Millennium Odyssey: Gagaku das Pétalas Douradas escrita por Aquele cara lá


Capítulo 4
Limbo




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Claude está em uma pequena sala de pedra, sentado em um pedaço de tronco podre. Perto dele, há uma forja, uma bigorna, um balde com água, todos de má qualidade, e uma pilha de minerais. Também há um cesto com algumas armas de ferro. O príncipe pega esse cesto e se aproxima de um guarda fora de sua sala.

O guarda pega algumas armas e testa elas. "Seu turno terminou. Está liberado." - Ele entrega duas moedas de ouro para Claude. "Aqui está sua compensação pelas horas extras."

Claude se curva. "Obrigado." - Ele vai embora.

Mao também sai de sala com um cesto cheio em mãos. "Essas são de qualidade." - Ela pega uma espada e se corta com ela.

O guarda entrega duas moedas para a jovem, que vai embora. Mao e Claude se encontram em sua cela.

"Tudo certo ?" - Mao pergunta.

"Consegui fazer algumas armas de qualidade aceitável." - Claude diz. "Pedi ao Haruto que me ensinasse o básico, antes de vir para cá. Não foi tão difícil quanto pensei que seria, mas confesso que fiquei um pouco nervoso."

"E eu fiz exatamente como planejamos." - Mao diz. "Enganei o guarda com uma arma boa e o resto delas ruins."

"Agora que terminamos nossos turnos, poderemos procurar alguém que possa nos ajudar com as conchas." - Claude diz.

"Eu tentei escutar a conversa das pessoas, mas não ouvi nada que não fosse uma reclamação." - Mao diz. "Também não tive nenhuma chance de espalhar a notícia."

"Isso não é um problema. Mesmo que a notícia se espalhe, duvido que os prisioneiros acreditariam. Você não acreditou." - Claude diz.

"Isso é verdade…" - Mao diz.

"É exatamente por isso que teremos que ganhar a confiança deles com nossas ações." - Claude diz, confiante. "Se não acreditam que há esperanças, mostraremos a eles que estão enganados."

Palmas podem ser ouvidas. A dupla se vira e vê uma mulher de longos cabelos dourados, oito olhos pretos penetrantes com pupilas vermelhas como rubis, quatro normais em seu rosto e quatro menores em sua testa, uma boca rasgada com uma presa de aranha em cada bochecha, com um sorriso safado em seu rosto, vestindo um kimono vermelho carmesim que vai ficando preto para baixo, com detalhes de teia de aranha douradas, chinelos de madeira e com oito patas de aranha pretas saindo de suas costas abraçadas em seu peito.

"Fui comovida pelas suas palavras." - A mulher misteriosa diz.

A jovem se espanta, ao ver essa mulher, e puxa Claude para trás.

O príncipe nota o espanto de sua amiga. "Algum problema, Mao ?"

"Sim. Algum problema, jovem desconhecida ?" - A mulher misteriosa pergunta.

"Claude, não podemos confiar nele." - Mao sussurra.

"Nele !?" - Claude diz, surpreso. "É um homem !?"

"Algum problema com isso, querido ?~♥" - A mulher ? misteriosa pergunta, piscando para o príncipe.

"N-Nenhum, senhora… ?" - Claude diz, confuso e envergonhado.

O ser misterioso se curva. "Jurōgumo, ao seu dispor."

"E-Eu não sei o que você quer aqui, mas não temos nada interessante ou de valor !" - Mao diz, assustada.

"Você parece muito tensa. Qual o problema ?" - Claude pergunta.

"Você não sabe porque não é daqui, mas Jurōgumo veio parar em Nezuminosu por ser uma das organizadoras dos Bainhas Carmesim." - Mao diz.

"Isso é ótimo !" - Claude diz, animado. "Mas como ela sobreviveu à caçada ?"

"Simples. Não conseguiram me matar, então me jogaram aqui." - Jurōgumo diz. "Sou osso duro de roer. E eu adoro quando me roem~♥"

"Péssimo !" - Mao diz. "Ela não veio parar aqui só por ser uma das Bainhas Carmesim. Jurōgumo também é uma das assassinas mais perigosas de toda Jyūshima. Mestre em ataques sorrateiros, infiltrações e obter informações."

"Então é uma aliada ?" - Claude pergunta.

"Pelo preço certo, ela é qualquer coisa." - Mao diz.

"E, mesmo sabendo disso, você decidiu dizer tudo isso na minha cara." - Jurōgumo diz.

"E-Eu não tenho medo de você !" - Mao diz, claramente com medo.

"Claro que não, querida. Claro que não." - Jurōgumo diz. "Enfim, vocês têm uma coisa muuuito interessante. Ouvi toda a conversa de vocês, ontem."

"Mas isso é impossível ! Eu fiz questão de checar várias vezes se estávamos sozinhos !" - Mao diz, surpresa.

"Como você disse, sou uma assassina profissional. Acha mesmo que seria uma se fosse tão fácil de me achar ?" - Jurōgumo diz, convencida.

"Por que você pode usar roupas mais chiques ?" - Claude pergunta.

"Se preferir, posso ficar sem elas~♥" - Jurōgumo diz, piscando para o príncipe novamente.

"E-Eu sou menor de idade. Por favor, pare com isso." - Claude diz, envergonhado.

"E eu sou um ser amorfo imortal." - Jurōgumo diz. "Idade não é lá um problema, quando se vive para sempre. Além disso…" - Ela começa a se enrolar em uma teia dourada. Quando sai, Jurōgumo é uma criança. "…eu posso ser uma criança também, se quiser~♥"

"Não me sinto confortável com suas conotações sexuais impróprias. Por favor, peço que volte ao normal." - Claude diz.

"Aw... E eu pensei que tinha impressionado mais um fofinho…" - Jurōgumo diz, decepcionada. Ela tece outra teia dourada em volta de si e volta ao normal.

"Confesso, isso é impressionante." - Claude diz. "Como consegue fazer isso ?"

A mulher pisca. "Segredinho~♥"

"Vai embora ! A gente não quer nada com você !" - Mao diz.

"Acho que ainda não entendeu. Você não está em nenhuma posição de dizer o que fazer, nessa situação." - Jurōgumo diz. "Como já sabe, os guardas adoram vir até mim para adquirir informações e… se divertir~♥" - Ela dá um sorriso macabro. "Seria uma pena se eles descobrissem que existe um revolução sendo tramada, e quem está tramando ela."

"Você não faria isso..." - Mao diz, assustada.

"Não faria ?~" - Jurōgumo pergunta, de uma maneira ameaçadora.

"Mas isso não vai acontecer." - Claude diz.

"Oh ? Eu não teria tanta certeza." - Jurōgumo diz.

"Se quisesse nos denunciar, já teria o feito." - Claude diz. "Além disso, não iria se beneficiar em nada."

"Ora, ora. Meu fofinho não é tão ingênuo quanto pensei." - Jurōgumo diz. Ela lambe seus lábios. "É assim que eu gosto."

"Que jogo perverso você veio jogar ?" - Mao pergunta.

"Absolutamente nenhum." - Jurōgumo diz. "Sabe, eu tô cansada de ficar aqui. Me cansei desses guardas. E, já que vão sair, decidi dar uma ajudinha."

"Como se eu fosse acreditar-" - Mao diz, se interrompendo quando a mulher pega uma concha espiral verde.

"Qual o problema ? O Makai comeu sua língua ?" - Jurōgumo pergunta.

"Essa concha é igual à de Haruto !" - Claude diz, surpreso. "Como conseguiu uma ?"

"Digamos que…" - Jurōgumo diz. Ela dá alguns tapinhas em sua barriga. "Digamos que não vou passar fome por alguns dias."

"Isso não me surpreende..." - Mao diz.

"Eu vou te dar essa concha." - Jurōgumo diz.

"Jura ?" - Claude pergunta, animado.

"MAS !" - Jurōgumo diz. "Você vai ter que me fazer uma coisinha primeiro~♥"

"Ele não aceita !" - Mao diz. "Claude, você nem conhece ela ! Não pode aceitar isso !"

"Mas Jurōgumo é a única que pode nos ajudar." - Claude diz. "O destino desse povo e da nossa missão depende daquela concha. Preciso dela, custe o que custar."

"Espero que não esteja cansado, porque vai precisar de toda energia que conseguir." - Jurōgumo diz.

"Eu aceito." - Claude diz.

"Ótimo. Então, está feito." - Jurōgumo diz. "Você vai ter de fazer uma coisa simples: derrotar o campeão."

"Campeão ?" - Claude pergunta.

"O-O campeão não !" - Mao diz, assustada.

"Algum problema ?" - Claude pergunta.

"Verdade. Sua amiguinha não te contou, né ?" - Jurōgumo diz. "Aqui no Limbo, tem um lugar chamado 'Gaiola'. É um ringue onde os prisioneiros vão ver outros prisioneiros, e até alguns guardas, lutarem até a morte, e apostam suas moedas de ouro. Eu quero que você lute contra o campeão da Gaiola. Se vencer, te ajudo. Mas, se perder…" - Ela desenha uma linha imaginária em sua garganta com uma de suas patas de aranha.

"Eu-" - Claude diz, sendo abruptamente interrompido por Mao.

"Você não pode fazer isso !" - Mao diz, assustada.

"Mas eu tenho." - Claude diz.

"Não, Claude, você não entende. O campeão da Gaiola é tão terrível, que ninguém NUNCA desfia ele." - Mao diz. "Eu tô aqui há dois anos e meio e só ouvi lendas. Dizem que o campeão só teve três lutas, até agora. Na primeira, o adversário foi tão mutilado, que não sabiam qual pra qual parte do corpo estavam olhando. Na segunda, a coisa foi tão feia, que todo mundo tem até medo de descrever. E na terceira, tiveram que matar a pessoa DEPOIS da luta. Ela ficou tão traumatizada, que não conseguia mais se mexer."

O príncipe engole seco. "Parece ser um adversário realmente forte." - Ele solta um suspiro, se acalmando. "Mas, mesmo assim, ainda é algo que preciso fazer."

"Mas…" - Mao diz, desistindo. Claramente, o príncipe está preocupado, e ela consegue ver isso, mas ele também está determinado. Então, a única coisa que Mao pode fazer é confiar em seu amigo. "Certo… Eu não vou te impedir."

"Que maravilha~♥" - Jurōgumo diz, animada. "Eu vou avisar o organizador da Gaiola. Você tem… Hmm… Trinta minutos ? É, trinta é o suficiente. Lembre-se, é melhor não me decepcionar~♥" - Ela vai embora.

O príncipe solta um longo suspiro e relaxa seus ombros. "Em que enrascada eu me meti… ?"

"…De onde você tira tanta coragem ?" - Mao pergunta, repentinamente. "Não sabe quem é seu adversário, só sabe que tem uma grande chance de perder. E, mesmo assim, ainda decidiu fazer. Por quê ?"

"Eu acredito que se você quiser uma mudança, tem sempre de tomar uma iniciativa." - Claude diz. "Os prisioneiros, por exemplo. Não há sorrisos, risadas ou qualquer sinal de felicidade nas pessoas. Em vez de tomarem uma iniciativa, decidiram simplesmente aceitar a situação e esperar alguma coisa acontecer. Esse é outro dos motivos do porque eu preciso fazer isso. Para mostrar que ele TÊM a capacidade de mudar, só precisam confiar mais em si mesmos."

"Mas e se uma pessoa tiver feito uma coisa muito ruim, tivesse se arrependido, mas também tivesse medo de nunca ser perdoada ?" - Mao pergunta.

"Como Shuten-Dōji ?" - Claude pergunta.

Mao desvia seu olhar. "É... Como o Shuten-Dōji..."

"Ninguém é totalmente podre." - Claude diz. "Até o próprio imperador é uma pessoa boa, para alguns. Claro, ele é um ser completamente desprezível, mas só quer criar um mundo onde os Wrath possam viver. Infelizmente, em vez de criar esse mundo em colaboração com os habitantes dele, o imperador preferiu tentar dominá-lo à força. Mas se ele realmente se arrependesse, eu o perdoaria."

"Mesmo que as decisões dele tenham matado diversas pessoas ?" - Mao pergunta.

"Infelizmente, nenhuma vida perdida pode ser recuperada. Mas isso não significa que tudo acabou." - Claude diz. "Existem diversas formas de honrar os falecidos. Por exemplo, Haruto honra as pessoas que ele matou fazendo os últimos desejos delas. Momotarō honra a morte da mãe dela planejando uma vingança contra seu pai. Minha irmã honra a morte das vítimas dela pegando o sangue delas e usando para alimentar plantas. Depois de um conflito, meus pais sempre plantam árvores e flores para os falecidos. E para cada pessoa que eu acabo matando, mando um pouco de dinheiro fingindo ser um anônimo. Não importa o método, todos fazemos algo para demonstrar que aqueles que morreram não se foram em vão. E é isso que importa. Lembrar que cada vida é única e preciosa, e que nenhuma morte é em vão."

"Se eu tivesse te conhecido alguém como você naquela época…" - Mao murmura para si, triste.

"Disse alguma coisa ?" - Claude pergunta.

"D-Disse que você devia se apressar. Já passaram uns minutos." - Mao diz, disfarçando.

"V-Verdade ! Preciso comer algo, estou com fome !" - Claude diz, desesperado.

A jovem entrega suas duas moedas de ouro para seu amigo. "Toma. Com quatro moedas, deve dar pra comprar alguma coisa que vai te deixar de barriga cheia."

"Muito obrigado, Mao." - Claude diz. Ele vai embora, correndo e acenando. "Espero que torça por mim !"

Mao acena de volta. "Eu vou !"

"Já estou quase pronto, Jurōgumo." - Claude diz, na distância.

Jurōgumo entra na cela. "Muito bem…"

A jovem dá alguns passos para trás. "E-Eu não tenho medo de você, monstro ! Que mentira contou pro Claude ?!"

"Engraçado. Eu ia perguntar a mesma coisa pra você." - Jurōgumo diz. "Faltaram alguns detalhes na sua histórinha de ontem, não acha ?"

"Isso… Isso não é da sua conta !" - Mao diz.

"Que seja. Cedo ou tarde, aquele fofinho do Claude vai descobrir quem você realmente é e o que veio fazer aqui." - Jurōgumo diz. Ela vai embora. "Vamos ver se ele vai ter tanta compaixão assim, quando descobrir que sua 'aliada', 'companheira de cela', 'amiga de prisão' esteve mentindo esse tempo todo e só está o usando."

A jovem abaixa sua cabeça e fecha seus punhos com tanta força que eles tremem. "…Desculpa, Claude…"

Minutos depois. Claude e Mao chegam em um local com uma enorme arena com uma grade de ferro suspensa sobre ela, e com várias arquibancadas de pedra. O local está cheio de prisioneiros.

"E é aqui." - Mao diz.

"Como um lugar desses existe aqui ?" - Claude pergunta.

A jovem dá de ombros. "Desde que os prisioneiros não fujam, qualquer coisa tá valendo."

"Qualquer coisa para diminuir as esperanças do povo e aumentar o desespero." - Claude diz.

Um gongo pode ser ouvido.

"Pelo jeito, a luta já vai começar." - Mao diz.

"Melhor eu ir." - Claude diz. Antes do príncipe começar a andar, Mao segura sua mão. Mas ela permanece em silêncio. "Tudo bem ?"

A jovem solta a mão de seu amigo. "Deixa pra lá." - Ela sorri. "Tô torcendo por você !"

O príncipe sorri de volta. "Obrigado. Acho que eu vou precisar." - Ele vai até a arena.

Passos podem ser ouvidos, se aproximando do local.

O príncipe se vira e se surpreende quando vê Jurōgumo na arena. "Eh !?"

A mulher passa por ele e para no meio da arena. "Meus queridos prisioneiros ! Não tirem seus olhos do palco, porque este espetáculo será único !"

Os prisioneiros começam a comemorar.

"Eu tô sentindo um mal pressentimento…" - Mao diz, nervosa.

"Este jovem decidiu enfrentar o campeão da Gaiola: eu mesma !" - Jurōgumo diz.

"V-Você é a campeã !?" - Claude pergunta, surpreso.

Mao fica surpresa. "S-Só pode ser brincadeira !" - Ela começa a bater seu pé no chão, mais nervosa ainda, e cruza seus dedos. "Saia vivo dessa, Claude. Por favor…"

"Isso é tão surpreendente assim ? Uma garota tem segredos~♥" - Jurōgumo diz. Ela estala os dedos.

As grades de ferro caem, prendendo os dois dentro da arena.

"Mas eu não quero lutar contra você !" - Claude diz.

"Eu não sirvo qualquer um, fofinho." - Jurōgumo diz. "Se me quiser ao seu lado, tem de merecer. Além disso, tem de me provar que é forte o suficiente para ficar ao lado do meu Harutinho."

O príncipe respira fundo, se acalmando. "Certo. Se uma demonstração de força é o que quer, é o que eu darei." - Ele cria uma espada com gelo.

A mulher pega uma katana de lâmina preta que esconde em seu kimono. "Agora, sem mais delongas, que o espetáculo comece !"

Os dois assumem uma posição de ataque e se encaram intensamente. A ansiedade dos prisioneiros e a tensão dos duelistas paira no ar. Os dois avançam na direção do outro. Eles colidem suas lâminas, criando uma ventania forte o suficiente para balançar a pesada grade os cercando e empurrar alguns prisioneiros para trás. Os duelistas começam a trocar golpes rápidos com suas lâminas. Jurōgumo desvia a espada de Claude para baixo e tenta cortá-lo, mas ele consegue pular para trás, desviando. Enquanto no ar, o príncipe cria um arco e joga várias flechas na mulher, mas ela consegue cortá-las com sua katana. Jurōgumo pega uma das flechas e a joga em Claude, que cobre seus braços com gelo e se defende, mas, como ainda estava no ar, acaba perdendo seu equilíbrio e caindo. Ele rola para o lado. A mulher cai, fincando sua lâmina no chão. Ela começa a usar suas oito patas de aranha para atacar o príncipe, que consegue desviar delas, pegar duas, puxar Jurōgumo para perto e dar uma cabeçada nela, fazendo ela perder o equilíbrio. Claude se levanta com um pulo, cobre sua perna com gelo e chuta a mulher, que se defende com seus braços, mas é jogada para trás.

"Whoa… O Claude é incrível…" - Mao diz, surpresa e maravilhada com as habilidades de seu amigo. "Talvez ele tenha chance de ganhar…"

Jurōgumo limpa um pouco de sangue negro em sua boca. Ela dá um sorriso macabro. "Só isso não é o suficiente, fofinho~♥"

O príncipe nota um fio dourado amarrado em seu pé. "E-Essa não !"

A mulher pega o fio e o usa para jogar Claude contra a grade de ferro com força. Ele cospe sangue. Jurōgumo começa a batê-lo no chão e na grade violentamente. Ela para e começa a rodar Claude no ar. O príncipe cria uma lança de gelo, a joga no chão, cria uma adaga e corta o fio o prendendo, sendo jogado. Ele se agarra na lança e usa o impulso para se jogar na mulher, que, novamente, se defende com seus braços, mas acaba sendo jogada contra a grade. Claude cria uma foice e ataca. Jurōgumo se defende com sua katana. Os dois voltam a trocar golpes com suas lâminas.

A mulher empurra o príncipe para trás. "Melhorou. Mas ainda continua fraco." - Ela se agarra nas grades de ferro com suas patas de aranha e começa a subir, até ficar no teto. Jurōgumo começa a jogar suas teias em Claude.

"Isso é injusto !" - Mao diz, brava.

O príncipe desvia das teias. "Não é a única com truques !" - Ele corre até a grade, prende seus pés nela com gelo e começa a correr na direção da mulher.

Jurōgumo dá um leve sorriso confiante. "Admito, você é interessante."

Os dois começam a duelar de cabeça para baixo. Claude cria uma espada e se defende da katana de Jurōgumo. Eles começam a forçar. A katana da mulher acaba ganhando e quebrando a espada do príncipe. Claude perde seu equilíbrio e quase cai, se agarrando na grade com suas mãos. Ele chuta Jurōgumo, a derrubando, e também se joga no chão. Os duelistas se recuperam. Claude cria outra foice e ataca. Eles voltam a colidir suas lâminas. Desta vez, o príncipe ganha a troca, fazendo a mulher fraquejar. Ele ataca. De repente, sem nenhuma hesitação, Jurōgumo para a lâmina da foice com sua mão. Seu sangue negro começa a escorrer e pingar.

"D-Droga ! Isso não é bom pro Claude !" - Mao diz, surpresa e preocupada.

"Patético~♥" - Jurōgumo diz. Ela fecha sua mão, quebrando completamente a foice. "Pelo jeito, me enganei. Você não tem o que é necessário." - A mulher enfia suas oito patas nos braços de Claude.

"Ugh- GAH !" - Claude urra em agonia.

"CLAUDE !" - Mao grita, preocupada.

A mulher abre sua horrenda boca rasgada, mostrando seus dentes afiados. "Você não liga se eu fizer um lanchinho no meio da luta, né ?"

O príncipe permanece imóvel, não sendo abalado por nenhuma das ameaças.

"Qual o problema ? A aranha comeu sua língua ? Porque ela vai !" - Jurōgumo diz.

Claude dá uma leve risada. "Para alguém que se considera uma assassina profissional de sangue frio, você deixa muito a desejar."

"Como é ?! Seu pirralho de merda ! Eu vou-" - Jurōgumo diz, se interrompendo quando percebe que não consegue mexer suas patas. Ela vê que estão congeladas nas feridas de Claude. "M-Merda !"

O príncipe se balança, fazendo a mulher bater com força na grade da arena. Ele solta as patas de suas feridas. Jurōgumo cai no chão. Claude põe suas mãos no chão e prende ela com gelo. Ele criar uma espada e aponta para a cabeça da mulher.

Jurōgumo solta um suspiro. "Eu desisto. Você venceu. Podem considerar esse garoto como vencedor, pessoal !"

"Claude… venceu… ?" - Mao diz, ainda não processando a informação.

Todos da platéia estão quietos, em choque. O silêncio é quebrado por uma comemoração de Mao. Os prisioneiros também começam a comemorar.

O príncipe desfaz o gelo, soltando Jurōgumo. "Hah… Hah… Isso significa que vai nos ajudar ?"

A mulher se levanta e dá um leve sorriso. Ela se aproxima de Claude e se ajoelha na frente dele. "É sempre uma honra servir alguém corajoso o suficiente para sacrificar seu corpo por um povo que não conhece. Conte com a minha ajuda."

Claude sorri. "Muito obrigado pela sua ajuda."

"Aw~♥ Me dá um abraço, fofinho~♥" - Jurōgumo diz, abraçando Claude. Ela sussurra algo para ele.

O príncipe apenas concorda, em silêncio. Eles se soltam. Claude limpa sua garganta. "Prisioneiros de Limbo !"

Todos olham para Claude.

"Eu sou o príncipe Claude Esdeath, de Ignis, um reino em Uniloth !" - Claude diz. "Cheguei em Jyūshima há apenas míseros quatro dias, sei bem meu lugar como estrangeiro ! Mas, mesmo assim, não posso simplesmente fechar meus olhos e ignorar seu sofrimento ! Vocês são um povo guerreiro, conseguem fazer a diferença e retomar seu lar ! Só precisam da sua paixão de volta !" - Ele mostra a escama dourada de Haruto. "Enquanto falamos, Haruto Hoshikawa está recrutando novos membros para os Bainhas Carmesim ! E essa é minha missão aqui: libertar todos os prisioneiros de Nezuminosu e por um fim à tirania do imperador que corrompe essa maravilhosa terra ! Eu apenas peço que, aqueles que queiram fazer parte da causa, não se acanhem e lutem pela liberdade de Jyūshima junto a nós !"

Vários guardas rodeiam a arena.

"Levantem a grade ! Vamos matar os traidores !" - Um guarda diz.

"Alertem todos ! Avisem que o inimigo se infiltrou !" - Outro guarda diz.

"Não, vocês não vão !" - Mao diz. Ela começa a se concentrar e, com muito esforço, faz o chão tremer um pouco.

Todos se desequilibram e acabam caindo.

"Estamos cansados disso ! Vocês me tiraram da minha filha e da minha esposa !" - Um Korgen lobo diz.

"Mataram meus amigos !" - Uma Wrath lamia diz.

"Pra mim, chega ! Se eu tiver que viver como escravo por mais um dia, vou ficar maluco ! Abaixo à tirania !" - Um homem diz.

Os prisioneiros começam a se revoltar e avançam na direção dos guardas. Uma intensa batalha começa.

Mao se aproxima de seu amigo. "Ótimo discurso, mas estragou o plano ! Eu sinto correria fora da arena. Já devem ter usado as conchas Mamushi pra se comunicar com o líder."

"Na verdade, o plano está ocorrendo da melhor maneira possível." - Claude diz.

"Por favor, querida. Acha mesmo que eu precisaria de trinta minutos para me preparar para uma luta ?" - Jurōgumo diz. "Três minutos foram o suficiente para bloquear a saída secreta com minhas teias, dominar a escada para Luxúria com meus espiões e pedir para minha amiga sabotar todas as conchas Mamushi. O resto dos vinte e sete, eu passei dormindo. Ser magnífica cansa~♥"

"Ela é incrível ! Com isso, podemos ir para Luxúria mais fácil." - Claude diz, animado. Ele se vira para a mulher e se curva. "Muitíssimo obrigado, senhorita Jurōgumo."

"Disponha, fofinho~♥ Tô só fazendo um favor pra esse povo preguiçoso e pra um velho amigo." - Jurōgumo diz. "Agora, acho melhor subirem para o próximo círculo. A coisa aqui vai ficar feia."

"Você não vem conosco ?" - Claude pergunta, desapontado.

"Alguém tem que tomar conta das coisas por aqui e garantir que ninguém descubra nada." - Jurōgumo diz.

"Mais uma vez, muito obrigado pela sua ajuda." - Claude diz.

"Não foi nada~♥" - Jurōgumo diz, piscando para o príncipe. Ela se lembra de algo. "Oh ! Quase me esqueço !" - A mulher entrega a concha verde para Claude. "Quando chegarem em Luxúria, procurem por uma gracinha chamada Aqua. Ela fala demais, mas é super fofa. Podem contar tudo pra ela, é uma aliada. Ela vai saber o que fazer com essa concha."

"Certo. Cuide-se !" - Claude diz. Ele vai embora, acenando.

A mulher acena de volta. "O mesmo, meu fofinho ! Vou querer um beijo na bochecha, quando a gente se ver de novo~♥"

Mao segue seu amigo. Ela olha para trás e vê Jurōgumo balançando sua cabeça em negação.

"Algum problema ?" - Claude pergunta.

"N-Não. Ehehehe..." - Mao diz, disfarçando.

"Está animada para voltar para Luxúria ?" - Claude pergunta.

"Sem ofensas, mas não tem como ninguém ficar animado por passar mais tempo aqui." - Mao diz.

"Verdade… Desculpe a pergunta." - Claude diz, percebendo a pergunta idiota que fez.

Os dois correm pelo caos na prisão e chegam em uma grande escadaria, sendo guardada por vários guardas.

"Somos aliados ! Nós somos os espiões da Jurōgumo !" - Um guarda diz.

Os guardas abrem caminho.

"Preparada ?" - Claude pergunta.

"Mais do que nunca." - Mao diz.

Eles sobem as escadas.


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Notas finais do capítulo

⎅⟒⌇⌇⟒ ⎅⟟⏃ ⟒⋔ ⎅⟟⏃⋏⏁⟒, ⍜ ⟊⍜⎐⟒⋔ ⌿⍀⟟⋏☊⟟⌿⟒ ⎅⟒⌇⟒⋏⎐⍜⌰⎐⟒⎍ ⏃⍀⏃☊⋏⍜⎎⍜⏚⟟⏃ ⌿⍜⍀ ⏃⌰☌⎍⋔ ⋔⍜⏁⟟⎐⍜ ⋔⟟⌇⏁⟒⍀⟟⍜⌇⍜.



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