– Ai Quim... - lamenta Cascuda - Entenda... Eu...

Antes que ela pudesse terminar de falar, Quim a beija, deixando-a avermelhada.

– Eu não vou desistir! - diz Quim num tom sério - Não vou desistir tão fácil!

Ele não dá a chance de ela falar alguma coisa, simplesmente virou e foi embora novamente, deixando a garota sozinha. Assim, Cascuda acaba indo embora em seguida.

Enquanto isso, Mônica corria pelos corredores da escola atrás do armário de limpeza do zelador, até que ela finalmente o acha e começa a bater na porta em busca de alguma resposta de Cebola. Então, ela percebe que o garoto estava lá dentro, porém, não conseguia falar, ela só conseguia ouvir múrmuros vindos de dentro. Assim, a garota consegue arrombar a porta, ela fica surpresa ao ver Cebola todo amarrado.

– Cê! - diz Mônica indo soltá-lo

– Mô... - diz Cebola aliviado - Que bom que me achou!

– Por que o Toni fez isso com você?! - pergunta Mônica, sem entender

– Ele se aproveitou do meu plano, e não queria que você descobrisse a verdade!

– Que verdade? - pergunta a dentuça

– Mô, eu sou o seu admirador secreto! - diz Cebola com um sorriso

A dentuça fica tão alegre com a verdade que acaba por beijar o troca letras, que é pego de surpresa. Em seguida, ela o abraça rindo da situação, e fala para ele:

– Você é mesmo fofo, por que fez tudo isso?

– Tinha medo de levar um fora seu... - diz Cebola envergonhado

– Além de fofo, é bobo! - diz Mônica ainda rindo

– Claro, eu não sabia qual seria a reação da garota que eu gosto quando eu a pedisse em namoro no baile do colégio! - diz Cebola com um sorriso

Ao ouvir aquilo, Mônica congela por alguns instantes e volta para a realidade. Não demorou muito para que ela pulasse em cima do garoto afirmando com todas as letras que sim, ela namoraria com ele. Enquanto, o novo casal retornava para o ginásio, um outro casal dançava alegremente na pista de dança, esses eram Magali e Cascão.

Eles praticamente dançaram a noite toda e fizeram algumas pausas só para tomarem alguma coisa e voltar para a pista. Eles foram um dos últimos a irem embora do ginásio, por que no fundo, eles não queriam que aquela noite não acabasse nunca, mas apesar de ter chegado ao final, eles não desanimaram, pois tinham certeza de que aquela seria a primeira de muitas.

Ao saírem do ginásio, encontraram Mônica e Cebola arrumando a mesa onde ficavam os ingressos. Eles ainda ficaram conversando um bom tempo, Mônica conta que Cebola a fez companhia para receber os ingressos, e mesmo depois que todos haviam chegado, eles ficaram um bom tempo conversando lá fora e só mais tarde foram dançar. Além disso, a dentuça contou do namoro e também do pilantra do Toni.

– Eu fico feliz por vocês! - diz Magali com um sorriso - Eu tinha certeza de que isso ia acontecer!

– Obrigada, Magá! - diz Mônica - E pelo visto, vocês dois se entenderam, não é?

– É... - diz Magali ao olhar para o garoto avermelhada - Nem sei quanto tempo nós ficamos dançando!

– É, eu nem consigo sentir as minhas pernas! - diz Cascão os risos

Os quatro riram e continuavam a conversar por um bom tempo, até que se dá conta da hora e lembra que precisa ir para casa. Ela se despede dos amigos e Cascão decide fazer companhia para a comilona, eles andaram a todo o caminho de mãos dadas, até que Magali encosta a cabeça no ombro do garoto, e diz:

– Eu queria que esse dia nunca acabasse!

– Ainda vão ter mais dias como esse - diz Cascão com um sorriso - Mas se você quiser, podemos encerrar com chave de ouro.

– Como assim? - pergunta Magali, sem entender.

Cascão surpreende a garota quando a pega no colo e sai andando com ela, antes que Magali pudesse reclamar ou perguntar o que diabos ele estava fazendo, o garoto se explica dando uma sugestão a ela:

– Podemos ir no clubinho de novo, se quiser...

Magali fica vermelha no mesmo momento e começa a dar tapas no ombro dele. Mas mesmo levando as bofetadas, Cascão não largou a garota, e ainda continuara segurando-a no colo.

– Ai! - reclama Cascão - Você tem a mão pesada, hein!

– O que está pensando, hein?! - diz Magali ainda avermelhada - Nem pedir para voltar você chegou a pedir...

– E precisa, Magulosa? - diz Cascão rindo

Magali acena com a cabeça no tom positivo e Cascão revira os olhos sentindo que teria que fazer aquilo. Assim, o garoto a põe no chão e se ajoelha, e ao ver que Cascão iria fazer aquilo mesmo, Magali começava a rir. Mas logo que ele começa a falar, ela fica envergonhada.

– Quer me dar a honra de deitar-se comigo novamente? - pergunta Cascão em bom e alto som.

As pessoas que passavam no momento olharam surpresas para os dois, isso fez com que Magali ficasse ruborizada e com vontade de esganar o garoto em sua frente, mas ela apenas tampa sua boca com as mãos e diz para ele:

– Perdeu a noção de vergonha alheia?!

Cascão começa a rir e a garota continua avermelhada:

– Não estou achando graça nenhuma, ninguém aqui precisa saber o que fizemos ou o que vamos fazer! - diz Magali tirando suas mãos da boca dele

– Ué, não sou eu o sem noção aqui? - pergunta Cascão com um sorriso

Apesar de brava no momento, Magali não pode conter seu riso. Então, Cascão aproveitou a oportunidade para fazer-lhe o pedido. O garoto a puxou para si e se aproximou para poder lançar a pergunta final:

– Quer voltar comigo? - sussurra ele

– Claro... - sussurra ela, em resposta.

Depois de um caloroso beijo, Magali consegue convencer o namorado a irem direto para casa, então, os dois seguem caminho até a casa da garota e se despedem.

– Tchau, sem noção! - diz Magali, dando um último beijo antes de entrar em casa.

– Tchau, Magulosa! - diz Cascão, em resposta.

Ao entrar em casa, Magali percebe que sua mãe havia a esperado esse tempo todo na sala desde que saíra de casa, e ao vê-la, Dona Lili abre um sorriso contente, mas também cansado. Então, ela começa a fazer as perguntas:

– E como foi a festa?

– Bem... - diz Magali com um sorriso - Trago boas notícias!

– Eu também tenho algumas, por isso fiquei aqui esperando - diz Dona Lili se levantando do sofá. - Só não sei se são tão boas...

– Bem, pode dar as suas notícias primeiro - pergunta Magali preocupada - Aconteceu alguma coisa?

Dona Lili pega um envelope em cima da mesa e ergue para a garota, Magali abre e quando vê o que era fica pasma. No mesmo instante ela começa a falar nervosa.

– Por que fez isso?! - pergunta Magali - Você não podia ter comprado as passagens antes de a gente decidir, mãe!

– Seu pai que comprou, não eu! - diz Dona Lili - Não pense que fiquei contente com isso, eu fui pega de surpresa assim como você!

– E você falou com ele sobre isso? - pergunta Magali

– Sim! Eu liguei pra ele, e ainda disse que seu colégio já estava decidido e que conseguiu até arranjar um emprego pra mim! - diz Dona Lili nervosa como a filha - Eu não sei que ideia louca seu pai teve, mas isso vai depender de você!

– De mim? - pergunta Magali surpresa - Mas esse vôo é daqui a dois dias, como eu posso...

– Filha, me escuta! - interrompe Dona Lili - Eu daria tudo para ver nossa família unida como antigamente, até a ir pra outro país, mas nunca irei me perdoar se você estiver infeliz. Magali se você disser que não quer ir, eu entendo, e eu vou ficar aqui com você!

– Mas... E o papai? - pergunta Magali - Ele vai ficar decepcionado se não formos!

– Ele vai entender Magali, e mesmo que não, ele tem que se tocar que a casa dele é aqui! - diz Dona Lili - Bem, acho melhor irmos para a cama e decidirmos isso amanhã, e então nós pensamos com calma, está bem?

Magali afirma com a cabeça e as duas vão para seu quartos. A jovem não havia conseguido dormir naquela noite, afinal, o destino de sua família estava em suas mãos e até mesmo o dela. Ela só conseguia pensar no que decidir e também no que fazer em relação ao seu namorado.

– E agora, Cascão? - se pergunta Magali olhando para o teto. - O que eu vou fazer?

Continua...