As Rainhas do Trono de Diamante escrita por autorasantiis


Capítulo 10
A Rainha Envenenada




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O jantar havia acabado de ser servido quando Chaeyoung se sentou à mesa, atraindo a atenção de suas irmãs.

— Está passando muito tempo em Venom, não deveria se apegar, logo deixará de comandá-la – Jennie diz com frieza, fazendo Rosé apenas olhá-la e ignorar, iniciando sua janta.

— Mamãe não ficaria nada contente se soubesse que você está quebrando as regras e interferindo em Shadow – Lalisa comenta, enquanto tomava sua sopa e mantinha os olhos focados no prato.

— Eu não estou mais na disputa e também não estou fazendo mal algum a Shadow, eu apenas ofereci alguns medicamentos – Rosé diz impaciente – se você visitasse os de vez em quando, saberia que estão morrendo.

— Oh,  pobre Rosé – Jisoo diz rindo, mas tossia como se a sopa arranhasse sua garganta – ela se importa com os plebeus.

— O nosso reino existe por causa daquelas pessoas Jisoo, mamãe não sabia, afinal, ela mal se importava, mas Kang Lia sabia disso e por isso cuidava de todos – Chaeyoung responde à altura, estranhando o rosto de Jisoo ficando vermelho.

— Está arrependida de ter participado do plano de matá-la Rosé? Não seja hipócrita – Jisoo resmunga, afrouxando as vestes – você está ridícula nessa posição.

— Eu não...

E antes que ela terminasse a frase, Jisoo desmaiou sobre a mesa, chamando a atenção das três que levantaram e foram acudi-la. Logo seus escudeiros chegaram e trataram de levar Jisoo até a enfermaria do castelo.

Rosé andava de um lado para o outro preocupada, enquanto Jennie e Lalisa miravam a porta, como se esperasse uma luz sair dela.

Demorou quase duas horas, para o médico real sair de lá e informar que Jisoo estava em coma, por ter sido envenenada. Aquilo as deixaram apavoradas, afinal, todas elas ingeriram o mesmo alimento, mas porque só uma delas demonstrou sintomas?

— Doutor, é possível que nós também tenhamos sido envenenadas? – Lalisa pergunta.

— Não majestade, se não, já teriam sentido algo – o médico responde – estamos trabalhando para identificar qual o agente utilizado, mas não temos todos os instrumentos necessários.

— E quem tem? – Jennie pergunta exaltada.

— Bem, quem cuida de tecnologia e experimentos é Orion, então só a Imperatriz poderia ajudá-las – ele se curva, pede licença e volta para dentro da enfermaria.

De fato, Lilases estava com recursos escassos, e por isso quase não tinham instrumentos necessários para lidar com uma crise tão simples como aquela.

— Sehun, mande um mensageiro a Orion, precisamos de ajuda – Lalisa diz firme e o homem apenas acata, deixando o corredor e seguindo em uma direção.

Chaeyoung ri e nega, agora a pouco estavam a chamando de hipócrita, e agora estavam ali, tentadas a fazer negócio com o reino vizinho para salvar uma delas.

— Qual a graça? – Jennie pergunta impaciente.

— Nenhuma, com licença rainha – Rosé se curvou e saiu, deixando as duas mirando suas costas.

Os dias se passaram lentamente, Jisoo ainda estava em coma e elas não sabiam quando ela acordaria. Haviam tentado contato com Orion, mas a Imperatriz D’Angelo se recusou a fazer negócios com Lilases, pois ela considerava que fazer negócios com aquelas três no poder, era um tiro no escuro, e ninguém poderia garantir que Lilases sobreviveria, antes ou depois da coroação real.

— Minha rainha – Sehun diz se curvando, ao ser convocado por ela.

— Onde está o Byun? – ela pergunta se virando para ele e mirando seu belo rosto.

— No jantar, acabei de substituí-lo – Sehun afirma.

— Ótimo – ela suspira e se senta na ponta da cama – posso confidenciá-lo uma coisa Sehun?

— Claro que sim minha senhora – ele franze o cenho, mas sua postura cai, quando ela dá dois tapinhas ao seu lado, pedindo-o que se sente.

E ele apenas obedece, sempre foi fiel a Lalisa e não seria agora que deixaria de ser.

— Mesmo que essa disputa toda aconteça, esse trono nunca será nosso, Kang Lia era a única com a marca, nós nunca poderemos salvar o reino – Lalisa suspira e deita a cabeça no ombro do homem ao seu lado – quando chegar o momento, eu irei embora e ninguém nunca saberá do que aconteceu aqui.

— Lilases definhará sem você minha rainha – Sehun diz com o cenho franzido.

— Já passamos dessa fase Sehun, deve me chamar pelo que realmente sou – ela levanta o rosto e o encara – sou sua amada, não me negue ou me condene pelos meus atos, por favor, eu só tenho você.

— Eu nunca lhe deixarei Lisa – ele alisa o rosto dela e junta suas testas – mas isso ainda não acabou, pense bem, o povo decidirá a rainha, então seja uma boa rainha para eles, faça alianças, cuide de vosso povo e tudo se tornará favorável a você.

— Eu perdi tempo demais na minha ambição, acho que não há salvação para mim – Lalisa diz com pesar e Sehun nega, se afastando e a encarando firmemente.

— Sempre há esperança minha vida, então salve o seu povo, faça o melhor que puder e eu lhe protegerei com a minha vida.

— Não quero que se sacrifique por mim, se há um traidor entre nós, não quero que morra por mim.

— Morrerei com você Lalisa, eu não deixarei nada lhe acontecer, eu te prometo – Sehun sela os lábios dela e ela suspira, deixando que seu coração se abrande.

A verdade sobre o trono, é que de fato a disputa e o desejo em possuí-lo acabava virando uma ambição, para qualquer um que pusesse os pés na realeza, e nem todos conseguiam se livrar desse sentimento, nem todos se permitia genuinamente a fazer diferente, bem, até o Duque Kang aparecer, e Kang Lia nascer, aquela criança era pura e cresceu com a mais bela pureza, recebendo os ensinos de seu pai e não deixando que sua mãe lhe envenenasse, pois aquela mulher sempre fora podre. O pai de Lia morreu quando ela tinha 10 anos, fora o primeiro Rei a cuidar de Lilases e fazê-lo prosperar, como nenhum outro conseguiu, e sua filha estava mantendo seus ensinamentos à risca, até a competição acontecer e tudo ir pelos ares.

— Me acompanha até os aposentos de Chaeyoung? – Lalisa pergunta, se levantando e ajeitando seu vestido.

— Claro que sim, vamos – ele chama e juntos os dois deixam o quarto, enquanto caminhavam lado a lado, aquilo não era comum, mas naquele momento, não precisava ser nada formal.

Lalisa caminhou até a torre Sudoeste e logo avistou apenas um dos escudeiros na porta, enquanto a porta estava entreaberta e vozes vinham de lá. Kyungsoo se curvou para Lalisa e ela adentrou o quarto, deixando Sehun parado ao lado de fora.

Chaeyoung estava sentada ao chão, com vários papéis espalhados e Jongin estava a sua frente, também sentado, a ajudando.

— O que há com vocês? – Lalisa pergunta de cenho franzido e Jongin faz menção de se levantar rapidamente para se curvar, mas Rosé o impede segurando seu pulso.

— Não se desgaste, ela não o respeita – Chaeyoung diz ainda mirando os papéis – o que quer aqui Lalisa?

— Quero sua ajuda – Lalisa diz e Chaeyoung olha para ela confusa – eu quero salvar Lilases.

— Isso é algum novo jogo sádico que você e a Jennie estão montando? – a loira arqueia a sobrancelha, fazendo Lalisa negar e mirar os papéis.

— O que é tudo isso? – a loira de pé pergunta, genuinamente interessada.

— Bem... – Rosé olha dos papéis para Lalisa e suspira, logo olhando para Jongin – pode ir jantar, sei que passou do horário.

— Sim senhora, com licença – Jongin faz uma reverência às duas e deixa o quarto.

Lalisa o acompanha com os olhos e logo volta a olhar para Chaeyoung.

— Kai é lindo, não acha? – Lalisa comenta se sentando no chão.

— Ele é, e tem uma linda esposa e filha – Rosé ri da careta de Lalisa e volta sua atenção aos papéis – isso tudo são as anotações de Kang Lia, são protocolos, negócios, tratados, acordos, e planos que ela queria implementar em Lilases.

— Eu quero ajudar – Lalisa diz, fazendo Chaeyoung olhar para ela de cenho franzido – eu juro que não é nenhum truque, eu só... eu não quero que Lilases acabe por causa da nossa ambição Rosé, nós crescemos aqui, este é o nosso lar, é o lar de todas aquelas pessoas, alguém precisa fazer algo, antes que seja tarde.

Chaeyoung suspira e assente, de fato concordava com o pensamento de Lalisa, e apesar de não saber se podia confiar nela, ainda assim via alguma vontade genuína da parte dela.

— Shadow e Venom contraíram a peste, metade deles estão hospitalizados, uma parte está tentando ajudar com os recursos que tem e outros estão tentando manter a produção – Rosé começa, recebendo toda a atenção de Lalisa – Euphoria quem tem todos os recursos para produzir medicamentos e mandar, porque Orion já fez sua parte, mas para isso, eles precisam de nossos recursos também, para continuar a produção.

— Acha que o Marques Jeon vai aceitar nos ajudar? – Lalisa pergunta temerosa.

— Sim, Jungkook está aberto a negociações, desde que sejam sinceras e com garantias de que não levaremos tudo, como a mamãe costumava fazer – Chaeyoung revira os olhos – por isso Kang Lia criou um novo acordo, mas deixou de ser eficaz porque tinha data de validade.

— Tinha?

— Sim, e ele foi encerrado no dia em que a matamos – Rosé assume cabisbaixa e Lalisa suspira com pesar, apenas assentindo – de qualquer forma, podemos fazer outro, podemos acrescentar algumas coisas novas, garantias de que nossa plantação seja doada voluntariamente a Euphoria, desde que recebamos uma parte dos medicamentos produzidos.

— Oferecemos mão de obra e eles o produto – Lalisa diz e a irmã assente – certo, podemos fazer isso, eu posso redigir o documento, o que acha?

— Mesmo? – Chaeyoung franze o cenho e Lalisa apenas assente – certo, vamos colocar a mão na massa.


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