Através dos Seus Olhos escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 27
Esperanças?


Notas iniciais do capítulo

Chegou mais um capítulo! O que será que deu no Edward, hein? Juro que essa resposta foi respondida aqui xD Espero que gostem. Beijos.



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Capítulo 27- Esperanças?

A televisão estava ligada, mas eu não conseguia distinguir imagens ou sons. Tudo estava confuso na minha mente. Ao menos Jasper havia mantido silêncio até chegarmos ao apartamento. E assim ele permanecia até aquele instante. Apenas sentado, fingindo estar assistindo à TV assim como eu.

"Você quer um chá?" Ele ofereceu. Depois de ter ouvido minhas lamúrias durante o caminho, o mínimo que eu deveria fazer era bancar a anfitriã e não deixar que ele fizesse esse papel . Afinal, era minha casa.

"Não temos chá." Respondi. "Nem eu gosto e nem o Charlie."

"Que tal um suco?" Ele insistiu.

"Deve ter na geladeira." Jasper se levantou e menos de dois minutos depois já estava ao meu lado, estendendo-me um copo de suco de laranja.

"Obrigada" Sorri um sorriso forçado, obrigando-me a tomar pelo menos um gole da bebida. "Jazz, se você quiser ir..."

"Não vou a lugar nenhum até você me falar o que está acontecendo." Ele falou, decidido.

"Você não ouviu?" Perguntei, esperando uma resposta positiva que me poupasse de reviver aqueles detalhes. Meus olhos agora estavam fixos no copo em minhas mãos. Eu olhava os pequenos gomos da fruta que boiavam no suco e que faziam a penosa tarefa de tomar aquele líquido ainda mais difícil.

"Eu ouvi vozes alteradas, mas não consegui distinguir nada." Explicou.

"Eu e seu irmão brigamos." Respondi simplesmente.

"Por quê?" Essa parecia ser a grande questão da vida, o universo e tudo mais naquele momento.

"Não sei. Eu perguntei a ele qual era o problema e ele falou que tinha sido eu entrar na vida dele." Não consegui impedir nem as lágrimas nem o soluço ao repetir aquelas palavras.

"Ele está fazendo de novo." Jasper suspirou, frustrado.

"O quê?" Levantei os olhos.

"Afastando-se."

"Mas por que eu? Depois de tudo o que eu fiz? Eu não mereço isso!"

"Por que você se aproximou demais." Ele sorriu docemente. "Alguma coisa aconteceu para ele agir assim. Tenho certeza."

"Mas como eu vou saber se ele não me fala?" Perguntei já me sentindo derrotada.

"Eu não vou dizer para você desistir nem tentar. A decisão é sua."

"Ele não me quer mais." Lamentei, sentindo meus olhos arderem com lágrimas diante daquela possibilidade.

"Duvido."

"Jazz..."

"Pense sobre isso. Se você acha que vale a pena perder tudo o que você conquistou, vá em frente."

"Eu não sei o que fazer." Admiti.

"Você vai descobrir." Ele encorajou.

"Você bem que podia tentar ser tão persuasivo assim com a Alice." Jasper enrijeceu imediatamente. Eu precisava aproveitar aquela oportunidade para falar alguma coisa.

"Bells..."

"O que aconteceu?" Perguntei, direta.

"Estamos tentando resolver as coisas entre nós. Eu insisti para que ela não o visse, mas ela fala que não pode ignorar uma amizade de anos por um capricho meu." Ele encolheu os ombros tentando parecer indiferente, mas os olhos triste o denunciava.

"Então você está, digamos, deixando que ela veja o James?" Perguntei.

"Ela me acusa de falta de confiança. Só estou dando o que ela me pediu."

"Eu não acho uma boa ideia."

"Talvez você tenha razão, mas foi a única que encontramos." Ele respondeu, secamente.

"Eu preciso falar com você sobre ele."

"Vamos deixar para depois." Ele suavizou um pouco a voz. "Você não está em condições de se preocupar com outro relacionamento que não seja o seu."

"Mas..." Tentei argumentar, mas ele não deixou.

"Eu passo aqui para te levar amanhã, ok?"

"OK" Sussurrei em resposta. Jasper me deu um leve beijo na testa e foi embora.

Larguei o copo de suco na mesinha de centro e desliguei a televisão. Agora já não havia necessidade de fingir mais nada. Eu não estava com humor para nada nem para ninguém. Deitei na minha cama e chorei até dormir.

Na manhã seguinte, mais pontual do que o Big Ben, Jasper apareceu à minha porta. E para a minha surpresa, Edward não estava com ele. Talvez a surpresa não fosse tão grande assim. Edward já havia fugido uma vez quando eu o confrontara no passado. E essa atitude retrógrada só fundamentava a opinião do Jasper de que alguma coisa havia acontecido.

“Jasper...” Comecei, hesitante.

“Já estou levando você para minha casa.” Ele avisou com um sorriso pretensioso.

“Mas...como...?”

“Você é previsível. Já disse.” Ele respondeu com aquele sorriso prepotente que eu tanto odiava e amava.

Durante o caminho, Jazz me olhava de soslaio todas as vezes que eu me remexia no banco. Eu estava inquieta demais para ficar corretamente sentada no banco. Era impossível evitar aquele sentimento de deja vu. Da última vez tudo havia ocorrido bem, mas será que hoje seria assim? Depois de passado o choque pela briga, o desespero se instalou. O que eu faria sem ele? Eu nunca precisara de ninguém assim antes e agora parecia impossível imaginar a minha vida sem ele. Eu sabia que sobreviveria, mas também sabia que sairia despedaçada – com um buraco no lugar do coração.

“Quer que eu espere?” Jasper perguntou ao estacionar.

“Eu...” Hesitei mordendo o lábio. “Não, pode ir.”

“Tem certeza?” Ele perguntou para se certificar.

“Na pior das hipóteses, fico trancada no quarto esperando alguém voltar.” Ri sem humor da minha falha tentativa de ser engraçada.

“Espero que tudo dê certo.” Ele desejou.

“Eu também.” Sorri e saí do carro.

A casa estava belamente iluminada pela luz solar que se infiltrava através das paredes de vidro. O sol incomum naquela manhã de outono deveria ter me dado alguma esperança. No entanto, eu não me permitia ter esse sentimento. Esperança só resultava em frustração e decepção. Era mais seguro ser realista e encarar a verdade do que ser otimista e ter meu coração ainda mas esmagado por uma desilusão.

Com passos lentos, comecei a subir a escada. Toda aquela expectativa e ansiedade estavam me matando, mas talvez fossem melhores do que o resultado final.

Quando finalmente cheguei a porta dele, bati e aguardei . Os segundos pareciam se arrastar deixando a espera ainda mais excruciante. Será que ele tinha saído? Estava dormindo? Ou simplesmente não queria atender a porta? Eu não tinha ido até ali para desistir tão fácil. Girei a maçaneta e ao mesmo tempo a porta foi aberta pelo outro lado, me desequilibrando.

Mal tive tempo de registrar o impacto contra o corpo dele, quando a sua boca procurou a minha avidamente. Aquele beijo me pegou desprevenida.  De todos os cenários que se passava na minha cabeça, esse nunca havia sido cogitado. Edward me apertou ainda mais em seus braços, como se temesse que eu sumisse dali a qualquer momento.  Eu sabia exatamente como ele se sentia.

“Certas coisas nunca mudam.” Ele comentou ofegante, um sorriso tímido brincando em seus lábios, enquanto acariciava meu rosto com uma de suas mãos.

“Edward...” O tom sério da minha voz o fez retesar. A mão que estava em meu rosto foi parar ao lado do seu corpo e ele se afastou de mim.

“Você veio terminar.” Ele concluiu, seu rosto livre de qualquer emoção.

“É isso o que você quer?” Tentei permanecer firme, mas minha voz quebrou no final.

“Não!” Ele negou prontamente. “Você é tudo para mim, Bella.”

“Não foi o que você disse ontem.” Apontei.

“Eu sou um idiota.” Ele admitiu.

“Você é mesmo.” Concordei. Pela primeira vez desde que ele tinha aberto a porta eu notei os pequenos círculos roxos embaixo de seus olhos. "Edward, o que está acontecendo?"

"Eu não sei se quero falar sobre isso." Ele passou as mãos nos cabelos, bagunçando-os ainda mais "É complicado."

"Edward, por favor." Implorei. Após um suspiro resignado, ele assentiu com a cabeça.

"Sabe, antes de você chegar aqui eu era meio que intocado, sabe? Por agir da maneira que agia, as pessoas não se importavam comigo, nem mesmo para implicar. Eu não ligava para nada, então elas não ligavam para mim."

"Aí eu apareci." Concluí.

"E tudo mudou. Além de eu não ser mais o Edward carrancudo de antes," Ele sorriu com a própria escolha de palavras. "as pessoas descobriram que eu tenho um ponto fraco, que é você."

"Quem são essas pessoas?" Perguntei, embora tivesse uma ligeira ideia de quem seriam.

"Não importa." Ele encolheu os ombros.

"É o Mike? E o James?"

"São."

"O que eles falam?" Perguntei, tentando controlar a raiva que eu começava a sentir.

"Não vale a pena ser mencionado."

"Edward, por favor. Claro que vale a pena se te deixou do jeito que deixou."

"Eles... Eles falam coisas sobre nós. De como eu nunca vou ser homem o suficiente para você, que por eu não poder te ver eu não sei como agradar você... você sabe." As maçãs de seu rosto coraram levemente e eu achei a coisa mais linda desse mundo. "Às vezes eles comentam sobre você ou sobre o seu corpo e falam que você está comigo só por pena. E que você deve dormir com o Jasper pelas minhas costas."

"E você acreditou neles?" Perguntei temerosa de que as mentiras de James destruíssem tudo o que eu mais prezava.

"Claro que não." Ele disse automaticamente."Mas, eles têm razão. Eu nunca pensei em como essa relação podia ser injusta apara você."

"O quê?"

"Você tem um namorado que não pode te ver, não pode te elogiar e..."

"Pode ir parando. Essa é a coisa mais idiota que eu já ouvi, e olha que ambos conhecemos o Emmett."

"Bella, é sério. Eu não pensei sobre isso, mas como eu posso te tocar direito se eu não posso te ver?"

"Mas você me vê!" Insisti!

"Com a ponta dos meus dedos?" Ele perguntou com uma expressão dolorosa.

"Não. Com o seu coração." Peguei em suas mãos. "Edward não escute o que aqueles idiotas falam. Você é mais do que suficiente para mim. E quer saber de uma coisa? Eu vou provar para você que visão não tem nada a ver com prazer."

"O quê?" Ele perguntou surpreso.

"Volto já."

Fui até o meu quarto e, como eu havia imaginado, a venda que Emmett usou em mim no dia do meu aniversário ainda estava ali, em cima da mesinha de cabeceira. Peguei-a e voltei para o quarto, deixando para colocá-la apenas quando estivesse bem perto da cama. Afinal, o que eu menos precisava no momento era de um acidente.

"O que você foi pegar?" Edward perguntou curioso.

"Por quê você não descobre?" Convidei. Seus dedos foram para o meu queixo, boca, nariz, bochecha até que chegaram aos olhos e ele parou.

"Uma venda? Não, Bella..."

"Você não tem escolha." Tateei pelo seu rosto, segurando-o com ambas as mãos, antes de beijá-lo. Edward parecia determinado a não colaborar, mas quando minha língua pediu passagem por entre seus lábios ele prontamente concedeu e começou a corresponder o beijo.

"Bella..." Ele sussurrou, puxando-me para seu colo. Deixei que Edward controlasse o beijo. A sensação dele possuindo a minha boca, explorando-a por completo era indescritível. Suas mãos que antes me abraçavam, serpentearam para dentro da minha blusa, abrindo o fecho do sutiã. "Tira a blusa." Ele pediu, ofegante.

"Você primeiro." Com um suspiro frustrado ele se afastou de mim e se livrou da blusa dele. Antes que eu pudesse registrar, ele já estava levantando a barra da minha blusa que logo foi jogada em algum lugar. O sutiã seguiu o mesmo caminho logo em seguida. Sentir a pele quente dele contra a minha e não poder vê-lo me deixava ainda mais sensível ao seu toque.

Separei nossas bocas e comecei a distribuir beijos pelo seu pescoço e ombro, alternando-os com lambidas e mordidas. Eu sentia o gosto da pele dele como nunca antes; era como se os meus sentidos estivessem mais apurados, já que eu estava privada da visão. Empurrei o peito dele, indicando para que ele deitasse na cama e eu pudesse continuar minha exploração por todo o seu corpo.

Embora não pudesse ver eu podia sentir com minhas mãos e boca cada músculo do peito e abdômen contraindo-se. Para uma pessoa que não praticava exercícios, Edward tinha um corpo até que definido.

"Você está tentando me matar?" Ele perguntou com uma voz abafada. Deslizei minha mão até o cós da sua calça e a desabotoei. Percebi que ele levantou os quadris e retirei a calça bem lentamente, fazendo questão de deixar minha mão passar por suas pernas."Agora não é mais dúvida, é certeza. Você quer me matar."

Deixei sua calça no chão e voltei para perto dele, que logo tratou de nos virar na cama e ficar por cima.

"Mas eu não tinha..." Edward calou meu protesto com seus lábios, fazendo-me esquecer o porquê eu ia reclamar. Não que isso fosse importante naquele momento.

Os beijos desceram pelo meu pescoço e ombros. Um arrepio percorreu o meu corpo quando senti sua língua provocando o meu seio, seus dentes raspando levemente na pele sensível.

“Edward.” Resfoleguei, me deliciando com as sensações que ele provocava no meu corpo. Será que isso também acontecia com ele? Ficar mais sensível ao toque já que não podia enxergar? Devolvendo a provocação que eu fizera, Edward desceu seus beijos pela minha barriga e quando chegou a vez da calça, ele tirou-a com uma lentidão que me deixou louca. Ele beijou meus tornozelos, meus joelhos, minhas coxas...

"Edward..." Gemi, sentindo o hálito dele onde eu mais precisava que ele estivesse. Ele deu um leve beijo por cima da calcinha, antes de deslizar a mão para dentro da mesma. Meus quadris se arquearam de encontro a mão dele. "Por favor." Implorei.

"Por favor o quê?" Ele provocou, beijando meu pescoço demoradamente.

"Edward..." Arfei, quando ele colocou um dedo dentro de mim e começou a movimentá-lo. "Eu quero você." Com o meu pedido, ele retirou a minha calcinha e pela demora também estava tirando suas boxers.

"Você é maravilhosa." Ele me elogiou, acariciando todo o meu corpo com suas mãos. Eu estava prestes a reclamar novamente, quando o senti entre as minhas pernas, encaixando-se perfeitamente em mim.

De todas as sensações que eu estava descobrindo naquela noite, aquela era a mais excitante de todas. Era como se cada terminação nervosa no meu corpo estivesse consciente dos nossos corpos juntos, do nosso encaixe perfeito, do quanto Edward me preenchia. Ele começou a se movimentar e eu tinha certeza de que não duraria muito. A cada movimento que nossos corpos faziam eu sentia meu clímax cada vez mais perto. Cravei minhas unhas nas costas dele, quando senti aquela sensação maravilhosa percorrer todo o meu corpo e pontinhos brilhantes se formarem por de trás das minhas pálpebras. Em meio a todo aquele frenesi, ouvi Edward grunhir e senti ele se liberando dentro de mim.

Por um tempo considerável, só nossas respirações eram ouvidas naquele quarto. Não aguentando mais aquele breu diante dos meus olhos, retirei a venda. Meus olhos doeram com a mudança na luminosidade.

"Eu poderia ficar assim para sempre." Ele sussurrou, acariciando o meu cabelo. "Mas, eu estou esmagando você." Antes que eu pudesse negar, ele saiu de dentro de mim.  Edward se deitou na cama e me abraçou, me deixando junto a ele.

 "Eu te amo, Edward." Confessei, sabendo muito bem que ambos precisávamos daquela reafirmação.

"Eu te amo mais." Ele sorriu. "Algum dia eu vou me casar com você, Isabella Swan." Meu coração disparou. Ao contrário do que acontecia todas as vezes que eu ouvia a palavra casamento, o medo não apareceu.

"Isso é um pedido?"

"Ainda não." Ele sorriu torto e eu não resisti beijando-o apaixonadamente. “Eu esqueci de te contar: Vou para Nova York semana que vem.” Ele disse quando nos separamos.

“É para o que eu estou pensando?” Perguntei animada.

“Sim.” Ele respondeu com um sorriso. “Eu vou me consultar com o médico e fazer alguns exames. Depois é só aguardar a resposta.”

“Quando você ficou sabendo?” Perguntei, enquanto me concentrava em fazer desenhos imaginários em seu peito.

“Meu pai avisou ontem.”

“Que legal! Tenho certeza que tudo vai dar certo.”

“Você quer vir comigo?” Ele convidou.

“Querer eu até quero, mas eu não tenho o dinheiro para a passagem, nem a estadia.” Eu tinha as minhas economias, mas elas eram para a faculdade. Eu não podia usá-las como bem entendesse. Além do mais, eu não tinha coragem de pedir nada a minha mãe ou ao meu pai.

“Mas eu estou convidando você. E até onde eu sei quem convida tem que pagar.”

“Eu não vou deixar que você ou seus pais paguem nada. Eles já fazem muito por mim.” Avisei. Os Cullens me aviam acolhido de braços abertos, mas isso não dava margem para que eu abusasse daquela generosidade.

“E se eles já fizeram?” Edward arqueou uma sobrancelha para mim.

“Como?” Franzi o cenho, confusa.

“Quando meu pai me entregou a passagem ontem, ele disse que tinham duas. Sendo que a dele estava com ele já, então essa é uma passagem extra.”

“Eu não acredito que ele fez isso.”

“Acho que ele já sabia que eu iria querer que você estivesse lá comigo.” Ele segurou a minha mão e levou-a até seus lábios, beijando cada um dos dedos.

“Sua mãe também vai?” Tentei me concentrar na conversa e não em como os lábios dele envolviam os meus dedos.

“Não. Ela não conseguiu se afastar do trabalho. Mas ela vai se planejar para acabar todos os projetos antes da cirurgia.” Ele murmurou entre os beijos.

“Hum.” Gemi baixinho.

“E você? Vai?” Ele perguntou, passando a língua pelo meu pulso. Será que ele tinha noção do que fazia comigo?

“Primeiro eu tenho que falar com o meu pai, que provavelmente vai ligar para a minha mãe para saber a opinião dela.” Eu estava surpresa como eu estava conseguindo responder alguma coisa coerente.

“Ah, se a resposta final é da Renée, então você vai.” Ele sorriu triunfante, descansando minha mão novamente em seu peito. “Você já esteve em Nova York?”

“Não. Mas sempre quis conhecer.”

“Nós podemos ir ao Central Park, a Brodway, ao Empire State...”

“Calminha aí! A viagem é para tratar da sua saúde não para fazermos turismo pela cidade.” Por mais que eu estivesse louca para conhecer todos esses lugares, precisávamos nos concentrar no real objetivo daquela viagem.

“Mas assim não tem graça.” Ele fez um biquinho.

“Se tiver tempo nós podemos ver alguma coisa.” Beijei os lábios dele. “Já está quase na hora do almoço. Sua mãe deixou alguma coisa pronta?”

“Deixou, mas se você quiser fazer sua lasanha eu não me incomodo.” Ele sugeriu.

“Você está ficando muito abusado." Comentei rindo. "Falando em abusado, preciso ligar para o seu irmão e avisar que está tudo bem.” Não me surpreenderia nem um pouco se Jasper aparecesse ali na hora do almoço para ver como estavam as coisas.

“Como ele está com a Ali?”

“Não muito bem. Mas ele não entrou em detalhes já que eu não estava bem ontem.” Expliquei.

“Desculpa mais uma vez.” Edward pediu.

“Tudo bem.” Acariciei o rosto dele.

“Se servir de consolo, eu também fiquei muito mal.” Ele admitiu, estreitando meu corpo ainda mais contra o seu.

“Acho que serve.” Sorri, consciente de que certa parte do corpo dele começava a ganhar vida novamente.

“Realmente temos que almoçar agora?” Ele perguntou, afundando seu rosto no meu pescoço e plantou um beijo ali.

“Não mesmo.”

***

“Oi.” Alguém me cumprimentou quando eu estava lavando as mãos. Levantei os olhos para ver quem falava e não pude evitar a surpresa ao ver o reflexo da loira no espelho.

“Oi.” Respondi, virando-me para ela.

“Pela sua cara acho que você sabe quem eu sou.” Tanya concluiu sabiamente.

“Pode-se dizer que sim.” Ri nervosamente, passando a mão pelos meus cabelos.

“Isso é constrangedor.” Ela comentou olhando para os lados.

“Você não faz ideia.” Admiti, também não sabendo direito para onde olhar.

“Como o Edward está?” Ela perguntou.

“Bem.”

“Pelo o que eu vejo, ele está como antes.”

“Acho que sim.” Encolhi os ombros. Eu ia dizer que eu não sabia como ele era antes, mas resolvi ficar calada.

“Você conseguiu o que eu não pude fazer.” Ela comentou tristemente.

“Você tem certeza que quer conversar sobre isso? E comigo?” Arregalei meus olhos. Eu não gostava nem um pouquinho do rumo daquela conversa. Era constrangedor demais.

“Eu nunca conversei com ninguém e você entende exatamente o que eu passei.” Ela sorriu tristemente, e eu pensei no que havia acontecido dois dias atrás entre mim e Edward.

“Bem, sou toda ouvidos.” Forcei um sorriso que eu esperava parecer verdadeiro.

“O que você fez?” Ela perguntou. “Todo esse tempo eu me convenci que o problema tinha sido ele, aí você chega e muda tudo.”

“Eu não sei. Eu não fiz nada demais, apenas não desisti. Mas não pense que fui só eu. Nem a família nem os amigos desistiram e isso foi essencial. Sem levar em conta o fator tempo.”

“Eu não consegui ficar e vê-lo se destruindo daquela maneira. Era doloroso demais.” Ela lamentou.

“Ninguém te culpa pelo o que aconteceu. Não existia maneira certa ou errada de agir. Ninguém podia exigir que ficasse enquanto era você quem estava sendo magoada.” Consolei-a. Nem eu saberia ao certo como eu realmente agiria se ele fizesse isso comigo.

“Obrigada. Você era uma das últimas pessoas de quem eu esperava ouvir isso.” Ela sorriu sinceramente.

“Só estou sendo franca.” Encolhi os ombros.

“Olha, eu não quero que você encare isso como uma ameaça ou alguma coisa do tipo, mas caso você desista dele ou ele de você, saiba que eu estarei aqui esperando.” Ela falou, sem conseguir me encarar direito.

“Você ainda é apaixonada por ele?” Perguntei diretamente.

“É difícil esquecer uma pessoa que se vê todo dia.” Ela riu, triste. “Eu apenas sinto que nossa história não terminou. Eu sempre penso que se ele não tivesse ficado doente a história seria diferente.”

“Talvez.” Encolhi os ombros novamente. Embora por dentro eu me perguntava a mesma coisa.

“Você parece ser uma ótima pessoa.” Ela elogiou.

“Você também não fica atrás.” Devolvi a gentileza.

“Tchau, Bella.” Ela se despediu.

“Tchau.”

Fiquei um tempo encarando o meu reflexo no banheiro, enquanto tentava digerir aquela conversa. Tanya ainda o amava. Será que se Edward soubesse disso ele... Não! Eu não queria pensar nisso agora. Saí do banheiro na esperança de me livrar desse problema, apenas para me deparar com outro.

"Oi, Bella." Mike me cumprimentou com um sorriso.

"Nunca mais ouse olhar para mim, muito menos falar comigo." Falei rispidamente.

"O que aconteceu?" Ele perguntou, genuinamente confuso.

"Você sabe o que aconteceu." Acusei-o. "Sabe, você consegue ser pior que o James. Ele pelo menos tem personalidade, diferente de você, que não passa de um produto do meio em que vive. Completamente influenciável!"

"Bella, eu..." Ele tentou explicar, mas eu o impedi.

"Não gaste sua saliva comigo."  Disse antes de sair. Eu só queria distância dele.

Como eu havia previsto assim que falei sobre a viagem a Nova York, Charlie correu para ligar para minha mãe e perguntar o que ela achava. Depois de me dar algumas recomendações, ela disse a ele que não teria problema algum eu ir na viagem. Eu sabia que meu pai não tinha gostado muito da ideia, mas acabou concordando com ela.

Amanhecer o sábado em uma casa barulhenta era, sem dúvidas, uma coisa de que eu gostava. Bem melhor que o silêncio mórbido que às vezes pairava naquele apartamento. Após o café da manhã, me juntei aos garotos para ver televisão.

"Bem-vinda a nossa manhã infantil" Emmett me saudou e eu o olhei confusa.

"Ele acordou com vontade de assistir desenhos hoje." Jasper explicou.

"Tem A Bela e a Fera?" Perguntei, sentando-me ao lado do Edward.

"Até suas escolhas de desenho são melosas." Emmett reclamou, fazendo uma careta. "Nós vamos assistir O meu malvado favorito."

"Você é tão fofinho!" Imitei a Agnes, a garotinha do desenho.

"Você não tem nenhum futuro como dubladora." Ele desdenhou da minha imitação.

"Liga para ele não, amor. Achei sua voz muito fofa." Edward me abraçou.

Antes que Emmett pudesse colocar o filme, meu celular tocou. Surpreendi-me ao ver o nome de Phil no meu visor. Pedindo licença, me levantei para atender a ligação.

"Oi."

"Bella, posso falar com você?" Ele perguntou com uma voz séria, bem diferente do tom brincalhão que ele sempre usava comigo. Alguma coisa estava estranha.

"Claro."

"Eu tenho que falar rápido antes que sua mãe acorde." Ele avisou. "Sua mãe foi ao médico essa semana e os exames não estão muito bons."

"O que aconteceu?"

"Ela já estava tendo uns sangramentos antes da viagem que ela fez para aí, mas ela não quis ir ao médico e decidiu esperar pela consulta mensal." Ele explicou. "Quando ela foi ao médico ele diagnosticou Placenta Prévia."

"O que é isso? Isso é grave?" Perguntei preocupada.

"Bem, ela corre o risco de perder o bebê e ter uma hemorragia. O médico falou que ela tem que ficar em repouso absoluto." Senti o medo correndo pelas minhas veias ao ouvir aquilo. Eu não podia nem queria imaginar se algo acontecesse a minha mãe. "Por enquanto eu estou conseguindo mantê-la deitada, mas o que me preocupa é quando eu tiver que voltar com o time. Não vai ter ninguém para ficar com ela. Eu até pensei em contratar uma enfermeira, mas você conhece a sua mãe, é teimosa demais para obedecer a alguém desconhecido. Só me resta você Bella. Eu sei que você tem sua escola aí, mas eu não sei mais a quem pedir. Ela não queria que você soubesse para não te preocupar, mas eu não tenho escolha. Ela vai me matar quando souber que eu te contei."

"Você vai poder ficar aí um mês ainda?" Perguntei, para me certificar.

"Isso. Você vai poder vir?"

"Vou conversar com os meus professores, mas eu vou sim." Respondi.

"Obrigada, Bella." Ele agradeceu, aliviado.

"Não precisa agradecer. É meu dever cuidar delas também."


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