O Acervo do Alquimista escrita por Vagus
O que faria tendo a eternidade?
A juventude é uma fase ignorante,
Onde se pensa que jamais a morte virá.
Sábia tolice, como alguns sábios podem pontuar.
A morte é apenas uma passagem,
Onde se ruma a uma desconhecida viagem.
Se a beleza não escapasse,
E a mente não adoecesse.
Aquela certeza imatura de ser eterno fosse verdade,
Quais seriam as suas primeiras vontades?
Será que somos feitos para sermos mortais...
Seria isso o que nos une como iguais?
O ciclo final é o mesmo para todos,
Mesmo para nobres, sábios, pobres e tolos.
Porém, um alquimista procura a ruptura...
Trazendo a imortalidade nessas terras pútridas.
Sente-se um deus entre homens, ideal;
Portando entre suas joias uma Pedra Filosofal.
O que fará pelos anos que irá viver,
Longe da sua sina que é morrer?
O quanto vai assimilar da vida, da poesia, da natureza;
Da morte, do desconhecido, da passagem, da estranheza?
De quantas coisas terá certeza?
Quando a sua inata beira o desconhecido desvanecer.
Línguas e palavras soam quase sempre as mesmas...
E o tempo, ele passa, mesmo que diferente para você.
Se puder viver uma eternidade, que diferença faz...
O orvalho que cresce pelas manhãs, a neblina da chuva,
O sabor das maçãs, a inquietante procura?
Tudo isso morre com a ruptura.
A ideia fugaz escapa dos escritos em meu acervo...
Guardo a pedra, com algum receio.
Sei que não devo, porém, há um detalhe inexorável,
Que permanecerá nessas páginas, confortável.
Não é meu dever manchá-los...
Outros sábios, outrora gastos, também o encontraram.
Mantenho o segredo guardado, no meu diário;
Deixem que os alquimistas mais céticos tentem acha-lo.
Porém, uma dúvida real tem me tomado nessa idade...
O que fazer quando se tem apenas a eternidade?
~Gabriel.
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