Yukito entra no quarto infantil, cheio de dinossauros de pelúcia, com uma pequena mesa no centro. Nela, havia um desenho conhecido que Misuzu havia feito dele. Não possuía riscos muito bem traçados mas, o fez mesmo assim, sorrir. Então, antes de passar uma ultima vez pela por, deixa uma folha de papel cuidadosamente dobrada sob seu dinossauro verde, no qual se encontrava essas palavras. 

“Misuzu, enquanto você lê esta carta, eu ando para longe, como se nada fosse capaz de me parar, pois sei que voltaria correndo se sequer ouvisse um suspiro angustiado seu. Peço desculpas por te deixar assim, mas, sua doença está piorando e seus dolorosos pesadelos estão cada vez mais freqüentes e tudo por minha causa.

         Mas saiba que ao seu lado pude viver os mais belos e ensolarados dias de minha vida. E que você foi a pessoa mais meiga, doce que conheci e que nunca vou esquecer. E mesmo estando jogado no chão, sem comida, sem nada, você me acolheu como ninguém poderia fazer.

E mesmo com todo seu jeito desajeitado, caindo enquanto andava e chorava quando alguém aproximava muito de você...sua companhia me fez sentir feliz, você me fez te amar cada vez mais, Misuzu. E a cada dia que via seu sorriso, sentia seu abraço, ouvia sua voz, sua risada me fazia crer que eu estava realmente bem.

         Lembre-se então, Misuzu, que nunca vou te esquecer e que nunca vou deixar de te amar. E mesmo que essa separação tenha sido necessária, você sabe que não consigo ficar longe por muito tempo. Então, adeus, Misuzu. Pelo menos, por enquanto.“

                                                         Yukito.