A Vingança de Hermione Granger escrita por Tamara


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Iniciei essa fic em 2010, e por motivos diversos não a finalizei. Embora já tenha se passado anos, pretendo terminá-la. Como eu era uma menina quando a escrevi, tinha diversos erros grotescos gramaticalmente e mal escrita, então estou reescrevendo “A Vingança de Hermione Granger” para dar um fim digno à fanfic que mesmo com suas falhas tinha muitos leitores. Embora o meu estilo de escrita não seja mais o mesmo, manterei a maioria dos diálogos, e o tom leve e divertido da fanfic.
Não sei se ainda tem alguém que acompanha depois de tantos anos, mas se tiver, peço desculpas pelo atraso de anos. De toda forma, vou finalizá-la. E aos leitores novos, espero que se divirtam com a leitura.



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Capítulo 1

O Pedido

Hermione estava sentada em um dos sofás do salão comunal, enquanto Harry e Rony jogavam xadrez. Embora estivesse com um livro em mãos, a mente da morena estava longe. Pensando em tudo que o trio passou nos últimos anos.

Eles estavam iniciando o sétimo ano. A guerra tinha terminado com a vitória de Harry Potter sobre Voldemort no final do sexto ano. Eles haviam descoberto sobre as horcruxes, e com a ajuda da Ordem conseguiram destruir todas elas. A batalha final não chegou a eclodir, no fim eram apenas Voldemort e Harry.

Harry diz que teve sorte, mas Hermione sempre discordou. Em sua visão ele tinha luz e amor. O amor sempre vencia, não era mesmo? Suspirou pesadamente, apesar de não ter havido tantas perdas, a morte de Cedrico, Sirius e de Dumbledore doía no coração de todos, principalmente no do amigo.

Os comensais, em sua maioria, estavam presos em Azkaban. Draco Malfoy e Narcisa saíram ilesos de qualquer acusação, todavia Lucius estava aguardando julgamento. No final das contas, o dinheiro não comprava tudo. De toda forma, a ideologia perturbada de Voldemort estava morrendo, assim como o seu criador. 

— Xeque-mate. – A voz de Rony a dispersou de suas lembranças. Um sorriso formou-se em seus lábios enquanto observava os amigos. Eles fizeram um pacto, antes das aulas retornarem, de que iriam agir como adolescentes normais naquele ano. Pode parecer estranho, mas tudo que eles queriam, principalmente Harry, era ser um adolescente normal e agir como tal.

— Assim não vale, você só ganha! Não vou mais jogar. – Harry exclamou enquanto se levantava, sentando ao lado de Hermione.

— Tem gente que não sabe brincar. – Resmungou Rony. - Mione, quer jogar xadrez? – Completou, com os olhos esperançosos para a amiga.

— Hum... não, eu passo. – Disse, voltando a atenção para o livro. Os NIEM’s eram no final do ano, tinha que recuperar o tempo perdido e estudar ainda mais. Por um momento pensou se isso era aproveitar a adolescência, bem... de todo modo, era o mais próximo que Hermione chegaria no momento. 

— Que saco. – Rony resmungou, sentando-se em um sofá próximo aos dois. 

— O que você está lendo de tão interessante? – Harry olhou por cima dos ombros de Hermione, mas logo se arrependeu, não entendia nada. Que língua era aquela?

— Feitiços, coisa que você também deveria fazer, Harry. – Repreendeu, sabendo que os dois amigos estavam mais relapsos do que nunca.

— E aí Harry, como está o namoro com a Parvati? – Rony interrompeu a conversa, o que Harry agradeceria mais tarde, sabia que Hermione iria repreendê-lo ainda mais.

— Está ótimo, você não vai acreditar no que Parvati fez... – Nisso ele foi interrompido pela amiga que se levantou abruptamente.

— Lembrei que tenho assuntos pendentes com a Gina. Boa noite! - Hermione balbuciou tais palavras, esboçando um leve sorriso para os amigos antes de se afastar. Não esperou pelas respostas deles, que por sua vez, olhavam-na atônitos com a atitude súbita da morena.

Hermione se trancou em seu quarto privativo, Minerva a convidou para o cargo de monitora chefe assim que voltou para Hogwarts, encostou-se na porta enquanto seu corpo deslizava pela porta, sentando no chão. Lágrimas que não eram bem-vindas deslizavam pelas suas bochechas.

Não era a primeira vez que chorava por Harry Potter, ela sempre o amou. Mas nunca soube ao certo quando aquele amor transpassou a linha da irmandade e transformou-se em algo muito maior, e foi durante o impasse entre Harry e Voldemort que ela teve certeza de que o amava, verdadeira e perdidamente. Amava-o tanto que seu coração doía.

Todavia, ela não teve coragem de dizer o que sente para Harry, tampouco teve oportunidade para tal. Assim que Voldemort caiu, Harry suspirou aliviado pela primeira vez e, após o pacto do trio, fez o possível para ser um garoto normal. Mas Harry jamais seria um garoto normal, ele era o escolhido, aquele que derrotara as trevas e salvara o mundo. Famoso e rico. Todas as garotas queriam o menino de ouro.

E ele deixou-se levar, em poucos meses ficou com tantas garotas que Hermione perdera a conta, contudo sabia que ele trocava cartas com uma delas e que suspirava apaixonado por ela. Ela sabia o que era aquilo, porque era o que sentia por ele... todos aqueles suspiros, o brilho nos olhos. E quando Hogwarts voltou a funcionar, Harry engatou um romance com a dona das cartas, Parvati Patil, a morena de longos cabelos negros e com quem Harry foi junto ao Baile de Primavera no quarto ano.  

Então, todas as suas esperanças evaporaram, agora toda vez que o escutava falar da namorada ou de outras garotas seu coração apertava, e muitas vezes permitia-se chorar. Nunca pensou que o amor poderia doer tanto.

— Chega, Hermione Granger! Pare de chorar por ele, ok? – Falou para si mesma, secando suas lágrimas. Não era a primeira garota a sofrer um amor não correspondido, e nem seria a última. Estava na hora de aceitar e seguir sua vida.

TOC, TOC! O bater nas portas a assustou, cairia se já não estivesse no chão. Subitamente sentiu uma imensa vontade de rir de si mesma.

— Quem é? – Perguntou enquanto levantava.

— Você sabe quem é.

Revirou os olhos ao escutar a voz do loiro. Ela e Draco Malfoy dividiam o cargo de monitor chefe, Minerva afirmou que eles sempre foram os melhores e que mereciam aquilo. Hermione nunca engoliu aquilo, Malfoy não merecia o título, ele iria matar Dumbledore, será que tinham a memória tão curta assim? Não a entenda mal, ela sabia que Draco não queria nada daquilo, ela assistiu o julgamento dele e de sua mãe, Narcisa até mesmo ajudou Harry. Malfoy mostrava-se arrependido e até tentava ser legal (do jeito sonserino de ser) quando tinham que dividir o mesmo ambiente, mas ainda assim o arrependimento do sonserino não apagava toda a maldade que o garoto provocou. Principalmente com ela.

— O que foi, Malfoy? – Perguntou ao abrir a porta. Foi rude, mas não estava com paciência para nada no momento.

— Fiz a bondade de vir avisá-la da ronda e me trata assim? – O tom de voz irônico a irritou ainda mais. - Será mesmo que vou ter que ficar te lembrando todos os dias? É a terceira vez que isso acontece. – Ele estava mesmo a repreendendo? Por Merlin! E o pior é que ele estava certo.

— Desculpe-me, culpa minha! Mas não se preocupe, isso não irá se repetir. – Levantou as mãos para cima, em sinal de rendição, enquanto fechava a porta atrás de si. Acompanhando Malfoy para a ronda. Porém sentia que os olhos do loiro a analisavam, iria perguntar se ela estava com algo no rosto, quando ele interrompeu o silêncio.

— O que houve, Hermione? Por que estava chorando? – Dessa vez ele não foi irônico, sentiu notas de preocupação em seu tom de voz, e as sobrancelhas levemente franzidas o entregaram.

— É impressão minha ou você está preocupado comigo? E ainda me chamou de Hermione! – Ele esperaria qualquer reação, menos aquela. Hermione Granger estava deliberadamente rindo dele.

— Impressionante! Eu tento ser legal e ela começa a rir. – Ele falou exasperado, balançando a cabeça negativamente. Mas franziu os lábios, segurando um sorriso.

— É que foi muito engraçado ver você preocupado comigo. – Ela continuou a rir, mal notando o sorriso disfarçado do loiro.

— Eu, definitivamente, não estava preocupado com você. Lembre-me de não tentar ser legal com grifinórios outra vez, vocês são terrivelmente irritantes. – Ele fez uma careta de nojo, o que a fez rir ainda mais.

— Qual o problema em admitir, hm? Tem medo que descubram que Draco Malfoy tem um coração? – Enfim parou de rir, e logo arrependeu-se da pergunta, observou-o pelo canto dos olhos, e notou confusão na face do sonserino. Talvez Hermione tenha ido longe demais.

— Você vai pela direita e eu pela esquerda. – Ele disse simplesmente. – Até mais, Granger. – Deu ênfase no sobrenome dela, o que a fez suspirar com pesar.

— Até mais. – Respondeu, virando à direita no corredor. Todavia, ela voltou o olhar para trás e o chamou. – Malfoy! – Ele virou-se para ela. – Obrigada. – Esboçou um leve sorriso, antes de voltar ao seu caminho.

Ela não viu Draco sorrir para ela e a observar até perde-la de vista.

(...)

O barulho do despertador parecia irritantemente mais alto naquela manhã. Hermione arrastou o corpo para fora da cama, colocou seu uniforme e desceu para tomar café. Ao chegar na mesa, ela estranhou não ver Harry na mesa junto com os demais.

— Onde está o Harry? – Perguntou para Rony, que por sua vez tinha acabado de encher a boca com um grande pedaço de torrada.

— Tuuazzzzz noasuuuu...

— Para Rony, termina de comer primeiro, depois me fala – A cara de nojo foi inevitável, já tentou tantas vezes ensinar Rony a se portar sobre a mesa, mas na visão dele seu modo de ser era parte do seu charme. Quem em sã consciência acharia charme em um homem comendo com a boca aberta? Então lembrou-se de Luna, bem... tinha doido para tudo, não é mesmo?

— Você não sabe ainda? Ele e a Parvati terminaram ontem à noite. – Ele falou, acabando de engolir a torrada e pegando um pedaço de torta de abóbora.

— Terminaram? Mas como? Por quê? – A conversa estava começando a se mostrar interessante.

— Parece que a Parvati disse para o Harry que estava muito sufocada, e ele disse que quem sufoca quem ali é ela, então foi um alvoroço interminável, que terminou com a Parvati chorando no banheiro, dizendo que nunca mais quer ver o Harry. – Disse Gina, sentando ao lado da amiga e pegando um pouco de suco de laranja.

— E como o Harry está? – Sentia-se egoísta por estar gostando daquela notícia, como poderia ser uma amiga tão terrível? Harry devia estar sofrendo tanto, ela precisava consolá-lo e beijá-lo e acaricia-lo... Oh Merlin! Foco, Hermione, foco.

— Não sei, não o vejo desde ontem. – Gina deu de ombros. – Na verdade, acho a Parvati uma vaca, Harry se livrou, isso sim! – Hermione ignorou o comentário, embora concordasse em gênero, número e grau. Parvati era como se fosse a Regina George de Hogwarts, uma vez ela comentou isso para Gina e Luna, e as duas ficaram maravilhadas quando Hermione apresentou para elas a tecnologia trouxa e viram Meninas Malvadas para as meninas entenderam a analogia de Hermione. Agora, absolutamente TUDO as amigas queriam fazer analogias com filmes trouxas. 

— Como ele está, Rony? – Voltou sua atenção ao amigo.

— Não muito bem, aposto que não pregou os olhos, e quando acordei, ele não estava mais no dormitório.

— Onde ele está?

— Não sei. Ninguém sabe, já o procuramos por Hogwarts inteira. – Deu de ombros. – Coitadinho, parecia tão feliz com a gost... quer dizer, Parvati. – Repreende-se imediatamente sobre o olhar de Hermione.

— Caso tivessem procurado por toda Hogwarts, já teriam o encontrado. – Gina cantarolou, enquanto passava geleia em uma torrada.

— Cala a boca, Gina. É só modo de falar. – Imediatamente Rony ficou vermelho, e Gina mostrou a língua para o irmão.

— Vocês dois! Nem pensem em começar. – Falou Hermione em seu tom autoritário, prendendo o riso da atitude infantil dos dois.

— Só porque é monitora chefe acha que manda, era só o que me faltava. – Rony disse em tom de brincadeira.

— Eu não acho, eu mando, Ronald. – Piscou para ele, rindo em seguida. Porém logo suspirou, pobre Harry... onde ele estava, afinal?

(...)

Harry não apareceu nas aulas, nem nos intervalos. Hermione estava cada vez mais preocupada com o amigo. E acima de tudo, estava tão confusa, por um lado se sentia feliz por Harry terminar com a Parvati, mas por outro estava triste por ele estar tão abalado, a ponto de faltar todas as aulas. Não via a hora de estar com ele e consolá-lo.

Cansada de se lamentar com seus conturbados sentimentos, ela foi para a biblioteca pegar alguns livros para estudar, quando escutou uma voz a chamando.

Hermione! Mione!

Ela virou-se para ver quem a chamava e levou um susto ao se deparar com ele a menos de um passo na sua frente.

— Harry! Nunca mais faça isso, que susto! – Exclamou com a mão no coração.

— Eu preciso conversar com você, Mione. – O olhar dele fez ela soltar um suspiro triste. Harry estava com oleiras profundas e visivelmente abalado.

— Vamos sair daqui. – Disse pegando a pilha de livros que havia separado.

— Não sei o motivo de tantos livros, você estuda tudo isso mesmo? - Ele perguntou enquanto a ajudava a carregar os livros, saindo da biblioteca.

— Eu gosto de ler Harry, gosto de aprender coisas novas. – Disse simplesmente, sempre foi assim.

— Você é realmente excepcional, sabia? – Ele sorriu para ela, aquele sorriso que somente ele sabia dar, o que a fez sorrir e estranhamente sentiu suas bochechas quentes, estava mesmo envergonhada?

— Obrigada. – Respondeu, tentando afastar o estranho sentimento que a dominou.

Ao chegarem no quarto de Hermione, ela guarda os livros e senta-se na beirada de sua cama, alisando a coberta ao seu lado, indicando para que Harry sentasse.

— O que você quer falar comigo? – Perguntou curiosa, voltando os olhos cor de avelã para as esmeraldas do moreno. Notou que ele hesitava, o que atiçou ainda mais sua curiosidade. 

— Bem... eu gosto da Parvati, sabe? – Ele colocou os cabelos para trás com a mão destra, Harry sempre fazia isso quando estava nervoso.

— É, mas onde você estava o dia todo? Ninguém conseguiu te achar, eu já estava preocupada. – Onde ele queria chegar, afinal? E por que sumiu durante todo o dia?

— Eu estava na sala precisa, precisava colocar os pensamentos em ordem. Hermione eu queria te pedir uma coisa... – Ele desviou o olhar do dela, olhando fixamente para a cômoda da morena.

— Pode falar, Harry. – Incentivou para que ele continuasse.

— Er... Eu e a Parvati, nós terminamos de um jeito muito bobo...

— Uhum.. – Ele realmente ia precisar de um incentivo para continuar todas as vezes? Hermione nunca foi uma bruxa muito paciente.

— Eu queria que você...

— Que eu...?

— Que você finja ser a minha namorada para colocar ciúmes na Parvati. – Ele falou tão rápido que Hermione pensou não entender.

— EU O QUE? – Praticamente gritou, não... aquilo não era real. Ela entendeu errado, não entendeu? Merlin, que tipo de castigo era aquele?

 


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Notas finais do capítulo

Desculpem qualquer erro. Próximo capítulo sai em breve!