posso falar com o seu pai... — ele fez uma cara engraçada — Não, eu não posso. Ele vai querer arrancar minha cabeça!

 Não aguentei e tive um ataque de risos enquanto escondia meu rosto no seu peito. Tinha certeza que seu rosto estava com um ponto de interrogação. Não sei como ele ainda conseguia ficar sem entender o motivo do meu riso. Qualquer um, depois da sua frase, saberia o porquê de sua namorada estar rindo incontrolávelmente. Logo senti lágrimas descendo no meu rosto e me controlei nas risadas. Ou ele pensaria que o que ele queria era algo muito ruim para mim e eu não aceitaria.

 — Alguma coisa errada?

 — Joe sempre tem algo errado quando você fala do meu pai! — comecei a rir de novo — Mas eu falo com ele. Vou te livrar dessa!

 Assim que terminamos de rir, porque ele também começou a rir após a minha explicação óbvia, peguei o telefone do criado-mudo e disquei o número de casa. Não sabia se alguém estaria lá, mas não custava tentar. Senti o corpo de Joe ficar tenso perto de mim e dei um sorriso. Que rapaz medroso!

 — Alô?

 — Pai? — perguntei já tendo certeza que era — Pai, eu quero te pedir uma coisa, mas eu acho que você não vai deixar — dei um risinho

 — Peça para ver se irei deixar, oras.

 — Ok. Eu posso dormir hoje na casa do Joe? — ouvi ele falar com a minha mãe alguma coisa — Espera. Olha, ele chegou hoje e eu já desmanchei com o Michael. E não vai acontecer nada aqui!

 — Amanhã você tem escola, Demi!

 — Eu não vou me atrasar. O Joe me leva na escola — Joe assentiu, pois ele nem sabia disso — Eu durmo cedo também, não tem problema.

 — Ok Demi. Dorme com essa estrela do Rock, mas juízo garota.

 — Eu terei! Tchau! — desliguei e Joe me olhou apreensivo — Ele deixou, baby!

 Não imaginei ver um 'gay' na minha frente! Joe se levantou da cama correndo e desceu às escadas. Corri, imediatamente, para a janela e avistei ele procurando alguém. Greg não estava mais aqui!

 Acho que ele se lembrou disso logo depois que eu pensei, pois ele pegou o celular e começou a discar alguma coisa. Percebi que ele pedia para que viesse cedo para cá, pois eu estaria aqui e precisaria ir para escola. O único problema era: o meu uniforme?

 Assim que ele subiu, radiante, me levantei da cama para abraça-lo. Era bom ficar abraçado à ele em pé. Deitado era muito diferente!

 — Joe... o meu uniforme.

— Ixi. Vou pedir para o Greg ir buscar na sua casa!

 — Não sei se meu pai vai liberar o meu uniforme pro Greg — dei uma risada

 — Então eu te levo lá... — ele pensou um pouco e eu o olhei — Mas eu fico no carro!

 Já sabia que ele diria isso! Será que meu pai é tão assustador assim? Eu não acho. Ele é tão legal. Bem, todos que o conhecia o achava um cara legal demais, inclusive Selena, que era a maior prova real sobre ele.

 Pensando na Selena, como eu vou para NY sem ela? Ah legal. Estarei com meu namorado, mas sem minha amiga...

 — Bem, você precisa comer...

 — E você também! — sorri me separando dele — Tem algo na geladeira?

 — Acho que não. Nem nos armários! — ele riu e descemos as escadas de mãos dadas. Não havia necessidade, mas... todo contato é bem-vindo!

 — Então vamos comer vento — fiz o gesto de pegar o vento e por na boca — É bom sabia? Não tem gosto e não enche a barriga!

 Logo, ele pegou a chave do carro e já íamos nós novamente para algum restaurante. É melhor ele providenciar comida para essa casa!