Pessoas, costumes, olhares, sentimentos. Uma variedade de possibilidades e de histórias diferentes. Um escritor fala de si ou do que observa?  

Você já sentiu estar vivendo uma vida diferente do que planejou para si, quando tinha 15 anos!? O tempo costuma nos surpreender com vivências inesperadas… e tudo aquilo que pensávamos que não iria acabar, um fim dar-se-á e ao que repudiamos, hoje temos como hábito: “Quando você for adulto, vai entender…”.

Compreender a magnitude de uma vida repleta de responsabilidades e sonhos inalcançáveis é mesmo muito difícil. Prefere-se olhar pra fora e como que com uma régua, medir as conquistas e atitudes alheias; ou então, sonhar acordado. 

Eu te disse: existe “uma variedade de possibilidades e histórias diferentes” e é por isso que eu amo escrever. Lê-se como a arte de observar de uma forma diferente o mundo, como quem de fato o vê e entende que nada é fora da ficção. 

Todos os dias quando deitamos idealizamos o dia anterior, - quando não a semana, aos corações ansiosos, e isso nos faz sonhar. Traz pra dentro de nós a esperança ou apresenta frustração. 

Vale aceitar os dois estados. 

Há dias em que somos protagonistas da vida perfeita, onde tudo parece ocorrer bem. Como em filmes de romance Hollywoodianos, você acorda antes de todo mundo, toma sua ducha, veste a melhor roupa e sai para o mundo, preparada para tudo o que o universo tem de bom para oferecer! 

No melhor bistrô da cidade, você toma o seu café da manhã, - e não importa quanto vai custar, não há preocupações, horários a cumprir, pessoas para servir.

Você, apenas você e uma possibilidade infinita de histórias diferentes. 

 Para o próximo parágrafo você pode me convidar a trazer a pessoa ideal pra você. Ela surge quando você toma o primeiro gole de café - com ou sem açúcar? E em uma coincidência que ninguém pode explicar, ele também estava procurando por você naquele dia. 

Vocês trocam olhares e o frio na barriga surge. 

Existe o que eu costumo chamar de química perfeita: dois indivíduos vivendo as suas vidas até o momento em que o primeiro contato se faz. A partir dali, nada mais será igual. 

 Como que em uma sinergia de acontecimentos, vocês se encontram pela primeira vez. O destino os levou até ali ou o acaso está do nosso lado dessa vez? 

 O que deve ser dito nesse momento? Você olha mais uma vez em sua direção? Talvez ele te lembre de alguém… Hm, é alto ou baixo? Porte atlético, mais magro? Qual seria a cor dos olhos e como ele ajeita o cabelo enquanto disfarça que também está olhando pra você? 

 A história é sua, ou talvez, nossa. 

 Já está na hora de acenar, como se fingisse que está confusa se o conhece ou não. Ele retribui e se aproxima. Dali, depois de uma conversa ‘despretensiosa’, o café da manhã se tornou um convite para o almoço e enfim tudo se iniciou. 

 Vamos casar e encher a casa dos filhos ou viajar o planeta colecionando memórias? 

 Você escolhe. 

 Eu pediria um pouco dos dois, mas a história é sua. É a sua história de romance, como nos filmes.

 Agora te convido a voltar a realidade. Neste mesmo ponto da história, existe sim alguém especial ao seu lado. Mas, preciso te contar: o primeiro encontro não aconteceu no bistrô chique. Talvez em uma praça movimentada, afinal, você conheceu ele por um aplicativo de relacionamentos. 

 O café da manhã não aconteceu e o almoço… bom… o almoço foi um “Me vê um hot dog no prato e uma coca de latinha, pra minha princesa aqui.” - foi o que ele disse naquele dia. 

 Depois daquele encontro, muitos outros se repetiram, com simplicidade, outros nem tanto, mas o pensamento era sempre o mesmo quando estava em seus braços: “Gosto daqui” - dizia pra si. 

 E assim, surgiu o desejo de partilhar a sua vida com alguém.

 Eu não me lembro quando surgiu o convite, mas aconteceu. Nem mesmo se foi durante um jantar luxuoso ou no transporte público, enquanto voltava para a casa dos seus pais. Mas, em algum momento foi dito e entendido que era necessário estar com ele todos os dias. 

 Assim como nos filmes, a vida é feita de altos e baixos, - acredito que mais ‘baixos’ do que ‘altos’… e nós vamos falar sobre isso aqui também. 

 Enquanto escrevemos sobre a sua vida perfeita, eu te convido para que viva ela dentro da sua vida normal, compreendendo a grandiosidade que é simplesmente viver cada momento com suas dores, alegrias, perdas e ganhos.