Pior do que o mal escrita por The Bringer of Rain


Capítulo 5
Capítulo 5




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Casal curioso e enigmático. Wei Long não deu pistas sobre qualquer outra intenção que pudesse ter ali, inclusive sua acompanhante. Ela por outro lado continuou a caminhar com seu par, e então não fez mais contato. Assim como sugiram também iam saindo, com perguntas e sem respostas.

— Fale com Satoru. Ele quem nos colocou nisso. - Ogata comentou ajeitando a gravata e indo em direção ao leiloeiro, provavelmente para buscar informações de como buscar seu prêmio.

Mei Mei se afastou elegantemente da agitação do bar, evitou magnatas solteiros que a olhavam como um pedaço de carne e, buscando um canto mais recluso, sacou o celular na certeza que poderia fazer uma ligação sem ser interrompida. Seus passos graciosos a levaram até uma área mais afastada, onde a iluminação mais suave não a destacava. Era uma cena de filme vê-la ali, com o telefone próximo ao rosto, falando coisas que nenhum daqueles homens poderia imaginar.

Um garçom se aproximou com um sorriso cortês no exato instante que ela abria a lista de contatos.

— Com sua licença senhora, posso lhe oferecer outro drink? Estes são cortesia da casa. - sugeriu ele, indicando a bandeja com meia dúzia de copos.

Mei Mei, manteve sua expressão e recusou com um gesto sutil da mão. Ela preferia manter a sobriedade enquanto navegava pelo intricado jogo de negócios e intrigas que se desenrolava no bar. Ainda não estava claro as motivações de Satoru Gojo para aquele trabalho, será que ele não sabia que não era a bala de fato?

Com o celular em mãos, Mei Mei realizou sua ligação de forma discreta, falando em um tom baixo e medido enquanto observava o local, por dentro e por fora.

— Ah Mei Mei!!! Conseguiram pegar a bala? - o tom cortês não deixava transparecer muita coisa.

— Não era a bala. Era outra, que não matou o capitão.

— Eu imaginei, mas precisava ter certeza né?! - gargalhou brevemente. - Eu pensei em mandar o Nanami lá, mas ele ta ocupado em Kyoto. Parece que vocês vão para China. Você acha que seu irmão consegue levar vocês três?

— Tem outra coisa Gojo. Um dos homens tem um segurança que é um feiticeiro.

— Isso já é interessante. Por que um empresário precisa de um feiticeiro como segurança? - alguns poucos segundos de silêncio se desenrolaram, a resposta era óbvia. - Poxa vida Mei Mei, investiguem essa situação ai rapidinho. Vou precisar de vocês na China já já.

De repente, ela notou Li Wei Long pegando seus objetos e fazendo menção de sair. Mei Mei, percebendo o movimento, continuou sua observação discreta. Ao mesmo tempo, notou que Ogata havia sumido. Seus corvos o acharam no lado de fora do prédio, aparentemente acendendo um cigarro.

— O que sabe sobre esse feiticeiro?

— Um total de zero coisas!! Descobre ai, pro chinesinho tá com um ele certamente tá com o rabo preso com coisa errada. - novamente o silêncio, Gojo parecia pensar em algo. - Mas olha, não vou aumentar seus honorários não hein, deixa de ser mercenária.

— Tudo bem Gojo, tudo bem.

— Ah, Mei Mei, até sabermos a situação real, não faz muita bagunça não. Vou te mandar depois a 'loc' do templo onde essa bala tava. Tinha uma ordem de monges que ficava por lá e impedia que a energia amaldiçoada saísse do controle. Valeu!

A conexão entre os eventos parecia ganhar forma. Terminando sua ligação, ela retornou ao bar com uma expressão inalterada, mas seus olhos revelavam uma profunda compreensão do que estava se desdobrando.

Wei Long havia saído, ele deveria estar talvez um minuto ou dois à sua frente. O Tokyo Rooftop Bar ocupava o topo de um edifício imponente no coração de Tóquio, uma estrutura de aço e vidro que se destacava contra o horizonte da cidade. O prédio tinha, em seus quatro primeiros andares, dedicando-se a manter um estacionamento aberto. Sabendo disso sua melhor chance era tentar interceptá-los o quanto antes.

Não se preocupou em pagar sua conta e, de algum modo, não foi parada por ninguém. Alguém já havia pago.

Ela optou por usar o elevador de carga, mesmo sabendo que ele não parava em alguns andares, somente nos ímpares. A decisão não foi arbitrária, seus corvos faziam o rastreamento nas redondezas e até dentro do estacionamento, para que ela não perdesse nenhum detalhe.

Ainda no elevador mandou uma mensagem pedindo para que investigassem a identidade dos seguranças. Saiu no andar anterior ao do estacionamento e rapidamente abriu a porta corta-fogo para ter acesso as escadas. O som dos saltos de seus elegantes sapatos ecoava na estrutura metálica, uma presença já não mais imperceptível diante do cenário agitado que aquilo se tornou.

Assim que abriu a porta, poucos metros à sua frente e entre duas fileiras de carros o homem de antes estava parado. Tinha o cabelo preso em coque e havia arregaçado as mangas do kimono. Nas mãos apoiava uma corrente com uma bola de ferro numa exterminada e uma foice curta na outra.

— Eu sabia que iríamos acabar assim... - ele retrucou.

— Eu também. Obrigada Ui Ui.

A imagem do garoto surgiu da penumbra da pilastra. Bem vestido e com a arma de Mei Mei em mãos.

— De nada mana. Fico feliz em ajudar.


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