Capítulo 23: Nada mais me importava.

Draco´s Pov:

Os corredores estavam desertos e eu tinha em minhas mãos algo que eu queria manter somente para mim, havia me esquivado de Pansy há alguns minutos atrás querendo ficar um pouco sozinho. Minha cabeça girava loucamente por causa de certa grifinoria sabe-tudo. Os olhos castanhos não saiam de minha mente, e seu novo “estilo” estava me tirando do sério.

Sempre fui centrado, sou daquelas pessoas que provocam, mas não se deixam provocar. Pelo menos era o que eu queria acreditar. Sabia que perto dela não tinha controle. Infelizmente. Um sorriso bobo surgiu em meu rosto, ao lembrar o que tinha em meu bolso. Andei confiante, sem pressa, até o salão comunal.

As portas estavam abertas e comecei meu caminho até a mesa da sonserina, mas o que me vi fez parar. No instante em que passei pela porta, senti o rosto de Hermione virar em minha direção, para logo afastá-lo, fingindo que não havia me visto. Um sorriso sarcástico surgiu em meu rosto, pelo menos, até o momento em que se mexeu.

Eu devia saber que não deveria ficar ali, parado feito um idiota, enquanto ela se divertia a minhas custas, mas eu estava hipnotizado. Acompanhei todos os seus gestos, vi-a prender os cabelos num coque mal feito, deixando a mostra seu pescoço. Sua pele alva pareceu chamar por mim, e sem dar-me conta, comecei a me mover, indo... Indo até ela.

Também o modo como passou a mão por seu pescoço, depois a pousando sobre a mesa. Parecia perdida em pensamentos, mas eu sabia que ela tinha plena consciência de minha presença ali. Agora estava mais do que claro, ela estava me provocando. Deixei meu sorriso crescer, e notei que sua posição mudou rapidamente, estava nervosa.

Pude sentir conforme me aproximava que estava ficando rígida. Mexeu em seus cabelos, e um sorriso divertido surgiu em meus lábios. Ótimo, ela queria me provocar. Vamos ver quem vai mais longe. No momento que estava perto o bastante dela, abaixei-me ficando na altura de seu pescoço, e aproximei meus lábios dele.

-Bom dia, Granger. – Sussurrei.

Ela saltou de susto, batendo com as suas costas contra o meu peito. Aproveitando o momento passei um de meus braços por sua cintura, mantendo-a presa. Sua respiração ficou levemente ofegante, e eu deslizei meu nariz por seu pescoço, vendo-a arrepiar-se. Sentia-a tentar se afastar, mas notou que meu braço a impedia.

-Pode me soltar, por favor, Malfoy. – Falou mais baixo que um sussurro.

Vendo ali uma chance única eu decidi provocar. Eu estava agüentando numa boa. E digamos... As dela sempre foram... Leves, mas eu não sou tão bonzinho assim. Dei um passo à frente colando meu corpo ao seu, senti o perfume que vinha dela, e sem notar deslizei uma vez mais meu nariz por ali. Puxei o ar devagar para manter-me calmo.

-Não está gostando Hermione? – Rebati baixinho.

Pude sentir a surpresa dela ao ouvir-me chamá-la pelo nome. Sua respiração ficou entrecortada. Ela estava nervosa. E eu também. Eu a virei devagar até que eu pudesse ver seu rosto. Ele estava impassivo, mas eu sentia por sua respiração o quanto aquilo estava mexendo com ela, por um momento agradeci mentalmente o fato de controlar-me tão bem.

-O que foi? – Sussurrei-lhe outra vez – Não gosta quando o jogo está invertido?

Seus olhos se arregalaram levemente, e forçou sua expressão a ficar neutra. Sua atitude havia conformado minhas suspeitas, mas a questão é. Para que a Granger iria ficar me provocando? O que ganharia com isto? Pensei na expressão de odeio de cabeça de cenoura e do testa rachada. A ideia pareceu extremamente divertida e decidi reparti-la.

-Seus amigos apóiam isso?

-Cale a boca Draco. – Falou irritada.

-Draco? – Questionei-a risonho.

-Quero dizer, Malfoy. – Puxou o ar e levantou o queixo. – Não me irrite.

-Ok, chega de brincadeira. – Declarei por fim.

Ao falar isto, agi por impulso, fiz o que queria. Simplesmente ignorei qualquer coisa que minha reação pudesse ter. Queria pela primeira vez agir como o Draco. Não como o Malfoy. E assim eu fiz. Deixei meu corpo agir, esquecendo o mundo a minha volta. Não me importou mais nada quando eu fiz o que queria. O fato de estarmos ali, no salão comunal, meus pais, os amigos dela. Nada mais me importava.