A Vingança de Hermione Granger escrita por Tamara


Capítulo 33
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

Capítulo para as lindas: Natty Farias e Júlia Pinheiro. ♥

Boa leitura!



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Capítulo 33

A verdade

 

— Foi você, não foi? Você quem tentou matar a Parvati. – Ousou perguntar, embora sua voz estivesse muito mais baixa do que a princípio, temeu ao vê-lo com fúria.

— O quê? Claro que não! – Respondeu imediatamente, parecendo ultrajado com a pergunta. – Por Merlin, não sou um assassino, e que perigo a garota representa?  

Pareceu ser sincero. Mas não conhecia o verdadeiro Brendon Murray, então não sabia o que era real ou não.

— Por favor, solte-me... – Pediu, embora seu desejo fosse bater em sua face.

Brendon suspirou pesaroso, voltando a tocar a sua face com um falso carinho.

— Desculpe por isso, Thereza. Por que não conversamos melhor amanhã? – Falou dócil, beijando a sua testa vagarosamente. – Eu amo você, e só você. Não se esqueça disso. – Antes que ela pudesse reagir, ele selou os lábios.

Thereza manteve-se em silêncio. Assim que ele se afastou, saiu com pressa do quarto. Soltou o ar quando fechou a porta atrás de si, apertando os passos para o Salão da Sonserina. Enquanto andava, permitiu que seu rosto se banhasse em lágrimas. Sentiu-se enganada, usada e ameaçada.

(...)

Nunca imaginou que se sentiria tão cansada. Dormia mal todas as noites, contudo, não era por causa dos enjoos ainda frequentes. Mas sim pelo emaranhado de mentiras que a sua vida se transformou.

A tentativa de assassinato de Parvati Patil a chocou, porém não se lamentava verdadeiramente por ela. Sabia ser cruel com tal pensamento, mas viver sem as ameaças e influência de Patil era mais reconfortante.

Todavia, não era somente Parvati que a atormentava. Murray era muito pior, arrependeu-se de ter contato que ele era o pai do seu filho. Se pudesse, voltaria no tempo. Se pudesse, mudaria tantas coisas.  

Lembrou-se da noite do baile, havia decidido que contaria a verdade ao Malfoy, e por isso teve uma séria discussão com Brendon. Instintivamente, levou as mãos até o pescoço, não havia mais as marcas, mas toda vez que lembrava era como ter as mãos dele a enforcando novamente. Esse foi um dos motivos que a fez enviar um bilhete poucas horas atrás, afirmando que não diria nada a Draco, para manter distância dela e do seu filho.

Sabia da fama de Brendon em Beauxbatons, ele era conhecido por flertar com as alunas, inclusive com Astória. Foi por causa dos “boatos” cada vez mais crescentes que o professor pediu transferência. Todavia, a Greengrass nunca imaginou que ele fosse agressivo.

Porque era isso que ele era: agressivo e tóxico. Tanto que não duvidaria ser ele o causador do incidente de Parvati, isso se ele soubesse que ela os ameaçava. Astória manteve em segredo as ameaças da Patil, não pela grifinória, mas por ela mesma.

Sabia que deveria fazer algo, mas temia por ela e pela vida que crescia em seu ventre. Podem denominar como egoísmo, mas Astória prefere chamar de autopreservação.

Com um suspiro, levantou-se da banheira. Já estava tempo demais no banho, mas como ainda era madrugada, permitiu-se ficar um pouco mais debaixo da água. Porém, ao escutar o bater na porta, enrolou-se com pressa na toalha.

 – Olá, Greengrass. – Thereza Rouge a cumprimentou friamente, postando-se com os braços cruzados à sua frente.

— O que você quer? – Estava cansada demais para entrar em mais jogos, além disso já havia sentido os olhares da Rouge em si. Sabia que ela a observava e analisava, tentando desvendar os seus segredos.

— Até quando pretende levar essa farsa, Greengrass? – Retorquiu com a sobrancelha arqueada, tentando manter sua máscara de frieza. 

Astória suspirou, pelo visto ela havia descoberto os seus segredos.

— Como descobriu? – Indagou dando-se por vencida, sentou-se na beira da banheira. Estava cansada demais para continuar a dissimular.

— Murray. – Ao pronunciar o nome dele seu corpo estremeceu de pavor, seus ombros e costas ainda doíam do modo abrupto como ele a lançou contra a parede.

— Ele também a machucou? – Foi uma pergunta retórica, pela expressão da colega sonserina, ela também havia sido uma vítima do professor.

Rouge engoliu em seco, não deveria demonstrar suas emoções, iria apenas coloca-la contra a parede e a desmascarar. Contudo, não esperava que Astória se desse por derrotada tão cedo, muito menos que fizesse tal pergunta. O “também” na sua frase deixou subentendido muitas coisas.

Por isso, contra tudo que planejou, Thereza anuiu. Desabotoou sua camisa, puxando a gola para baixo e deixando seus ombros a mostra. Vermelhos e com marcas de dedos.

— Ele a ameaça, Astória? – Indagou, arrumando novamente a sua camisa e aproximando-se da loira.

— Sim, constantemente. Ele não permite que eu conte a verdade, e tentou me forçar a abortar. – Greengrass confessou com pesar, as marcas em Thereza a deixou ainda pior do que se sentia.

— Eu sei que está com medo, mas você precisa contar a verdade. Eu vou denunciá-lo para a diretoria, espero que venha comigo. E, claro, conte a verdade para Draco e Hermione, essa farsa já foi longe demais. – Seu tom de voz foi dócil, compadecia-se pela situação de Astória, se ela estivesse grávida também não saberia o que faria.

— E se Murray tentar algo? – Seus olhos lacrimejaram, temia pela sua segurança.

— Ele não vai poder fazer nada, assim que o denunciarmos, Brendon sairá de Hogwarts e daremos queixa criminalmente. – Thereza assegurou, sabia que homens como Murray apenas tentavam amedrontar para ter tudo sobre seu controle, ele não poderia fazer nada contra elas.

— Criminalmente? Será um escândalo, estou grávida... meus pais, eles vão me julgar tanto... – Já não mais continha as lágrimas, estava apavorada por tudo que a aguardava.

— Ele a ameaçou, machucou você. Isso é crime, Astória. – Thereza segurou a mão dela, confortando-a. – Eu vou estar com você, ele machucou a nós duas, você não está sozinha...

Para a surpresa de Thereza, Astória a abraçou com força, chorando em seu ombro.

— Desculpe perguntar, mas... você e Brendon têm algo a ver com o que aconteceu com Parvati? – Thereza indagou minutos depois, assim que Astória se acalmou.

— O quê? Não. – Astória pareceu genuinamente chocada. – Brendon não sabia, e posso não me compadecer de Parvati, mas não seria capaz...

— Eu acredito em você. – Thereza a cortou, sorrindo gentilmente. – Apenas precisava perguntar, você entende, não é?

— Sim... – Confirmou, realmente entendia, ela era uma suspeita sob aquele ângulo.

— Você está pronta?

A loira mordeu o próprio lábio, visivelmente nervosa.

— Sim...

Estava na hora da verdade vir à tona, sua vida não poderia ficar pior do que já estava, e talvez pudesse dormir melhor a noite. Naquela altura, Astória daria tudo por uma boa noite de sono.

(...)

O sol havia acabado de raiar quando Thereza a acordou. Não entendeu o motivo certo de ter sido chamada à Sala da Direção, Draco também não parecia compreender. Perguntou algumas vezes o porquê para Thereza, mas não recebeu nenhuma resposta concreta. Voltou o olhar indagador para Draco que somente deu de ombros, ele estava tão perdido quanto ela.

Quando chegou na sala de Minerva, surpreendeu-se ao ver Astória encolhida em uma poltrona. Sua surpresa só não foi maior de quando viu sua Thereza sentar ao lado da outra sonserina e segurar em sua mão.

Por Morgana, o que estava acontecendo?

Ainda sem entender, sentou-se ao lado do Malfoy.

— Eles já estão aqui, podem prosseguir? – Minerva indagou visivelmente curiosa e aflita.

— Pedi para o Malfoy e a Granger estarem aqui porque isso também os envolve, principalmente o Malfoy... – Greengrass iniciou, lançando um olhar culpada para o antigo casal. – Eu menti esse tempo todo, eu e Draco não tivemos relações sexuais, ele estava drogado e me beijou, somente isso. O bebê que carrego é do Professor Brendon Murray...

Astória contou tudo, denunciou o Professor Murray, e não deixou de fora nem mesmo as ameaças de Parvati Patil. Em seguida, Thereza também contou sua história, mostrando as marcas em sua pele logo após.

A princípio, Hermione ficou visivelmente aliviada pela verdade ser exposta. Assim como Draco, que segurou a sua mão e sorriu brevemente para ela. Mas, depois de escutar os relatos do abusivo professor, sentiu vontade de chorar pela dor da sua amiga e também de Astória. Apesar de tudo, ela também sofria.

O clima na sala ficou pesado, foram relatos delicados e sérios. Após o choque inicial, Minerva pediu licença para contatar os demais membros do Conselho a fim de tomarem medidas emergenciais em relação ao Murray, e também os responsáveis legais dos envolvidos, inclusive os Malfoy.

— Malfoy, Granger, espero que me perdoem... eu não queria nada disso... – Astória iniciou timidamente, voltando o olhar para os próprios pés.

— Eu... não sei o que pensar, sinceramente. – Draco confessou, até poucas horas seria pai, agora não mais. – Eu teria a ajudado se tivesse me falado a verdade, não precisava mentir...

— O que importa é que finalmente a verdade veio à tona. – Hermione o interrompeu, aproximando-se do sonserino e segurando a sua mão. – Vai ficar tudo bem... – Ela afirmou para ele, e também para as duas sonserina. – Tudo vai ficar bem... – Esboçou um leve sorriso, tentando amenizar o clima tenso e permitir um suspiro de alívio a todos.

— Sim, sem mais mentiras. O pior já passou. – Thereza concordou, sorrindo suavemente.

Astória somente anuiu, desejando mais do que tudo acreditar nisso. Enquanto Draco ainda estava processando tudo.

Apesar de toda a dor, os quatro saíram daquela sala com os corações menos apertados e aliviados.

(...)

Não houve tanto tumulto quanto imaginaram que haveria. O Conselho foi acionado e o caso julgado rapidamente, utilizaram as memórias das alunas como prova para a demissão por justa causa de Brendon. O processo criminal seria à parte, mas como se tratava de alunas e aconteceu nos seus domínios, Hogwarts iria representá-las.

Fizeram tudo o mais discreto possível, mas evidente que não demoraria muito para as suposições do porquê o professor de DCAT foi demitido, assim como o motivo dos quatro alunos não terem comparecido às aulas – em semana de provas finais, ninguém faltava.

O mais difícil foi quando os Greengrass chegaram, os pais da sonserina estavam histéricos, seus gritos puderam ser ouvidos pelos corredores daquele andar. Em seguida, foi a vez de Narcisa e Lucius comparecerem ao local, eles desmancharam formalmente o acordo de “casamento” entre seus filhos. Lucius estava visivelmente surpreso com a toda a verdade, enquanto Narcisa permaneceu inabalável.

— Eu sempre soube que não era filho de Draco. – Narcisa comentou com Hermione, sentando-se ao seu lado. – Lucius, pelo contrário, está em choque. – Soltou uma risada sarcástica, deixando em evidência seu divertimento pelo espanto do marido.

— Aposto que ele queria que fosse. – Hermione retorquiu ácida, sabia que para Lucius qualquer coisa seria melhor do que ver o filho com uma sangue-ruim.

— Temo que sim. – Esboçou um suave sorriso. – Mas creio que a vida irá ensiná-lo, isso e um divórcio iminente. – Confidenciou em um tom de voz baixo, por pouco não sussurrou.

Hermione arregalou os olhos, visivelmente surpresa.

— Oh, lamento muito... – Instintivamente, abraçou-a.

— Está tudo bem, querida... – Narcisa assegurou, recebendo aquele abraço de bom grado. – Eu amo Lucius, mas já tem um bom tempo que não gosto mais dele. – Era a primeira vez que falou aquelas palavras em voz alta, por muitos anos tentou se enganar com a ilusão de um casamento perfeito, infelizmente só o amor não basta.

 – Apenas espero que você seja muito feliz, Sra. Malfoy. – Sorriu para ela, havia verdadeiramente se afeiçoado à mãe de Draco.

— Obrigada, querida. Apenas não conte nada ao Draco, não ainda, tudo bem? – Pediu, acariciando suavemente o rosto da garota. Hermione somente assentiu em concordância, agradecendo a confiança. 

 – Mas, mudando de assunto, soube que a Patil ameaçava a Greengrass mais nova, ela se torna uma suspeita...

— Sim. – Anuiu. – Mas não acredito que tenha sido ela, o relato da Greengrass me pareceu ser muito convincente. Como está o estado de saúde da Patil?

— Ainda assim, torna-se uma suspeita. Mas, como falei, com o uso de veritasserum e as memórias é praticamente impossível um inocente ser condenado. – Reforçou outra vez. – Quanto à Patil, seu estado é estável, não piorou, acredito que ela vá acordar...

Continuaram a conversar até que Lucius a chama para partirem. Despede-se de Narcisa, e quando o Sr. Malfoy voltou o seu olhar ao dela, ele apenas acena de forma polida, embora parece levemente constrangido e envergonhado.

— O que você falou com ele? – Hermione perguntou para Draco assim que partiram.

— Apenas a verdade. – Draco sorriu para ela, embora ainda estivesse tenso. Não insistiu para saber detalhes da conversa dele com o pai, era pessoal. 

Ao ver Thereza sozinha, despediu-se de Draco e foi ao encontro da amiga.

— Thereza... – Chamou, e sem dar espaço para qualquer fala, envolveu a morena em seus braços. – Lamento tanto, amiga...

Novamente, Thereza sentiu vontade de chorar. Ainda parecia tudo tão irreal, mas se mantém firme, aceitando o abraço de uma das suas melhores amigas.

— Vai ficar tudo bem...

— Vai. Vai sim, você vai superar. – Beijou o seu rosto, voltando o olhar ao dela com carinho. – Obrigada por tudo, lamento por você ter que passar por isso...

— Eu fiz por você, mas também por mim. Ele precisava ser exposto. – Thereza a   interrompeu. – A verdade precisava ser dita, apenas sinto muito por ainda não termos descoberto quem atentou contra Parvati.

— Isso é o de menos agora, Thereza. Estou aqui com você, está bem?

Thereza anuiu, mas antes que pudesse responder, sentiu seu corpo travar ao ver Brendon passar por elas. Murray não se importou com o fato de estar sendo praticamente escoltado por dois professores, parou de andar e a fitou.

— Como pôde, Thereza? – Inquiriu baixo, acusatório. – Eu amei você. – Disse mais alto, antes dos professores o empurrarem para frente.

Ela sustentou aquele olhar por todos os intermináveis segundos que durou.

— Não, não amou. O amor não dói, Murray. – Retorquiu com firmeza e em voz alta. Apesar de ter escutado, ele não voltou a olhar para trás.

O amor pode ser muitas coisas, mas certamente a dor não é uma delas. Quem ama não machuca, não ameaça, não oprime. Murray nunca amou Thereza, apenas a usou, assim como fez com tantas outras. Mas ela não se deixaria quebrar, continuaria a doer por um tempo, mas somente o suficiente para fortalecê-la.

Hermione ofereceu seu quarto para Thereza, mas ela preferiu passar a noite na sua casa da Sonserina. Astória precisava de apoio feminino, e Hermione sentiu-se orgulhosa da força e empatia da amiga.  

Foi somente mais tarde, quando voltou para o seu quarto que percebeu o quanto estava cansada. Pegou um roupão com o símbolo da grifinória e caminhou até o banheiro, daria tudo para um bom banho quente.

Apesar da porta estar entreaberta, o vapor denunciou que já havia alguém lá. Estava exausta demais para esperar e sabia que ele não iria se importar, por isso adentrou o banheiro, fechando a porta atrás de si.

Não pode deixar de sorrir ao vê-lo com a cabeça tombada trás e os olhos fechados, enquanto o corpo permanecia imerso na água da banheira. Silenciosamente, tirou os sapatos e as vestes.

Apesar dele já conhecer cada parte do seu corpo, sentiu-se levemente rubra pela ousadia. Assim que retirou suas peças íntimas, aproximou-se um pouco mais da borda da banheira.

Ela estava prestes a entrar quando Draco voltou a abrir os olhos, suas feições passaram de surpresa para desejo em questão de segundos.

— Espero que não se importe... – Sorriu timidamente, posicionando-se em frente a ele. A banheira era grande o suficiente para suportar os dois. – Estou tão cansada...

— Como poderia me importar?

Indagou após engolir em seco, demorou-se no banho por estar pensando nos seus próximos atos e em quando finalmente ficaria em paz com Hermione. Ele não imaginou que assim que abrisse os olhos fosse vê-la nua a sua frente, foi uma surpresa agradável.

— Vem cá... – Cuidadosamente, Draco se moveu e posicionou o corpo atrás do dela. – Aposto que está tensa. – Complementou ao vê-la rapidamente confusa.

— Um pouco... – Confessou.

Apesar do desejo inicial, não tinha segundas intenções. Ambos estavam exaustos emocionalmente, apenas precisavam relaxar um pouco e se conectar. Por isso, iniciou uma massagem nos ombros tensos da grifinória.

Hermione suspirou com o toque, permitindo-se a fechar os olhos e apreciar o toque.

— Como você está com tudo isso? – Hermione quebrou o silêncio após alguns minutos, Draco continuava com suas mãos firmes em suas costas e ombros.

— Em menos de dezoito horas atrás eu seria pai, agora não sou mais. É um pouco confuso, mas não é exatamente uma surpresa. Confesso que estou aliviado. – Foi sincero, não o entenda mal, ele realmente queria ser pai um dia. Mas quando estivesse mais velho e com a mulher que ama.

Hermione virou o corpo, seus olhos voltaram a se encontrar.

— E como nós ficamos, Draco? – Finalmente tomou a frente e indagou o que estava preso na garganta dos dois.

Draco se atormentou com aquela mesma pergunta por horas, mas assim que a escutou em voz alta sentiu vontade de rir. Não era evidente?

— Não é óbvio? – Retorquiu, tocando o queixo dela. – Ficamos como sempre tivemos que ficar: juntos. Você nunca deixou de ser a minha namorada.

A verdade nua e crua. Sorrir foi inevitável.

— Não entendo o poder que tem sobre mim, Draco Malfoy. Mas ficar longe de você foi a pior de todas as dores, eu o amo com todo o meu ser. – Declarou-se finalmente, ele sabia que ela o amava, mas aquela era a primeira vez que falava com todas as letras. – Nunca deixei de ser sua.

Draco sorriu verdadeiramente com cada uma daquelas palavras, e para deixar em evidência o quanto estava feliz, beijou-a com toda sua paixão e amor.

Hermione envolveu suas pernas ao redor da cintura dele, posicionando-se sobre ele. O beijo se intensificou, o ar pouco se fez necessário, precisavam daquilo. Do contato, do toque íntimo, de sentirem-se outra vez. Precisavam um do outro.

(...)

Não demorou até que o motivo da ausência do Professor Murray viesse à tona, embora os envolvidos agissem de maneira discreta. Os comentários foram tantos que saiu no Profeta Diário, no dia seguinte os pais de Astória deram uma entrevista exclusiva. Eles culparam o professor de absolutamente tudo, fazendo da sua filha uma garotinha indefesa seduzida por aquele que tinha a função de educá-la.

Foram dias conturbados, e a notícia quente quase fez os comentários acerca da suposta tentativa de assassinato de Parvati Patil por parte da tão polêmica Hermione Granger diminuírem. Quase.

Harry suspirou consternado, ele realmente queria ajudar a sua melhor-amiga a descobrir quem atentou contra a vida da sua ex-namorada. Nada daquilo era justo, Hermione não merecia ser acusada por algo que não cometeu; e apesar dos pesares, Parvati não merecia ficar entre a vida e a morte, ele a amou verdadeiramente um dia.

— Em que mundo você está, Potter? – Pansy indagou curiosa, deixando o livro de Aritmancia de lado.

Eles não eram um casal, não ainda. Não houve beijos depois do baile, nem toques. Mas estudavam juntos para as provas finais eventualmente, embora ambos soubessem que não passava de um pretexto para passarem algum tempo na companhia do outro.

— Desculpe, estou pensando em quem pode ter tentado contra Parvati... – Admitiu, voltando a sua atenção para a sonserina. – Sinto-me tão impotente.   

Sentiu a tristeza e desolação na fala dele, por isso instintivamente estendeu a mão para a dele e a segurou.

— Você não tem o que fazer, resta-nos esperar para que a verdade seja revelada. – Sabia estar falando o óbvio e clichê, mas era a realidade. Não tinham muito o que fazer, teria que confiar na justiça e torcer para que Parvati acordasse.

— Eu sei, obrigada... – Apertou levemente a mão dela, sentiu falta de tocá-la.

Seus olhares fitaram-se por tempo demais, e por impulso se aproximaram ainda mais.

— Posso falar com você, Potter?

Aquela voz o surpreendeu, voltou o olhar curioso para trás.

— Claro...

— Se me dê licença, até mais Potter. – Pansy pareceu levemente constrangida, por muito pouco não se beijaram.

— Está tudo bem? – Indagou incerto para a pessoa a sua frente.

(...)

Hermione arqueou uma das sobrancelhas assim que Harry terminou de falar da abordagem na biblioteca.

— O que você acha disso? – Perguntou por fim.

— Acho que você deve aceitar. Por que não? – Respondeu cautelosa.

Não foi exatamente o motivo da pergunta que a fez pensar, mas sim o modo como a abordagem foi realizada, assim como o convite. E se...

Sua mente começou a trabalhar, ligando pequenos pontos, pequenas observações, a sensação de estranheza. Por Merlin... não era óbvio?

Estava na sua frente o tempo todo, como não percebeu antes?

Por isso, começou a rir. Alto e escandalosamente. Tão estupidamente óbvio.

— Hermione, você está bem?

O riso histérico aos poucos foi controlado, ela somente assentiu positivamente.

— Harry, eu já sei... – Sorriu, visivelmente animada. – Já sei quem tentou matar a Parvati.


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Notas finais do capítulo

NOTA: Amores, estou apressando alguns fatos e encurtando a fic. Por isso, não desenvolvi ainda mais essa questão do Murray x Astória x Thereza. Mas, espero que tenha ficado claro o quão grave foi isso, e que SE MACHUCA NÃO É AMOR! Vocês não merecem menos do que um Draco Malfoy (dessa fanfic) na vida. ♥

O que acharam do capítulo? O próximo já é o último. ♥

Vejo vocês nos comentários, até o próximo capítulo. Beijos.



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