Já eram mais ou menos onze da noite, quando chegamos á Forks. A cidade era realmente muito fria, até mais do que eu esperava. Eu estava sentada no banco traseiro de um belo Mercedes preto, enquanto Edward estava dirigindo e Bella estava ao seu lado no banco do carona; atrás de nós vinha rapidamente uma Mercedes vermelha e um Porsche amarelo, que assim como o carro que eu estava corria em alta velocidade sem pudor nenhum.

   Quando o carro parou, estávamos em frente á uma magnífica mansão de cor branca com detalhes em madeira em seu primeiro andar, grandes janelas de vidro transparente, uma pequena escada de mármore branco levava até a varanda e a porta de entrada; ao redor da casa se encontrava um belo jardim, e atrás da mansão uma esplêndida floresta. Edward deu à volta no carro, e abril a porta para mim, assim que eu coloquei o primeiro pé no chão uma cena veio a minha cabeça como um filme.

   Neve caia sem parar do céu, o chão estava totalmente branco, as árvores estavam cobertas de neve e tudo parecia estranhamente turvo e brilhante, como em um flash back. Fui me aproximando de um riacho quando vi o reflexo na água fiquei em choque; era eu mesma, mas não era eu ao mesmo tempo, estava mais nova, bem mais nova, parecia ter uns 6 anos de idade 7 talvez. Mas embora a surpresa eu sabia que a garotinha era eu mesma. Quando me virei dei de cara com Jake me fitando com um largo sorriso no rosto e logo ao seu lado se encontrava Bella com o mesmo sorriso feliz. Segundos depois a cena se esvaiu de minha cabeça. Eu não sabia o que havia acontecido, só sabia que foi algo muito estranho. Terminei de sair do carro e fui guiada até a grande casa branca, que ainda tinham todas as luzes apagadas. Carlisle já estava abrindo a porta enquanto eu me encaminhava à porta de entrada.

   - Seja bem vinda de volta, Nessie. – falou Edward atrás de mim. Eu entrei lentamente na casa, as luzes foram acesas, e todos os cômodos eram muito claros, tons de branco, creme, e mármore. A minha direita tinha uma sala muito espaçosa, com dói sofás brancos com almofadas em tons de cinza, uma grande TV de plasma e uma mezinha de cento com um belo vaso de cristal em cima. Na minha frente se encontrava uma grande escada de degraus em tons claros com um corrimão em madeira escura.

   - Venha criança, vamos deixá-la descansar um pouco. – Dessa vez quem falou foi Esme, que foi a pessoa que eu menos conhecia dês de o começo daquela confusão. Ela me guiou escadas à cima, em direção a uma porta que estava fechada. Assim que a porta se abril pude ver que era um quarto; tinha uma grande cama de casal, com armação em metal preto, tinha lençóis de cama branca com um cobertor lilás no pé da cama. Ao lado da cama avia de cada lado um criado mudo em tons claros, no chão, havia um tapete branco, que contracenava com o assoalho de madeira em tons um pouco mais escuro.

   - Nessie, esse é o seu quarto, - dessa vez quem falou foi Edward, enquanto colocava as minhas malas no chão. – Sinta-se a vontade. – Depois saiu e fechou aporta me deixando sozinha.

   Sentei-me na cama anda um pouco abalada com tudo o que estava acontecendo, isso realmente parecia um daqueles sonhos maluco, nada aqui parecia ter sentido embora em tentasse. Eu precisava muito desabafar naquela hora, porem Caroline não estava aqui para me ajudar, até que nessa hora eu me lembrei do diário. Fui até minha bolsa, e comecei a procurar pelo diário, até no fundo da bolsa, em um canto bem escondido entre as roupas pesadas de inverno eu o encontrei; e junto com ele se encontrava uma caneta – que sorte, - e então sentei-me na cama e comecei a escrever.

22 de maio

   Querido diário,

   Isso é muita loucura de uma só vez, outra família, outra vida, nada mais é igual; toda essa historia maluca de vampira, ou de eu não ser filha de Elena. Hoje a coisa que eu mais desejo é que quando eu acordasse tudo voltasse ao...

   E nessa hora o sono me consome.

   Acordei meio tonta, com a cabeça girando e a garganta queimando, nada que eu não conseguisse agüentar, só erra um pouco irritante. Levantei-me da cama e resolvi tomar um banho; a porta do banheiro ficava a esquerda, ao lado de uma estante de madeira clara. Apanhei a toalha que estava sobre a mesma cômoda e peguei minhas roupas e material de higiene pessoal e parti para o banheiro.

   Entrei embaixo do chuveiro e deixei que a água quente lavasse os meus pensamentos, fechei os olhos e tentei esquecer de tudo. Fique no banho o Maximo que podia, mas infelizmente não poderia ficar lá para sempre.

   Sai do chuveiro e logo enrolando-me na toalha que estava ao lado; terminei de me secar e me vesti com as pesas de roupa mais quente que eu tinha. Uma calça Jeans escura, uma camiseta de mangas compridas cinza, um par de botas de cano médio sem salto e pretas e por fim o meu moletom do meu antigo colégio. Sequei o meu cabelo e o prendi em rabo alto enquanto pensava se descia ou não, mas por fim resolvi descer, pois eu sabia que não poderia ficar naquele quarto para sempre. Respirei fundo e abri a porta bem lentamente, andei pelo curto corredor com passos leves, não querendo fazer barulho e fui descendo degrau por degrau com extremo cuidado, pisando somente s pontas dos pés em cada degrau. Cheguei a sala, e nela encontrei Emmett que estava assistindo a um jogo de futebol americano junto de Edward e Bella.

   - Bom dia Nessie – falou Bella se levantando e chegando rapidamente até mim e logo me abraçando apertado e me soltando antes que eu pudesse responde-la.

   - B-Bom dia – acabei gaguejando por não sabe como agir, era tudo muito novo e estranho para mim. Principalmente pelo fato de não encontrar Kaicy brigando comigo logo pela manhã. Ai que saudades.

   - Venha querida, deve estar com fome – Bella trazia pela mão para o que parecia ser uma cozinha; mas antes que eu pudesse omitir, dizendo que não estava com fome, o meu estomago roncou alto. – Esme preparou o seu café da manhã querida. – A mesa que se encontrava no centro da cozinha se encontrava bela e farta, dava para alimentar um batalhão inteiro com o que havia ali, sem problemas, ou melhor, alimentar o Jake sem problemas. Nessa hora lembrei-me do meu querido amigo, não o via dês que chegamos no aeroporto de Port Angels, ontem.

   - Sei que Jacob vira daqui a pouco ver como você esta. – Edward falou enquanto aparecia na porta da cozinha, me assustei com sua presença ali, não pelo fato de ter chegado sem que eu o tivesse percebido, mas sim pelo simples fato de saber como eu havia pnsado em Jake.

   - Leio mentes – ele respondeu dando de ombros. Ótimo, adeus privacidade, pensei ironicamente.

   - Venha Edward, vamos deixar que ela como m paz. – Falou Bella enquanto arrastava Edward para fora da cozinha. Respirei fundo e me sentei em uma das muitas cadeiras que havia envolta da mesa. Enquanto me sentava, imagens começaram a passar pela minha mente, imagens não, rosto. Caroline, Angela, Jess, Anny, Caio, Mike, Taylor, Lion, Mallany, Kaicy, Fred, Will e Elena; a saudades de todos era imensa, e a dor batia com força e meu peito enquanto lagrimas silenciosas escoriam pelos meus olhos.

   Então notei no canto da cozinha uma porta de vidro que dava para os fundos da casa, para uma floresta; eu precisava de ar fresco naquela hora. Levantei-me e sai peã porta em direção a floresta; corri o Maximo que pude floresta adentro, mas não fiquei tão longe da casa, só o suficiente para ficar sozinha e pensar em paz. Parei ao lado de um grande carvalho e sentei-me entre suas raízes. Notei que estava toda molhada por causa da chuva forte, mas não havia me importado com aquilo.

   Agora eu estava finalmente sozinha, só podia se ouvir o barulho da chuva, das folhas mexendo por causa do vento, fechei os olhos e comecei a me concentrar em todos os sons que haviam por perto. Comecei a ouvir o som de vários animais que havia ali por perto, e eu os consegui ouvir muito bem, cada passo, cada bater de asas, cada respiração e palpitação rápida que tinham seus corações.

   Minha garganta que antes somente me incomodava, começou a arder de uma maneira quase insuportável, chegava a ser sufocante. Ouvi um barulho próximo e vi um coelho branquinho se aproximando de mim, e a cada vez que ele se aproximava minha garganta ardia mais. Eu podia ouvir o seu coração batendo, o sangue pulsando pelas suas veias, e o cheiro forte e tentador que isso tinha.

   Nessa hora o instinto havia me dominado, não sabia o que fazia, só simplesmente havia atacado e afundado minha boca em seu pescoço. Eu sentia o gosto do sangue em minha boca e descendo pela minha garganta. Podia sentir as minhas pupilas dilatadas, e o alivio em minha garganta cada vez maior.

   Aos poucos eu a voltando a mim e percebendo o que eu havia feito, eu acabara de matar um pobre animalzinho; e para piorar eu havia bebido o seu sangue como se fosse água. Tirei minha boca da pele do coelho não sabendo mais o que eu fazia agora. Ver aquele animal, ali em minhas mãos, mordo por minha causa, fez a ficha cair; tudo o que me cotaram era a mais pura verdade, pois a prova de tudo estava em meu colo, morto, frio e gelado. Eu era uma vampira.