Através dos Seus Olhos escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 32
Abra Seus Olhos


Notas iniciais do capítulo

N/A: Heeeeeyyy! Demorou mas chegou, hein! Eu queria agradecer imensamente aos desejos de feliz natal e ano novo que vocês me enviaram. Muito obrigada! ^^ Well, agora eu vou indo embora porque sei que pessoas irão me matar após esse capítulo... Enquanto vocês vão lendo eu vou fugindo para as colinas. Beijos e até o próximo.
Música do capítulo: Where I Stood- Missy Higgins



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Capítulo 32- Abra seus olhos.

"Preparado?" O Dr. Palmen perguntou e eu assenti positivamente. Um a um, os curativos dos meus olhos foram retirados.

Mantive os olhos fechados, aguardando a ordem do médico. Eu tinha medo de abri-los  e descobrir que tudo havia sido em vão. O fracasso do transplante era uma possibilidade, mas eu não estava preparado para enfrentar tal resultado. Após ouvir o comando do Dr. Pannel, esperei alguns segundos, até que finalmente abri os meus olhos.

A princípio não consegui distinguir muita coisa, mas à medida que meus olhos iam se adaptando a luz do ambiente, minha visão ficava mais clara.

Era bem verdade que as imagens ainda estavam borradas e fora de foco. No entanto, eu conseguia reconhecer as formas e as cores, mesmo sem conseguir enxergar maiores detalhes.

Eu procurava na minha mente, uma palavra que pudesse traduzir o que eu estava sentindo Não existia palavra boa o suficiente para descrever o sentimento de recuperar alguma coisa que você jurava ter perdido para sempre; não existia palavra para explicar a sensação de sair da completa escuridão para a luz. Só quem já vivenciou a mesma situação poderia entender.

No entanto, a única certeza que eu tinha era que eu queria que Bella estivesse ali. Eu queria poder finalmente ver seu rosto, compartilhar com ela aquele momento, bem como as lágrimas que caíam dos meus olhos.

"E-eu..Eu estou vendo." Respondi, com os olhos mareados.

"Ah, filho!" Minha mãe exclamou com a voz embargada.

"O que você está vendo?" O médico perguntou.

"Por enquanto, apenas sombras e uns borrões." Respondi.

"Não se preocupe, isso é o esperado. A sua visão irá progredir pouco a pouco. Caso isso não aconteça, ou você apresente algum caso inflamatório ou de dor, venha o mais rápido possível." Ele avisou e eu assenti em resposta. "Como eu tinha dito antes, as chances de problemas e rejeição são bem pequenas, apenas 5%. Então, não temos muito com o que nos preocupar, está bem?"

"Ele vai precisar de algum medicamento?" Minha mãe perguntou.

"Sim. Eu vou receitar um colírio antibiótico que vai prevenir uma possível infecção e diminuir a inflamação, deixando-o mais confortável." Dr. Palmer explicou.  "Caso ocorra um acúmulo de muco ou de lágrima seca no canto dos olhos, é só aplicar uma gota do colírio e limpar o local com um cotonete, esfregando de leve na borda das pálpebras, onde os cílios e a pele se encontram."

"E as suturas?" Perguntei, ansioso por saber a data.

"Bem, felizmente conseguimos aplicar a nova técnica no seu caso. Diferente do transplante mais invasivo, com o DSEK não foi necessário utilizar nenhuma sutura. Existe uma bolha de ar entre as camadas de sua córnea que está segurando o transplante no lugar. Dentro de três dias essa bolha irá estourar.”

“Não corre o risco de cair?”

“Não, pois só transplantamos uma camada da córnea, não ela por completo. Com essa técnica tanto a recuperação quanto os resultados alcançados são otimizados. ”

"Óculos serão necessários?"

"Sim, mas eles só serão prescritos daqui a três meses, que é quando o transplante começa a sarar." Eu pude ver um leve movimento nos lábios do Dr. Palmer. Ele devia estar sorrindo. "Mais alguma pergunta?"

"Quando ele vai precisar voltar?"

"Uma consulta daqui a cinco dias e outra na semana seguinte. Depois só daqui a dois meses."

"Eu vou avisar o Carlisle que teremos que ficar aqui por mais uma semana." Minha mãe avisou saindo da sala. Meu pai havia voltado para Chicago na noite anterior, logo após a minha saída da sala de cirurgia. Diferente da minha mãe ele não tinha conseguido dispensa do trabalho.

"Seria interessante vocês contatarem um oftalmologista em Chicago, apenas em um caso de emergência."

"Está bem." Assenti.

"Acho que isso é tudo." O médico sorriu mais uma vez. Ou ao menos me pareceu que sim.  "Edward, eu estou muito feliz por você. Espero que essa nova etapa em sua vida lhe proporcione muitas realizações."

"Obrigado, doutor." Sorri.

"Você já está liberado. Só passar na recepção para assinar os papéis da alta e pode voltar ao seu hotel."

"Obrigado."

"Até semana que vem." Ele se despediu.

"Até." Ele saiu pela porta e no instante seguinte minha mãe já estava de volta.

"Oh, meu amor! Eu estou tão feliz por você." Ela disse me abraçando e chorando ao mesmo tempo.

"Eu também estou, mas não precisa chorar." Disse, dando leves tapinhas em suas costas para acalmá-la.

"Você sabe que eu sou chorona, você já deveria ter se acostumado."

***

Já era a quinta vez que eu ouvia a mensagem 'celular desligado ou fora da área de cobertura'. Eu já estava ficando preocupado. Será que havia acontecido alguma coisa com a Bella? Ou com Renée? Ou será que ela simplesmente esquecera de ligar o telefone? Ou de carregar a bateria?

"Mãe, eu não estou conseguindo falar com a Bella." Reclamei, assim que minha mãe entrou em nosso quarto de hotel.

"Eu também não estou." Ela comentou, mexendo no celular.

"Você tem o telefone da casa dela?"

"Não. Mas eu posso pedir ao Charlie." Ela se ofereceu.

"Não precisa incomodar o pai dela não. Depois eu ligo de volta." Não havia necessidade de incomodar o Sr. Swan. Mais cedo ou mais tarde eu iria conseguir falar com a Bella.

"Consegui falar com o seu pai. Ele disse que nem ele e nem o Emmett virão essa semana." Minha mãe informou. "Ele parecia tão estranho no telefone."

"Ele falou alguma coisa do Jasper?" Perguntei, preocupado.

"Só que ele continua na mesma. Eu não sei mais o que fazer com o seu irmão." Minha mãe deixou escapar um suspiro.

"Os Cullens tem o dom de exagerar." Forcei um sorriso para animá-la.

"Vá descansar um pouco, que eu vou ligar para o serviço de quarto para pedir nosso almoço." Ela ordenou.

"Está bem." Obedeci. Eu ainda estava sob o efeito dos medicamentos, sendo assim dormir não foi a tarefa mais difícil.

***

De volta a Chicago, eu prestava atenção em cada mínimo detalhe de todas as ruas por onde passávamos. Eu tinha uma vaga lembrança de como era Chicago, mas é incrível como uma cidade pode mudar com o passar dos anos. Eu não me refiro a mudanças drásticas, mas aquelas sutis como a troca da cor de uma fachada, o crescimento de uma árvore ou o surgimento de um novo prédio. A cidade estava a mesma e ainda assim completamente diferente aos meus olhos. Talvez eu estivesse mudando a minha perspectiva de ver o mundo, ou talvez eu estivesse prestando atenção pela primeira vez.

Duas semanas já haviam se passado desde o transplante, e a minha visão só melhorava. Tinha dias que ela estava ótima e em outros nem tanto; era como se meus olhos estivessem calibrando, ajustando-se para achar o melhor foco. Mas de um modo geral, minha visão estava quase normal.

"Chegamos!" Meu pai gritou entrando em casa. Ele foi logo seguido pela minha mãe, e só então eu entrei.

"Edward!" Rose exclamou ao me ver e veio correndo em minha direção me abraçar.

"Cara, como você está?" Emmett perguntou e me abraçou logo em seguida.

"Enxergando um pouco." Respondi com um sorriso.

"Como é que tão os olhos?" Ele perguntou.

"Clareando mais a cada dia."

"Que maravilha!" Rosalie sorriu.

"Edward, sente-se para você não se cansar." Minha mãe ordenou. Desde o momento que o médico dissera que eu devia repousar, minha mãe vivia atrás de mim fazendo questão que eu descansasse todo segundo.

"Mas eu estou bem." Tentei protestar.

"Você sabe que precisa permanecer de repouso." Ela resmungou e eu achei melhor obedecê-la. Não havia motivo para contrariá-la no primeiro dia que voltamos. "Ótimo. Agora que todos estão sentados, alguém poderia me explicar o que está acontecendo?" Minha mãe cruzou os braços e ficou encarando todos na sala. De fato, o clima no carro estava estranho. Ela e o meu pai mal trocaram duas palavras, completamente o oposto de como eles agem, mas eu estava ocupado demais notando tudo ao meu redor para perceber que a mudez deles era algo sério.

"É melhor você se sentar, Esme." Meu pai ordenou.

"O que aconteceu?" Minha mãe se sentou, mas manteve sua postura ereta e os braços cruzados.

"Não existe uma maneira suave de se falar isso... O Jasper sumiu." Meu pai disparou.

"O quê?!" Eu vi a cor se esvair do rosto da minha mãe, bem como a drástica mudança de sua respiração. A minha expressão não devia estar muito diferente da dela.

"Na verdade, ele fugiu de casa. Enquanto estávamos em Nova York com o Edward, o Emmett achou um bilhete do Jasper, dizendo que precisava de um tempo longe de todo mundo." Meu pai explicou.

"Só me responde uma coisa: Você sabe disso desde que você voltou para Chicago?" O rosto dela estava livre de qualquer expressão, mas em seus olhos estava a acusação.

"Sim." Meu pai admitiu, envergonhado.

"E você teve a coragem de esconder isso de mim? De mentir para mim? Você me fez acreditar que meu filho estava são e salvo em casa, quando na verdade você nem sabe onde ele está?"

"Calma, querida."

"Calma?! Calma? Um filho meu some da nossa casa e você espera que eu fique calma? Você ao menos falou com a polícia? Ou também resolveu esconder esse fato das autoridades?" Nunca na minha vida eu tinha visto minha mãe tão nervosa quanto naquele momento.

"Eu falei com o Charlie. Na primeira semana não conseguimos muita coisa, mas ontem ele finalmente deu sinal de vida. Parece que ele comprou uma passagem aérea. Só não conseguimos ter acesso ao destino, mas a polícia já está trabalhando nisso." Meu pai explicou, tentando ao máximo manter a calma.

"Como ele conseguiu comprar a passagem?"

"Ele está com o cartão de crédito dele e também pegou uma quantia razoável na poupança." Ele respondeu.

"E o que você espera fazer quando souber para onde ele foi?"

"Ir atrás dele." Meu pai respondeu, logicamente.

"Mas onde será que ele pode ter ido?" Minha mãe perguntou, pensativa.

"Para a casa da Vovó Cullen?" Meu pai sugeriu.

"Acho meio difícil. Do jeito que ele estava, a última coisa que ele faria seria ir para um lugar onde ele só tomaria chá." Emmett apontou.

"Sem contar que Forks é uma cidade parada demais." Rosalie revirou os olhos.

"Será que ele foi para a casa da sua mãe?" Meu pai perguntou para a minha mãe.

"Pode ser."

"Na minha opinião, ele deve ter ido para Phoenix." Assim que as palavras saíram da minha boca, quatro pares de olhos me olhavam intensamente.

"Mas o que ele faria lá?" Emmett perguntou confuso.

"Vamos usar a lógica: Nas últimas semanas o Jasper perdeu duas pessoas muito importantes para ele. Primeiro ele perdeu a namorada que está cega demais para ver o babaca que o James é. Depois ele perdeu a amiga que mais confiava, justamente no pior momento de sua vida." Raciocinei com eles.

"Você acha que ele foi atrás da Bella?" Minha mãe perguntou com o cenho franzido.

"Sinceramente, sim, eu acho."

"Mas isso não tem lógica! Ele estava ignorando todo mundo desde que ele terminou com a Alice. Por que ele correria justamente para a Bella?" Rosalie perguntou.

"Porque ela era a única pessoa que ele falava." Respondi.

"Bem, ao menos temos alguma pista." Meu pai tentou parecer animado.

"O problema é que eu não consigo falar com a Bella desde de o dia da cirurgia." Suspirei. Duas semanas e nenhum sinal de vida. Eu tinha medo de pensar no que esse silêncio significava.

"Eu consegui falar com ela no dia que ele desapareceu. Se ele aparecer por lá tenho certeza de que ela vai ligar." Rosalie disse.

"E o que eu devo fazer enquanto isso? Ficar de braços cruzados esperando para ver se ele realmente vai para lá?" Minha mãe perguntou, finalmente dando vazão as suas lágrimas.

"O que você quer que eu faça?" Meu pai perguntou, sua voz vacilando por um momento.

"Eu vou falar com o Charlie. Eu mesma vou descobrir onde o Jasper foi parar." Minha mãe levantou-se decidida.

"E se ele comprou a passagem só para nos despistar?" Emmett comentou pensativo.

"Você precisa parar de ver tanta TV." Rosalie sussurrou para ele.

"Vamos até a delegacia. " Minha mãe decidiu.

"Está bem. Vocês cuidem de tudo por aqui." Meu pai disse para Emmett e Rosalie. "E você trate de descansar."

"Sim senhor." Disse sarcasticamente, nem um pouco feliz em saber que eu teria mais alguém para pegar no meu pé.

"Se precisarem de qualquer coisa, liguem." Meu pai ordenou.

"Eu sinto como se tivesse retirado um peso das minhas costas. Odeio mentir para sua mãe." Emmett disse assim que meus pais saíram.

"Espero que você esteja certa quanto a Phoenix." Rosalie sorriu.

"Eu também." Suspirei. "Eu vou para o meu quarto, descansar um pouco. Se é que isso é possível."

"Ah, isso é para você." Emmett me entregou uma pequena caixa.

"O que é isso?" Perguntei curioso.

"Bella que pediu para te entregar."

"Valeu."

"Se precisar da gente, é só chamar." Emmett se ofereceu.

"Principalmente se você precisar de ajudar para tomar banho." Rosalie se prontificou, recebendo um olhar nada amigável do namorado. "Que foi? Fiquei curiosa depois de uma conversa que tive com a Bella."

"É melhor eu sair daqui." Com certeza eu ia corar se continuasse naquela sala.

Assim que cheguei no meu quarto, depositei minha mochila em cima da cama e me apressei em abrir a caixa que Emmett tinha entregue. Uma carta e um CD era tudo o que tinha dentro da caixa. Coloquei o CD no aparelho e abri a carta, que surpreendentemente estava em braile. Com certeza ela tinha imprimido aquela carta na minha impressora. A música começou a tocar e meu coração acelerou assim que reconheci a melodia. Por favor, Deus, não...

I dont know what I've done

Or if i like what I've begun

But someone told me to run

And honey you know me it's all or none

"Sinceramente, eu não sei por onde começar. Diversas vezes me perguntei se deveria escrever esta carta, e até agora não sei a resposta. Mas de alguma forma, eu precisava fazê-lo. Eu preciso falar o que eu estou sentindo, e como eu sou covarde demais para te falar pessoalmente, eu o faço por meio dessa carta ..." Eu tive vontade de fechar a carta e depois rasgá-la em pedacinhos. Eu não queria saber o que ela estava sentindo; não quando aqueles sentimentos divergiam dos meus.

There were sounds in my head

Little voices whispering

That I should go and this should end

Oh and I found myself listening

"...Antes de mais nada, eu queria dizer o quanto eu estou feliz que você tenha optado pela cirurgia. Eu sei que já te disse isso muitas vezes, mas eu nunca me canso de repetir. Se eu estivesse aí ao seu lado, você falaria que era tudo por minha causa. Eu não vou afirmar nem discordar de nada,  mas você precisa saber que eu fui a causa de outras coisas que aconteceram..." Sorri brevemente. Bella sempre seria teimosa e modesta demais para aceitar um elogio. Algumas vezes era irritante, em outras era um desafio interessante convencê-la da veracidade das minhas palavras.

Cause i dont know who I am, who I am without you

All I know is that I should

And I dont know if I could stand another hand upon you

All i know is that I should

Cause she will love you more then I could

She who dares to stand where I stood

"...Olhando para trás eu percebo que se eu tivesse agido diferente, se eu não tivesse guardado tantos segredos e não tivesse tentado resolver tudo sozinha, o final haveria sido outro. Se desde o início eu tivesse exposto as reais intenções do James, muito sofrimento teria sido poupado. Hoje eu pude ver o resultado de toda essa confusão..." Eu ainda não conseguia acreditar em tudo o que eu estava lendo. Todo o plano do James e a maneira que ele envolvera Bella nele, parecia surreal demais. Nunca pensei que existisse alguém que dedicasse todos os seus esforços em fazer as outras pessoas infelizes. Continuei a ler a carta e me deparei com o que ela descrevera como sendo o resultado de toda aquela confusão. Jasper a tinha beijado. Sinceramente, eu não sabia como reagir àquela notícia. Uma parte de mim compreendia a confusão que Jasper estava passando, a outra parte queria arrebentar a cara dele por ele ousar ter tocado nela.

See I thought love was black and white

That it was wrong or it was right

But you aren't leaving without a fight

And I think I am just as torn inside

"... A verdade é que eu não sei se consigo encarar qualquer pessoa da sua família, que dirá você. Eu destruí o relacionamento do seu irmão, destruí a vida dele e a Alice virou uma pessoa que ninguém quer falar sobre, em vez da melhor amiga de todos... " Como ela podia imaginar que tais acontecimentos era culpa dela? Bella tinha errado em manter coisas em segredo, mas de maneira alguma ela devia se sentir responsável pela reação da Alice e do Jasper. Ambos haviam sido imaturos e preferiram deixar que James governasse a vida deles a acreditar no amor que sentiam. Jasper e Alice não tinha que culpar ninguém a não ser eles mesmos pelo fracasso daquele relacionamento. Se eles confiassem mesmo um no outro, James nunca teria conseguido o que queria.

Cause I don't know who I am, who I am without you

All I know is that I should

And I dont know if I could stand another hand upon you

All I know is that I should

Cause she will love you more then I could

She who dares to stand where i stood

"... eu sei que por diversas vezes você me disse que nunca se importaria com o meu exterior, já que o interior é o que realmente importa. Mas agora que o meu interior está estragado, o que realmente me sobra? Esperar até a garota perfeita aparecer para roubá-lo de mim? Me desculpe, mas eu não tenho estômago para isso. Ainda mais quando a garota perfeita vive tão perto de você e continua te amando..." Respirei fundo. Eu não conseguia acreditar que ela achasse que por um erro estava condenada aos meus olhos. Ainda mais um erro, que na minha opinião, não era tão grave. Mas o que mais me incomodava era aquela insinuação sobre a garota perfeita.

And I wont be far from where you are if ever you should call

You meant more to me then any one I've ever loved at all

But you taught me how to trust myself

And so I say to you, this is what i have to do.

"...Ela me parece arrependida. Talvez você devesse dá-la uma chance. As pessoas cometem erros banais quando são adolescentes. Não deixe que o passado o impeça de viver o futuro. Ela realmente te ama..." Como Bella ainda não havia entendido que eu não dava a mínima para os sentimentos da Tanya? Talvez eu estivesse sendo cruel. Tanya havia se afastado de mim pelo meu péssimo comportamento. Nem todo mundo conseguia lidar comigo e eu não podia culpá-la por sua atitude. No entanto, se eu realmente a amasse eu teria feito alguma coisa para ela não se afastar. Mas eu não fiz. Eu não gostava de saber que Tanya ainda alimentava sentimentos por mim, por que eu nunca seria capaz de correspondê-los.

"...Eu não estou terminando com você, apenas liberando-o do compromisso de esperar o meu retorno. Não acho justo prendê-lo a mim depois de tudo o que eu fiz. Provavelmente você me absolverá desses pecados, mas Tanya continuaria sendo um assunto inacabado. Eu não tenho forças para brigar por você. Eu tenho medo de ficar e descobrir que apenas adiei meu sofrimento..." Como a Bella podia ser tão idiota? Como ela podia achar que de um dia para o outro eu abriria os meus olhos e resolveria jogar nossa história no lixo por uma pessoa que não teve coragem o suficiente para lutar por alguém que ela diz amar? Será que ela achava que o sentimento que eu tinha por ela era tão volátil assim? Será que eu deixei a desejar na tentativa de certificá-la do meu amor?

Cause I don't know who I am, who I am without you

All I know is that I should

And I dont know if I could stand another hand upon you

All I know is that I should

Cause she will love you more then I could

She who dares to stand where I stood

She who dares to stand where I stood.

"...Você vai me odiar, mas não se culpe, eu também me odeio no momento. Mas saiba que não importa o que aconteça, eu sempre vou te amar. Incondicional e irrevogavelmente. Seja feliz. Te amo. Bella" Eu não acreditava que ela realmente estava terminando comigo. Se eu pudesse eu iria atrás dela naquele exato momento e exigiria que ela repetisse aquelas palavras, olhando nos meus olhos. Em uma coisa eu tinha que concordar ela realmente estava sendo covarde. Covarde por permitir que um simples temor causasse tanto sofrimento a nós dois. Bella até podia estar cansada de lutar por mim, mas eu lutaria por ela. Incansavelmente.


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