True Tears escrita por Ane Viz


Capítulo 13
Capítulo 12: Perfeitamente imperfeito.


Notas iniciais do capítulo

No último capítulo:

Inconscientemente um sorriso formou-se em meus lábios. E Hermione baixou os seus olhos um pouco corada. E desta vez nem mesmo as piadas maliciosas de Blásio me importaram. Eu talvez tenha uma chance.

Boa leitura!



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Capítulo 12: Perfeitamente imperfeito.


Sentia-me incrivelmente conectada aos orbes azuis acinzentadas eu queria afastar meus olhos, mas não conseguia. Podia vê-lo tentando desvendar o que se passava em minha mente enquanto fitava-me nos olhos. Vi um lindo sorriso formar-se em seu rosto e eu corei e com um pouco de esforço abaixei minha cabeça. Por Merlin, isto tem que parar. Levantei rápido da mesa quase derrubando alguém ao meu lado e sai correndo.

Precisava sair dali de perto dele. Meu coração estava disparado e eu queria vê-lo. Balancei minha cabeça e resmunguei comigo mesma Cale-se Hermione. Pare com isto. Vai ficar maluca!

-Ah Ginevra você me paga!

-Eu? O que fiz?

Ali estava ela não sabia se chorava, gritava, brigava. Estou tão confusa. Bufei e deixei meu corpo escorregar pela parede e escondi meus olhos nos joelhos. Não posso sentir... Não posso!

-Droga!

Uma lágrima escorreu por meus olhos e senti minha amiga me abraçar. Senti-a preocupada. Ela não conseguia entender o motivo do meu estado. Suspirei pesadamente. Não queria contar nada a ela. Levantei os olhos e fitei-a. Queria que ela entendesse sem eu ter de explicar. Assumir em alto e bom tom é algo impossível. Eu fiquei olhando e a mesma lançou-me um olhar de compreensão.

-Claro, ele.

Desta vez eu não falei apenas a olhei de volta. Será que está tão na cara assim? Primeiro a Luna agora ela. Bufei por ser tão evidente. Ergui-me e sai andando pelo castelo. Queria pensar. Sozinha. Eu preciso me entender antes de chegar a uma conclusão. Andei por vários corredores e por fim deparei-me com a porta de principal. Passei por ela e caminhei pelos enormes jardins.

Puxei o ar com força e andei em direção a floresta proibida. Senti uma mão segurando meu pulso e voltei-me para quem tentava me impedir. Olhei chocada por me dar conta de quem se tratava. Córmaco estava perto de mim. Demais. Dei um passo para trás e ele sorriu. Ignorei isto e o vi aproximar-se de mim. Lembrei-me do comentário das garotas da escola dizendo o quanto ele era bonito, mas não senti nada.

Nada de especial. Nenhuma sensação com a qual pudesse comparar ao toque do Malfoy. Arfei ao constatar onde meus pensamentos pousaram. E minha atitude foi interpretada erroneamente pelo Mclaggen que chegou mais perto. Pude sentir seu rosto cada vez mais perto do meu. Eu estava congelada. Não conseguia acreditar. Voltei a mim a tempo de impedir a loucura dele.

-Pare! – Falei esticando minha mão para empurrá-lo.

Pego de susto pela minha atitude ele recuou alguns passos. Por sua expressão perplexa ele realmente não acreditava que qualquer pessoa em sã consciência podia dizer não a ele. Ouvi uma risada e nos viramos para ver quem era. O olhar de Córmaco transformou-se me fenda ao ver seu amigo.

-Cale a boca.

-Como se sente levando o primeiro fora?

Abaixei meu rosto e sai de perto deles. A conversa não me interessava nem um pouco. Retornei ao castelo para pegar um livro e retornar ao jardim. O tempo estava agradável e seria muito bom focar-me na leitura. Rapidamente cheguei à sala comunal e voei escada acima e passei meus olhos pelo quarto. Tinha uns livros de matéria no meu criado mudo, mas eu fiz uma pequena careta.

Ri sozinha. Quem diria Hermione Granger não está com vontade de estudar? Fui até o meu armário e o abri. Escolherei um livro para me distrair. Passei meu dedo indicador pela borda de vários livros lendo os títulos. Acabei por pegar um livro trouxa chamado “Orgulho e preconceito”. Agarrei-o em meus braços e desci novamente sem me dirigir a ninguém.

Algumas vezes respondia um cumprimento, porém não sei dizer a quem. Segui para onde queria. Meu cantinho. Sentei-me na árvore onde fico com os meninos. No mesmo lugar no qual conversei com o Draco. Fitei o livro a qual eu abraçava e revirei meus olhos. Orgulho e preconceito. Inconscientemente havia escolhido a história que mais combinada conosco. Sorri por um momento, mas logo trarei de desfazê-lo.

Deixei de sonhar sua boba. Alguém como ele nunca olharia para você. E isto não é mentira nenhuma. Porque o garoto mais lindo da escola me notaria? Justo a sangue-ruim. A garota a qual ele sempre se empenhou em dizer que era feia e dentuça. A melhor amiga dos garotos que ele mais odiava. Uma lágrima teimosa escorreu por meu rosto e eu tratei de secá-la. Tinha de ser forte.

Passei por tantas coisas. Não iria desabar agora. Principalmente por alguém que queria me ver mal. Fitei o livro e reparei na contradição. No livro, o amor supera o orgulho de Lizzy e o preconceito de Mr. Darcy. Eles enfrentam tudo pelo que sentem. Diferente da situação na qual eu me encontrava. Estava perdida e sozinha. A imagem daqueles olhos voltou em minha mente.

De manhã eles pareciam ter algo mais. Sentia uma diferença na forma com que ele me olhou. Não sei explicar o quê, mas parecia... Bufei com a direção dos meus pensamentos. Abri o livro sobre minha perna e comecei a ler. A leitura estava incrível. Eu entendia a situação Lizzy era orgulhosa demais para aceitar o que sentia. A minha própria frase me incomodou e eu deixei de lado meu pensamento.

Segui a leitura para deparar-me com o preconceito que o próprio Mr. Darcy tinha e também com o preconceito dos demais. Porque as pessoas tendem a julgar os outros por fatos de pouco importância? Como sua classe social ou ... Um barulho vindo de passos apressados e umas risadinhas me fizeram parar com o que tinha na cabeça e erguer a vista.

E desejei não tê-lo feito. Lá vinha Draco Malfoy acompanhado de seu leal e acredito único amigo Blásio. Afastei meus olhos dele. Era perturbador a forma com a qual eu sentia-me ligada a aquela fuinha. Senti um aperto no peito ao chamá-lo assim. Qual o problema comigo? Sempre o chamei assim e não me importo né? Argh! Importo-me e eu me sinto uma idiota por isso.

Olhei o livro ainda aberto em meu colo e respirei fundo. Paz, tudo o que eu quero. Senti-me queimar e fitei o local. Draco me olhava intensamente e eu baixei a vista mais uma vez corada. Como me odeio por ficar desta forma. Nem com o Ron me senti tão boba e vulnerável. Por que logo pelo inimigo? Logo o quê? Fique quieta! Exasperada comigo mesma fechei o livro com força e me arrependi, pois sem querer lancei-o longe.

Aly & AJ: http://www.youtube.com/watch?v=Zdm7FJktDOM

I am moving through the crowd (Estou me movendo pela multidão)

Trying to find myself (Tentando me encontrar)

Feel like a guitar that´s never played (Sinto-me como uma guitarra nunca usada)

Won´t someone strum away (Afastada de todo o mundo)

Who do I wanna be (Quem eu quero ser)

Do I wanna throw away de key (Quero jogar longe a chave)

And invent a whole new me (E inventar um novo eu)

And I tell myself (E eu falo para mim mesma)

Levantei e caminhei até o gramado perto de outra árvore para pegá-lo. Eu estou tentando me encontrar, mas mesmo estando no meio da multidão eu não descubro nada. Estou sempre rodeada pelos meus amigos e isto não me ajuda em nada. Sinto-me como se nunca tivesse vivido nada. Refiro-me as sensações do coração. Eu jamais me apaixonei. Nem pelo Ron ou pelo Vitor.

Meus olhos recaíram sobre o Draco, quero dizer, o Malfoy que ainda me olhava, mas agora ele estava sentado numa outra árvore junto de seu amigo. Via o Blásio alternar olhares divertidos entre o Malfoy e eu. Porque ultimamente ele fazia tanto isso?   Para a bruxa mais esperta da minha idade como falam eu estou me sentindo uma idiota.

No one (Ninguém)

No one (Ninguém)

Don´t wanna be (Não quero ser)

No one (Ninguém)

But me (Mas eu)

Eu não preciso me mudar. Simplesmente aceitar-me como sou. Gosto de mim assim. E as pessoas devem gostar de mim como sou de verdade. Não mudarei por causa de outras pessoas. Não mudarei por ele. Outra vez meus olhos foram na direção que desde que ouvi o barulho na entrada tento afastar minha vista, mas sou fraca e não consigo.

You are moving through the crowd (Você está se movendo entre a multidão)

Trying to find yourself (Tentando encontrar-se)

You feel like a doll left on a shelf (Você se sente como uma boneca na pratileira da esquerda)

Won´t someone take you down (E não há alguém que a traga para baixo)

And you ask yourself (E você se pergunta)

Who do I wanna be (Quem eu quero ser?)

Do I wanna throw away the key (Quero jogar a chave longe)

And invent a whole new me (E inventar um novo eu)

Gotta tell yourself (E começou a se dizer)

Algo em mim dizia que ele estava tão perdido quanto eu. E sentia uma necessidade enorme de ajudá-lo. Mesmo que ouvisse suas grosserias já tão conhecidas por mim. Suspirei vencida. Eu o amava. E não queria assumir para mim mesma, mas como deixei uma coisa assim me acontecer? Qual foi o momento em que perdi controle de minha própria vida?

Luna estava certa deste o principio ela e a Gina. Odeio estar errada. Voltei meu olhar para aquele lindo mar azulado. Um azul tão diferente. Tão perfeito. Incomum, como ele. Um azul acinzentado. Como tem sido meus dias. O tempo pode estar bom, porém sempre me sinto como se uma nuvem cinza sobrevoasse minha cabeça.

Your life´s played out on the shadows of the wall (Sua vida se jogou fora nas sombras de sua parede)

You turn the light on to release it all (Você liga a luz para se libertar totalmente)

You wonder what it´s like to not feel worthless ( Você quer saber o que é para não se sentir inútil)

So open up the blinds and fold those curtains (Portanto, abra as persianas e dobre as cortinas)

Sorri fitando seus olhos e balancei a cabeça. Não ia mais me enganar. Eu o amava e faria o possível para ajudá-lo. Ele está diferente. Eu sinto. E quero acompanhar a mudança. Quero torná-lo melhor. Sei que ele pode. Sinto isto no fundo de meu coração. Posso senti-lo disparar ao simplesmente focar-me nele. Meu coração reconhece seu dono. E nada posso fazer para mudar.

We are moving through the crowd (Estamos caminhando no meio da multidão)

Fechei os olhos e coloquei meu livro sobre meu colo ao notar que estava apertando-o contra meus dedos. Apoiei minha cabeça no caule da árvore sentindo uma brisa suave passar por mim. Amenizando minha angustia de saber que estava apaixonada por alguém que nunca seria meu. Apesar de lá no fundo de meu peito saber que ele pertence a mim. Uma frase trouxa veio em minha mente de repente “Passamos a amar não quando encontramos uma pessoa perfeita, mas quando aprendemos a ver perfeitamente uma pessoa imperfeita” (San Kenn). Sim, sorri ao constatar que o Draco é meu perfeito imperfeito.


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Notas finais do capítulo

Oiie meninas, queria agradecer a Mia_kcullen, Jurinha, Marina_sartori, Thathapolinario, UchihaLyrria,Rafaela saps, Angelmassiekur, Raquel, Kriss e Nathy! Obrigada!*-*

Espero que gostem deste capítulo. Eu amei escrevê-lo.

Aguardo ansiosa a opinião de vocês!

Beeeeijos e até o próximo capítulo!