Antes do para sempre escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Escrevi esse capítulo em 5 de agosto de 2020. Espero que vocês gostem, bom sábado!



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— Comprei as amoras, e agora você quer manga? Katniss, onde eu vou conseguir cranberry? — Peeta pergunta, quando conto o que eu quero comer pela décima vez em dois dias. — Acho que posso pedir para sua mãe mandar do Quatro, mas vai levar uns dias. Vou pedir um fornecedor no Onze as mangas que você pediu e o mel.

— Mas eu gostaria de comer com as amoras com mel — murmuro, apoiando o rosto nas minhas mãos, ficando um pouco decepcionada. Ele suspira, mas com um sorriso feliz. — Sério. Desculpa. Já liguei para o mercado local e não tem.

— Vou pedir pelo telefone — me tranquiliza, em um abraço carinhoso, afagando meus cabelos. — Seu cabelo está tão engraçado com o frizz.

Rio também, o prendendo com minhas pernas, abraçando-o mais apertado enquanto estou sentada na bancada.

— Acho que estou grávida de um bebê mutante. Espero que os fios arrepiados sejam só na gravidez. Se for uma criança agitada demais, você quem vai correr atrás, igual o John corre por causa do Thomas.

Peeta gargalha e eu rio também, balançando a cabeça. Acho que não existe criança mais ligada do que ele.

— Por vocês eu correria daqui até a Capital sem reclamar — garante, segurando meu rosto entre suas mãos tão delicadas. — Vou ligar pedindo manga. Quantas você quer?

— Duas — respondo, sorrindo. — Obrigada.

(...)

Peeta pintura em silêncio na mesa do escritório que eu não uso. Está com aquela expressão cuidadosa, trabalhando nessa pintura há anos.

— Quer alguma coisa? — pergunto baixo, observando Butter bem silenciosa, com os olhos verdes fechados, repousando sobre a ponta da mesa, dormindo, já que ela resolveu me dar uma trégua. Eles são muito amigos.

— Não, está tudo bem — responde, baixo também, misturando rosa com amarelo, parecendo um pouco decepcionado com as cores que estão se formando. — Como eu não consigo pintar esse arco-íris? Nada me parece real o bastante!

Me aproximo, apertando o kimono branco pelo frio que faz. Dou um sorriso ao ver sua pintura.

— Só porque não está igual não significa que não esteja bom.

— Mas porque está bom que pode ficar igual.

— Então temos um impasse.

Ele me olha entediado e eu rio.

— Acho que você está no caminho certo. Não consigo entender nada de artes, mas sei que está tudo saindo muito bem. Sabe que admiro tudo e qualquer coisa que você faz.

Beijo sua bochecha, e ele sorri.

Tomo um banho demorado,  fico encarando a minha barriga, deslizando a ponta dos dedos sobre ela. Ainda não sei exatamente o que sentir quanto à isso... como se eu estivesse em um corpo diferente, como se nada fosse real. Estou tendo alguns problemas de equilíbrio por causa do tamanho dela.

Visto uma calça de algodão preta e uma camisa de malha grossa, pelo frio do outono. Estamos passando por uma frente fria, e tem dado muita lombeira.

Sei que posso pedir para Peeta fazer o almoço, porém ele está pintando, o que significa que tem muita coisa em sua cabeça nesse momento. Não me custa nada assar alguma coisa. Ele tem ficado quatro dias da semana em casa, posso agradecer sua companhia de outras formas.

Resolvo aproveitar o dia frio para uma sopa de carne com batata doce e o que mais encontro pela geladeira. Não fica ruim, muito pelo contrário. Talvez ainda exista alguma esperança para mim na culinária. Vou poder dar algumas coisas para esse bebê quando começar a comer comida normal.

Não preciso chamar Peeta para almoçar, logo aparece, com as mãos borradas com amarelo, roxo, laranja, e todas as tintas do seu enorme estoque.

— Se aproximar de mim eu vou bater — declaro, apontando a colher de madeira, em uma risada sincera. Ele também ri, mas em um instante me abraça, passando as mãos cheias de tinta por meus braços, me fazendo rir mais alto, borrando meu rosto, pescoço, tudo. — Peeta!

— Katniss!

Só paramos com a brincadeira quando sem querer encostou na panela fervendo. Não grita, mas é claro que dói.

— Espere, vou buscar uma pomada — o forço sentar na cadeira, enquanto corro para o escritório, em busca da caixa de primeiros-socorros. Felizmente encontro fácil, minha mãe sempre repõe quando vem nos visitar. Cuido de seu machucado, e ele beija minha testa, me puxando para um abraço.

— O que acha de irmos comprar as coisas do enxoval? — sugere, enquanto jantamos. Dividimos o mesmo prato, estou sentada na minha parte da bancada, enquanto Butter raspa seu pote ao meu lado.

— Não sei… minha mãe trouxe com Annie uma caixa de roupas que eu ainda não tive coragem de abrir. 

Sou sincera sobre meus sentimentos. Peeta assente, com um olhar gentil. Sei que ele está louco para montar as coisas, agitado para ser mais ativo nas coisas que se dizem respeito à minha gravidez. Então, sinto o bebê mexer, o que faz ele tomar um susto, porque eu tenho um pequeno espasmo enquanto estou com a colher na boca, o que faz nós dois rirmos.

— O bebê não para de mexer. Acho que não deve demorar para você poder sentir também — levanto a blusa, e realmente não dá para ver nada. — Dá para acreditar que já estamos na metade do caminho? Minha barriga está enorme. Imagina daqui vinte semanas.

Ele sorri, colocando um pouco mais de sopa no prato e para a gata. 

— Sabia que agora ele nos escuta conversar, já tem capacidades de apertar? Eu li que com 20 semanas o bebê está até dormindo, tendo ciclos. Se tiver barulhos altos, vai despertar. É bom ouvir mais músicas também.

— Eu não leio todos os dias a revista que você lê, Peeta. Mas fico feliz em saber. Ainda não está aparecendo aquela linha escura, eu cheguei até a ficar preocupada, mas a doutora falou que não preciso me preocupar.

Me inclino para trás, apoiando as mãos atrás das costas, quase no limite da bancada, para expor mais minha barriga, fazendo Peeta rir. Sorrio, sem me incomodar que minha calça de moletom favorita mal cabe mais em mim, fica agora na altura do quadril e não mais no umbigo.

— Ainda bem que o meu umbigo não é estufado, acho horrível, lembro de como ficou estranho nas roupas da Delly — ele cobre o rosto, rindo. — Você vai me deixar fazer comentários ruins sozinha? Você quem fez piada quando chegamos em casa! 

— Porque é você quem está grávida, meu amor, sei lá. Vai que a gente sofre algum karma — acho seu comentário engraçado, me divertindo de verdade. — O que quer para a sobremesa? Doce de leite ou banana assada?

Dou de ombros, endireitando a postura, mas não dura muito tempo, porque sinto meus peitos pesados. Se eu não conseguir amamentar acho que vou ficar bem chateada. Nos servimos de doce de leite e acabamos dormindo na sala, entre sorrisos, assistindo televisão.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado , fico muito feliz com os comentários de vocês ♥️♥️♥️♥️



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