Apesar de o dia estar claro e o céu azul, o clima estava tenso para Cascão. Ele não estava mais aguentando sua namorada, já tinha se tornado o verdadeiro empregado dela depois de muitas crises de namoro, e Cascuda usufruía de todas as chances que tinha. Só que todo mundo tem um limite, até o casal “perfeito”.

– Pra mim chega! – grita Cascão abrindo a porta da casa da garota

– Espera! – diz Cascuda nervosa – Você não pode fazer um simples favor?!

– Eu já tenho feito milhões deles pra você! – grita o garoto – Eu sou só seu namorado, o que está pensando?!

– Você deve pensar em mim primeiro! – diz Cascuda de cara feia – Eu já passei por tantas coisas por você! Deixa de ser egoísta!

– Eu?! – diz ele surpreso – Olha só quem fala, sabia que ultimamente você tem se aproveitado de mim para fazer até suas próprias tarefas?!

– Para de choramingar... – diz Cascuda – Você nunca fez nada direto mesmo!

Ao ouvir aquilo, o garoto perde a paciência, mas felizmente ele tenta se controlar. Ele sabia que algumas simples palavras poderiam atingir mais a garota do que um grande sermão. Então, Cascão foi frio e breve com ela.

– Eu quero terminar – diz ele

Cascuda congela no mesmo momento e olha sério para ele.

– M-Mas...

– Se eu não sirvo pra nada mesmo... – interrompe Cascão – Acho melhor acabar por aqui!

Assim, o garoto se vira e simplesmente vai embora para a sua casa. Cascuda fica sem saber o que dizer, para onde ir, e até o que fazer de agora em diante convivendo com aquilo. Então, foi isso? Tantos anos de namoro para um fim trágico como esse? Era o que pensava Cascuda e até mesmo o próprio Cascão, que apesar do termino, não sabia se era a coisa certa a fazer.

– O-O que fiz? – dizia Cascão enquanto jogava-se sobre a cama – S-Será que fiz certo?

Enquanto isso, o clima estava tenso em outra parte do Limoeiro. Após uma acirrada discussão com seu namorado na noite passada, Magali perde a paciência e decide ir a padaria jogar em panos limpos com Joaquim, afinal, alguém tinha que tomar iniciativa, e como sempre, era a própria garota.

– Magá... – diz Quim com um sorriso ao vê-la – Que bom está aqui, eu pensei que você estivesse ner...

– Quim... – interrompe Magali – Precisamos conversar!

– C-Como assim...?

– Acha mesmo que eu esqueci da discussão?!

– Ah, Magali... – diz ele aliviado – Eu acho que não me desculpei, não é? Isso passa!

Magali congela ao ouvir as palavras do garoto e não acredita.

– Você... É... Um idiota! – grita Magali

Quim fica surpreso com a namorada, ela nunca havia gritado com ele daquele jeito antes.

– Isso não passa! – continua ela – Será que não percebe o que está acontecendo com a gente?! Não vê que você não tem iniciativa nenhuma?! Nem de falar comigo!

– Você sabe muito bem que eu tenho tarefas aqui! – diz ele de cara feia – Tente ao menos me entender, Magali... Não está satisfeita nunca? Eu faço o que eu posso!

– Ou seja, nada! – diz Magali de cara feia – Quim... Acho melhor encerrarmos por aqui!

– Encerrar? – diz ele sem entender

– Terminar! – diz Magali – Se me der licença, já não temos mais nada haver um com o outro!

Magali vai em direção à saída da padaria e Quim fica sem reação ao ouvir tudo aquilo. Era o fim pra ele, assim como era o fim para Magali. Apesar de sua postura firme, a garota estava totalmente frágil por dentro, tanto que quando saiu para a rua, se transbordou em lágrimas, até depois de ter chegado à sua casa. Ela ficou no quarto o dia inteiro.

– Por que teve que ser assim? – dizia Magali para si mesma – Apesar de tudo... E-Eu não queria isso, não mesmo... O-O que eu fiz?

Naquele momento, ela percebe que seu celular estava vibrando, e para a surpresa dela, era uma mensagem de seu amigo sujinho. Na mensagem, ele pedia para que ela e seus outros dois melhores amigos fosse até a sua casa, aquilo tudo era muito estranho.

– O que será que aconteceu com ele? – pensava Magali

Continua...