Overhill - A Lenda dos Cristais escrita por VenusHalation


Capítulo 4
Capítulo 3 - Um começo turbulento.


Notas iniciais do capítulo

Nháááá... Única coisa que posso dizer é obrigada a todos!



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Os humanos ainda andavam de mãos dadas, os sentimentos eram uma mescla de medo, angústia e ao mesmo tempo felicidade. Megume apertou a mão de Kayro ao sentir Razac, que guiava o grupo, parar numa parte menos densa da floresta. O rapaz de olhos azuis virou-se deixando transparecer, por de trás do capuz, aquele olhar brilhante e cortante como o de um felino, um olhar difícil de encarar, ainda mais em meio a tanto desconhecido. 

_Vamos buscar Luthien. - Ele disse. 

_Aqui é enorme como achar uma elfa no meio dessa floresta toda? - Kayro tomava coragem para encarar Razac. - E pior, no continente inteiro!? 

_Fique tranqüilo. - Kiba abanou o rabo batendo nos galhos por perto. - Não vamos precisar procurar por ela.

_Como assim não vamos? _Razac - Euturiel se aproximou do guardião. - Para onde mandou Luthien?

_Ela não está longe. Me sigam e chegaremos lá ao anoitecer.

_Não está longe... - Euturiel arregalou os olhos vermelhos. - Isso não foi prudente Razac!

_Fique quieta... - mantinha a expressão séria - Eu sei o que estou fazendo. Encontraremos Luthien e voltaremos a montanha celestial amanhã mesmo. Sigam-me...

Todos seguiram Razac, ele andava muito a frente, afinal, o caminho era difícil, as árvores eram abundantes, o trecho era repleto de pedras grandes e os arbustos combriam a visão do caminho. Os humanos permaneceram calados durante a discussão, era desconfortável caminhar ao lado de desconhecidos, quanto mais falar ou discutir com eles, ainda mais desconhecidos com aparência estranha e nada humana.  

_Razac é sempre rude assim? - Barton perguntou baixo.

_Sempre foi. Desde pequeno. - Kiba respondeu gentilmente.

_Vocês, então, se conhecem há muito tempo? - O moreno falou com um pouco mais de segurança ao receber uma resposta gentil.

_Como eu disse, desde pequenos... Nós cinco sempre treinamos juntos.

_Cinco?

_Eu, Razac, Éryn e Luthien fomos treinados pela Euturiel.

_Nossa... - Megume impressionou-se. - Ela devia ser uma criança incrível!

_Eu não era. - A ruiva sorriu. - Sou como meu pai e os outros, não envelheço rápido.

_Você parece ter uns dezenove anos! - Megume impressionou-se. - Quantos anos têm?

_Isso... - Euturiel afagou a cabeça da criança. - É um segredo.

_Voltando ao assunto da elfa... - Laurence interessou-se pelo assunto. - Se nunca mais se viram, como Razac sabe onde Luthien está? Procurar por alguém que não se vê é perda de tempo!

_Passamos os últimos anos livres, de repente Razac e Luthien decidiram treinar juntos.

_Coitada dessa garota! - Kayro falou em tom de total deboche.

_Ao contrário do que pensam... - Euturiel soltou uma longa risada. - ...Razac não é tão mau e grosso.

_Não é? - Laurence olhou o homem encapuzado a caminhar mais a frente. - Ele é assustador!

_Bom, às vezes ele era rude sim. - Kiba se colocou a coçar uma de suas orelhas. - Mas Luthien é uma garota muito paciente e gentil, talvez a única que conseguia conversar com Razac além de mim.

_Kiba, você é meu herói! - Laurence brincou. Riram e voltaram a fazer o silêncio, continuaram seguindo o rapaz, que nem se maniestou contra críticas.

O caminho havia se tornado mais tranqüilo, já haviam achado uma pequena estrada de terra batida por onde foram seguindo, a paisagem era bonita, árvores altas, algumas floridas, banhadas pelo brilhante sol, mas nem sinal de qualquer ser que vivesse ali.

Seguiram admirando a linda paisagem. Era fim de tarde quando passaram por algo que deveria ser um arco, estava rachado, dando a impressão de que caíria a qualquer momento; duas estátuas de dragões bracos sujos de terra vermelha o ladeavam, uma sem a cabeça e a asa esquerda e a outra sem o braço e perna alternados, se perguntaram como aquelas estátuas ainda se mantinham de pé. O caminho de terra depois do portal dava para uma espécie de ladeira, a qual desceram. Se depararam com uma grande cidade em ruínas do que um dia poderia ter sido um lugar majestoso, as construções de granito escuro, a maioria de forma arredondada, estavam quebradas e cheias de buracos onde deveriam haver adornos, deveria haver ouro ali, mas fora saqueado; Um grande altar ao centro feito de pedras de pedras, que deveria ter sido usado em rituais, estava se desfazendo em areia por conta de descuido; Dragões, ali, eram uma espécie de característica dominante, estavam em todos os lugares, sem cabeça, asas, cauda; Tudo ali parecia um caos, mas em meio ao caos se viam pessoas carregando carroças de alimentos, vendendo, conversando, entrando em suas casas arruinadas, crianças correndo, era um vilarejo, um vilarejo que embora caísse aos pedaços mostrava-se viva.

_Chegamos. - Razac disse.

_Você a mandou para as ruínas do vilarejo celta? Está maluco? Se meu pai descobrir estaremos perdidos!

_Se você não abrir a boca ele não vai ficar sabendo!

_Grosso!

_Eu não sou grosso, você que é estúpida!

_Parem com isso! - Laurence tentou apartar. - Vamos logo tirar essa garota daqui e fazer o que deve ser feito.

Foram logo para o vilarejo, quando chegaram perto, os humanos notaram algo diferente, todos que viviam ali eram muito bonitos, muito mesmo, pareciam-se com os anjos da montanha celestial, mas não poderiam ser, pois não possuiam asas. Entrelharam-se com temor, seriam estes como a temida Luci?

Os seres belos olhavam curiosos para seus visitantes, de repente um deles veio correndo em direção a eles. O garoto de sorriso largo e cabelos cacheados acenou para Razac.

_Que bom que vieram à salvo. - Soláris sorria animadamente.

_Soláris, chame Luthien logo, precisamos sair. - Razac falou cortante.

_Oi pra você também Razac. - Soláris não tirava o sorriso do rosto. - Vou chamá-la!

 Soláris foi até uma pequena casa, entrou pela porta improvisada de um tronco de árvore velho e puxou uma moça com animação. Ela era bonita, tinha longos cabelos loiros que faziam cachos grossos nas pontas, pelo cabelo lhe escapavam a ponta das orelhas, os olhos eram verdes escuros, a pele tão branca que o rosado nas bochechas se destacavam, e tinha em seu sorriso algo inigualável. A garota olhou animada para o grupo, balançando as orelhas pontudas de leve enquanto era levada com a animação do amigo de sorriso largo.  

_Razac! – Luthien o abraçou amigavelmente. - Achei que tinha me esquecido aqui!

_Não costumo faltar com minha palavra...

_Fico feliz que não. - Ela sorriu abraçando Kiba e Euturiel em seguida. - Fico feliz em vê-los também.

_Isso foi imprudente Luthien. - Kiba abraçou a elfa. - Mas mesmo assim, me desculpe pela última que nos vimos.

_Tudo bem.

_Deixemos de conversa. - Euturiel disse num tom alegre. - Temos que ir!

_Já está ficando tarde. - Soláris ficou sério de repente. - Sei que não podem ficar aqui, ao norte daqui há uma caverna, perto dela um rio. Creio que dê para montar um acampamento por lá.

_Obrigada Soláris! - Luthien segurou as mãos do amigo. - Obrigada por tudo! _Sentirei saudades! - mostrou seu sorriso marcante, e os viu ir embora.

Passaram pelo arco de entrada novamente. Luthien, tomada pela animação de reencontrar os companheiros notou, ali, os quatro novos e curiosos viajantes. Encarou os humanos, curiosa, estes que pararam para serem observados com um pouco de desconfiança e confusão.

_Me perdoem, mas... - Luthien olhou de cima a baixo. - Quem são vocês?

Todos pararam, os três habitantes comuns de Overhill olharam para os visitantes que se deram conta de nem os próprios nomes haviam dito. Era rude? Não sabiam, mas estavam tão confusos e era tudo tão novo que esqueceram mesmo de se apresentar e manter distancia de gente estranha era o meio de auto-defesa que haviam encontrado inconscientemente.  

Kiba abaixou uma das orelhas de cão e levou um dos dedos no queixo, como se pensasse, encarou ainda mais sério os quatro, rodeando os corpos estáticos dos mesmos, levando o nariz a frente como se farejasse algo. O híbrido parou, abaixou-se, ainda analisando, voltou a sua postura “normal” de gente, jogando os cabelos azuis para trás, sorriu para os visitantes, mostrando os salientes caninos.

Olhar os caninos do rapaz não era algo que dava uma grande sensação de conforno.

_Pois bem. - Kiba ainda sorria. - Seus nomes e o que fazem!

Não entenderam. Qual a razão de ser rodeado, cheirado e analizado por um garoto que tinha um rabo para que ele perguntasse apenas um nome?

Olharam os caninos novamente, seja lá o que fosse essa análise era lógico que não queriam saber o quanto aqueles dentes afiados poderiam ser doloridos. Apresentaram-se como fizeram há 1 mês antes na floresta, sentindo uma espécie de alívio ao ver uma simples reverência vinda de todos, exceto(obviamente) de Razac que já seguia na frente, ignorando qualquer que fosse a formalidade.

Seguiram pela floresta densa mais uma vez e pouco antes de escurecer encontraram a caverna descrita por Soláris. Era uma caverna como outra qualquer, um amontoado de pedras gigantes que caíram de uma montanha por algum tipo de erosão e acabaram formando um buraco fundo e escuro, ao lado um lago de água escura e parada que espelhava tudo a sua volta, o chão mostrava algumas marcas de fogueira e galhos pretos, mostrando que haviam acampado ali recentemente. 

_Acho que aqui é onde ficaremos. - Kayro já se jogava no chão.

_Não podemos parar! - Razac já se embrenhava numa das árvores no caminho.

_Está louco? - Barton encarou os olhos azuis. - Podemos sim, ninguém falou que teríamos que começar essa missão hoje!

_Não há tempo. - Razac se desvencilhou.

_Razac. - Luthien falou docemente. - É uma missão importante, nós sabemos.

_Mas teremos de lutar e descansar é primordial... - Euturiel adiantou-se.

_Sem essa papo heróico. - A pequena Megume batia o pé. - Vamos ficar logo estou exausta!

_A pirralha disse tudo! - Kayro olhou. - Além de estarmos todos cansados essa floresta tem uma aura muito perigosa, melhor ficarmos aqui mesmo!

_E a maioria vence! - Kiba disse em tom de deboche. - Ou vai seguir sozinho Razac?

_Não podemos nos separar. - Disse frio. - Não tenho escolha...

_Ótimo! Farei meu montinho de terra fofa aqui mesmo! - Kayro já se aconchegava no chão.

_Hum... Tenho uma idéia melhor! - Kiba olhou para cima. - Laurence, você acha que consegue fazer um feitiço de invocação comigo?

_Creio que sim, mas o que pretende invocar?

_Não sei. Camas talvez.

_Camas no meio da floresta?

_Tem uma idéia melhor?

_Só os colchões, pelo menos não corremos o risco de que as pernas das camas afundem na areia a cada movimento que podemos fazer enquanto dormimos.

_Kiba, parece-me que a idéia de Laurence é melhor. - Riu Barton.

_Bom... - ele abaixou as orelhas. - É verdade... Enfim... Vamos ao feitiço de invocação!  

_Queiram se manter distantes e não olhem direto para luz. - Laurence sorriu afastando os companheiros.

 Kiba e Laurence se posicionaram um de frente para outro numa distancia de mais ou menos uns 5 metros, o híbrido sacudiu suas orelhas secundárias de dragão, enquanto Laurence limpava seus óculos redondos. Encararam-se e estenderam as mãos, começaram a sussurrar palavras estranhas, das mãos saíram 2 raios azuis que se chocaram e do choque viraram vários arcos que fecharam como uma cúpula, depois disso uma pequena explosão, uma luz forte que poderia ter cegado alguém, se Laurence não tivesse dado aviso prévio, em seguida uma explosão fantástica, mas uma magia falha, lá estava um monte de feno.

 _Feno... é? - Kiba olhava sem animação.

_Não me parecem nada com colchões... - Laurence esfregava os óculos querendo ver algo que não fosse aquilo.

_Pelo menos é... Macio? _Mas pinica... - Laurence ainda limpava os óculos.

_Mas olha: Da pra passar uma noite e ainda sobra pra fazer fogo!

_Se o fogo não atingir o feno e a gente virar churrasco, ótimo!

_Belo feitiço de invocação. - Barton batia nas costas do magricela.

_Não acredito nisso. - Megume balançava a cabeça negativamente. - Vocês são péssimos!

_Acho que ainda vou fazer um montinho de terra ali pra mim. - Kayro deitava-se no chão inconformado.

_Ah não vão não! - Kiba soltou um leve rosnado. - Eu me esforcei muito para conseguir esse monte de feno!

_Imagina se não tivesse se esforçado. - Megume virou-se em desdém.

_Vamos tentar mais uma vez! - Laurence tentava consertar o erro. - Talvez foi alguma palavra e...

_Não precisa! - Luthien interrompeu. - Euturiel encontrou isso!

Luthien sorriu e mostrou uma folha grande. quase do seu tamanho, era branca de aparência felpuda e macia.

_Folha de algodão! É macio, e tem um cheirinho gostoso! - Kiba abraçou a folha abanando o rabo freneticamente. - Onde achou?

_Ali. – Megume apontou para um arbusto com grandes folhas fofas atrás de Kiba. - Idiota...

_Que coisa... Não tinha visto... Vamos pegar... - Kiba se apressou arrancando várias de uma vez em um olhar sem graça. - Não é mesmo?

Todos recolheram várias folhas e colocaram no chão, algumas pedras foram colocadas ao redor das folhas para que não voassem, e usaram o feno para fazer uma fogueira, terminaram um pouco antes do por do sol. Laurence, Megume e Kayro foram pescar do outro lado do lago escuro, Kiba e Razac organizavam algumas armas no acampamento e separavam alguns condimentos, calados e sentados em suas respectivas “camas”, Luthien se sentou à beira do lago, onde pouco tempo depois Barton se sentou-se ao seu lado.

 _Posso me sentar aqui? - O moreno disse jogando os cabelos para trás. _Já sentou-se. - Ela riu.

_Overhill é tão bonito e fantástico, não é? - Ele sorriu para elfa.

_É sim... Muito...

_Luthien. - Ele a olhou. - É esse seu nome não é?

_É sim. Desculpe-me, mas não me lembro o seu.

_Barton. Disseram-me que você está “foragida” há quase um ano. Por quê?

_Meu pai quer que eu me case.

_E por que não casa? Ele é feio? Pobre?

_Não, bem pelo contrário. É muito bonito. E é exatamente pelos bens dele que quer que eu meu case, minha aldeia está passando por um grande problema, falta comida, água, muitos estão morrendo.

_Se sua aldeia precisa por que não o faz então? - ele olhou curioso.

_Porque depois que minha aldeia ficar bem de novo serei obrigada a viver o resto da minha vida com alguém que não amo... Fugi para achar uma solução. - Ela fazia uma fina trança em uma mecha do cabelo.

_Ah... Não entendo disso. - Ele olhou para o céu de tom alaranjado. - No meu mundo, um homem com todas essas qualidades seria disputado por todas!

_Que horror! - ela exaltou-se, mas manteu a postura calma novamente. - Nunca se apaixonou?

_Não. No meu mundo, isso não existe.

De longe Razac observou Barton e Luthien conversarem, trincando os dentes apertou os punhos com força, cortando a mão com que segurava a lâmina de um punhal. Seu olhar era de ódio, ao ver isso Kiba se aproximou do amigo.

_Você gosta dela não é? - Kiba sentou no chão. - Não se sente confortável com a situação?

_Cale a boca. - respondeu seco, fazendo um curativo na mão.

_Não sei, mas apertar uma lâmina não me parece um sinal de conforto.

_Volte a separar as poções. - ele olhou cortante. - Está fazendo muito barulho!

_Gosta sim!  - Kiba debochou em sussurro. - Na verdade sempre foi! Você acha que não notei a maneira com que olha pra ela?

_Não fale asneiras!

_Razac, você não me engana, da pra ver, gosta dela, sempre soube desde que éramos crianças!  E agora você está com ciúmes do humano.

_Se está tão certo disso, deixe-me em paz e cuide de sua própria vida.

_Nossa... Se essa é sua maneira de pedir para não contar a ninguém, desejo aceito, mas o humano ali parece ser bem atraente.

_Cale essa boca. - ele enterrou a lâmina suja de sangue no chão. - Ou vou fazer-lhe engolir esses caninos. 

_Razac pare com...

Kiba perdeu o tom de deboche, olhou para o amigo em transe, as pupilas do guardião ficaram brancas de repente, sabia o que era. Todas as vezes que ele ficava daquele jeito era sinal perigo. Kiba olhou para o lago parado, se mexia e muito rapidamente, como um mar em fúria.

_Luthien! Barton! Saiam daí! - Kiba gritou tarde demais.

Uma grande pata vermelha-escura submergiu das águas escuras e acertara Luthien, jogando-a contra uma árvore.

_Que diabos é isso? - Barton gritou.

_Corra. - Kiba gritou. - É um dragão d’água!

_Um o quê!? - Barton se aproximou do rapaz de cabelo azuis.

_Dragão d'água! - Kiba falou impaciente. - Vivem em rios e lagos,  animais comuns em água doce, normalmente na cor vermelha ou amarela, as principais características são a ausência de asas, o rabo longo e a presença de de uma pele fina entre os braços e o corpo o que permite melhor movimento nas águas, são dragões pequenos.

_Ótima explicação! - Barton pegou uma das espadas que Kiba e Razac separavam. - Me empreste isso!

Barton correu até o imenso animal que terminara de submergir das águas, era quase exatamente como Kiba o descrevia, exceto pela parte do pequeno, o bicho já ocupava boa parte da área perto do lago.

_Vamos! Ele não agüenta sozinho! - Kiba advertiu.

_Por mim ele que lute só! - Razac saia de seu transe.

_Deixe seu orgulho para depois Razac! Vamos ajudá-lo!

_E por que deveria?

_Porque aquela lagartixa gigante pode transformar a Luthien em picadinho!

_Ah! cale essa boca! - Razac levantou-se arrancando o punhal do chão.

Em seguida Kiba e Razac correram, Barton distraía o dragão, dando que deu espaço para que Kiba subisse em seu rabo fazendo-o de uma montaria. Olhou a adaga que trazia na mão, fez uma cara de decepção, havia polido a mesma naquele instante, sorriu triste e fez um corte profundo no rabo do animal. O Dragão urrou alto e balançou a cauda ferozmente, jogando Kiba no lago com violência, obrigando o híbrido nadar até a borda.

O dragão parou de aceitar as provocações de Barton, percebeu Razac, bufou, deu uma guinada e soltou uma rajada de água quente, quase o puro vapor, procurando seu alvo em seguida. O guardião estaria acabado se não fosse por Kayro, que chegou correndo acompanhado do Megume e Laurence, jogando um escudo no exato momento. Euturiel chegou logo em seguida atirando finas agulhas que lhe saíam das assas. Todos tentavam atingir o Dragão, que apesar de ser pequeno para um Dragão normal, tinha a força dobrada. O Dragão continuava a manter o foco em Razac, ignorando os ataques dos demais.

_Por que ele só quer atacar Razac? – Gritou Megume.

_Não faço idéia! - Euturiel atirava quando viu o brilho vermelho do pingente de Razac.- Mas talvez... Euturiel voou na direção do guardião.

_Razac o cristal! Onde está? - A ruiva gritou.

_Está...  - Razac foi atingido de raspão abrindo-lhe uma ferida no ombro esquerdo. - Dragão maldito!

_Onde?

_Comigo! - Ele disse olhando as mãos agora sujas de sangue.

_Razac sai de perto do dragão! - Laurence parecia entender.

_Vou matar esse maldito! - Avançou o guardião.

_Idiota, ele quer seu cristal! Afasta! - Megume berrou descontrolada.

_É um dragão! Pra que ele iria querer um cristal?!

_Não sei, mas é o que ele quer! Chega de conversa,  afasta! Nós vamos atacar e não queremos te acertar! - Euturiel ficou impaciente. - Vá ajudar Luthien!

_Não! Eu me afasto, mas outra pessoa tem que pegar Luthien, se eu for lá ele vai atrás de mim!

_Tudo bem, eu a tiro dali! - Barton correu.

_Qualquer um menos você! – Disse Razac pra si mesmo.

Barton correu em direção a Luthien levando-a no colo até o acampamento, ficou lá pra ver se ela acordava, os outros atacavam o dragão com muita dificuldade, eram flechas, espadas e magia, já estavam se cansando. Megume não lutava, observou o local e tentava montar alguma estratégia.

_Tive uma idéia! - Megume correu.

_Qual sua idéia pirralha brilhante?

_Fique quieto vovô! - ela rodopiou num galho de árvore. - Kiba, Laurence, vocês acham que conseguem invocar feno de novo?

_Não ta na hora de pensar em feno pra fogueira! - Kiba berrou sacudindo-se para tirar a água e preparando uma lança.

_Ainda mais agora com esse dragão aqui! - Laurence jogava pequenas bolinhas explosivas no ar.

_Não é isso! Vocês irão entender! Invoquem o feno em cima do dragão! Razac tente distrair ele fazendo ele se mexer o mínimo possível! - A garota pulou nas costas de Kayro. - Vovô, corra para o acampamento e faça exatamente o que eu disser.

_Pirralha... - Ele correu desconfortável colm a garotinha nas costas.

Todos Afirmaram fazendo um sinal com a cabeça, Razac começou a correr de um lado para o outro parado tentando fazer com que o dragão não se movimentasse muito, O dragão o seguia, não dando atenção aos outros que se posicionavam. Kiba e Laurence começaram o feitiço, a luz que saia das mãos dos dois ficou acima do dragão, a magia deles estava fraca por causa da luta, já estavam muito cansados faziam uma força tremenda para que a magia desse certo. Kayro, seguindo as ordens de Megume, correu até o monte de feno que Laurence e Kiba haviam feito antes, envolveu uma de suas flechas com o feno esperou a magia de Kiba e Laurence ser concluída, estava demorando, eles estavam realmente fracos, não dava tempo de tomarem uma poção ou coisa do tipo, o dragão já estava se aproximando de Razac, o tempo estava se esgotando.  

_Andem logo! - Razac epunhava uma espada. - Não sei por quanto tempo mais vou aguentar! Ele está chegando perto!

_Estamos tentando! Nossa magia está fraca!

_Vamos não desistam! - Megume afligia-se. - Só mais um pouco!

_Vou atrasar o Dragão junto com Razac! - Euturiel voou para perto da besta. - Talvez ajude! Venha você também Barton! Luthien ficará boa!

A magia estava quase pronta os arcos se formaram mais uma vez faltava só um pouco, Kayro já estava impaciente, enquanto isso Barton olhava para Luthien, ela não acordava, estava muito ferida, o ataque havia sido poderoso, Barton queria lutar, se levantou e deixou elfa. O feitiço vacilava, não funcionaria. E antes que pudessem desistir uma luz surgiu, e um monte enorme de feno caiu em cima do animal, o fazendo cair com o peso , olharam para trás e estava lá, Luthien, machucada com um dos braços levantados ajudando no feitiço. Os dois feiticeiros ajoelharam-se no chão e a elfa desmaiou pelos esforços feitos. Megume não se deixou impressionar e fez um sinal positivo para Kayro. O homem pegou a flecha de feno colocou na fogueira e atirou. O dragão estava em chamas, urrava de dor, caiu, Razac aproveitou a chance e rapidamente fincou a espada entre os olhos do dragão. o urros ficaram cada vez mais baixos até cessar, havia morrido.

_Nossa... Que trabalheira! - Megume sentou no chão aliviada.

_Isso foi estranho. - Kayro levou as mãos para atrás da cabeça. - Parecia que ele queria Razac.

_Claro, Razac é muito atraente! - Kiba soltou a piada ruim enquando ainda se mantinha ajoelhado e ofegante.

_Não acho que ele queria a mim.

_Porque acha isso? - Barton olhou.

_Ele tem razão, não é normal dragões atacarem assim sem motivo. - Euturiel pousou calmamente.

_Pobre animal. - Kiba levantou-se com dificuldade seguido de Laurence.

_Entendi, então tem coisa ai certo? - Barton olhou para o animal morto.

_Teremos que avisar Karnos. Vamos nos revezar em turnos para vigiar esta noite, algo pode acontecer.

_Vamos deixar que Laurence, Kiba e Luthien se recuperem bem para o dia de amanhã. - Euturiel ajudou os dois a se deitarem. - Serei a primeira, pois, terei de fazer curativos nessa elfa irresponsável. - sorriu pela atitude corajosa da amiga.

Todos concordaram. Kayro, Barton, servindo de apoio, levaram Laurence e Kiba para o acampamento, deitaram-se, não eram os únicos que estavam cansados.

Euturiel terminou seu turno chamando Barton. O rapaz se sentou ao lado da “cama” da elfa pra ver se ela acordava, Razac, que estava deitado ao lado olhou com desprezo, queria tirar Barton do lado da garota, queria estar lá, no lugar dele. A elfa acordou, viu Barton ao seu lado, sorriu.

_Barton, obrigada por me proteger, me sinto uma fraca por cair tão fácil.

_Você não é fraca. - o moreno disse. - Ainda conseguiu se levantar e fazer magia, é muito corajosa. - Ele segurou a mão da elfa.

_Obrigada... - ela sorriu apertando a mão dele.

_Barton. - Razac se levantou. - Pode ir dormir, faço o turno para você, não tenho sono.

_Tem certeza?

_Vá! - ele olhou a amiga. - E você, durma. Está muito machucada e precisa descansar para as poções de Laurence fazerem efeito.

_Boa noite Razac. - Ela sorriu e adormeceu.

Barton deitou-se em sua cama, dormiu rápido. Razac sentou ao lado da elfa, olhando-a com carinho. Kiba acordou pelo barulho feito pelo amigo e o viu sentado ali, fingiu estar dormindo para observar; Nunca havia visto um olhar tão apaixonado e sereno no rosto do amigo, na verdade era a primeira vez que via algo ali além de frieza. 

_Razac... - Pensou o canino. - Eu sabia... Você não me engana.

E antes de voltar a dormir Kiba pensou o que seria feito quando eles voltassem à montanha celestial no dia seguinte, trazendo consigo a notícia de um dragão que atacara os cristais e uma elfa perdida há mais de um ano. Sorriu, tinha certeza de que eram problemas.  

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Weeeeeeee... Capítulo três fresquinho, e os mistérios já estão no ar, além do romance -q
Bom, não preciso agradecer a todos que estão acompanhando mais uma vez pq já agradeci tanto que já devem saber o quanto estou agradecida(essa frase foi confusa ').
Mas quero agradecer, muito as recomendações do williebw e do Igor_Ferreira. MUITO obrigada
Tenho um aviso IMPORTANTE: Semana que vem, provavelmente, não poderei estar postando pq não terei tempo. Estarei do trabalho pra autoescola e da autoescola pra faculdade, então, minha vida vai tá MUITO complicada, mas é só uma semaninha e acho que dá pra compensar postando dois capítulos depois xD
Nyaaaah... É isso! Espero que tenham gostado x3
Não se esqueçam das estrelinhas e se ainda não recomendou ou deu pontinhos não custa nadiinha, vamos lá faça essa boa ação! *w*
See ya!