Me Too escrita por Adnoka


Capítulo 13
ஜ 13. - Vamos brincar com fogo juntos?


Notas iniciais do capítulo

Até que enfim uma att para Me Too. (me perdoem a demora, tive contratempos)

Bom, espero que curtam o capítulo. (me encontrem nas notas finais, sim?)

Desejo a todos uma boa Leitura.



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https://www.youtube.com/watch?v=2bBkSgQisbg

Música que inspirou o capítulo: Hyunjin "Play With Fire" - Sam Tinnesz.

Momentos antes das primeiras batidas da música.

O Hyunjin a olhou nos olhos e em seguida ele se concentrou no que queria tanto mostrar a ela.

Sua dança.

Ele encarou o espelho em sua frente podendo se ver com exatidão e dentro da programação de luzes que criou, o ambiente se tornou iluminado apenas onde ele dançaria.

Em seguida ele tirou uma faixa branca de seu braço, e sim, ela estava lá o tempo todo, e com todo o cuidado ele amarrou seus cabelos, deixando-os meio preso meio solto, e a essa altura a Myah já tinha uma ideia do que ele faria, pois como uma Stay ela assistia ele performando “Play with fire” sempre que possível e ela amava com todas as forças aquela coreografia executada tão lindamente por ele.

Por dentro ela se sentia vibrar, mas em sua mente apenas uma pergunta pulsava constantemente: O que ele pretende com isso afinal?

No meio do ato de amarrar o cabelo ele olhou para ela, ele já parecia outra pessoa e ela entendeu que ele já havia entrado em seu próprio mundo, ele estava sério, intenso e antes da primeira batida da música ele falou com uma voz penetrante.

“— Okay, Myah, vamos lá, não tire seus olhos de mim!”

[...]

Momento atual

A cada pulso forte da música ele se movia com força e um domínio absurdo de seu corpo.

“Insano, por dentro, o perigo me deixa louco…”

Seu semblante levava quem o contemplasse a mais pura insanidade, e suas mãos em volta do seu pescoço faziam a Myah delirar, era perfeito a forma como ele mostrava toda sua força com seus traços delicados.

“… Não consigo evitar, tenho segredos que não posso dizer…”

Dizer que o Hyunjin era a própria letra da música seria um ato redundante, mas nada seria mais verídico, ele estava brincando, sentindo e contando a ela seus segredos mais íntimos a cada movimento que executava com tanta destreza.

Ver o corpo dele vibrar exatamente no ritmo das batidas estava deixando a Myah descompassada, ela mal acreditava que estava vendo ao vivo algo que sempre sonhou em ver assim, o Hyunjin era a mais pura descrição de intensidade, e quando ele a olhou novamente levando seus dedos aos lábios, com um semblante completamente absorto ela só pôde desejar estar ali dançando com ele, e de fato ideias começaram a passar pela mente da dançarina, mas ela ainda não acreditava que seria aquilo que o Hyunjin queria com tudo isso.

E a música estava apenas na segunda estrofe…

 

“… Eu amo o cheiro da gasolina

Eu acendo o fósforo para saborear o calor…”

Ele se movia tão fluidamente, e, ao mesmo tempo, tão firme nas marcações que a Myah se sentiu delirar, ela o beijaria ali mesmo, naquele exato momento, era como se ela fosse o líquido inflamável que a música se referia e ele o próprio condutor de chamas, se eles se tocassem a explosão seria certa.

E o Hyunjin se sentia da mesma forma, ele já havia dançado aquela música centenas de vezes, ensaiado outros milhares, mas nada se comparava ao que ele sentia nesse exato momento, ele estava dançando para aquela que levou para si, sem nem ao menos pedir, o seu coração, a sua mente e sua alma; e tudo o que ele mais desejava naquele momento era que seu fogo pudesse de fato a incendiar.

Um toque de pausa na música momentos antes do ápice que levaria ao enredo de tudo que aquele belíssimo dançarino queria mostrar a ela, o corpo dele se virou lentamente arqueado para trás, e com esse movimento a Myah jurava que podia sentir o pulsar do sangue dele correndo em suas veias.

“… Eu sempre gostei de brincar com fogo…”

Ele caminhou na direção dela sem desconectar seus olhares, ele a chamou de forma retórica com seus dedos provocativos e deu um meio sorriso, por saber que estava atingindo seu objetivo que era apenas um: Seduzi-la para si, para sua ideia e para suas chamas.

Ele continuava com sua intensidade, todo o seu ser estava absorto naquela coreografia, ele se tocava e seu corpo o obedecia.

“… Brincar com fogo…”

As nuances de sua cintura, o rebolado pontual, o Hyunjin sabia do poder que tinha e o usava sem ressalvas.

 

“… Eu sempre gostei de brincar com fogo…”

 

Não havia dúvidas para a Myah, aquele dançarino, aquele anjo de perdição, amava mesmo brincar com fogo.

“… Eu ando no limite

Minha velocidade vai no vermelho

Sangue quente, sangue quente, essas veias

Essas veias, o meu prazer é a dor deles…”

 

Ele deu início ao seu solo de chão, e a precisão com que ele executava seus movimentos deixavam a Myah cada vez mais atenta, mais fissurada, mas sedenta por tudo o que ele oferecia.

Era como se ela sentisse seu corpo o seguindo.

Como se seu próprio sangue queimasse junto ao dele, pela simples alusão de incendiar tudo a sua volta.

Ele era o fogo que ela queria, ela era a chama que o alimentava.

“... Eu amo assistir os castelos queimarem

Essas cinzas douradas se transformando em sujeira...”

Fora um corpo completamente dominado pela arte da dança, o Hyunjin possuía expressões faciais extremamente fortes e convidativas, ele contava a ela como ele amava ver tudo queimar, e ela jurava sentir o prazer que ele sentia em lhe segredar tudo aquilo.

Havia verdade, intensidade, e ambos ali ofegavam, ele pela intensidade de sua dança, e ela pela intensidade daquele dançarino.

Ele ergueu seu braço e em um movimento leve o trouxe para perto de si novamente, sempre sinuando seu corpo, sempre encarando sua vítima, e logo ele deu início a um giro.

“... Eu sempre gostei de brincar com fogo...”

A Myah aplaudiu de forma inaudível, mas bem ali ele executou a parte que ela mais amava da coreografia, parte essa que ela achava antes conhecer, mas que nem de perto era verdade, pois agora que ela o via fazer ao vivo e apenas para si, ela teve a certeza de que foi a primeira vez que ela de fato o viu dançar “Play with fire”.

Ele estava se movimentando em um abaixamento lindamente executado, o seu sorriso estava presente ali, e nada era mais perfeito do que aquele momento.

“... Brincar com fogo, brincar com fogo...”

 

Tão rápido quanto ele foi parar lá em baixo com aquele sorriso ladino, ele subiu sério e compenetrado.

Seu indicador estava sobre seus lábios fartos, sinalizando que o mundo se calasse, pois o Hyunjin estava prestes a o incendiar.

Seus braços eram levados e trazidos de volta a junto de seu corpo, e a forma com que ele olhava sua única plateia era extasiante.

Ele se mexia, seu rebolado seguindo sua mão que erguida segurava de forma imaginária a Myah sem nem sequer encostar na dançarina, fez com que ela sentisse as suas intenções e jurar que enlouqueceria em breve.

 

“... Fogo, fogo

Eu sempre gostei de brincar com fogo...”

 

Ele estava imerso e curtia tanto as reações nítidas que causava nela que apenas desejou parar com aquilo e ir até ela, mas ele tinha um propósito e ele o cumpriria, deixaria seus instintos e seu desejo profundo para depois.

E a Myah queria pular nele, nada antes havia tirado dela o lado puramente profissional perante uma coreografia assistida, mas bem ali estava Hwang Hyunjin, se movimentando com precisão, a convidando a perder o controle.

“... Observando como as chamas crescem...”

 

Mais um solo de chão, seu corpo bateu com leveza no solo e se ergueu em um movimento limpo, todo o corpo do Hyunjin sabia onde começava e terminava e para a Myah aquilo era lindo de se ver.

Então ele jogou sua perna por baixo, se arrastou e virou fluidamente, como a todo tempo que dançava ali, seu corpo se virou, ele sabia como se conduzir e era perfeito de se ver, e então ele fez uma meia lua com sua perna livre, “lindo” a Myah pensou, e com suas mãos felinas ele caminhou até uma rosa no chão que a Myah apesar de saber que fazia parte da composição da coreografia, não havia visto em momento algum que ela estivera sempre ali.

Mas é claro que ela não a viu, como olhar para qualquer outra coisa quando se tem o Hwang Hyunjin brincando com fogo bem na sua frente?

“... Eu sempre gostei de brincar com...”

 

Ele pegou a rosa do chão, uma rosa branca assim como no vídeo daquela performance que a Myah tanto amava, ele a pegou com sua boca e então ele se levantou e a encarou, mais uma nuance na extensão daquele belíssimo corpo, e algo muito além do olhar que ele lhe lançou penetrou em seu ser, ela o sentia como nunca, estava envolvida, entregue, ela era toda dele.

“... Pedindo passagem no banco de trás do Maverick

Jogo o fósforo no tanque de gasolina

Oh, nessa fera indomável...”

Ele se movia com destreza, e um filme passou na cabeça da Myah, até então ela lidou com o Hyunjin de diversas formas, de uma fã que admira seu idol mais que tudo, a uma possível amiga colorida, futura namorada, quem vai saber? Ainda mais sabendo que junto a ele haviam mais sete de seus amores que ela sempre levou em seu coração, mas bem ali diante dela estava a forma dele que ela mais amava lidar, o dançarino.

As cenas já vividas pelos dois iam passando na cabeça da Myah conforme o balanço do corpo dele ia a envolvendo, ele estava flutuando em uma atmosfera só dele, mas que ele fazia questão de compartilhar com ela.

O corpo dele continuava a responder intensamente a tudo que o seu dono comandava e a Myah queria muito fazer parte daquilo, ela rogaria a Terpsícore, a deusa musa da dança na mitologia grega ou até mesmo ao Nataraja, o rei hindu da dança, que a deixasse viver aquilo ao lado dele, que ela pudesse sentir o prazer que seria desfrutar de cada momento daquela dança divina ao seu lado.

E ele? Ele sentia vindo de sua amada a resposta extremamente positiva a tudo aquilo, ele estava certo de que quando fizesse sua proposta ela nem cogitaria recusar.

Ele alcançou seu objetivo antes mesmo de o propor a ela e ele sabia disso e por isso ele quis comemorar.

“... Louvados sejam o rei e a rainha do tumulto...”

 

Ele jogou a rosa de lado, pois era a Myah quem ele queria ter em suas mãos, entre seus dedos, em seus lábios...

“... Eu sempre gostei de brincar com fogo

Brincar com fogo

Eu sempre gostei de brincar com fogo

Brincar com fogo...”

Ele passou sua mão pela extensão de seu corpo enquanto a olhava pela milésima vez com toda a intensidade de seu ser, com todo o desejo de sua alma.

Forte, intenso, suas mãos se cruzaram no ar bem em frente a si como se ele orquestrasse o fogo que queimava o lugar, fogo esse que vinha dele para ela, e que voltava dela para ele de forma velada, era uma súplica que apenas seus corpos entendiam.

“Eu sempre gostei de brincar com...”

 

A última parada da melodia se aproximava; mais uma vez o sinal de silêncio foi reproduzido pelo dançarino, mas a verdade é que não havia mesmo nada a dizer, e se por acaso ela pensasse em algo, as palavras se dissolveriam em sua mente, nenhuma chegaria aos seus lábios e ela estava convicta de que as palavras não eram necessárias, se ele apenas a olhasse com atenção ele saberia o quão envolvida por ele ela estava.

O corpo dele estava virado para ela, e no ato final ele leva novamente a sua mão ágil ao seu pescoço, no momento exato do toque final da música, como se ele prendesse ao ar, como se com aquele movimento ele segurasse todo seu instinto incendiário.

E então ele foi relaxando, soltando seu braço que caia com um certo descaso, e por fim ele se virou de costas e a luz se apagou, finalizando ali o que a Myah julgou como a mais perfeita obra de arte já vista por ela.

E então a Myah aplaudiu o dançarino.

— Bravo! — ela disse em um tom mais baixo.

E a luz voltou a acender, e agora ambos se olhavam sem nada dizer.

Um tempo se passou e o Hyunjin não se aguentou mais, falando para ela de uma só vez o que ele realmente queria com tudo aquilo.

— Quero dançar seu solo com você! — Silêncio, a Myah estava absorvendo a informação. — Você ainda o fará, mas quero finalizá-lo com você, vamos unir o meu solo ao seu, o que me diz?

O corpo do Hyunjin estava pingando suor, e para muitos isso poderia parecer nojento, mas para a Myah era um verdadeiro deleite, era prazeroso ver o corpo do dançarino molhado por ter se dado tanto em uma dança tão perfeita como aquela.

— Myah, você está me ouvindo?

Ela ainda o encarava, mas era como se não estivesse ali, então o Hyunjin se aproximou dela, pegou em sua mão e ela automaticamente levantou, ficando um pouco mais alta que ele por estar sentada nos degraus altos do local, então ele a pegou pela cintura e a desceu, seus corpos se encontraram e ela depositou suas mãos sobre os ombros do dançarino e agora com ela já no chão eles colaram suas testas.

— Eu danço com você. — Ela falou como em um sussurro.

— Tem certeza? — Ele estava feliz, mais que isso ele estava radiante.

— Sim, mas antes eu vou dançar para você.

— A música do seu solo? — Ambos que mantinham os olhos fechados agora se encararam simultaneamente. — Eu já a vi dançando ela em seus ensaios inúmeras vezes e te garanto que me apaixono mais por você sempre que a vejo novamente passando sua coreografia.

Ela apenas levou seu indicador aos lábios do Hyunjin para que ele parasse, e bem ali ela reunia toda sua coragem para dar seu próximo passo.

— Sim, você me viu ensaiar, mas desta vez eu a dançarei especialmente para você, então, agora é a sua vez de não tirar seus olhos de mim Hyunjin.

Ela o sentou bem de frente para onde ela executaria seu solo para ele, e o dançarino se sentiu nas nuvens.

Em seguida ela foi até a aparelhagem e arrumou tudo para começar a se apresentar e com tudo pronto ela dançou para ele.

E a partir dali o Hyunjin jurou amar cada segundo do que viu, como se de fato fosse a primeira vez que ele a via performando seu solo.

[...]

Quando ela finalizou sua dança o Hyunjin não se aguentou, o corpo dele implorava por ela e então ele saiu de onde estava sentado e andou a passos firmes em direção a Myah e sem dizer nada a envolveu em um beijo eletrizante que foi prontamente correspondido por ela com o mesmo entusiasmo.

E quando o ar lhes faltou, eles se viram obrigados a separar seus lábios.

— Então você gostou mesmo do que viu? — Ela disse ofegante.

— Se eu gostei? Eu amei cada segundo do que vi.

Ela agora o olhava de baixo para cima, já que ele era um pouco mais alto que ela, e os olhos dos dois se comunicavam de uma forma que nenhum deles conhecia até então.

— E você acha mesmo que dá para unir os dois solos?

— Sim, eu acho, e sei exatamente quem poderá remixar com perfeição as duas músicas para nós.

— O Channie? — Ela sorriu por ter pensado nele.

— Exatamente Myah, o nosso Channie.

Eles sorriram pela forma como ele falou aquilo, como se já fosse o certo entre eles.

— Mas será que teremos tempo para alinhar as duas músicas? Não sei, fico receosa em mexer nisso a essa altura do campeonato.

— Vamos tentar? Por favor? — a carinha dele era impagável e também irresistível e a Myah não viu outra saída a não ser se render a ele.

— Está bem, vamos falar com o Channie.

— Isso! — O Hyunjin comemorou de forma altamente fofa e a Myah sorria toda boba. — Falaremos com ele amanhã.

— Amanhã?

— Uhum, hoje vamos até sua casa, vamos pedir comida e ficar bem namoradinhos, e não adianta dizer não, você terá sorte se eu não agarrar você depois de tudo isso que trocamos aqui.

— Hyunie... — ela hesitou, apesar de ter amado a ideia.

— Vamos Myah, nós já estamos juntos, você já nos aceitou, — Ele fez um carinho no rosto dela e deixou um selar demorado em seus lábios. — Não farei nada que você não queira, eu juro a você meu anjo, mas me deixe ser seu namoradinho essa noite?

— Não sei, eu disse a todos que queria uma reunião com vocês na minha casa depois da aula de amanhã, lembra? Para falarmos sobre tudo isso.

— Claro que eu me lembro.

— E eu ainda preciso sair com três de vocês para que isso seja mesmo justo.

Ela estava com rubor em suas bochechas e o Hyunjin a amou ainda mais.

— Que lindinha pensando em todos nós assim, e você ainda tem dúvidas de que isso é o certo para nós?

— Não é bem uma dúvida, é mais medo, sabe?

Ele a abraçou com força e ela amou a sensação que aquilo lhe causou.

— Eu vou te proteger Myah, todos nós vamos, acredite em mim, está bem?

— Tá bom Hyunie.

— Me chame assim mais uma vez e eu te agarro aqui mesmo.

Ela deu um tapinha de leve no peito dele.

— Que mudança brusca Hyunjin. — Os dois sorriam. — Quer saber? Vamos para minha casa sim, mas você não vai dormir lá.

— Está bem dona mandona.

[...]

No dia seguinte.

A Myah acordou sozinha em sua cama, mas ainda sentia o perfume do Hyunjin ali e quando se virou havia um bilhete.

“Esperei que adormecesse meu anjo, e depois eu saí, eu amei nossa noite juntos, assim como eu amo tudo que vem de você.

Beijos do seu Hyunie.”

A Myah sorria largamente, e com o pensamento na “última” aula que teriam ela pulou de sua cama e foi se arrumar.

[...]

Eles estavam animados, ela havia mandado mensagens para cada um deles falando que trouxessem roupa para se arrumar depois da aula, pois eles sairiam para jantar antes de irem conversar na casa dela.

E agora caminhando pelo corredor eles ouviram uma canção que por causa de sua professora eles amavam demais, o início de tudo, e quando pararam na porta lá estava ela, dançando “Me Too” com o Pitty do mesmo jeitinho que fez com que cada deles um se apaixonasse por ela.

— Ah, eles chegaram! — Ela falou toda empolgada. — Entrem rapazes.

Eles foram entrando e o sorriso no rosto dela já denunciava que algo bom viria.

— Olá, namoridos da minha melhor amiga, como vocês estão? — o Pitty falou risonho e levou um belo tapa no ombro dado pela Myah. — Aí... aí... Querem um concelho? Não a irritem nunca, a bixinha tem uma mão pesada.

Todos sorriram e cumprimentaram o Pitty com abraços.

— Bom, meu melhor amigo está aqui, mas sua presença será breve, pois ele tem um date, com o Alex. — Ela falou insinuando de propósito e o Pitty sorriu tímido.

Os meninos encararam sério.

— Mas e a Alyson? — O Felix quem perguntou.

— É ela quem quer me apresentar o Alex, eles querem formar um trisal comigo.

— Mas que bomba! — O LeeKnow falou sorrindo. — Bomba das boas, claro, parabéns amigo, espero que dê certo.

— É Lino, eu também espero isso, real, acho que estou mesmo gostando da Alysson.

— Bom, todos desejamos que você seja feliz amigo, mas antes. — Ela soltou a música do início e os encarou. — Nossa despedida de fato será uma aula recreativa, vamos dançar Me Too com nossas duplas e depois vamos trocando, divirtam-se.

E ali se deu início a uma aula repleta de carinho e nostalgia, parecia fazer anos que eles viram aqueles dois se apresentarem, mas a química entre a dupla era inegável e imutável e os membros daquele grupo amaram poder vê-los dançando novamente aquela música.

Todos apenas observaram os dois dançarem a primeira vez e então o Pitty teve que sair.

— Até mais cunhadinhos, cuidem bem da minha maninha e bom jantar!

[...]

A aula havia sido extremamente divertida, e agora todos estavam jantando em uma hambúrgueria.

A Myah amava hambúrgueres artesanais e ela comia com muita vontade, o que enchia os olhos dos rapazes.

— Vou fazer uma pesquisa Google. — O Seungmin falou sério e todos o olharam curiosos. — Como ser um hambúrguer artesanal? — Ele fingia digitar na barra de busca em seu celular. — O jeito que ela morde esse hambúrguer me deu inveja, eu queria ser ele, é sério.

Todos riram e concordaram com o Seungmin.

— Então... — A Myah falava ainda com a boca trabalhando, mas logo engoliu e continuou. — Você curte mordidas? Bom saber Minnie, só não reclame depois, pois saibam, eu adoro morder.

Os olhinhos dele se arregalaram e todos amaram a resposta que ela deu.

— Eu jamais reclamaria.

Os risos de todos saíam soltos e descontraídos.

— Seguinte, meninos, vamos conversar sério sobre nós, mas antes preciso dizer, — Ela olhou para ele e soltou de uma vez — Minnie, Han, e Yang, nós ainda não saímos juntos e precisamos resolver isso.

O Hyunjin sorria orgulhoso, o Chan estava radiante, e os demais se mostraram felizes, porém surpresos com a firmeza da dançarina.

— E como o Seungmin se manifestou agora querendo ser o meu hambúrguer, ele me leva para sair amanhã, e eu fico aguardando o convite dos outros dois.

— Fechado!! — Ambos responderam sorrindo.

— Posso perguntar o que há de tão sério para falar ainda Myah? — o Bang Chan perguntou com certo receio.

— Hum... vamos terminar aqui e ir para casa?

Ele sorriu pequeno, muito fofo de se ver.

— Está bem.

O resto do jantar foi ótimo e regado de altas risadas. Eles realmente tinham uma conexão incrível.

[...]

Agora com todos na casa da Myah, ela os acomodou na sua sala e os observava sem dar nem um pio.

— Pelo amor de deus fale alguma coisa! — O LeeKnow suplicou por não se aguentar mais.

A Myah sorriu.

— Está bem vamos lá, precisamos resolver isso tudo de uma vez. — Eles ainda a olhavam sem saber o rumo das coisas. — Vocês têm certeza que querem mesmo fazer isso?

Um sonoro sim foi ouvido ali, dito por todos eles, ela jurava que reconheceu cada timbre naquela resposta uníssona.

— E todos estão mesmo de acordo em “me dividir” — ela fez aspas com os dedos. — Entre vocês?

Mais um belo e forte sim foi ouvido e ela sorriu.

— Certo, e todos sabemos que vocês são idols, e que se isso parar na mídia, a carreira de vocês vai para o saco, e eu estarei mortinha da silva, né?

— Sabemos sim Myah, mas é como te falei, todos nós nos relacionamos já, então se descobrirem algo o foco cairá sobre nossa sexualidade, e nós vamos cuidar de você, para que nada a machuque.

Ela ouviu o Bang Chan e, no fundo, ela até concordava com ele.

— Certo, acontece que eu tenho saído com vocês, o que impede de a mídia descobrir?

— Nada, — O Changbin falou simplista — mas também não estamos sendo explícitos, pelo menos eu acho que não.

— Binnie nós nos beijamos em um evento, tudo bem que já do lado de fora vendo as estrelas, mas em um evento Binnie, isso é perigoso e eu não quero manchar a imagem de vocês, então se formos continuar com isso teremos que ser mais cautelosos.

— Você pode confiar na gente Myah? — O Bang Chan perguntou a olhando nos olhos. — Eu estou cuidando para que tudo possa ser leve e tranquilo entre nós.

— Okay, eu confio Channie, — ela suspirou. — Dito isso, como que funciona entre vocês? Tipo vocês fazem escala de quem fica com quem ou só deixam rolar?

Eles sorriam, ela estava toda fofa tentando entender como eles funcionavam e eles adoraram a ver curiosa assim sobre eles.

— Deixamos rolar, — O Han falou — E quando os interesses se chocam a gente procura a melhor forma de conduzir.

— E não dá briga?

— Rola muita manha às vezes, mas briga não. — O I.N fala olhando para o Felix que faz uma carinha incrédula. — Eu não acusei ninguém Lixie.

— Mas me olhou! Eu não sou manhoso! — Ele cruzou seus braços e fez um bico enorme.

— Viu, — O I.N falou para a Myah que sorriu.

— Vi sim, e melhor, acho que entendi vocês, mas ainda tenho uma dúvida... E quanto a mim? Como vocês pretendem lidar? Sei que já falamos isso por cima, mas eu quero mesmo entender como vocês pensam.

— Podemos deixar rolar também, ou se preferir escalamos quem fica com você e quando, e o restante deixamos rolar.

— O restante Channie?

— É! Tipo, quando sairemos todos juntos? Quando estivermos em projetos solo como faremos? E por aí vai.

— Hum... entendo.

— Eu acho que deveríamos estipular para ela passar um fim de semana por mês pelo menos com a gente no nosso alojamento, algo a ser sagrado, sabe? — O Felix falou empolgado. — Ou de virmos todos aqui para a sua casa sei lá, mas acho que é bom que você conheça nossas rotinas.

— É uma boa mesmo Lixie. — Ela estava pensativa.

— Eu tenho uma pergunta. — O Hyunjin finalmente falou algo.

— Pode fazer.

— Você será nossa namorada? — Todos eles lançaram olhares surpresos para ele. — Nós a queremos como tal se é que ainda não sabe.

Eles temeram a resposta.

— Não fique brava com a gente Myah, mas ele tem razão, queremos você como a nossa namorada e você nos faria muito felizes se nos aceitasse assim em sua vida.

A fala do Bang Chan deu a ela certa segurança para lhes responder.

— Vou sair com o Seung, o Hannie e o Innie, e respondo para vocês no dia da minha apresentação do solo, onde também será a formatura de vocês, e o vínculo professora e alunos será efetivamente desfeito pode ser?

— Pode sim, será mais rápido do que imaginávamos.

— Bom, combinado então.

— E o que mais atormenta sua cabecinha minha Myauh?

— Acho que por hora mais nada Lino, eu olhei nos olhos de cada um enquanto me respondiam e vou tentar acreditar em vocês e nessa sandice toda.

— Eu vou amar ser seu namorado Myauzinha.

— Não se empolga Lino, e vocês não têm dúvidas sobre mim? Tipo, vão acreditar em mim sem nem me conhecer direito?

— Sim, parece maluquice, mas você sempre foi transparente com a gente, então acreditamos em você, e apesar de acharmos que algo lhe fez mal no passado você também parece estar lidando bem com isso, e se precisar de nós, estaremos ao seu lado.

A Myah se sentiu emocionar pela fala do líder do grupo, e todos puderam sentir que ela já estava se sentindo bastante envolvida por eles.

— Obrigada a todos vocês, por virem aqui e me ajudarem a entender um pouco melhor tudo isso, vai ser bom tentarmos apenas ir com calma nos conhecendo mais e melhor, e eu só preciso que tenham paciência comigo, eu posso ficar um pouco tímida com todos me olhando assim o tempo todo.

Eles continuaram conversando e os assuntos rumaram para algo mais leve, mas de igual forma intimo, então eles sorriam e a Myah viu o quão a vontade eles são entre eles, e no mais profundo de seu ser ela realmente desejou ter aquilo para si.

Já estava ficando tarde, então eles começaram a se despedir.

— Nós já vamos Myah, foi ótimo você ter nos chamado para essa conversa, eu fiquei muito feliz em ver sua preocupação com a gente e te prometo que todos nós a protegeremos sempre.

Eles a abraçaram e ela decidiu também receber seus selares, eram breves, de despedida, mas foi uma sensação muito gostosa ter os lábios deles nos dela.

— Vão com cuidado, e me avisem quando chegarem, por favor.

Um aceno foi recebido e eles iam indo para os carros.

— Amanhã as dezesseis horas passo aqui para pegar você pode ser?

— Pode sim Minnie.

Ele ficou sem saber se dava ou não um selinho nela então ela mesma selou seus lábios aos dele, e se afastou a tempo de o ver enrubescer.

— Boa noite, Myah.

— Boa noite, Minnie.

Depois que ele saiu ela olhou para os carros partindo e alguma coisa pareceu errada.

— A Moto do Hyunjin ficou?

Ela se virou para dentro de sua casa e viu o Bang Chan e o Hyunjin ali.

— Ué, pensei que todos fossem embora agora.

— Não briga com a gente tá, mas é que o Jinnie falou comigo sobre a remixagem e bom, eu já comecei a trabalhar nas músicas, — ele falava todo empolgado. — Inclusive, adaptei as batidas iniciais da sua música para que na hora da junção fique perfeito, como se as duas canções fossem de fato uma só.

O Bang Chan estava nitidamente empolgado e o semblante do Hyunjin não poderia estar mais belo.

— Você falando assim me deu vontade de ouvir.

— Ótimo, senta aqui paixão, vou mostrar para vocês o que estou fazendo.

A Myah sorriu pela forma que foi chamada, mas nada disse, então sentou entre os dois e ele soltou a música para ela ouvir, e enquanto tocava eles foram fazendo alguns ajustes.

Depois de um bom tempo trabalhando ali, os três exalavam emoção.

— É assim que vocês se sentem quando compõe juntos, ou quando estão gravando algo novo?

— É por aí sim, meu anjo.

— É, mais ou menos assim mesmo, a diferença é que são músicas novas, e nossas, então coloque mais empolgação aí.

A Myah sorriu largamente.

— Vamos ouvir como ficou o resultado final?

— Sim!!

Enquanto os acordes iam sendo tocados no notebook do Bang Chan tanto a Myah quanto o Hyunjin conseguiam visualizar os passos já montados se encaixando ali, e ao final a Myah sentiu ter encontrado o que faltava, não só em sua coreografia solo, mas também em sua vida.

— Eram vocês...

Os dois olharam para ela sem entender muito bem o que ela quis dizer com aquilo.

— Éramos nós?

— Como assim anjo?

— Sim meninos, eram vocês que faltavam na melodia da minha vida.

❣❣❣❣❣❣❣❣


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Notas finais do capítulo

Terpsícore ou Terpsícora (em grego clássico: Τερψιχόρη; romaniz.:Terpsikhórê; "a que se deleita na dança") (do verbo τέρπεω "deleitar-se" com o substantivo χoρός "dança"), foi uma das nove musas da mitologia grega, que eram as filhas de Zeus e Mnemósine, filha de Oceano e Tétis. Era a musa da dança.

Nataraja, “O rei da Dança”, é uma representação de Shiva como dançarino cósmico, ou seja, é quem apresenta sua dança divina para destruir o que for necessário no universo e assim poder fazer a preparação para a atuação do deus Brahma no processo de criação.

[...]

Bom, primeiro peço perdão pela demora com a att, é sério, eu passei uns perrengues bravos e mesmo finalizando uma das minhas Fics eu me enrolei muito.

Segundo, eu amo dança, e o que mais gosto nessa Fic é poder "descrever" mesmo que de forma simples as coreografias que crio para a história, porém nesse capítulo nós pegamos uma performance INCRÍVEL de um deus da dança (sim, eu o vejo assim), então foi um desafio enorme para mim, que decidi focar mais do que ele faz sentir, do que nos passos em si, espero que não tenha ficado muito a desejar.

Terceiro, próximo capítulo provavelmente farei os encontros da Myah com os três que faltam, ai vem a apresentação final e mais um extra (é plano mas nunca certeza) então acredito que estamos chegando ao fim dessa Fic.

Quarto, como o meu Spin Off é avulso, decidi que trarei as atts. dessa Fic até o fim, e depois retomo lá, então semana que vem atualizo aqui de novo e assim sucessivamente até ela acabar.

Quinto (e não menos importante), a Myah já tinha conversado sobre alguns receios dela, mas apenas com o Channie, então ela tinha que falar com todos juntos, sentir deles o que ela precisava sentir, por isso mais uma reuniãozinha, mas essa será a última, pois ela mesma já sente as coisas fluírem bem com eles, ela mesma está mais segura agora.

E para finalizar, acredito que (pelo menos quem é Stay) já deve ter pego como será esse solo que a Myah compartilhará com o Hyunjin, quando comecei a Fic isso ainda não existia, mas quando eu vi, recebi como um presente para "Me Too" e tudo se encaixou então vamos aguardar esse "solo compartilhado" com todo carinho.

Fiquem bem, e se cuidem bastante, bebam muita água.

Obrigada por lerem "Me Too", e se puderem, deixei seus votos, comentários, enfim isso é sempre muito bem vindo não só aqui, mas em qualquer Fic que vocês leiam.

Eu amo vocês.

Beijokas da Adnoka!



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