Fazia muito silencio no carro enquanto voltávamos para casa. Kaicy me enrolara horas na loja de artigos para acampamentos do “Harry Salk”; ela me fez escolher todo o que usaria – e não usaria – no acampamento; ela me fez escolher barracas, garrafas térmicas, sacos de dormir, lanternas...Tudo, eu já estava cansada, com sono e muito brava com isso. Mas eu não a culpara por isso, ela só estava fazendo o que lhe pediram. Me enrolar.

   Enquanto passávamos pela pequena entrada perto de casa, avistei um animal, deitado, imóvel, completamente vazio. Um cadáver de um Cervo, que agora estava sem vida no meio da estrada. Fiquei-o observando com um pouco de remorso sem motivo enquanto Kaicy passava por ele com o rosto retorcido.

   Quando chagamos em casa, havia um clima forte de tensão no ar. Todos estavam com expressões serias no rosto; era assustador. Eram quase 01:30, quando fui dormir depois de um longo banho. Minha mãe veio me dar boa noite; Até Fred e Kaicy vieram; mas o que mais me surpreendeu foi que Will não apareceu, - para falar a verdade não o vi dês que voltei para casa.

   O sol brilhava forte, quando abri os meus olhos pela manhã.Estava muito bela, feliz, como deveria ser as manhãs sexta-feira. Uma linda manhã antes do grande acampamento. Essa palavras que passaram pela minha mente me fizeram estremecer, embora não houvesse nenhum vento. Levantei-me da cama e fui tomar uma banho rápido e depois me trocar.

   Desci as escadas e fui para a cozinha com pressa, sabia que estava atrasada – como sempre. Minha mãe estava sentada no sofá. Conversando. Mas pelo que percebi não era com nenhum dos meus irmãos. Era um belo homem, loiro, pele clara, assim como a minha e a de Elena, ele tinha um rosto muito jovem, mas dava para perceber pelo olhar que era muito adulto. Enquanto voltava da cozinha – depois d beber um como d suco sem perceber -, percebi que ao lado no belo homem, havia uma mulher – com carinha de fada e ainda mais jovem que o homem; porem o que me assustou de verdade foi o fato de aquela ser a mesma mulher com que esbarrei no shopping antes do inicio de minha aulas, messes atrás.

   Quando eles me avistaram, logo sorriram junto com minha mãe que se virou de sua poltrona para me cumprimentar.

   - Bom dia Nessie – ela disse. Era impressão minha ou havia sinais de nervosismos em sua voz?

   - Bom dia – respondi fitando os belos visitantes. Rapidamente Elena percebeu que eu os encarava.

   - Querida, esses são Alice e Carlisle Cullen – os apresentou. Então, enfim conheço os mistérios Carlisle e Alice Cullen que tanto falavam nesses útimos tempos. Bom é melhor eu me apresentar também. Fiquei atrás de minha mãe e dei um leve sorriso.

   - Sou Renesmee, Prazer. – falei a logo após eu falar Carlisle se levantou do sofá e estendeu a mão para me cumprimentar; eu a peguei sem receios, sua mão assim como a de minha mãe era muito gélida.

   - É um enorme alegria revê-la depois de tantos anos minha querida – ele falou e Alice apenas sorriu. Mas como assim me rever? Resolvi então perguntar.

   - como assim m... – Uma alta e sonora buzina veio em direção aos meus ouvidos, seguida por gritos chamando pelo meu nome. – Desculpe a presa nos comprimentos, mas é melhor eu ir.

   Sai correndo em direção a escada que dava na garagem, com a pergunta incompleta martelando em minha cabeça. O que ele queria dizer com aquilo, me rever depois de tantos anos? Como isso era possível? Apesar, que aqueles rostos não me eram estranhos.

   Quando cheguei á garagem meus irmãos já estavam acomodados no carro me esperando. Sentei-me no banco de trás ao de Kaicy, que estava no banco do carona, enquanto Fred dava a partida e arrancava da garagem. O clima  dentro do carro era estranho, cheio de tensão, o clima estava tão forte que tinha até o perigo do ar se solidificar a nossa volta; o silencio era total, ninguém falava uma palavra se quer, e eu que não me atreveria a quebra-lo.

   Quando chegamos a escola, desci do carro e acenei um adeus pra os meus irmãos enquanto me distanciava. Fui em direção aos meus amigos, que estavam encostados nas mesas de piquinic do outro lado do estacionamento, perto da clareira que dava pra a pequena floresta da escola. Todos estavam rindo e conversando bastante.

   - Estou tão ansiosa pra o acampamento de amanhã, - comentava Giselly com Erica – vou poder estrear meu piquini novo, ele é muito sexy; Jacob vai ficar babando e vai vir rapidinho pra mim. – Elas deram risadas a bateram as mãos. Coitado do Jake, ele vai sofrer bastante nesse acampamento. Não que Giselly fosse feia; ela era muito bela – cabelo preto e liso que batia quase em sua cintura, olhos castanhos acinzentados, pele bronzeada, - problema é que quando ela se interessa por algum garoto, ela o persegue incansavelmente; assim como fez com Taylor ano passado, ele quase enlouqueceu. Mas eu não a culpava por ficar atraída pelo Jake, afinal ele era mesmo muito bonito, - uma pele amorenada natural, olhos de um castanho escuro profundo, as maças do rosto eram perfeitamente moldadas para o seu rosto e principalmente para aquele sorriso que eu amava; e ele era a pessoa mais amável que eu já havia conhecido na minha vida, e tinha que admitir que de bônus ele tinha um corpo maus do que perfeito; com aquela barriga perfeita, braços forte e tudo que um deus grego tinha direito. É, meu melhor amigo era mesmo maravilhoso.

   Enquanto Giselly e Erica continuavam a fofocar sobre Jacob, Caroline se intrometeu no meio da conversa e começou a intervir no pré-plano de Giselly.

   - É melhor desistir apartir de agora Gigi, - disse ele usando o apelido carinhoso dela. – acho que Jacob já esta na de outra. – ela sorriu.

   - Quem, posso saber? – Giselly perguntou erguendo as sobrancelhas finas.

   - Fácil, até cego enxerga isso Gigi, - Caroline sorriu, mas não esperou que ela falasse para continuar – você não vê como ele baba pela Nessie, esta mais do que na cara que ele é super afim dela. – Nessa hora um choque percorreu minha espinha. “ Não vê como ele baba pela Nessie”, essas palavras ficaram zunindo em minha mente como um ninho de abelhas; até que percebi que estava parada no meio do estacionamento, a mais de 15 metros de distancia de meus amigos. Mas, como eu conseguia ouvi-los? Eles não estavam gritando pelo que eu saiba, acho que comecei a ficar louca de vez, estava ouvindo meus amigos quando eles estavam á meio estacionamento de mim, isso não era possível. De repente um braço quente e familiar passou pelo meu ombro e tirou a minha balsa dali. Virei-me rapidamente e dei de cara com um par de olhos castanhos escuros ardentes me encarando enquanto os lábios cheios se esticavam em um sorriso de fazer qualquer um perder o fôlego. Jake. Não consegui deixar de encará-lo, principalmente seus lábios, que continuavam torcidos um lindo sorriso. A boca dele era tão linda, aqueles lábios cheios e de uma cor tão desejosa, que dava vontade de passar meus próprios dedos por cima, ou até meus próprios lábios para saber o quão macia era ou o gosto que tinha os lábios portadores do sorriso que eu mais adora. PARE COM ISSO AGORA RENESMEE! ELE É SEU MELHOR AMIGO! NADA MAIS DO QUE ISSO! NADA MAIS! Rapidamente eu me recompus e sorri de volta para ele o cumprimentando.

   - Oi Jake – falei tentado pegar a minha bolsa de volta. Mas ele á desviou e colocou a alça sob o ombro vago.

   - Oi Ness, como vai? – perguntou ele enquanto caminhávamos para a sala de artes.

   - Bem. - disse rapidamente, não queria que ele perguntasse sobre meus longos segundos de devaneios. – e você como esta? – ele sorriu me indicando que estava bem. – Já comprou o material do acampamento?

   - Putz, - ele bateu a mão na testa – nem me lembrei disso; acho que vou ter que comprar tudo correndo hoje – ele disse enquanto passávamos pela porta da sala e íamos nos sentar, quando percebi um brilho em seus olhos e ele deu um largo sorriso, - Ness, - ele disse com a voz manhosa – você vai fazer algo hoje à tarde?

   - Acho que não, por quê?

   - Vem comigo então, quero dizer; - ele pigarreou – ir comprar o equipamento, para amanhã.

   - Bom, - eu hesitei – acho que tudo bem – respondi e ele sorriu. – então, nos encontramos na loja ou aqui na escola?

   - Nem um e nem outro; - ele falou com um sorriso malicioso – eu pego você em casa, okey? – disse por fim e eu acenti. O resto da aula se passou bem calma, Caroline e Jéssica tagarelaram sobre o dia de hoje – que por causa da tempestade que estava por vir.

   Quando a aula acabou já estava chovendo; aquela chuva havia esfriado todo o calor intenso da cidade. Jake e eu fomos os últimos a sair da sala, então a professora nos pediu para levarmos alguns papeis para a secretaria antes da nossa próxima aula. Fomos em silencio para a secretaria, cada um de nós com uma pilha de papel nos braços; - embora Jake tenha se oferecido para carregar a minha parte.

   Quando chegamos á secretaria, Jake manteve a porte aberta para que eu entra-se. Quando entrei, percebi dois homens apoiados no balcão da secretaria. Ambos tinham a pele clara, e o que falava com a secretaria era louro e tinha a voz baixa, o outro era alto e musculoso com os cabelos pretos.

   - Claro, será entregue assim que possível – ouvi a secretaria responder.

   - Obrigado. – disse o homem loiro. Era Carlisle. Eu ia perguntar o que lê fazia ali, porem Jake foi mais rápido do que eu.

   - O que faz aqui Carlisle? – Ele perguntou parecendo surpreso assim como eu. Não sabia que Jake o conhecia.

   - Olá Jacob, - ele se virou e o cumprimentou e me olhou logo em seguida. Surpreso. Mas logo se recompôs. – é bom vê-la novamente Renesmee – falou e eu sorri levemente.

   - Como vai cachorro? – perguntou o homem alto que estava junto com Carlisle. Agora que ele não estava mais encostado na bancada percebi que ele era tão alto quanto Jake, me lembrava até um urso, daquele que você via em programas do ‘animal planet’; pensei te ouvido Jake trincar os dentes e responder algo como “ melhor do que você sangssuga”.

   - Então, - Carlisle interviu no pequena briga silenciosa deles – eu vim lhe trazer as chaves do Jepp e pegar as do volvo; pois duvido acho duvidoso que o equipamento do acampamento ira caber naquele porta malas.

   - Obrigado – respondeu Jake pegando as chaves, que antes estavam na mão da Sr. Cralford.

   - É bom você cuidar bem do meu bebê, vira-lata – falou o moreno alto para Jake.

   - Pode deixar que eu irei cuidar muito bem dele, Emmett – disse Jake com um olhar malicioso – se é que primeiramente podemos chamar aquilo de ‘bebê’ – ele terminou e riu. Os dois passaram pela porta acenando um adeus. Porem Emmett mostrava os dentes para Jake também.

   Chegamos atrasado á nossa aula de espanhol, porem a professora não se importou com o nosso atraso. Porem, para a nossa infelicidade nos bombardeou de perguntas. Quando chegou a aula de Ed. Cívica, o clima mudou um pouco. Como eu tinha aquela aula com Giselly, resolvi conferir se era verdade o que eu havia ouvido. O professor nos mandou fazer o trabalho em sala em trio hoje, porem ele os escolheu. Colocando Caroline, Caio e eu juntos e Jake com Giselly e Feliphe Bem, pelo menos para amenizar a minha situação, ele estará sentado atrás de mim. O professor passou o tema e nós começamos.

   - Então, - ouvi a voz de Giselly se pronunciar – você vai para o acampamento Jacob? – perguntou.

   - Acho que sim – ele respondeu rapidamente. Algo cutucou o meu braço, e eu me virei rapidamente, dando de cara com Caroline.

   - O que houve? – perguntou a mim.

   - Nada – falei – só estava pensando – respondi quase com sinceridade.

   - E no que estava pensando Srt. Renesmee Curt? – ai, quando ela falava meu nome inteiro com senhorita na frente à coisa não era o que se pode chamar de agradável, e ela não ia desistir tão cedo do assunto.

   - Nada de mais. – falei e ela arqueou as sobrancelhas para mim.- tudo bem, é que eu te ouvi conversando com a Giselly e pensei ter ouvido algo como ‘ baba pela Nessie ‘ – falei e ela deu um risinho baixo.

   - Bem – ela hesitou – eu ouvi a Gi falar que queria seduzir o Jacob; então resolvi me intrometer e falar para ela desistir.

   - Mas o que tem isso haver comigo? – perguntei quase cortando ela.

   - Espera que eu já chego lá, – falou para depois continuar – Então eu resolvi falar a verdade para ela, que ele gosta de você; - ela falou – na verdade, ele parece mais um cão babando encima de você – ela disse por fim e eu correi profundamente, e percebi que a conversa atrás de mim havia parado. Virei o meu rosto um pouco para trás, para ver pelo rabo do olho o que Jake estava fazendo. Ele estava com a cabeça virada para frente e com o resto para baixo, como se estivesse com vergonha. Que acho que devia estar mesmo, pois ele provavelmente ouviu a nossa conversa toda. Eu corei ainda mais.

   O sinal tocou e eu joguei meus livros na bolsa de qualquer jeito, depois coloquei nas costas. Quando me levantei, vi que Jake ainda estava de cabeça baixa para os livros. Se eu não o conhecesse bem, acharia que ele estava dormindo, que nem na aula de biologia da semana passada. Fui para o lago dele e coloquei minha mão livre em seu ombro e ele levantou a cabeça e ficou me olhando. Inicialmente aquele olhar me surpreendeu, era deferente de jeito que ele costumava me olhar, aquele olha tinha... Admiração, mista com mais alguma outra, algum outro sentimento que eu não consegui desvendar, pois no exato momento Jake desviou o rosto e se recompôs. Ele levantou e colocou os livros na bolsa e logo em seguida, pegando a minha, e então nós fomos para o refeitório.