A Vingança de Hermione Granger escrita por Tamara


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Ei, lovelies. Como estão? ♥

Como o capítulo deu maiorzinho, o dividi em duas partes. Postarei a próxima parte do baile em breve.

Capítulo dedicado à Natty Farias e Júlia Pinheiro. ♥



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Capítulo 30

O baile – Parte I

 

— É sério isso?

Depois de minutos em silêncio, olhando-a completamente atônito, enfim conseguiu rebater com a resposta óbvia.

— Por que não? – O sorriso forçado e as palavras trêmulas entregaram seu nervosismo.

Harry suspirou fundo outra vez, não era a primeira vez que Parvati Patil tentava uma reaproximação, mas convidá-lo para o baile era demais.

— Sei que errei. Vamos só como amigos, podemos ser amigos...

— Parvati, não. – Ele a cortou. – Desculpe, mas não quero ser seu amigo. Entenda de uma vez que acabou.

Sem dar chances para uma resposta, ele se afastou. Não queria nutrir sentimentos negativos pela indiana, afinal ela foi sua primeira namorada, mas depois do que ela fez com Hermione... bem, era demais para perdoar. Além disso, o quanto mais se afastasse de Parvati e da sua obsessão, mais leve e feliz estaria.

Enquanto pensava, uma garota de cabelos curtos e pretos passou em disparada ao seu lado, foi instintivo olhar para trás e apertar os passos para a alcançar. Mas quando ela o viu se aproximar, caminhou ainda mais rápido.

Pansy Parkinson deliberadamente fugia dele. Isso era um fato. Ela não o deixava se aproximar, nem mesmo quando ele tentou se desculpar pelo beijo. Pansy o evitar não seria problema se todas as noites ele não pensasse nos seus lábios. Aquele beijo mexeu com a sua mente muito mais do que gostaria. Por Merlin, o que aquilo significava?

Irritado consigo mesmo, com seus desejos, e com o fato dela sempre fugir, ele segurou em seu braço para pará-la. Tentou não apertar com força, a última coisa que queria era machucá-la.

— Parkinson, por favor... – Seus olhos verdes procuraram pelos dela, rogando para que o escutasse.

Pansy suspirou, voltando a expressão raivosa para ele.

— O que você quer, Potter? – Vociferou, afastando o braço do seu toque.

Você. Ao invés disso, respondeu:

— Por que foge de mim?

As palavras atingiram com força a sonserina, ela suspirou e deixou sua máscara de frieza cair por alguns instantes.

— Sinceramente? – Manteve o contato visual, seu tom de voz saiu baixo, calmo até. – Eu só não quero me envolver com você, Potter. Não quero ser mais uma na sua lista, não quero que me humilhe publicamente como fez com a Granger quando voltar para a sua ex-psicótica, porque temo que é isso que vai acontecer.

A sinceridade cortante deixou o garoto de ouro sem palavras. Era realmente isso que ela pensava? Ele mudou, confessou para ela seus temores... a impressão que tinha dele ainda era essa?

Pansy não esperou por uma resposta, ele tampouco tinha uma. Apenas o observou partir, engolindo em seco diante a sua dura realidade. A verdade é que palavras não bastariam, ele deveria provar para ela que mudou, mas como poderia fazer isso se Pansy não o dava nenhuma abertura?

Deixando seus sentimentos de lado, pegou um sanduíche com um dos elfos na cozinha. E como previu, encontrou-a em uma das salas vazias replicando os convites com feitiços. Estava tão concentrada que não o viu se aproximar, analisou Hermione minuciosamente. Suspirou consternado com a sua perda de peso e olheiras profundas, por mais que tentasse transparecer estar bem, sua tristeza era visível.

Quando soube que Malfoy engravidou outra garota, quis mata-lo. Mas soube ligar os pontos, e Hermione o permitiu entrar em sua vida o suficiente para em uma noite fria desabafar com o antigo melhor amigo. A relação deles ainda era frágil, mas aos poucos estavam voltando ao que foram um dia.

Aproximou-se cautelosamente, sentando ao lado da grifinória. Foi quando Hermione voltou o olhar ao garoto, deixando de replicar os convites e forçando um sorriso.

— Ah, oi Harry. Está aí há muito tempo?

— Não muito. Trouxe para você. – Entregou o sanduíche.

— Obrigada, estou faminta. – Sorriu, aceitando o alimento de bom grado.

Harry apenas sorriu, observando-a devorar o sanduíche.

— Você tem que dar uma pausa, Hermione. – Advertiu-a, recebendo um olhar culpado da garota.

— Eu sei, as coisas vão melhorar, Harry. Tudo vai se resolver, eu só preciso de um tempo, tentar manter minha mente ocupada... – Suas palavras foram ensaiadas, ele sabia que a garota tentava convencer a si mesma.

— Já tem par para o baile? – Mudou de assunto, não insistiria naquele assunto desconfortável.

— Não vou. – Respondeu dando de ombros, terminando de comer o seu sanduíche.

— O quê?! – Indagou perplexo, mal acreditando no que acabou de ouvir. – Hermione, você tem que ir. Foi você quem fez esse baile acontecer, não pode deixar de ir por causa de toda essa merda que está acontecendo...

— Eu sei, Harry. – Ela o interrompeu. – É só que não tenho ânimo para festas, e sinceramente... não sei o que pode acontecer nesse baile, prefiro evitar qualquer falatório...

Harry segurou em seus ombros, forçando-a a olhar em seus olhos.

— Você é Hermione Granger. Você não se importa com o que falam, sabe que é maior que tudo isso. Não pode deixar que te afetem, mostre que é superior a todos eles. – Harry nunca foi bom com discursos motivadores, e sabia ter sido um total desastre e clichê assim que Hermione começou a rir.

— Sério, Harry... você é péssimo nisso... – Disse entre risos.

Harry apenas sorriu de volta, fazia tanto tempo que não a via rir.

— Mas você está certo. – Continuou convencida, sabia que deveria ir, afinal ela quem organizou tudo. – Tive vários convites, inclusive, mas recusei todos... – Continuou, não se importava com um acompanhante realmente, iria sozinha.

— Por que não vai comigo? Como amigos. – Ele perguntou casualmente, embora já estivesse com essa ideia. – Recusei alguns convites também, inclusive o de Parvati. – Confessou, vendo-a revirar os olhos com a menção ao nome da Patil.

— Ela vai odiar me ver com você, sabe disso... – Hermione esboçou um meio sorriso malicioso. – E eu vou adorar isso. – Completou com sinceridade.

Tentava ao máximo não pensar na gêmea Patil, mas realmente a odiava. Afinal, tudo foi culpa dela, se ela não articulasse todo aquele teatro, se não drogasse seu namorado... Patil merecia ver o ex-namorado com a garota que mais odiava, era pouco em comparação a todo mal que a fez.

— Vamos só como amigos, mas as pessoas vão falar... você sabe como são os alunos de Hogwarts. – Harry advertiu após ponderar esse lado da moeda, não queria que Hermione fosse fadada a mais comentários cruéis.

— Eu sou Hermione Granger, não sou? Não me importo. – Ousou brincar com a situação, piscando para ele, recebendo uma risada do amigo.

Ela realmente não se importava, mas... e ele? Será que Draco iria ao baile? E se ele sentisse ciúmes? Pior, e se ele levasse Astória? Sabia que os dois estavam próximos por causa do bebê. Por Morgana, algum dia iria conseguir parar de pensar nele o tempo todo? Seu coração vacilante doía a cada pensamento.

(...)

A vida é bela, a gente que fode ela”. Escutou isso em uma música trouxa qualquer, e nunca pensou que poderia ser tão real. Draco é o culpado por toda essa merda, se ele não tivesse dormido com a irmã de Astória nada daquilo estaria acontecendo.

Com um senso de responsabilidade adquirido com a maturidade, ele estendeu para a garota loira as poções com vitaminas.

— Tome de manhã, está se alimentando corretamente? – Indagou mecanicamente, embora realmente se preocupasse com o bebê.

— Obrigada, mas já falei que não precisa se preocupar, tenho tudo sob controle... – Astória pegou as poções, guardando-as na sua bolsa. – E não precisa me checar todos os dias, não vou tentar contra a minha vida. – Completou com amargura.

Astória não era uma suicida, e odiava que todos a tratassem desse modo. Naquela época era jovem demais e só queria acabar com a sua dor, não queria morrer, não realmente.

— Acredito em você, mas se realmente sou o pai dessa criança tenho que cumprir o meu papel. Tenho que saber se está bem.

Ele realmente se esforçou para deixar todas as indiferenças de lado, focando somente no bebê. Não estava junto com Astória, falava com ela mecanicamente e somente sobre a criança que estava por vir, mas encontravam-se todos os dias para isso. Desde então, fofocas passaram a circular por Hogwarts sobre o reatamento dos dois e seu filho. 

— Mandei outra carta para os meus pais, mas eles permanecem resolutos no nosso casamento... – Astória falou após alguns minutos, quebrando o silêncio desconfortável.

— Não vai haver casamento. – Foi seco, mas a simples menção daquilo era absurda para ele.

— Eu também não quero me casar. – A sonserina suspirou cansada, olhando para os seus pés. – Vamos apenas deixar que eles pensem isso, pelo menos até sairmos de Hogwarts. Não quero que se prenda a mim, Malfoy. Sei que é difícil de acreditar, mas eu realmente não queria tudo isso. E por isso, não me importo que continue com a Granger, até espero que fiquem juntos...

— Não fale da Hermione, por favor. – Interrompeu-a, sentiu sua garganta embargar, aquilo era tão difícil. – Você conseguiu sua vingança ao me afastar dela.

— Desculpe. – Suspirou cansada.

Astória o observou pelo canto dos olhos, queria tanto contar a verdade, a mentira sobre a paternidade do filho estava a consumindo. Porém... estaria ainda mais perdida se a verdade viesse à tona, estava nas mãos de Parvati. Não bastasse isso, o verdadeiro pai não ficou minimamente satisfeito quando soube, ele queria a fazer abortar de qualquer modo.

— Não vou ao baile, ando cansada demais para isso. Mas você deve ir, quem sabe assim parem de falar pelos corredores que somos um casal. – Astória falou por fim, antes de sair e o deixar sozinho.

Draco não planejava ir ao baile, mas as palavras de Astória fizeram algum sentido. Ademais, precisava esquecer um pouco de toda a confusão que a sua vida se tornou, e talvez tivesse uma chance de se aproximar dela.

Com esse pensamento, caminhou em direção da sua melhor amiga. Porém, notou-a com o olhar fixo em um casal ao longe, ao perceber de quem se tratava sentiu sua mandíbula endurecer. Ele sabia que a sua Hermione e o Potter reataram a amizade, mas eles estavam sempre tão próximos desde o término dos dois que era impossível não sentir uma pontada de ciúmes.

— Você nem disfarça os ciúmes. – A voz de Pansy o tirou de seus pensamentos, a amiga segurou em sua mão, apertando-a com suavidade. – Sabe que não precisa se preocupar, não é? Hermione não vai voltar com ele.

— Eu sei, não é isso que me preocupa. É só que é realmente difícil tudo isso, estar longe dela principalmente. – Confessou, amava todos os seus amigos, mas era Pansy quem mais o entendia.

— Eu sei, Draco. Como falei, é só questão de tempo até vocês voltarem.

— Sim, ela será minha novamente.

Assim que terminou de falar, seu olhar voltou-se para Hermione, e como um imã os capturou. Por breves instantes, seus olhares se encontraram, mas ela logo os desviou. Estava certo das suas palavras, ele não iria desistir dela.

— Mas não é sobre isso que vim falar com você, já tem companhia para o baile?

(...)

Aquelas mãos a levariam à loucura, mas era aquela boca que a fazia se derreter. Por vezes não sabia o que mais gostava, se era dos lábios macios ou das mãos firmes de Blaise Zabini tateando seu corpo. Um gemido escapou pela sua boca assim que ele pressionou ainda mais os corpos.

Nunca imaginou que estaria em um armário de vassouras com o garoto mais safado da Sonserina, mas também nunca imaginou que ele cairia aos seus pés. Afinal, desde que começaram a se envolver, certificou-se de que ele estava somente com ela.

— Você vai me deixar louco, ruiva. – Ele sussurrou no seu ouvido, antes de mordiscar o lóbulo da sua orelha.

— E você já me deixou louca, moreno. – Retrucou maliciosa, capturando os lábios dele em um beijo intenso. – Você deveria me convidar para ir ao baile. – Falou entre os beijos.

— E você deveria namorar comigo.

Os lábios do sonserino desceram pelo seu pescoço, fazendo-a suspirar outra vez, talvez por isso tenha demorado a captar o significado daquelas palavras.

— Espera... o quê? – Afastou-o a contragosto, voltando o olhar surpresa para ele.

— Gina. – Ele segurou o seu rosto entre as suas mãos, fitando-a. – Estou completamente louco e apaixonado por você, aceita namorar comigo?

As palavras a fizeram sorrir.

— Blaise, eu também estou apaixonada por você. Mas não pode me pedir em namoro em um armário de vassouras.

A Weasley deixou escapar uma risada, sendo acompanhada pelo moreno.

— Eu sou péssimo nisso, ruivinha... desculpa... – Ele a abraçou com carinho, beijando a sua testa em seguida. – Mas aceita, não é? – Indagou com certo nervosismo.

— Claro que aceito. – Não pode deixar de rir do nervosismo dele. – Mas você tem que fazer isso apropriadamente e enfrentar a fúria de um pai ciumento e seis irmãos mais velhos, a Luna consegue contornar o Ron, mas os outros...

Zabini engoliu em seco, a menção da família da ruiva o deixou apreensivo, talvez por isso a tenha calado com outro dos seus beijos quentes. Por Gina, ele não se importava em enfrentar sete leões raivosos e ciumentos.

(...)

Padma deslizou os dedos pelos cabelos tão parecidos com os seus, confortando a irmã outra vez. Ao que parece, outra rejeição pelo Potter foi demais para ela suportar, e todas as lágrimas que a irmã tentou conter até então foram despejadas. Era somente com Padma que Parvati se deixava chorar, era somente a gêmea que via seu lado frágil. 

— É tudo culpa dela... – Parvati falou após a crise de choro, com a voz embargada e os olhos vermelhos e inchados.

Padma forçou a gêmea a encará-la, fitando-a com intensidade e firmeza.

— Parvati, chega! Você já causou mal demais para a Granger.

— Não é o suficiente. Ela quem vazou o meu segredo, ela quem o roubou de mim, ele me odeia por causa dela...

— Não! – Padma se controlou para não gritar, mas continuou firme. – Não é culpa dela, é culpa sua. Você quem causou isso a si mesma, você quem desenvolveu essa obsessão doentia pelo Potter. Além disso, você nem ao menos sabe se foi realmente ela quem vazou o seu segredo...

Parvati se levantou, voltando o olhar magoada para a irmã.

— Se não foi ela, quem foi? – Para Parvati era óbvio, só havia uma opção.

— Você não é amada, Parvati. Na verdade, você é cruel com as pessoas. Qualquer um pode ter descoberto e vazado.

Parvati arregalou os olhos, negando com a cabeça.

— Claro que não, todos me amam, quer dizer... amavam... eu sou bonita e popular...

— Sinceramente? Desisto, seu narcisismo ainda vai matar você...

E sem dar espaço para Parvati rebater, apenas se afastou da irmã. A cada dia que passa, estava mais cansada dela e de suas loucuras. Seus melhores momentos eram juntos à Veronica, apenas com a rosada podia ser quem realmente era.

Passou a tarde com Veronica, e se surpreendeu quando Parvati foi a procurar no seu Salão Comunal da Corvinal.

— Eu estive pensando... – Parvati engoliu em seco. – Você está certa, eu tenho que tentar esquecer o Potter e procurar ser uma pessoa melhor...

Padma mal acreditou no que estava ouvindo, finalmente sua gêmea estava dando voz para a razão?

— Mas é tão difícil, sabe? Eu o amo tanto, e ele me despreza... – Parvati deixou suas lágrimas escorrerem. – Acho que preciso de ajuda, Padma. Não tenho mais tanta certeza se todo esse amor é saudável...

— Ah, minha irmã... – Padma a abraçou com carinho. – Eu vou ajuda-la, a aceitação é o primeiro passo, tudo vai ficar bem...

— Eu não sei o que faria da minha vida sem você. – Parvati disse depois de alguns minutos sendo consolada. – Você me acompanha no baile?

— Claro que sim. – Padma sorriu para a irmã.

— Vamos voltar a sermos o que éramos antes, Padma. Vou melhorar e recuperar sua confiança. – Parvati falou com convicção, voltando a abraçar a irmã.

Padma suspirou aliviada, depois de tanto esforço, finalmente sua irmã estava voltando para si.

(...)

Vermelho. Remetendo a cor da sua casa, mas também do sangue. O decote não era tão discreto, mas ainda deixava muito para a imaginação, assim como a fenda lateral na perna esquerda.

Estava bonita, a aparência perfeita para a princesa traída da Grifinória, perguntou-se quais seriam os seus novos apelidos depois daquele baile, certamente mais alguns entrariam para a longa lista.

— Você está linda. Vamos? – Harry interrompeu os seus pensamentos, naquela altura já estavam atrasados. 

Suas amigas já haviam ido para o baile, Luna foi a primeira a ir com Rony, logo em seguida Blaise buscou Gina. William convidou Pamela, a prima deu mais uma chance para o corvinal, esperando sinceramente que ele não parasse na enfermaria novamente. Tereza dispensou todos os convites, insistindo para Veronica acompanhá-la, afirmando que não precisavam de nenhum par para se divertir, embora Hermione soubesse que esse não era o verdadeiro motivo de Thereza, estava ciente do relacionamento proibido com o professor.

Hermione foi a última a sair, estava postergando propositalmente esse momento, além de realmente ter demorada em sua preparação.

— Vamos, eu só... – Concordou, passando a procurar com os olhos pela sua varinha. – Onde deixei a minha varinha? – Indagou-se enquanto continuava a procurá-la.

— Não esqueceu em algum lugar? – Harry perguntou assim que terminaram de revirar o quarto em busca da varinha.

— Não sei, estive ocupada verificando a decoração... – Suspirou, deixaria isso para mais tarde. – Depois eu procuro, vamos.

— Tem certeza? Podemos continuar procurando.

Hermione negou, guiando Harry para fora. Não precisaria da sua varinha para o baile, e sim de muita paciência.

Sabia que teria todos os olhares em si enquanto descia as escadas ao lado de Harry Potter, por isso sua expressão continuou impassível. A música alta abafou qualquer burburinho que se sucedeu aos segundos de silêncio enquanto completavam o casal.

— Estão todos olhando para nós... – Harry comentou mantendo o sorriso ensaiado no rosto, ele também esperava por aquilo.

— E você esperava algo diferente? – Retorquiu irônica.

Potter somente riu.

— Isso é Hogwarts, não é? Um ensaio para a vida adulta na nossa sociedade levemente hipócrita.

Foi a vez de Hermione rir.

— Vejo que está aprendendo mais sobre o nosso mundo, Harry.

— Antes tarde do que nunca.

Iria o responder, mas assim que desceu o último degrau, há poucos metros aqueles olhos cinzas a fitava com intensidade. Percebeu que o olhar do loiro desceu pelo seu corpo, não negando o seu desejo. Mas logo voltou a fita-la novamente, apenas por breves instantes, pois logo sua atenção voltou-se para o braço de Harry sobre o meu e seu maxilar travou antes de virar o rosto e resmungar algo para Pansy Parkinson.

— Está tudo bem?

Hermione somente anuiu, forçando um sorriso. Ficou afetada com o olhar de Draco, assim como com a possibilidade dele estar com ciúmes, mas também ficou satisfeita ao ver que Pansy era a sua acompanhante. Por que as coisas não poderiam ser mais fáceis?

— Na verdade, não. – Confessou, atordoada com a enxurrada de sentimentos. – Preciso de álcool.

Harry esboçou um meio sorriso, abrindo o smoking para mostrar o cantil prateado.

— As vantagens de ser o escolhido. – Completou mediante o olhar indagador da amiga, antes de misturar o álcool nos copos de ponche de ambos.

(...)

Com uma quantidade razoável de álcool no sangue e as músicas cada vez mais animadas, Hermione permitiu-se esquecer por alguns instantes de tudo ao seu redor. Concentrando-se unicamente em se divertir junto aos seus amigos.

Gina e Blaise assumiram o namoro, o que não surpreendeu ninguém, apenas Rony que fez algumas ameaças vazias em meio aos goles de ponche alcóolico.

Hermione ria de um comentário de Thereza, foi quando a música mudou para um tom mais lento e Harry a tirou para dançar. Os casais formaram-se no meio da pista de dança, entre eles Draco e Pansy. 

Se não soubesse do laço de irmandade entre os dois, certamente se remoeria de ciúmes, eles tinham muita sintonia em meio a dança. Suspirou e balançou a cabeça afim de afastar tais pensamentos, voltando sua atenção ao amigo.

Harry sabia dançar, não era nenhum professional, mas conduzia bem a dança. Por isso, estranhou o fato dele pisar no seu pé duas vezes, quando seus olhos se voltaram aos dele captou o que acontecia. Harry estava disperso, observando outro casal ao longe.

— O que você sente pela Parkinson? – Perguntou baixo próximo ao seu ouvido, recebendo a atenção imediata de Harry e sua expressão de surpresa. – Não negue, vejo o modo como se olham e o quão desconfortáveis ficam na presença um do outro. – Completou com um pequeno sorriso, passando a conduzir os passos da dança.

— Como pude me esquecer quão perceptiva você sempre foi? – Após a surpresa inicial, ele sorriu minimamente, suspirando em seguida. – Eu não sei, ela me provoca sensações diferentes e quando a beijei, nossa... – Sem perceber, sorriu de modo bobo, lembrando-se daquele único beijo. – Mas ela não quer nada comigo, já deixou isso bem claro, acha que posso magoá-la considerando o meu histórico e tem Parvati... – E assim o sorriso se desfez.

— Pansy é naturalmente reservada, sua faceta de frieza é somente para evitar machucados futuros. Acredito que ela apenas esteja com medo dos próprios sentimentos. – Hermione foi sincera com as suas palavras, conhecia Pansy o bastante para perceber isso, embora não fossem tão ligadas. – Se você realmente sente algo sincero por ela, não desista. Tente conquistar a sua confiança.

Se dissessem há um mês atrás que Hermione estaria o aconselhando amorosamente, iria rir dessa pessoa. Mas lá estava ela, deixando o passado para trás, sendo a sua melhor amiga outra vez, sendo aquela que o consola e dá conselhos. Ainda não entendia como pôde um dia magoá-la, mas prometeu a si mesmo que nunca mais o faria.

— Só tem um problema... como posso me aproximar o suficiente para conquistar a sua confiança? – Ponderou.

— Agora é um bom momento, por que não conversa com ela? – Apontou com o queixo para a sonserina que caminhava em direção à porta aberta que dava para os jardins.

— E você? – Indagou ainda incerto, voltando o olhar de Hermione para Pansy.

— Só vai... – Ela o empurrou levemente, incentivando-o.

Harry esboçou um sorriso trêmulo, e ainda incerto seguiu a sonserina. Hermione sorriu para si mesma, pegando-se surpresa ao torcer para o casal. Harry parecia verdadeiramente mudado, e Pansy faria bem para ele.

Subitamente, sentiu-se observada... enquanto Hermione olhava para Harry indo atrás de Pansy, Draco olhava para ela. Assim que outra vez seus olhares se encontraram, ela quis sorrir, quis se aproximar, quis matar a saudade que a corroía. Não soube como, mas caminhou um passo em sua direção, somente um passo. Sua racionalidade voltou à tona assim que uma loira bonita tomou o seu campo de visão e começou a falar com o seu Draco.

Frustrada e levemente enciumada, mudou a sua rota. Em direção a um dos banheiros femininos, afastou gentilmente alguns alunos que a interceptava. Assim que alcançou a toalete, ligou a torneira, jogando água no seu pescoço.

Seria mais fácil se não o visse, apenas queria que o ano acabasse logo. Quando se formassem não seria tão difícil, longe de Hogwarts poderiam reatar. Mas como seria o relacionamento dos dois com um filho de Draco com outra a caminho? E se o amor de Draco não for tão forte quanto diz? E se ele realmente se casar com Astória?

Praguejou alguns palavrões. Por que toda essa insegurança? Por quê? Fechou os olhos por alguns instantes, recuperando a calma e afastando esses pensamentos impertinentes. Porém, assim que abriu os olhos, por muito pouco não gritou. Estava tão atordoada com suas inseguranças que não escutou a porta abrir. Pelo reflexo do espelho, logo atrás de si, lá estava ele.

— Você está linda nesse vestido. – Sua voz saiu rouca, causando-a uma leve contração no ventre.

— É o banheiro feminino, não deveria estar aqui... – Lentamente virou o corpo para trás.

Após tantos olhares perdidos um no outro, aquela era a primeira vez após o término em que estavam tão próximos. Somente há dois ou três passos de distância.

— E você não deveria ter vindo com o Potter, tem noção do tamanho do meu ciúme? – Não falou com ira, embora realmente estivesse louco de ciúmes, disse cada palavra com uma calma invejável.

— Não pareceu ter ciúmes enquanto conversava com aquela loira... – Retorquiu arqueando uma das sobrancelhas, apoiando o corpo contra a pia na medida em que ele se aproximava perigosamente.

Um meio sorriso se formou nos lábios do ardiloso sonserino, e sem mais conter-se levou sua mão esquerda até o rosto da mulher que amava. Tocou-a daquela maneira que ela gostava, antes de embrenhar os dedos nos seus cachos macios. Hermione suspirou com o toque, fechando os olhos por alguns instantes. Sentiu saudades daquilo.

— Por que me tortura, Draco? – Sussurrou, voltando a fita-lo.

Cada vez mais próximo, seu olhar caiu para os lábios, queria tanto beijá-lo. Talvez por isso não o tenha impedido, suas respirações se cruzaram, só mais alguns centímetros.

— Eu falei que não desistiria de você, Hermione.

Sem dar tempo para uma resposta, muito menos para pensamentos racionais, Draco tocou os lábios da mulher com os seus.


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Notas finais do capítulo

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