All Of Me escrita por JuGomes


Capítulo 2
Capitulo Um.


Notas iniciais do capítulo

Prontas para o primeiro cap? ♥



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Capitulo Um 

Paro abruptamente quando ouço algo que me chama atenção por cima da música que tocava em meus fones de ouvido, enquanto eu corria pelo parque central de Seattle naquela manhã. 
Percorro meus olhos por todos os cantos e meu coração salta enquanto procuro pelo bebê.
Pelo meu bebê.

Balanço a cabeça tentando afastar aquele pensamento e engulo em seco ao notar que meu retorno á aquela cidade me trouxeram as lembranças dolorosas que guardava em meu coração ferido durante esses seis anos desde que meu bebê foi retirado de mim por aqueles que deveriam me amar e proteger.  

Eu ainda tinha pesadelos com aquela noite.
Sozinha, em um parto feito em casa onde eu sentia dor e felicidade por finalmente saber que teria meu bebê comigo mesmo ainda sendo uma adolescente de dezesseis anos.
A única coisa que ainda me mantinha viva; mas isto durou poucos minutos após eu ouvir seu primeiro choro. A enfermeira contratada por meu pai o enrolou em uma manta branca e me olhou com pena quando meu genitor se aproximou.  

Ele mal me olhou ou olhou para meu bebê, apenas acenou para a enfermeira. 

Foi quando eu gritei e me debati nos braços da enfermeira que me continha ao me dar conta do que estava acontecendo. Ainda com o corpo dolorido e fraco pelas longas horas do parto foi onde a vi se afastando com meu pacotinho, meu filho.
Sem deixar ao menos eu o segurar em meus braços uma única vez.

Eu lutei, eu gritei implorando para me devolverem meu bebê.
Mas apenas senti os braços de minha mãe me envolver tentando justificar que aquele ato cruel era para o meu bem, para o meu futuro brilhante. 

Mas nunca foi por mim. Foi pelas aparências e reputação.

A maldita reputação intacta dos Swan.

Ouço o som estridente de uma buzina.
E me dou conta que por muito pouco não tinha sido atropelada ao sair do parque perdida nas lembranças amargas sem olhar ao atravessar a rua. Eu estava dominada pela raiva e mágoa daqueles que deveriam me proteger e ser pais. Que tiraram o meu direito de ser a mãe que eu nunca tive.
 

Sinto meu corpo suado se estremecer olhando para o carro a centímetros de minha perna e o motorista descendo do carro, batendo a porta com força. Levantei meu olhar e vi um belo homem, alto e com uma barba grande quase cobrindo seu rosto mas deixando seus olhos azuis e gélidos ainda mais aparentes.
Ele me encarava com uma expressão de raiva e preocupação.  

Ao ver que não havia me atropelado soltou o ar e bufou.  

—Está querendo morrer, menina?  

O encaro surpresa com sua ousadia, o afronto com raiva.  

—Olha, eu até iria me desculpar e agradecer por não me matar. Mas sua arrogância me faz fazer o contrário.  

Ele arqueou a sobrancelha enquanto meu peito subia e descia de adrenalina.  

—Da próxima vez, olhe para os dois lados.  

Revirei os olhos. Ele falou em um tom que parecia um pai falando com a criança. 

—Pode deixar Sr. Arrogante.  

Eu poderia até dizer que ele era um belo homem e de boa aparência apesar de parecer ser sério demais com aquele ternos escuro. Porém sua forma de falar comigo após quase me atropelar me irritou.
O vi entrar novamente dentro de seu carro, um Volvo preto.
Mas antes me deu uma última olhada e eu levantei a cabeça, não deixando demostrar que me afetou.  

Olhei dessa vez para os lados quando voltei a andar e comecei a correr em direção ao hotel que estava há dois dias desde que cheguei de viagem. 

Retirei os tênis de caminhada ao chegar ao hotel e confesso que não me sentia em casa ainda.
E realmente não estava, era apenas um grande quarto de hotel que eu decidi ficar até ter coragem de ficar na casa de minha avó, ao qual me deixou de herança além de sua parte na empresa.
O que significava que Charlie tinha metade e eu a outra metade e que eu teria de qualquer forma assim que ele deixasse o cargo.
Afinal, desejando ou não eu era sua filha de sangue.  

Mas por fim, eu não conseguia ainda entrar na casa de minha avó e ela não estar ali. Ainda demoraria para cair totalmente a ficha que eu estava completamente sozinha desde sua partida e não era algo fácil de se encarar.  

Ela tinha sido meu porto seguro nesses anos todos.
Era para ela que eu corria quando não conseguia mais suportar meus pais.
E foi ela que esteve comigo durante toda minha gravidez e sabia que se ela não estivesse tão doente no nascimento de meu bebê, ela não teria permitido que eles o tivessem levado.
Mas ainda assim ela me salvou. 

Dias depois que deixou o hospital veio me visitar e quando soube o que fizeram me levaram daquela casa.
Porém ambas sabíamos que eles não me deixariam ameaçar contar sobre minha gravidez a ninguém ou os expor.
Por mim ela planejou minha fuga para bem longe de ambos e a deixar tinha sido doloroso, mas sabia que era a única forma de recomeçar, longe deles.  

Ela me deixou na casa de uma grande amiga e por anos vivi com ela e seus filhos e marido.
Eu senti como se fizesse parte de uma família pela primeira vez e não me sentia mais tão sozinha, ainda mais por nunca perder contato com minha vó através de ligações e cartas.
Marie, minha avó era a única que sabia de meus motivos de não desistir de tudo quando me foquei nos estudos sabendo que seria a única forma de ter minha total independência e achar meu bebê; eu assumiria meu lugar na empresa ao lado daquele que eu pra sempre odiaria.  

Mas precisava estar perto de meus inimigos para poder conseguir respostas.  

O plano inicial seria simples. 

Assumir o meu lugar na empresa e estar de olho em Charlie até ter respostas que ele me tirou.  

Eu o observaria a todo momento e investigaria de perto até descobrir o que ele fez com meu bebê. 

Eu o faria dizer, de alguma forma.  

Caminhei até o chuveiro e tomei um banho gelado.
Amanhã começaria uma nova semana e também era um grande dia para mim, enfrentaria Charlie pelo meu lugar na empresa. O local que ele tanto se vangloriava por estar. Ele era um bom CEO, mas não foi ele que construiu tudo que os Swan tinham e sim meu avô. Sem nunca ter deixado a família de lado, como Charlie o fez.  

Ele foi um homem admirável e eu tive a certeza disso quando ele abdicou dela para viver mais tempo ao lado de minha avó. Por ela deixou o poder para ter o privilégio de viver ao seu lado por alguns anos até falecer de uma doença pulmonar. 

Depois da sua morte, vovó nunca mais teve o brilho que tinha no olhar quando estava feliz, principalmente com ele.  

Mas eu sabia que ela se manteve forte por mim, ela me ensinou o significado de força e por ela e pelo meu bebê eu mudaria o que não pude fazer há seis anos atrás. Eu não deixaria que ninguém mais decidisse sobre minha vida. Minhas escolhas. E por mais erros que poderei cometer eu não desistiria de mim.  

Não dessa vez. 

Adormeci com o pensamento confiante no dia seguinte. 


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Notas finais do capítulo

E vamos para o início dessa grande história!



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