Até Seu último Suspiro escrita por Jaina


Capítulo 1
Eu te amo Bella.


Notas iniciais do capítulo

Um único capítulo, ok ?
Leiam com o coração aberto!



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A história que eu vou contar será sobre minha vida, na verdade, o começo dela.

Meu nome é Edward Cullen e tenho 20 anos. A minha vida começou com essa idade mesmo, e vou dizer o porque.

 

Fiz uma viajem para Verona, na Itália. Venho sempre com meus amigos, mais dessa vez, decidi vir sozinho. Assim que me hospedei no hotel, fui para meu quarto descansar da viajem. À noite eu tomei um banho e resolvi passear por ai, sem rumo.

A cidade a noite, é muito iluminada e cheia de turistas. Parei na frente da vitrine de um restaurante e fiquei olhando e me decidindo se entrava pra comer ou não. Eu não sentia fome, mais fazia horas que eu não comia nada.

Derrepente eu vi uma menina muito linda dentro do restaurante. Ela estava sentada sozinha.

Não sei o que me deu, entrei no restaurante e parei ao lado dela.

 

- Boa noite, fala minha língua? – Eu perguntei, nervoso.

- Oi, falo sim. – Ela me disse, sorrindo.

- Meu nome é Edward Cullen. – Eu estendi minha mãe e ela apertou.

- Meu nome é Isabella Swan, mais todos me chamam de Bella. – Ela disse. - Você não quer se sentar comigo, estou jantando sozinha...

- Sento sim. – Eu sentei ao lado dela e deu para ver seu rosto melhor, ela usava um cilindro de oxigênio para respirar. Ela reparou que eu olhei para ela e para o cilindro ao seu lado.

- Bom, conheça meu melhor amigo. – Ela riu.

- Você mora aqui, Bella? – Tentei esquecer do cilindro e da borracha que ficava em seu rosto para ela respirar.

- Moro sim. E você?

- Eu estou visitando, venho aqui sempre.

- Então você já conhece tudo aqui. Um dia, terá que me mostrar.

- Mas você não disse que mora aqui? Quem terá que me mostra tudo, é você. – Ela riu. O sorriso dela era perfeito. Bella era realmente bela.

- Eu não saio muito de casa Edward. Eu só conheço alguns quarteirões aqui por perto mesmo.

- Seu amiguinho ai te impede? – Eu perguntei. – Deve ser muito difícil carregar ele por todo o lugar. – Ela riu mais uma vez.

- Não, pelo contrário. Ele que me deixa sair. – Ela parou de sorrir. – Sempre que eu saio, alguém tem que carregar ele pra mim. Eu não... Eu não tenho fôlego. Me canso rápido.

- Precisa de um cilindro novo. – Tentei fazer piada.

- O que eu preciso, é de um pulmão novo.

 

Fiquei parado, não sabia o que falar.Uma mulher e um cara pararam em frente à mesa.

 

- Oi Bella. – A mulher falou.

- Oi. Alice e Jasper, esse é Edward. Edward, esses são os meus amigos.

- Olá. – Eu disse.

- Oi Edward. – Ela disse sorrindo. – Bella, podemos ir?

- A sim, já terminei. – Ela olhou pra mim. – Bom, foi um prazer conhecer você Edward.

- O prazer foi todo meu. Espero que nos encontremos outra vez.

- Só se você quiser. – Ela disse e olhou para a amiga. Alice deu um cartão para a Bella que passou para mim. – Pode me ligar quando estiver aqui na Itália.

- Ligo sim. – Ela se levantou e Jasper pegou seu cilindro e puxou ao lado dela.

- Tchau Edward. – Ela disse olhando para trás.

 

Vi quando pela caminhou de vagar até o carro preto que estava em frente ao restaurante, entrou nele e foi embora.

Fiquei ali durante cinco minutos olhando para a porta, quando o garçom me interrompeu.

 

- O senhor vai querer escolher agora, ou está esperando alguém?

- Não, estou indo embora, obrigada. – Levantei da cadeira eu fui embora com o telefone de bella no bolso.

 

Cheguei no hotel com vontade de ligar para a Bella, não sabia o que fazer.

 

- Ligo ou não ligo? – Que droga, já estava falando sozinho. – Eu ligo.

 

Peguei o telefone do bolso e disquei. Só tocou uma vez e alguém atendeu.

 

- Edward? – Uma voz maravilhosa falou.

- Sim, sou eu Bella.

- Pensei que não ligaria. – Ela disse com a voz preocupada.

- E eu não ia. Não sabia se estava cedo de mais para te ligar.

- Eu achei que demorou de mais. – ela disse rindo. – E então?

- Bom, eu queria saber se posso te ver amanhã?

- Pode sim. Pode passar em minha casa na hora que quiser, na mesma rua do restaurante no número 900.

- Tudo bem. – Nos despedimos e desligamos o telefone.

Deitei na cama de roupa e tudo. Olhei para o relógio e eram 23h. Tentei dormir, e não consegui, só pensando em Bella. Como uma menina tão linda está presa a um cilindro de oxigênio pelo resto de sua vida? Ela precisa de um transplante imediatamente. Mas isso não é fácil, eu sei que não é.

Enquanto tentava dormir, eu pensava em tantas coisas. Queria estar com ela nesse momento.Consegui dormir de madrugada e acordei já de tarde.

 

Corri para tomar um banho e trocar de roupa. Estava ansioso para encontrar Isabella novamente.

 

Cheguei no número 900 e toquei o interfone. Ninguém atendeu. Eu estava achando que ela tinha me dado o número errado. Toquei de novo e nada. Depois que eu fiquei cinco minutos em frente ao interfone, alguém atendeu.

 

- Posso ajudar. – A voz feminina no interfone perguntou.

- Estou procurando Isabella Swan.

- Quem deseja falar com ela?

- Edward Cullen. – A voz ficou calada. Depois de um tempo o portão foi destrancado automaticamente.

 

Entrei por um corredor no jardim cheio de flores e bem iluminado. No final dele, eu vi uma casa antiga, mais bem conservada. Se vocês estivessem vendo o que eu estou vendo, você não iam querer sair mais desse lugar. Ele nos chamava, de alguma forma.

 

- Oi Edward. – A baixinha Alice, me cumprimentou.

- Oi. – Ela parecia estar preocupada com alguma coisa, apesar do sorriso.

- Bella está te esperando, mais ela demorará um pouquinho. – Ela fez sinal pra que eu a acompanhasse. Entramos na casa que era toda branca. – Antes de entrar, tire os sapatos, por favor. Os pulmões de Bella são frágeis, como já deve saber.

- Sim, eu sei. – Tirei os sapatos, como Alice.

- Edward, como havia dito, Bella demorará um pouco para vir recebe-lo. Gostaria de beber alguma coisa?

- Não, obrigado. Vou esperar por ela.

- Tudo bem então.

 

Nós entramos em uma sala redonda. Ao invés de ter paredes, era tudo de vidro, que dava para o jardim. Um belo jardim por sinal, e era enorme. Sentamos no sofá que ficava de frente para o jardim.

 

- Então Edward, o que quer aqui? – Ela falava sério.

- Vim ver Bella.

- Sim, sim. Todos vêem a sua procura. Mas o que realmente você quer, diga a verdade. – Ela estava me interrogando.

- Eu só estava querendo ver Bella, só isso.

- Não minta. Tem mais coisas envolvidas, como a herança?

- Herança...

- Viu, veio apenas atrás da herança. – Ela nem tinha me deixado terminar. Começou fazer acusações.

- Eu não sei do que está falando. Eu só vim ver a Bella porque senti saudades. Nem consegui dormir esperando para que chegasse a hora de poder ficar perto dela novamente. – Eu gritava, incrédulo com as acusações.

- Parem! – Olhei para o lado e vi que Bella estava entrando na sala. – O que está acontecendo?

- Eu só queria saber se ele era mais um... – Ela tentou se explicar, mas quando Bella levantou a mão, Alice parou de falar imediatamente.

- Ele não é mais um! – Disse Bella

- E como você pode ter certeza? – Perguntou a baixinha encrenqueira.

- Eu só sei Alice. Agora nos deixe a sós, por favor.

- Sim. Quer que eu chame Jasper para vigiar?

- Saia Alice! – Bella ordenou e Alice se foi, nos deixando sozinhos. – Me desculpe Edward. Alice é super protetora.

- Ela parece sua empregada.

- E é!

- Mais você não disse no restaurante que ela era sua amiga?

- E ela é! – Bella riu. – Alice é minha governanta/amiga.

- Está explicado. – Bella tentou puxar o cilindro. – Deixe que eu ajude.

- Obrigada. – Ela sentou e eu coloquei o oxigênio do lado dela. – Sente-se ao meu lado Edward. – Ela disse quando eu ia sentar em uma poltrona afastada.

- Sim. – Sentei ao lado dela, e ela olhou em meus olhos.

- Me desculpe por Alice, Edward. Ela acha que você só está aqui por causa do meu dinheiro.

-  Não estou. – Eu disse sinceramente.

- Eu sei que não.

- Como pode ter tanta certeza, e se eu estivesse aqui só por isso.

- Eu iria descobrir e não faria nada. Deixaria você me levar tudo. – Ela disse com os olhos brilhando.

- Deixaria? – Eu disse espantado.

- Sim Edward, deixaria. – Ela botou sua mão em cima da minha que estava no sofá e continuou a falar. – Eu nunca menti, e não será hoje que eu farei isso. Eu gosto muito de você Edward. Me cativou derrepente, como o pequeno príncipe se cativou com a flor de seu planeta.

- Eu também gosto de você Isabella. - Ela sorriu.

- Pode me chamar de Bella, já disse. – Ela sorriu mais uma vez. Cada sorriso que ela dava, parecia que eu olhava para o sol. – Gostaria de dar uma volta comigo no jardim?

- Adoraria.

 

Caminhamos para fora da casa. Eu puxava o carrinho do cilindro ao lado dela. Andávamos de mãos dadas. O jardim tinha alguma coisa de especial, mais não sei o que era.

 

- Seu jardim é muito lindo.

- Meu pai que fez. – Nós andávamos de vagar, para Bella não se cansar.

- Esse jardim é enorme, ele deve ter feito com ajuda de muitas pessoas.

- Não Edward, só ele. Ele construiu esse jardim para dar de presente a minha mãe. Mas ela morreu antes dele terminar.

- Sinto muito. – Eu não sabia o q falar naquele momento

- Sente-se comigo um instante. – Sentamos em um banco.

 

Olhei para ela, e ela olhou para mim com aquele sorriso e com os olhos brilhando. Me deu vontade de beija-la naquele momento, mas não sabia se era possível. Não sabia como reagir com ela. Tinha que ser cuidadoso.

 

- Edward. – Ela sussurrou e se aproximou de meu rosto. – Queria pedir uma coisa, sei que é indelicado, pois só te conheço há dois dias, mas... – Eu tomei a atitude de beijar seus lábios com cuidado e amor. Ficou mais e mais intenso o beijo e depois ela se afastou.

- Me desculpe. Não consegui me controlar.

- Sem problema. – Ela tomava fôlego. – Pode me beijar de novo?

- Quantas vezes você quiser.

 

Nós nos beijamos mais uma vez, dessa vez um pouco mais intenso. Eu não sabia o quanto ela podia aguentar. Foi maravilhoso e perfeito, dessa vez ela não precisou pegar fôlego.

Voltamos a passear pelo jardim e depois entramos para a casa, pois Bella estava cansada.

 

- Obrigada por vir me ver. – Ela sentou no sofá para descansar.

- Amanhã posso te ver de novo? – Eu sentei ao lado dela e peguei sua mão.

- Se assim desejar.

- Sim, eu quero muito.

- Então, está marcado. – Ela soltou a mão da minha e colocou em meu rosto. Se aproximou e nós nos beijamos.

 

Passeei por Verona e caminhei na rua onde tem a sacada de Julieta, a mesma sacada que Romeu declara seu amor. Fui também na Fontana Di Trevi, a fonte dos desejos. Eu joguei uma moeda para que Bella ficasse melhor. Se realizaria?

Jantei no restaurante do hotel e subi para meu quarto. Tomei um banho, troquei de roupa e me deitei. Se eu estivesse aqui com Jasper ou Emmet, eu estaria na farra e talvez nem conheceria Bella.

Ela me fascinou de uma forma tão linda e tão rápida, que me pegou desprevenido. E o pior, não sei quanto tempo ela vai aguentar.

 

Acordei e já era de tarde, eu tinha dormido de madrugada de novo, pensando nela. Eu tinha me decidido! Amarei Bella intensamente, e farei ela me amar também. Levantei da cama decidido, me arrumei e fui ao encontro de Bella.

Cheguei no número 900 e toquei o interfone. Passaram-se dez minutos e nada, toquei mais uma vez e ninguém atendia. Estava ficando preocupado. Eu não sabia se havia acontecido alguma coisa a ela, ou Bella saiu e esqueceu de nosso encontro. Horas e horas se passaram e eu não sairia dali até poder vê-la.

 

Já estava de noite, quando um carro parou em frente a porta onde eu estava e Alice saiu do carro.

 

- O que está fazendo aqui? – Ela perguntou ríspida.

- Vim ver Bella, me diga Alice, onde ela está! – Eu disse.

- Estou aqui. – Falou Bella, saindo do carro.

- Deixe que eu a ajude. – Falei indo para o carro.

- Não, eu faço isso. – Alice parou na minha frente e não me deu passagem.

- Alice, deixe de bobagem e venha me ajudar. E Edward, nos acompanhe, preciso falar com você.

 

Alice e o segurança Jasper levaram Bella para casa e eu os acompanhei em silêncio. Enquanto nós caminhávamos, percebi que Bella não estava nada bem. Parecia fraca, muito debilitada.

Entramos e Jasper parou na minha frente me impedindo de continuar, enquanto Alice levava Bella para dentro.

 

- Espere aqui na sala. – Disse Jasper e ficou em pé no canto da sala me olhando enquanto eu sentava no sofá. Não demorou muito tempo e Alice entrou na sala. Eu não entendia porque ela não gostava de mim.

- Acompanhe-me. – Falou Alice.

 

No começo, eu fiquei receoso de ir junto com Alice, ela me olhava de um jeito que parecia que ia me matar. Levantei e acompanhei a baixinha. Paramos em frente a uma porta branca.

 

- Não a deixe muito cansada, ela não está muito bem hoje. – Ela disse, e saiu rapidamente. Bati na porta.

- Entre. – Disse a voz de Bella.

 

Entrei e vi Bella deitada na cama e fui até ela.

 

- Sente-se Edward. – Ela estava séria. Sentei ao seu lado na cama.

- Como você está Bella?

- Estou um pouco cansada, mas já estou melhor.

- Eu fiquei preocupado com você, Bella. Fiquei horas te esperando, até que anoiteceu. Já estava indo embora quando vi o carro parando em frente a sua porta.

- Você ficou esse tempo todo aqui?

- Só esperando por você, eu tenho que te dizer uma coisa.

- Então diga.

- Eu gosto de você, e sempre que estou longe, minha mente só pensa em você, minha vida gira em torno de você. É só você, você e você... – Ela não deixou eu terminar de falar.

- Edward eu sinto muito, mais não posso fazer isso com você.

- Não pode o que? – Falei confuso.

- Não posso me entregar a um amor que não tem futuro Edward. – Ela parou e pegou um envelope no criado-mudo e me entregou. – Leia, por favor. – Peguei o Envelope e abri, era um exame.

- Bella, eu não estou entendendo nada do que está escrito aqui. – Eu falei e entreguei o exame para ela.

- O que está escrito aqui, é que nós não podemos ficar juntos, porque eu vou morrer.

- Não diga isso. – Eu pedi.

- É a mais pura realidade, só tenho um mês de vida, se eu não achar um doador compatível... – Ela disse com lágrimas nos olhos.

- Eu acharei um pra você.

- Eu sei que vai Ed.

- Não está acreditando, não é. – Peguei sua mão e cheguei bem perto de seu rosto. – Você ficará boa Bella, nem que pra isso tenha que dar o meu próprio pulmão para você melhorar. – Sussurrei e depois a beijei.

 

Deitei ao lado dela na cama e ficamos abraçados conversando sobre tudo. Ela não falou muito, pois preferia que eu contasse sobre as viagens que eu fiz pelo mundo, porque de alguma forma, ela poderia conhecer o lugar só de eu falar sobre ele. Contei também que fui na fonte dos desejos.

 

- ... ai joguei uma moeda na fonte para você ficar boa.

- O que tiver que ser, será Edward! Eu já tive tantas oportunidades de ser a primeira da fila para o transplante, e recusei. Não quero tomar o lugar de ninguém só porque tenho dinheiro para pagar pelo pulmão! E eu não quero que você faça nada por mim...

- Eu quero ajudar. – Eu disse desesperado. - Não a deixarei morrer!

 

Ficamos calados. Senti uma dor imensa em meu peito. Ela queria morrer, e dava pra ver em seus olhos.

Acabamos adormecendo. Sonhei que estávamos no jardim da casa de Bella. Ela estava correndo junto comigo, respirava o ar limpo do lugar. “Eu te amo”, ela me dizia...

 

- Edward. – Ouvi sussurrarem. – Edward, me ajude. – Acordei e ainda era madrugada. Bella estava deitada na cama ao meu lado tentando respirar.

- Bella!

- Me ajude... – Ela desmaiou.

 

Corri que nem um louco com a Bella no colo, chamando por Alice ou Jasper.

 

- Bella, aguente, vai ficar tudo bem. – Eu sussurrava e implorava. – Alguém me ajude.

- O que aconteceu com a Bella? – Alice perguntou. Ela não esperou eu responder e pegou o telefone. – Coloque Bella na cama, já estou chamando o socorro.

 

A coloquei na cama e senti que ela respirava muito devagar. Sua pele estava gelada e pálida. Um medo que eu nunca senti antes, me invadiu. Que droga, eu estava de mãos atadas sem poder fazer nada por Bella. O amor da minha vida estava morrendo e o máximo que eu podia fazer, era assistir seu desfalecer.

 

- Bella, não me deixe, eu te imploro. – Eu suplicava, mas não sabia se ela podia me ouvir.

- Saia de perto Edward. – Olhei pra trás e Alice vinha com um médico e uma enfermeira.

 

Me afastei, apesar de não querer ficar nenhum centímetro longe dela. O médico dava instruções para a enfermeira, que puxou de baixo da cama o cilindro de oxigênio e colocou nela.

 

- Ela não pode ficar sem ele. – Ele disse olhando pra Alice, que olhou pra mim.

- O que você tem a dizer sobre isso? – Perguntou Alice, com uma cara brava.

- Quando eu adormeci, Bella ainda estava com ele. – Tentei me explicar.

- Ela tem que descansar agora. – O médico falou e saiu do quarto com a enfermeira. Alice me olhou com uma cara de “O que você ainda está fazendo aqui, cai fora”.

- Eu não vou sair de perto dela Alice. Se quiser, chame a polícia! – Falei e me sentei na cama, ao lado de Bella.

 

Alice saiu furiosa e fechou a porta. Antes de ela sair, ela murmurou uma coisa que não entendi direito, acho que era “Estou de olho em você”.

Não me importei com a cara que ela fez, nem mesmo com o que ela disse. Nada me tiraria de perto de Bella... Só se ela mesmo pedisse.

Fiquei até de manhã ao lado dela, segurando sua mão.

Muitas coisas se passaram em minha cabeça. Eu estava aflito, vendo o estado em que o amor da minha vida se encontrava. Como eu poderia viver, se algo acontecesse a ela?

Derrepente, eu senti algo em meu rosto, passei o dedo e vi que eram lágrimas. Fazia tanto tempo que eu não chorava, que me impressionei.

Ela estava despertando e limpei o rosto.

 

- Edward. – Ela olhou pra mim e passou a mão no cabelo. – Ai!

- Onde dói? – Falei desesperado. Não queria que ela sentisse nada.

- Não, é que eu devo estar um horror. Chame a Alice para pentear meus cabelos.

- Bella. – Suspirei aliviado. – Você está linda! – Até mesmo de cama, ela era engraçada e sorria como se nada tivesse acontecido.

- Obrigada. – Ela sorriu e depois olhou pra mim, ficando séria. – Não Edward, não fique triste.

- Não estou triste. – Tentei sorrir para disfarçar. Apesar de estar com o coração na mão.

- Claro que está, eu vejo através de seus olhos. E percebi que você andou chorando, não é? Deve ser difícil pra você, depois de tantos anos, chorar novamente. – Ela estava parada, como se visse o passado... O meu passado. – Como ela era linda Edward, com aqueles olhos azuis, cabelos loiros e a pele branca... Ela dançava muito bem. Ual, quanta felicidade ela tinha...

- Bella? – Estava ficando assustado com o que Bella dizia.

- Sim? – Ela disse indiferente.

- Porque você está falando isso? Como você sabe que chorei... E como você conheceu minha mãe? – Me veio a imagem de minha mãe. A última vez que chorei, foi quando ela morreu.

- Não estou entendendo. Do que você está falando? – Ela estava assustada assim como eu.

- Porque você falou sobre minha mãe?

- Edward, você entendeu errado, só disse que era pra Alice pentear meus cabelos.

- Mas... – Eu percebi que ela não fazia idéia do que acabara de dizer. Um frio subiu por minhas costas. Achei melhor não falar mais sobre isso. – Você está melhor?

- Na verdade, não. Mas daqui a pouco, vou ficar bem.

 

Quando ela se sentiu um pouco melhor, saímos do quarto para andar em seu jardim. Dava pra perceber que Bella ficava emocionada sempre que ia pra lá. Era o único lugar, que ela conhecia, alem dos quarteirões próximos. Ela se encantava quando eu contava como era o mundo lá fora.

Voltamos pra casa e ficamos na sala.

 

- Bella, quando você melhorar, eu vou te levar para conhecer o mundo. Vamos para o Brasil, China, Alemanha... Mas temos que ir a fonte dos desejos primeiro. – Eu falava animadamente e percebi que ela estava triste. – O que houve?

- Não faça planos!

- Porque não?

- Pois não vou melhorar.

- Como você pode desistir de viver?

- Não estou desistindo! Só sei que vai acontecer, bem antes do previsto. – Ela estava parada de novo, perdida no tempo. – Você tem que me deixar! Não vai sofrer, se for embora agora! Deixe-me Edward, deixe-me! – Ela suplicava. – Daqui a dois dias não estarei mais respirando e você não poderá me acordar.

- Bella, nós temos um mês! A farei feliz nesse tempo. Não desista.

- Não posso mais fazer nada. – Ela ainda estava imóvel. Não piscava nem nada, só mexia os lábios. – Meu tempo está se esgotando.

- Você ficará bem!

- Bella? – Chamou Alice.

- Sim? – Bella despertou e olhou para trás.

- Você tem que comer agora.

- Tudo bem, Edward, me acompanha?

- Não posso, tenho coisas para fazer. – Falei e ela perdeu o sorriso.

- Tudo bem. – ela disse levantando, e a impedi de sair.

- Bella. – Eu a olhei, queria ter seu rosto gravado em minha mente. – Se eu não te ver mais, quero que saiba que eu a amo muito, e que o tempo que passei com você, foram os mais felizes de toda a minha vida.

- Eu também te amo Edward, mas porque está falando isso?

- Por nada. – A beijei com todo o meu amor. Poderia ser nosso último beijo.

 

Levantei e fui embora. Passei o dia todo na internet pesquisando médicos que poderiam fazer transplantes e onde teria um pulmão para Bella.

Fui ao encontro de um médico, num hospital por lá mesmo. Tinha que falar com ele.

 

- Doutor Carlisle? – perguntei.

- Sim, você é o Edward, não é? O que me ligou mais cedo.

- Sim , sou eu.

- Parecia aflito no telefone, me diga o que quer.

- Vou direto ao assunto. – Sentei numa das cadeiras que tinha no corredor do hospital e ele se sentou ao meu lado. – Acredito que conheça Isabella Swan, uma de suas pacientes.

- É claro.

- Preciso saber, como faço para conseguir um transplante para ela, não importa o preço!

- Isso será difícil.

- Já disse, não importa o preço!

- Não é isso Edward. – Falou o médico, colocando a mão em meu ombro. – Bella não quer receber transplante!

- Não importa o que ela quer! Se for preciso, eu dou o meu pulmão a ela.

- Não será necessário. Bella assinou um contrato, dizendo que ninguém poderá doar um pulmão a ela. E que ninguém poderia impedir a sua morte.

- Ela não está em seu juízo perfeito.

- Acho que você a conhece mais do que eu, pra saber que ela é muito lúcida. Bella acha que, passando na frente da lista de espera, está trapaceando, e que o pulmão que ela receber, será tirado de uma outra pessoa.

- Doutor... Eu imploro.

- Sinto muito Edward, eu também não queria que fosse assim, mas a Bella tem um coração tão grande... – Ele suspirou. – Bella, mesmo precisando de um pulmão, não quer passar na frente de ninguém... E fazer com que outra pessoa perca a oportunidade de viver. Nunca vi uma pessoa tão teimosa e ao mesmo tempo tão humana. Ela é muito especial.

- Muito! – Concordei.

 

Não havia nada pra fazer! Eu batalhei com todas as armas que eu tinha, mas perdi!

Dois dias se passaram e não sai do lado dela. A cada minuto, ela ficava pior.

 

- Bella, acorde, o dia está lindo! – Falei e a toquei. – Você está gelada. – Comecei a me preocupar.

- Ed... – Ela respirava de vagar e fazia esforço para falar meu nome. – Edward.

- Xiiiii... Fique quieta, eu vou chamar o médico.

- Não. – Ela sussurrou. – Fique comigo. Estou com medo.

- Não fique, estou aqui com você. – Eu estava em pânico, mas sabia que havia chegado a hora. Como ela tinha dito, dois dias se passaram.

- Eu... te... te amo – Ela se esforçava tanto para poder falar. Meu coração estava doendo.

- Não me deixe. – Sussurrei em seu ouvido. As lágrimas começaram a cair. Eu queria mais do que tudo, tirar sua dor. Daria minha vida, para estar no lugar dela. – Também te amo.

- Bella acordou? – Alice falou, entrando no quarto. – Bella? – Ela falou exasperada.

- Chegou a hora Alice. – Bella falava e as lágrimas escorriam de seu rosto.

- Não se preocupe, chamarei o médico.

- Não quero! – Ela falou.

- Temos que leva-la para o hospital Alice. Não vou deixar que ela morra. – Não queria perder o amor da minha vida.

- Por favor... – Ela estava piorando, era visível. Mesmo com o cilindro em seu nariz, ela não conseguia respirar direito. – Não quero... morrer em... um quarto de... hospital Edward. – Ela virou a palma da mão para cima e eu a segurei. – Não chore...

- Bella. – Eu sussurrei.

- Saiba que eu te amei... Desde o primeiro instante... Em que o vi. – Ela deu uma pausa para respirar. – Não se esqueça de mim.

- Nunca! Você é e sempre será o ar que eu respiro. Eu te amo.

- Eu também te... – Ela não terminou de falar. Fechou os olhos e suspirou. Não os abriu mais.

 

*****

 

Nós estávamos no jardim da casa de Bella. O dia estava lindo. O céu estava azul sem nuvens e os pássaros cantavam. A sepultura estava cheia de flores em volta. Flores brancas, as preferidas dela.

 

- Edward. – Alice chegou e falou em meu ouvido. – Gostaria de falar algumas palavras?

- Eu?

- Por favor. – Ela me olhou com lágrimas nos olhos. – Ela adoraria ouvir.

- Tudo bem.

 

Depois que o padre falou, era a minha vez.

Estavam todos lá. Pessoas importantes e pessoas da família.

 

- Não é prazeroso ver uma flor desabrochar? Ou uma lagarta virar uma linda borboleta? – Comecei meu discurso. – Eu hoje, não estou triste. Apesar de tudo, não estou! Me sinto o homem mais feliz do mundo, por ter conhecido a Bella mesmo que por pouco tempo... – Olhei pra todas aquelas pessoas e vi tristeza. – Quando olho pra cada um de vocês, percebo que Bella tocou no coração de cada um, assim como tocou no meu.

 

Parei de novo, por um longo minuto e percebi que eu não tinha que falar nada para as pessoas que estavam ali, me olhando. Tinha que me despedir da pessoa realmente importante.

 

- Bella? – Olhei para a sepultura. – Eu sei que está aqui presente e sei também que pode me ouvir. – Percebi que as pessoas me olhavam, como se eu estivesse louco, mas não me importei. – Quero ter a oportunidade de dizer, o que eu não consegui quando ainda estava viva.

“Todos os momentos em que vivi com você, foram únicos. Me sentia como se tivesse nascendo. Sentirei falta da sua pele quente e de seus lábios macios. Mas, guardarei na lembrança, o seu rosto de felicidade, quando passeávamos por esse jardim”.

“Eu gostaria de entender porque Deus levou você. A menina mais doce, sincera e alegre. A que fazia, nos dias mais nublados, o Sol aparecer. Que sorrindo, tirava a dor, da mais horrível doença... – As lágrimas rolavam. – Que despertou em mim, o amor que eu não sabia que eu tinha. Eu te amo, e sempre vou amar, até depois do seu último suspiro”.


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Notas finais do capítulo

Acho que receberei críticas e elogios nessa fic, e venho me explicar!
Todas as pessoas morrem, mesmo em histórias. Pelo menos é o que eu acho. Queria sair da rotina de "Felizes para sempre". Quero mostrar um pouco da realidade da vida... Mas não deixa de ser mágico, o amor deles dois, não é?
Obrigada!

Espero que tenham gostado.
Reviews e estrelinhas por favor???

Beijos Jaina :]