Hunted escrita por autorasantiis
A noite chegou, e juntos, os seis deixaram o esconderijo e aparataram para Godric’s Hollow. Agora era uma cidade fantasma, mas todas as construções ainda estavam lá, Zara, Lauren e Tyler caminhavam atrás dos três que pareciam tranquilos em andar por ali, mesmo que tivessem a varinha na mão e o olhar atento para qualquer movimentação estranha.
O cemitério não ficava longe do lugar onde eles estavam, caminharam em silêncio, mesmo que muitas perguntas borbulhassem na mente dos três bruxos. Afinal, como Lilian, Thiago, Siriús e Tonks havia estado naquilo? Por quê? E o que Lilian guardava de tão importante?
Assim que chegaram no cemitério, procuraram pelo túmulo de Lilian e Thiago Potter, estavam juntos, lado a lado, na vida e na morte. Os três Caçadores se ajoelharam diante dos túmulos e fizeram uma reverência em sinal de respeito, era daquele jeito que eles honravam seus mortos.
— Como conheceu minha mãe? – Harry pergunta, depois que os três se levantam e encaram o túmulo.
Esperava que pelo menos aquela pergunta pudesse ser respondida, já que tudo parecia um segredo tão grande.
— Os marotos eram muito curiosos na época de Hogwarts – Zara diz com um sorriso nostálgico no rosto – Lilian era a melhor bruxa da época de Hogwarts e Thiago o mais traquina. Então por um acidente com um vira tempo, foram parar na nossa época, a época dos inquisidores.
— Lilian deixou Thiago de olho roxo – Lauren relembra e todos riram, alguns por achar de fato engraçado, outros apenas por nostalgia.
— Os ajudamos a voltar para casa – Tyler conta – mas isso só aguçou a curiosidade daqueles quatro, e então eles começaram a ir atrás da nossa história.
— Quatro? – Hermione pareceu confusa, afinal, de fato, os marotos eram quatro, mas com Lilian, seriam cinco, não?
— Rabicho nunca estava com eles, e eu não gostava dele – Zara dá de ombros.
— Você não gosta de ninguém – Lauren retruca.
— Tem razão – a mulher apenas assume sorrindo, mas seu sorriso morreu – Dumbledore nos conhecia, era um de nós, se tornou um de nós, e quando soube que os marotos queriam nos conhecer, contou-lhes a verdade e os trouxeram a mim, daquela vez Rabicho veio junto, naquele dia eu tive uma premonição, a primeira em anos e não pude ao menos contar.
— Sobre você-sabe-quem – Rony presume e Zara assente, de fato ela havia previsto tudo aquilo, isso incluía a morte de Harry.
— Iam morrer todos vocês, pai, mãe e filhos, mas... – Lauren conta, não aguentava mais tantos segredos – alguém do lado de vocês previu, o eleito, foi então que Lilian implorou que o salvássemos, e nós aceitamos, contanto que ela estivesse disposta a achar algo para nós.
— O que? – Harry estava curioso.
— Uma pedra, chamada de cristal das almas, nos daria a chance de ter nossa áurea corpórea, poderíamos andar entre vocês – Zara diz – mas tudo aconteceu tão rápido.
— E como sabe que minha mãe está com ela? – Harry parecia confuso agora.
Zara olha para Lauren e em seguida para Tyler, eles pareciam apreensivos em contar, mas haviam prometido que não iriam mais guardar segredo, toda aquela história precisava ser contada.
— Porque a alma de Lilian era a pedra – Zara diz de uma vez, fazendo os três se espantarem.
Ela sabia que não era algo fácil de digerir, por isso apenas esperou, enquanto o principal ali processava aquelas palavras.
— Lilian era uma de nós Harry – Zara suspira, era muita coisa, mas ele precisava saber suas origens – você é um descendente legítimo de um Mago da Ordem de Merlin.
Okay, agora sim Harry estava apavorado. Como aquilo poderia fazer sentido? Não bastava ser o eleito? Tinha mesmo que ser descendente de um mago?
— Lilian era uma das únicas bruxas que podia fazer magia sem uma varinha – Lauren continua – assim como nós.
— Dumbledore – Rony pareceu se lembrar e teve um aceno positivo de Lauren.
Dumbledore também fazia magia sem precisar da varinha para canalizar. Eles sabiam daquilo.
— Como posso ser um mago se não sei fazer magia sem varinha? – Harry estava confuso.
— Pode sim – Zara sorri debochada – não me diga que todas aquelas cartas voando na casa dos seus tios, foi obra das corujas, ou Duda ter virado um balão tenha sido com o uso de sua varinha.
Harry pareceu lembrar e assentiu, de fato, agora ele se lembrava de momentos pequenos, em que sua magia se descontrolava o suficiente para fazê-lo estourar um vidro, ou fazer coisas voarem.
— É tudo tão confuso – Harry diz fechando os olhos e inspirando.
— Tem algo a mais, eu sinto muito, mas precisamos falar disso – Tyler fala meio apreensivo, como se estivesse pisando em ovos – naquela noite, Thiago morreu no corredor...
— Sim, tentando impedir você-sabe-quem de chegar a mim e a minha mãe – Harry diz confuso.
— Não Harry – Zara nega e suspira – Thiago morreu no corredor porque estava tentando proteger outra coisa.
— Do que está falando? – Harry parecia confuso.
— Lilian tentava proteger você, e Thiago tentava proteger... ela – Lauren aponta para Hermione com um acenar de cabeça – vocês são irmãos.
Os dois se olharam confusos, cheios de receio, com muitas coisas rodando por suas mentes.
— Snape levou Hermione e colocou para a adoção, ela não tinha como ser rastreada, não tinha virado uma horcruxe – Lauren continua, enquanto os dois se encaravam com temor – mas você Harry, você precisou viver com os Dursley, porque Petúnia era a única com o sangue de Lilian.
— Se minha mãe era nascida trouxa, como ela poderia ser uma maga de Merlin? – Harry olha para Lauren confuso, irritado, toda a sua história tinha mais buracos do que uma peneira.
— Todos os Evans são descendentes de mago, apenas viveram entre os humanos para fingir que não existiam, Lilian foi a única que discordou, ela queria conhecer o mundo inteiro, era curiosa, sábia, e sentia que precisava saber a origem dela – Tyler explica, fazendo Harry apenas assentir.
O silêncio predominou, era barulhento, mas ainda assim, um silêncio. Muita coisa havia sido dita e muita coisa precisava ser entendida. Zara suspirou, ainda tinha coisas a dizer, mas por hora aquilo bastava, deixaria o resto para quando eles tivessem curiosidade. Por isso ela se virou para o túmulo de Lilian e moveu a pedra que o fechava, logo abrindo o caixão e encarando o corpo da ruiva, intacto, como deveria estar o corpo de um mago.
— Perdoe-me Lilian, mas eu precisava contar a verdade para os seus filhos, obrigada por confiar em mim – Zara diz e se agacha para conseguir tirar o colar que Lilian carregava, aquele era o cristal da alma.
Ele não podia reviver um corpo morto, sem alma, mas podia devolver a uma alma, o seu corpo. Zara fechou novamente o túmulo e deixou tudo de volta ao seu lugar. Virando para Harry, Hermione e Rony.
— Vamos embora – a mulher diz e eles apenas assentem.
Rony queria dizer alguma coisa, mas não havia palavras que pudesse dizer para confortar seus amigos. Descobrir aquilo depois de tantos anos, causava uma drástica mudança, e eles ao menos faziam ideia de como se acostumariam com aquilo. Claro, eram amigos de longas datas e Harry sempre viu Hermione como uma irmã, mas ter aquilo transformado em realidade, era bem diferente. Os seis retornaram ao esconderijo e cada um foi para o seu lado.
— O que aconteceu lá? – Gina pergunta, estranhando a atitude de Harry, disperso.
— Harry e Hermione são irmãos – Rony revela, engolindo em seco, enquanto Gina e Draco se encaravam espantados, aquilo sim era uma bomba.
— Vamos nos preparar para o ritual, diga ao Potter que voltamos em cinco dias e então, iremos tomar Hogwarts de volta – Zara diz para Draco e ele apenas assente.
Então ela e seus amigos desaparecem. Deixando para eles a missão de resolverem a situação entre Hermione e Harry.
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