Semideuses escrita por Sak


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tudo bem com vocês? Espero que sim!!!

Mais um capítulo, espero que gostem!!!



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III - O Capture a Bandeira é mais perigoso do que eu podia imaginar, ainda mais quando as caçadoras de Ártemis estão na área

 

— Hades? – Soltei confuso. – Tipo o rei do inferno?

Quíron me olhou como se um olho tivesse brotado bem no meio da minha testa.

Naruto me olhou horrorizado.

Notei Sakura tapar um sorriso com uma das mãos.

E eu percebi que gostei de fazer ela sorrir, ela ficava bonita sorrindo.

— Tenha um pouco de respeito, Sasuke – Naruto me avisou olhando para os lados como se estivesse com medo.

Talvez eu devesse mesmo ter mais respeito mesmo.

Mas tudo o que eu sei sobre Hades é o filme da Disney do Hércules.

É, meu nível de conhecimento é esse: bem baixo.

Será que o meu pai vai ficar bravo? Era melhor eu começar a estudar pra valer se eu quisesse me encaixar nesse mundo.

— A revelação dele foi bem rápida, até – comentou Sakura.

Eu queria perguntar como é que ela descobriu que era filha de Zeus, mas dado o histórico com Hera, era melhor não perguntar.

— Os deuses não costumam revelar quem são seus filhos? – perguntei sem entender.

— Não tão rápido – respondeu Naruto.

— Ainda mais os três grandes – acrescentou Quíron.

— Hades não é casado com Perséfone? – perguntei só para confirmar, mas eu já sabia a resposta.

— Ele é – respondeu Quíron.

— Boa sorte – Sakura me desejou cheia de pesar.

Senti um calafrio involuntário passar por todo o meu corpo.

— Eu levo ele até o chalé de Hades? – Naruto perguntou a Quíron.

— Pode levar – o centauro assentiu. – Vejo vocês no jantar.

 

. . .

 

O chalé 13, atrás do 11, era mesmo mais a minha praia. 

Todo em pedras pretas e com uma caveira em cima… As paredes do chalé eram feitas de obsidiana sólida e tinha um crânio pendurado na porta. Havia tochas que queimavam fogo grego vinte e quatro horas por dia. O chalé não tinha janelas e dentro, as camas eram em forma de caixão com armações de mogno polido, grades de latão, travesseiros e lençóis de veludo vermelho-sangue. Havia também um pequeno santuário com ossos e jóias.

— Mórbido – Naruto assobiou. – Igual você – e riu.

Mas eu não liguei.

— Vou dormir aqui sozinho, né?

— Que eu saiba – disse o meu amigo dando de ombros. – Hades não tem nenhum outro filho além de você, então sim.

— Você acha que a Pers… – parei de dizer o nome dela no mesmo instante, lembrando do que Dionísio me disse: palavras têm poder. – Você acha que a esposa do meu pai vai vir atrás de mim?

Naruto me olhou com pena.

— Talvez. 

 

. . . 

 

Eu estava me sentindo bastante para baixo no jantar daquela noite.

Quero dizer, a comida estava excelente. Você não pode ficar mal com churrasco, pizza e cálices de refrigerante que nunca esvaziam. As tochas e os braseiros mantinham aquecido o pavilhão ao ar livre, mas todos nós tínhamos de sentar com nossos companheiros de chalé, o que significava que eu estava só na mesa de Hades. Sakura sentou sozinha na mesa de Zeus, mas nós não podíamos sentar juntos. Regras do acampamento. Pelo menos os chalés de Hefesto, Ares, Apolo e Hermes tinham algumas pessoas cada um.

Naquela noite, fui ensinado a tradição de depositar um pouco da comida no meu prato no fogo do acampamento no meio do refeitório, entre todas as mesas; era como uma prece aos deuses.

Eu não sabia bem que prece fazer, mas lembrei que eu devia ter um pouco de respeito, então agradeci ao meu pai por ter me “revelado” e pedi proteção contra a fúria de sua esposa.

Dormi bem mal naquela noite, um sono cheio de pesadelos que não faziam sentido nenhum e acordei com a cara de derrota pronto para enfrentar mais um dia, meu segundo dia, como um semideus.

Mas enquanto eu dormia, visitantes misteriosos simplesmente apareceram pela manhã. Como eu sabia disso? Pelas roupas. E detalhe: eram todas garotas. Nenhuma delas usava a camiseta laranja do acampamento, na verdade cada uma se vestia como se estivesse em tempos diferentes: roupas dos anos 30, 50 e 80, além de roupas típicas gregas. Uma delas, a mais nova, pelo que parecia, usava uma coroa de louros e uma tiara prateada na cabeça e se apresentou como a líder das caçadoras.

— Caçadoras? – perguntei sem entender quando encontrei meu melhor amigo naquela manhã.

— As caçadoras de Ártemis – ele me respondeu, meio temeroso.

— Você tá com medo? – perguntei abismado.

— Cara! – ele reclamou. – Elas me assustam!

— Mudança de planos – Hinata se aproximou do meu amigo e comunicou. – O Capture a Bandeira vai ser o acampamento contra as caçadoras. Uma partida amistosa – ela fez uma cara de que seria tudo, menos amistoso. 

— É tradição – Sakura se aproximou, junto de Ino e Karin.

— O bom é que não vamos ter que sortear pra ver em que time você vai entrar – Ino brincou com Sakura.

— Nós vamos massacrá-las – Karin olhou brava para o chalé número 8. – Como elas ousam dizer que o amor é inútil?

Na quadra de basquete, algumas Caçadoras estavam arremessando nos aros. Uma delas estava discutindo com um garoto do chalé de Ares. Claro que o garoto era Gaara. Aparentemente ele gostava de brigar com todo mundo. Gaara tinha a mão na sua espada e a garota Caçadora parecia que ia trocar a bola de basquete por um arco e flecha a qualquer segundo.

— Eu vou acabar com aquilo – Sakura suspirou. – Vocês circulem pelos chalés. Falem para todo mundo sobre a captura da bandeira na sexta.

E os dias se passaram, eu treinei mais, estava mesmo enferrujado. Todos pareciam animados com esse tal de “Capture a Bandeira” e eu ainda não fazia ideia de como funcionava exatamente.

Até que chegou sexta.

O casco de Quíron retumbou no chão do pavilhão.

— Heróis! – ele chamou. – Vocês sabem as regras!

Não, eu não sabia. Mas nem deu tempo de eu sequer erguer a mão.

— O riacho é a fronteira. Time azul é o Acampamento Meio-sangue, vocês ficam com a floresta oeste. Caçadoras de Ártemis é o time vermelho, vocês ficam com a floresta leste. Eu serei o árbitro e médico do campo de batalha. Nada de mutilações intencionais, por favor! Todos os itens mágicos estão permitidos. Para suas posições!

Itens mágicos?

— Time Azul! Sigam-me! – gritou Hinata.

Ela era a líder?

— Cara – murmurei para Naruto discretamente. – Ninguém me explicou como é que funciona isso não.

— Ah, relaxa – meu melhor amigo deu de ombros. – A Hinata é quem faz os planos, mas normalmente a gente só improvisa.

E eu achando que eles queriam ganhar a competição.

 

. . . 

 

Nós posicionamos nossa bandeira no topo do Punho de Zeus.

É o aglomerado de pedras no meio da floresta oeste que, se você olhar do ângulo certo, parece um grande punho saindo do chão. Se você olhar de qualquer outro lado, parece uma pilha de excrementos de veado, mas Quíron não nos deixaria chamar o lugar de Pilha de Cocô, especialmente depois de ter sido nomeado para Zeus, que não tem muito senso de humor.

Me pergunto se eu deveria comentar aquilo com Sakura, já que ela era a filha de Zeus, mas será que ela ficaria brava? Devo confessar que eu tinha medo de levar um dos raios dela.

De qualquer maneira, era um bom lugar para colocar a bandeira. A rocha do topo tinha seis metros de altura e era realmente difícil de escalar, então a bandeira estava claramente visível, como as regras falavam que tinha de estar, e não importava que os guardas não estivessem permitidos a permanecer a pelo menos nove metros de distância dela.

— Nós vamos mandar uma isca pela esquerda – Hinata falou ao time. – Sakura, você lidera isso.

— Entendido! – a garota de cabelos rosa respondeu.

— Leve Sasuke com você – apontou para mim, fiquei um pouco surpreso, mas tudo bem. – Leve Sasori e Rock Lee também. Eles são bons corredores. Faça um amplo arco em volta das Caçadoras, atraia o máximo que conseguir. Levarei o grupo de assalto principal pela direita e as pegaremos de surpresa.

Todos confirmaram com a cabeça. Soava bom e Hinata falou com tanta confiança que você não podia fazer nada a não ser acreditar que iria funcionar.

Mas foi um desastre completo.

Mas antes disso…

— Então – puxei conversa enquanto andava ao lado de Sakura. – Aquela mais nova é mesmo a líder? Ela tem o que? 10 anos?

Sakura parou tão repentinamente que quase trombei nela.

— 10? Ela tem 42 anos – fiquei de queixo caído. – Nunca, jamais – me avisou – as subestime.

— Ela tá conservada – assoviei igual ao meu amigo.

— Elas são imortais a partir do momento que fazem os votos, tem gente que é bem mais velha ali – ela me informou e me atirou um olhar. – Você precisa mesmo estudar!

Me senti burro. 

Sasori deu uma batidinha no meu ombro em convalescência.

Foi aí que o desastre veio: as caçadoras vieram de uma vez e nós quatro tivemos que nos separar.

Corri tanto delas e lutei tanto que fiquei sem fôlego.

Tinha me perdido no meio da mata, só para parar perto da praia, do lado de um penhasco.

— Merda! – soltei quando percebi que estava encurralado por elas.

Eu vi quando Sakura apareceu no alto do penhasco lutando com a líder das caçadoras e por um momento pensei que ela estava no controle, mas a caçadora chutou ela do penhasco.

— SAKURA! – gritei assustado, tentando ir na direção que ela caía.

— Você devia se preocupar consigo mesmo, filho de Hades – uma delas riu para mim.

Senti a fúria me possuir e lancei minha katana com toda a força na direção delas. O chão embaixo de mim tremeu, mas eu não me importei, tudo o que me importava era chegar até Sakura para que ela não caísse no chão.

Ela gritava a plenos pulmões e eu ergui meus braços pronto para amenizar o impacto do corpo dela, se é que ia adiantar alguma coisa.

Então a coisa mais assombrosa aconteceu: ela parou a centímetros de mim no ar, os olhos arregalados em pavor, o peito dela arfando.

Eu segurei a cintura dela ainda no ar por precaução e deu certo, ela desabou em cima de mim.

Gemi quando minhas costas bateram contra o chão, o corpo dela em cima do meu.

Ela era pesada, mas eu fiquei sem fôlego e quando me recuperei só disse:

— Você voou ou foi só impressão minha?

Ela tremia em cima de mim.

— Eu podia ter morrido – ela murmurou.

— Que bom que não morreu – eu disse, tentando me levantar. – Essa é uma visão que eu não quero ter – me arrepiei só de imaginar ela estatelando no chão.

— Eu podia ter morrido! – ela soltou, dessa vez a voz cheia de raiva.

Me afastei um pouquinho para trás, ainda no chão, quando percebi os olhos dela brilhando com raios verdes. Mas relaxei quando percebi que não era de mim que ela estava com raiva.

Sakura olhou para cima, em direção no alto do penhasco, onde a líder das caçadoras estava, me espantei quando um raio verde caiu do céu e me espantei ainda mais quando a líder só rebateu o raio com um escudo em direção ao mar.

Um grito de vitória foi ouvido por todo o acampamento, mas não era do nosso lado.

— As Caçadoras vencem! – Quíron anunciou sem prazer. Então ele murmurou: – Pela quinquagésima sexta vez seguida.

— Elas ganharam – Sakura grunhiu. – Que raiva! – ela se levantou.

Percebi que ela ainda tremia, mas agora não sabia se era por ter caído do penhasco ou se era só de raiva mesmo.

— Foi você? – ela apontou para trás de mim.

Olhei e vi que tinha vários buracos no chão e esqueletos de pé combatendo as caçadoras que antes haviam me encurralado.

— O jogo acabou! – gritou uma delas. – Quer parar?

— E não sei como – gesticulei, mas imediatamente os esqueletos voltaram para os buracos e sumiram, como se nunca tivessem existido. – Caramba, eu fiz isso mesmo?

A líder das caçadoras, de 10 anos que na verdade eram 42, voou do alto do penhasco, parando do nosso lado e disse:

— Vocês dois são um perigo.

As caçadoras sabiam voar?

— Se já são poderosos assim agora, imagina quando ficarem mais velhos?

Olhei para Sakura em busca de apoio.

— Você devia reconsiderar a minha oferta – disse a líder.

Olhei confuso para ela. Que oferta?

— Não – respondeu Sakura.

— Ártemis vai te proteger – argumentou a caçadora. – Ela me protegeu.

Foi então que me toquei: a líder queria que Sakura virasse uma caçadora também?

Olhei para a garota de cabelos cor de rosa, sentindo uma coisa esquisita no peito, mas não disse nada e só esperei pela resposta dela. Se ela dissesse sim…

— Eu já disse: não tenho o menor interesse em me tornar imortal – ela respondeu sem titubear. 

Respirei aliviado sem saber o porquê.

— Além disso, você podia ter me matado! – apontou com raiva.

— Deixa de drama – a caçadora fez pouco caso. – Está no sangue de todos os filhos de Zeus: todos nós podemos voar.

Fiquei espantado, aquela garota era filha de Zeus também? Isso explicava o fato de ela voar e de como ela conseguiu rebater os raios de Sakura.

— Última chance: você…

— Não! – Sakura exclamou. – Diferente de você, eu não vou fugir.

— Não dá para lutar contra Hera! – a caçadora grunhiu exasperada.

— Deixa que eu lido com isso!

— Podem parar vocês duas – Quíron as interrompeu. – Sakura negou sua oferta, respeite, além disso – acrescentou. – Estão atraindo uma multidão com os nervos à flor da pele depois da competição – apontou para alguns campistas discutindo com algumas caçadoras.

Eu ia assistir a briga, era gratificante quando eu não estava envolvido, mas notei o olhar de Sakura sobre mim, como se… buscasse apoio. 

E então percebi: como filha dos Três Grandes, ela era a única que me entendia.

E eu percebi que era o único que a entendia também.

 

Continua…

 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim!!

Seguinte, provavelmente no próximo capítulo teremos um salto temporal.
Eu não estou com tempo pra desenvolver uma long fic e sempre planejei que essa fosse curta mesmo...

Por enquanto é isso, beijinhos e até o próximo capítulo



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