Digimon Conexões escrita por Marverick2000


Capítulo 1
Capítulo 1 - Surge, Gammamon!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, tenham uma boa leitura.



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Capítulo 001

Surge! Gammamon!

Em uma tela, dois círculos vermelhos dançavam, representando dois Digimons. Um colossal Master Tyranomon perseguia freneticamente um pequeno Digimon ceraptopsiano branco chamado Gammamon, que corria desesperadamente segurando algo precioso nos braços.

— RAAWWN — Rugiu o dinossauro, expelindo chamas na direção do indefeso Gammamon, que habilmente se esquivava, mas acabava por cair em um chão esverdeado, assemelhando-se a uma placa de computador.

Temendo o pior, o pequeno Digimon acreditava que seu fim estava próximo, até que surge um Greymon, desferindo um golpe poderoso contra o Master Tyranomon, afastando-o de Gammamon.

Os dois dinossauros engajaram-se em uma batalha épica, com o Master Tyranomon demonstrando sua superioridade sobre o Greymon, oprimindo-o de tal maneira que o Digimon branco parecia tomado pelo medo. No entanto, uma mancha negra emergiu da cauda de Gammamon.

A mancha foi pisoteada pelo Greymon, que começou a ser envolvido por uma aura escura. As marcas azuis em seu corpo transformaram-se em tons de rosa, seus olhos adquiriram uma profundidade negra, e as pupilas brilhavam em dourado.

O Greymon avançava em direção ao Master Tyranomon e golpeava brutalmente a barriga do digimon adversário, perfurando-o em cheio fazendo sair uma chuva de dados dos buracos como se fosse sangue, e em seguida tirava os chifres dali enquanto o Master Tyranomon recuava, o Greymon abria a boca e liberava uma bola de fogo poderosa o suficiente para pulverizar o seu inimigo.

O Greymon negro girou sinistramente para encarar Gammamon. Um silêncio mortal tomou conta da arena digital, sufocando qualquer resquício de vida virtual. O ar tornou-se denso, e as sombras, como garras famintas, se estenderam pela cena. Gammamon, inicialmente temeroso, cerrava os olhos em antecipação, revelando uma expressão de irritação profunda quando os abria novamente. Seus olhos, agora, eram poços de escuridão, tão negros quanto a noite mais profunda.

— Você foi útil para mim agora, já não preciso de você! — proclamou o misterioso Digimon, suas palavras ecoando como sussurros sinistros. Sem hesitação, lançou-se em um ataque surpresa contra o Greymon, golpeando-o com uma força avassaladora. O Greymon foi instantaneamente deletado, seus dados desintegrando-se no ar digital como uma névoa fantasmagórica.

Gammamon, agora absorvendo os dados do Greymon, sorria malevolamente, revelando sua verdadeira natureza obscurecida pela escuridão. Uma aura sinistra envolvia seu ser recém-aperfeiçoado, como se fosse a encarnação da própria sombra. O Digimon proclamou com malícia:

— Há, há, ainda não está completo. Não consigo atingir a perfeição, ou sequer assumir essa forma fraca..., mas eu irei sair dessa coisa e conquistar tudo! Que os JOGOS COMECEM! YAH, HÁ, HÁ!

O riso maligno ecoou pelos confins digitais enquanto Gammamon, após sua explosão de poder, caía exausto ao chão. Sua forma sombria cedia lugar ao pequeno e inocente Digimon, como se a escuridão que o envolvia se dissipasse momentaneamente. A dualidade entre sua natureza maligna e sua forma original criava uma atmosfera de incerteza.

Nesse momento, um portal se abriu, revelando a chegada de um novo Digimon. Ao observar Gammamon caído, o recém-chegado, em um gesto surpreendente, o pegou nos braços com cuidado. Olhando ao redor com cautela, abriu outro portal, desaparecendo na escuridão digital, levando consigo o pequeno Digimon agora vulnerável.

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Desde o incidente de Roswell em julho de 1947, no estado do Novo México, Estados Unidos, a humanidade voltou seus olhos para os céus em busca de sinais de vida extraterrestre. "Estamos sozinhos no Universo?" - eles se perguntam. No entanto, desconhecem que, para encontrar uma forma de vida nova, não precisam necessariamente olhar para cima, mas talvez para baixo, mais especificamente para as telas de seus computadores...

A Rede Digital, agora espalhada por todo o planeta, funciona como um "mundo paralelo" ao nosso! O mundo moderno está se tornando cada vez mais fascinante em comparação com suas épocas passadas, graças aos avanços significativos da tecnologia nos últimos tempos.

Enquanto um cão transparente guia as pessoas para longe de uma obra que ocorre na rua, nas proximidades, um enorme dragão transparente cospe chamas, anunciando alguma bebida energética especial.

A interseção entre o mundo físico e o digital cria um cenário intrigante, onde a realidade se funde com a virtualidade, proporcionando experiências únicas e inesperadas. Quem poderia imaginar que, em vez de explorar os confins do espaço, a busca por novas formas de vida nos levaria a este universo digital em constante evolução?

Nos dias atuais, os hologramas se tornaram uma tendência proeminente na vida cotidiana do Japão. A população, consciente de sua inofensividade, recebeu essa nova faceta tecnológica de braços abertos, confiante de que não traria prejuízos.

Enquanto a maioria se entrega entusiasticamente à modernidade e às inovações que definem a era, ainda existem aqueles que, de forma dinâmica, optam por saborear as nuances clássicas que resistem ao teste do tempo.

Em um dormitório escolar, um jovem de 16 anos se acomodava para assistir a um filme na TV fornecida pela escola. Seus cabelos verdes contrastavam com os olhos da mesma tonalidade, enquanto sua pele branca ressaltava sua presença. Vestindo um uniforme escolar padrão, ele mantinha suas roupas diárias cuidadosamente arrumadas no guarda-roupa ao lado. Uma rotina simples, mas que refletia a familiaridade reconfortante do seu dia a dia.

— Não há nada interessante para fazer esses dias, ultimamente está bem chato... — Koji murmurou, expressando seu tédio.

Seus olhos começaram a piscar pesadamente, e ele eventualmente caiu em um cochilo, enquanto os vídeos do YouTube ainda ecoavam ao fundo.

— ZZZZ... preciso terminar esse dever de casa... Hitoshi, seu idiota, deixa de ser tão pervertido! — Koji resmungou no meio do seu sono, misturando os pensamentos do cotidiano com seus devaneios noturnos.

Logo o garoto sentiu três pancadas em sua cabeça fazendo-o acordar assustado.

— O que... quem me acordou?! – Koji reclamou meio grogue de sono, olhando para todos os lados até que algo bateu em sua perna, fazendo-o abaixar os olhos para um ser meio esquisito.

Era uma criatura, um felino negro com olhos brancos, vestindo uma roupa de mensageiro em tons de azul-petróleo escuro, e uma mochila vermelha adornada com um capuz em forma de rosto de gato preto.

— O que diabos... E você! — Koji exclamou, surpreso, enquanto observava o ser tirar um tablet e uma caneta digital de sua mochila, entregando-os a ele — O que? Quer que eu assine?

O Digimon assentiu, e Koji, movido pela curiosidade, assinou no tablet. Em um gesto ágil, o gato negro guardou o dispositivo na mochila e presenteou o garoto com um aparelho semelhante a um relógio digital.

— O que é isso... Um relógio?! – Koji perguntou colocando o aparelho em seu pulso e, em seguida, viu o gato preto entregar um chip, que o garoto pegou com curiosidade –... E pra colocar aqui dentro?

Koji inseriu o chip no relógio e começou a manipulá-lo até pressionar o botão lateral. Sem aviso, uma onda azul varreu a sala, transformando-a em tons de cinza enquanto pequenos pontos coloridos flutuavam lentamente pelo ambiente.

— O que?! O que é isso... — Koji falou, meio espantado, enquanto esfregava os olhos e percebia que o quarto agora estava coberto de grama. — Hmm, acho que vou dormir um pouco... Deve ser só um sonho...

O garoto fechou os olhos novamente, até que ouviu a sua cadeira gamer girar. Ele abriu os olhos lentamente e virou-se na direção do som. Seus olhos se arregalaram ao deparar-se com um pequeno monstro, com uma aparência de triceratops, se divertindo na cadeira giratória.

— YUUUP! — A criatura sorria amplamente, girando na cadeira.

— O que diabos... E isso...! — Koji exclamou em choque, observando o ser parar de brincar e sorrir alegremente para ele.

— OH KOJIMOON! — Exclamou a dita criatura, levantando seus braços empolgado.

— O que é você?! — Koji perguntou ao triceratops.

— Este é o seu Digimon. — O gato preto respondeu friamente.

— Meu... O QUE?!? — Koji exclamou chocado, sem acreditar.

— Eu me chamo Gammamon! — Grunhiu o Gammamon animadamente.

— Gammamon?! Irmão?! Vocês são algum tipo de holograma?! — Koji questionou, estranhando aquilo.

— Isso é comestível? — perguntou o Gammamon, com um olhar curioso.

— Não, Gammamon, não é comestível. — respondeu o gato preto, parecendo um pouco exasperado.

— Awn! — Gammamon lamentou.

— Agora vou me retirar, boa sorte para você, criança escolhida! — O Digimon gato murmurou se retirando.

— Ei espere, por que você me deu ele, por que você me chamou de Criança Escolhida?! — Koji questionou, cada vez mais intrigado.

Mas não obteve resposta; em vez disso, o Digimon gato pulou pela janela, se despedindo rapidamente, deixando Koji correndo em direção à janela.

— EI! — Koji exclamou, vendo que o gato sumiu sem deixar rastros — Esse dia está cada vez mais estranho...

Koji então dirigiu sua atenção para o aparelho, começando a apertá-lo e clicá-lo. Após alguns experimentos, ele pressionou novamente o botão lateral, fazendo com que o mundo digital se dissolvesse, deixando apenas um holograma de Gammamon.

— Então, se eu aperto isso, aquele mundo desaparece... Vamos ver os outros botões.

Determinado a entender as capacidades do dispositivo, Koji continuou a pressionar os outros botões, explorando suas funcionalidades. Até que, de repente, um deles fez com que Gammamon se materializasse fisicamente diante dele.

— OH! — Gammamon exclamou animado, vendo Koji à sua frente. Ele saltou em direção ao garoto. — KOJIMOOON!

A empolgação de Gammamon acabou derrubando Koji, e ambos colidiram contra a mesa de estudos do garoto. Os livros que estavam sobre a mesa caíram sobre os dois, criando um pequeno caos no quarto.

— Ai, ai, isso não era exatamente o que eu tinha em mente... — Koji murmurou, tentando se levantar sob os livros espalhados.

Gammamon, no entanto, estava radiante, completamente alheio ao incidente.

— Isso foi demais, Kojimon! Vamos fazer de novo! — Gammamon sugeriu

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Koji e seu parceiro, Hitoshi, percorriam o corredor lado a lado, observando os outros adolescentes do dormitório masculino ocupando-se de suas próprias vidas. Koji carregava uma sacola com comida.

— Ei, Koji, ouvi uns sons estranhos vindo do seu quarto enquanto eu passava. O que você estava tramando, hein? E essa comida?! E para alguma festa particular? — Hitoshi soltou uma risada maliciosa, mas antes que pudesse continuar, levou um golpe certeiro na barriga.

— Isso é o que acontece quando você pula para conclusões precipitadas, meu amigo! — Koji retrucou com um sorriso travesso, enquanto Hitoshi ria, mesmo com uma pitada de dor.

— Ai, cara, essa doeu! Mas sério, o que estava acontecendo lá dentro? Novo hobby secreto? — Hitoshi perguntou, esfregando a barriga.

— Eu não fiz nada, eu estava apenas jogando uns jogos online de tiro. — Koji respondeu calmamente — Estava quase mandando cinco para o limbo se não fosse por um Snipe.

— Realmente, cara... — Hitoshi ergueu a sobrancelha — Você precisa de uma namorada, sabia? Se tudo que você faz no seu tempo livre é jogar ou assistir filmes, temo que você vai virar um nerd total!

— Enfim, deixe-me lhe mostrar o gostinho do paraíso. — Hitoshi mexeu no seu telefone — Acabei de encontrar essa garota ontem... E uma das garotas mais lindas da escola. — Ele mostra a foto de três garotas — Aquela garota ali do meio, Sakura Amano, ela é gostosinha, hein?

— Você não tem noção hein. — Koji reclamou.

— Cara, mas olha o corpo dela, as curvas são perfeitas! Não é possível que você não sinta nada! Olhe os atributos! — Hitoshi provocou, sorrindo maliciosamente.

— Ei vocês dois! — O líder do dormitório chamou a atenção dos dois, que se viraram com Hitoshi sorrindo nervosamente.

— Ah, ah.... O que foi, líder do dormitório?!

— Eu já lhe disse uma que você não deveria falar sobre garotas aqui dentro da escola!

— Ah, qual é?! E o horário do almoço, não vai fazer mal a ninguém! — Hitoshi reclamou.

Os dois logo começaram a discutir, Koji simplesmente suspirou antes de passear por eles — Eu realmente preciso voltar para o meu quarto. Eu deixei uma coisa muito importante lá.

— H-huh! Ei, Koji, eu estava falando com você também.

— Deixa ele em paz. Ele esteve estranho o dia inteiro. — Hitoshi admitiu.

— Realmente?

— Sim... a cabeça dele está em outro lugar. — Hitoshi coçou o queixo. — Você acha que ele achou uma garota?

— Quer parar de falar sobre garotas, seu mulherengo!

Os dois continuaram brigando ali, enquanto Koji se aproximava do seu quarto e entrava. Encontrando Gammamon mordendo a sua TV.

— Hmmm, onde está o Koji!? — Gammamon choramingou.

— Cheguei, Gammamon, tudo bem aí? — Gammamon notou Koji.

— KOJIMON! — Gammamon revelou pequenas asas pretas em suas costas. — SIM! Você tem mais comida para mim!? — Ele voou até Koji antes de pousar em seus braços.

— Claro, vamos experimentar algo que eu trouxe... — Koji se acomodou na cama com o pequeno Digimon, enquanto abria a sacola. — Este é um hambúrguer, veja se você gosta...

— Snif, Snif! — O pequeno dinossauro cheirou a comida e, em seguida, a devorou de uma vez, surpreendendo Koji.

— Ei, calma lá! Não precisa comer tão rápido; coma devagar para não se engasgar! — Koji alertou.

Koji sorriu ao ver a empolgação de Gammamon com a comida. O pequeno Digimon devorava o hambúrguer com entusiasmo, parecendo não se importar com a etiqueta à mesa.

— Parece que você gostou, hein? — Koji comentou, rindo da cena.

Gammamon levantou a cabeça, os olhos brilhando de felicidade.

— Gostei, Kojimon! Essa coisa é incrível! Tem mais?

— Claro, tenho mais algumas coisas aqui na sacola. — Koji mostrou outros itens que trouxera. — Tem batatas fritas, refrigerante... Ah, e um doce que achei que você poderia gostar.

Gammamon soltou um som animado e começou a investigar o conteúdo da sacola com curiosidade. Enquanto isso, Koji observava com satisfação a alegria do seu novo amigo.

— Aproveite, Gammamon. É bom ver você tão feliz.

— OHHHHH, o que é isso?! — Gammamon perguntou, mostrando uma barra de chocolate.

— Isso é um chocolate, é um doce. — Koji comentou sorrindo.

Gammamon curiosamente abriu o saquinho do chocolate e deu uma mordida, e rapidamente sua expressão mudou para uma radiante, ficando empolgado e pulando ao redor de Koji.

— CHOCO! CAMPEÃO! — Gammamon exclamou animadamente, pulando ao redor.

— Parece que você gostou bastante do chocolate, hein?! — Koji perguntou de maneira divertida.

Gammamon, com resquícios de chocolate ao redor da boca, olhou para Koji com olhos brilhantes e um aceno animado.

O garoto voltou sua atenção para o aparelho em seu pulso e clicou em um botão, fazendo surgir uma pequena tela com a imagem de Gammamon e seus dados.

— Gammamon, Digimon do nível criança, atributo vírus. — Koji murmurou — Seus movimentos especiais são Horn Attack e Breaclaw.

Enquanto Koji analisava os dados, Gammamon continuou a explorar a sacola em busca de mais delícias. Koji, percebendo que Gammamon estava prestes a se entalar com tanta comida, prontamente foi ajudá-lo.

Depois de algum tempo, Koji colocou Gammamon para dormir, refletindo sobre o dia cheio de surpresas.

— Realmente, hoje foi um dia interessante... Eu ainda quero entender o motivo de ter recebido isso dele. — Koji bocejou ao verificar a hora, decidindo que era a hora de dormir — Hora de ir dormir. Amanhã vou ver o que farei com ele.

Koji colocou Gammamon ao lado dele na cama e adormeceu, ouvindo o suave ronco do pequeno dinossauro enquanto mergulhava nos sonhos.

********************* Enquanto isso *********************

A noite se desenrolava em silêncio, e um policial pedalava serenamente pelas ruas da cidade em sua bicicleta, apreciando a paz que envolvia o ambiente. Ao chegar a uma encruzilhada, ele fez uma pausa, deparando-se com um feixe de luz que, subitamente, chamou sua atenção.

— Até agora, a ronda estava tranquila. — Murmurou o oficial, intrigado, enquanto focalizava a origem da luz. — O que diabos é aquilo?

De dentro daquele feixe de luz, emergiu uma figura imponente e diabólica, assemelhando-se a um dragão. O ser possuía quatro olhos vermelhos, dentes e garras afiadas, asas esfarrapadas, pele negra e uma longa cauda, tudo a poucos metros dele. Esse monstro e um Devidramon, e ele olhava ao redor enquanto caminhava quase que silenciosamente.

O policial, ao perceber a monstruosidade que se materializava diante dele, sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Seus olhos se arregalaram, e a bicicleta quase caiu de suas mãos trêmulas. O terror apertou seu peito, e sua mente lutou para compreender o que seus olhos testemunhavam.

O digimon, com seus quatro olhos ardentes fixos no policial, soltou um rugido gutural que ecoou pelas ruas desertas. As asas esfarrapadas se estenderam ameaçadoramente, projetando uma sombra grotesca sobre o oficial aterrorizado.

— Isso... isso não pode ser real. — Sussurrou o policial consigo mesmo, buscando uma explicação lógica para o pesadelo diante dele.

O digimon avançou lentamente, cada passo fazendo o asfalto tremer sob suas garras afiadas. O policial, paralisado pelo medo, mal conseguia respirar. Seu treinamento, suas experiências anteriores, tudo desmoronava diante dessa criatura que desafiava qualquer lógica.

Sem aviso, o digimon abriu suas asas esfarrapadas e soltou uma saraivada de chamas negras em direção ao policial. O oficial, em um instinto desesperado, lançou-se para o lado, evitando por pouco o ataque ardente. O calor intenso consumiu o ar ao seu redor, enquanto ele se arrastava para longe, ainda tentando processar a realidade distorcida à sua frente.

A monstruosidade continuava sua investida, cada movimento emanando uma aura sinistra. O policial, agora em pé, viu-se encurralado na encruzilhada deserta. Seus pensamentos se embaralhavam em pânico, e a única certeza era a presença ameaçadora do digimon.

— Socorro! Alguém, por favor! — O policial gritou, mas suas palavras ecoaram sem resposta pelas ruas vazias.

Na tranquilidade do dormitório...

Koji ainda estava envolto nos sonhos quando, de repente, o Gammamon despertou de um sono profundo. Seus olhos brilharam com uma intensidade incomum, e, com uma expressão de raiva, ele encarou a janela, rosnando como se algo perturbador o afligisse. O rosnado agudo foi o suficiente para tirar Koji de seu sono, e ele observou perplexo enquanto Gammamon demonstrava um comportamento nervoso.

— Hmm, Gammamon, o que está acontecendo? — indagou Koji, esfregando os olhos.

— GRRR, sinto uma vibração ruim! — grunhiu Gammamon, fixando seu olhar na janela como se buscasse identificar a fonte do desconforto.

— Vibração ruim? — Koji murmurou, intrigado, enquanto via Gammamon se levantar e pular pela janela com determinação. — Ei, Gammamon, volte aqui, seu doido!

Koji seguiu Gammamon, tentando entender a razão por trás desse comportamento repentino. Com passos cuidadosos e sorrateiros, o garoto saiu do dormitório, evitando chamar a atenção do líder do dormitório. Correu freneticamente à procura de Gammamon, cujo paradeiro se tornava cada vez mais um mistério.

— Gammamon! Gammamon, onde está você?! — chamava Koji, mas não obtinha resposta.

Enquanto isso, o imenso Digimon sombrio pairava sobre os arranha-céus, surgindo do parque e avançando em direção a Shinjuku. Sua presença demolia os telhados de vários edifícios enquanto se aproximava de dois arranha-céus conectados, formando uma imponente estrutura em "H" — o edifício do governo metropolitano de Tóquio. O dragão negro aterrissou no topo de um dos prédios, soltando um rugido estrondoso, enquanto os céus da cidade começavam a se enevoar devido às condições climáticas, iniciando uma chuva intensa. Gammamon correu freneticamente até o local e rosnou ao avistar o dragão no topo.

O dragão olhou para baixo e notou com sua visão o pequeno Gammamon com um rosnado, fazendo o dragão negro descer em direção ao pequeno Digimon e pousar no chão criando uma nuvem de poeira ali.

— Conquistador das Trevas! — Rugiu o Devidramon, desafiando seu adversário.

— GRRRRR! — Retrucou Gammamon, lançando um olhar feroz.

— Eu vou derrubar o Conquistador das Trevas e me tornar o verdadeiro conquistador! — Rosnou Devidramon, mostrando determinação em suas palavras.

— Você me traz uma vibração RUIM! NÃO GOSTO DE VOCÊ! — Exclamou Gammamon, lançando-se ao ataque.

Gammamon avançou em direção a Devidramon, saltando diretamente para ele. No entanto, Devidramon reagiu rapidamente, golpeando Gammamon e repelindo seu ataque com firmeza. O impacto fez Gammamon recuar alguns passos, mas ele não desistiu, mostrando tenacidade diante do adversário imponente.

Gammamon investe novamente contra Devidramon, mas o Dragão começa a brilhar intensamente, seus olhos emitindo um vermelho vívido que imobiliza Gammamon no ar, como se estivesse preso por uma força psíquica.

— GRRRRRR! — Rosnou o dinossauro branco, tentando se mover, mas uma força invisível o mantinha aprisionado.

— Crimson Nail! — Devidramon desferia golpes consecutivos com suas garras afiadas, atingindo Gammamon impiedosamente. Cada golpe era como um martelo poderoso, fazendo Gammamon sentir o peso esmagador da força de Devidramon.

A cada investida de Devidramon, Gammamon tentava resistir, mas a força psíquica que o mantinha no ar tornava cada movimento uma luta árdua. Os golpes implacáveis de Devidramon começaram a cobrar seu preço, deixando Gammamon visivelmente enfraquecido.

Enquanto isso, Koji corria desesperadamente em direção à cena da batalha. A chuva intensa batia em seu rosto, mas ele estava determinado a alcançar Gammamon antes que fosse tarde demais. Seus olhos refletiam a preocupação e a ansiedade, temendo pela segurança de seu novo amigo.

Ao se aproximar do local, Koji testemunhou a cena angustiante. Gammamon, suspenso no ar e indefeso, sofria sob os ataques impiedosos de Devidramon. A expressão de Koji endureceu, e a determinação tomou conta de seus olhos.

— KOJI!

— GAMMAMON!

Koji rapidamente levantou o seu pulso para ver os dados daquele enorme Digimon, e apareceu a imagem pixelados dele e seus dados — Devidramon, Dragão Maligno do nível adulto! Seu ataque especial e o Crimson Nail!

Quando Devidramon estava prestes a desferir outro golpe, uma aura dourada de energia se manifestou ao redor de Gammamon. Números 0 e 1 dançavam pela aura, criando uma atmosfera eletricamente carregada. Uma sombra sinistra emergiu sobre Gammamon, revelando olhos vermelhos penetrantes e marcas obscuras que se entrelaçavam.

— GRRAAAA KOJIIII!

A sombra se expandiu rapidamente, envolvendo Gammamon em um poder misterioso. Então, num impacto estrondoso, a sombra atingiu Devidramon, lançando-o violentamente contra o chão.

A telinha do Digivice começa a brilhar e em seguida o Gammamon sessa aquele brilho com a sombra voltando para o corpo do Gammamon com um sorriso confiante.

— KOJIMON! VAMOS! — Exclamou o Digimon avançando em direção ao Devidramon.

—... Vamos... Gammamon, você... É o meu parceiro! — Exclamou Koji determinado, enquanto seu aparelho começava a brilhar intensamente, chamando a atenção de Koji.

Gammamon saltou no ar em direção a Devidramon, cerrando o punho com determinação. Subitamente, o corpo de Gammamon começou a brilhar intensamente, dando origem a um punho vermelho que desferiu um golpe poderoso na cabeça de Devidramon, fazendo-o recuar atordoado. A transformação deixou Koji perplexo.

FIRST RIDER de Masukura Yoshimasa

— Ah, quem é... Quem é você? — Ofegou Koji.

Gammamon, agora diante de Koji, exibia uma pele quase completamente vermelha, quase tão imponente quanto Koji, e seu lenço azul tinha crescido consideravelmente. Virou o rosto, sorrindo levemente.

— Não sou mais o Gammamon... — Anunciou o Digimon, erguendo o punho e fazendo um sinal positivo. — Agora sou Betel Gammamon!

— Betel Gammamon... — Murmurou Koji, erguendo o braço para examinar seu dispositivo. Este abriu um holograma com a imagem de Betel Gammamon em sprites pixelados, acompanhada de suas informações.

— Digimon Dragão Man da fase Adulta, com ataques especiais Sorblow e Sorshot!

A batalha estava intensa, com Devidramon avançando furiosamente em direção a Betel Gammamon, suas garras carmesim brilhando ameaçadoramente. No entanto, o Gammamon evoluído esquivava-se com incrível agilidade, executando cambalhotas habilidosas e dando passos rápidos para trás.

— Sorblow! — Exclamou Koji, quase que por instinto.

O punho de Betel Gammamon envolveu-se em chamas vermelhas escurecidas, e ele saltou em direção à barriga de Devidramon, desferindo um golpe poderoso. O impacto foi tão forte que Devidramon engasgou, quase cuspindo saliva, recuando com as mãos na barriga enquanto encarava o Digimon adversário que não era maior, mas certamente era mais poderoso.

— Crimson Nail!

Devidramon tentou outro golpe, mas Betel Gammamon saltou no ar, utilizando a cabeça de Devidramon como impulso para subir ainda mais alto, observando de cima.

— Sorshot! — Exclamou Koji.

Betel Gammamon com os punhos ainda em chamas, ele junta as duas mãos em cima da cabeça e em seguida desce eles com tudo para baixo lançando uma enorme bola de fogo amarela escura...

A bola de fogo atingiu Devidramon em cheio, consumindo-o em chamas e fazendo-o agonizar antes de desaparecer instantaneamente, transformando-se em uma chuva de dados que se dirigiam a Betel Gammamon. Este absorveu os dados em grande quantidade, evidenciando a vitória na batalha.

Fim do FIRST RIDER

— Ele conseguiu... — Murmurou Koji, atônito. O garoto voltou à realidade ao perceber que Betel Gammamon brilhava novamente, regressando ao tamanho normal e transformando-se novamente em Gammamon. O pequeno Digimon exausto caiu no chão, e Koji se aproximou, ajoelhando-se ao seu lado.

— Você foi incrível, amigo...

Koji, cuidadosamente, recolheu o exausto Gammamon em seus braços, sorrindo ao ver seu amigo dormir tranquilamente. As sirenes das viaturas da polícia ao longe serviram como um lembrete urgente da necessidade de se afastar do local da batalha.

Com cautela, Koji começou a voltar para a escola, evitando ser detectado por qualquer oficial que pudesse questionar o que havia acontecido. Ele se movia sorrateiramente pelos cantos, driblando seguranças e vigias. Ao retornar ao colégio, conseguiu evitar o monitor do dormitório, chegando furtivamente ao seu quarto.

Ao fechar a porta atrás de si, Koji suspirou aliviado. A adrenalina da batalha começou a ceder, dando lugar à exaustão. Ele deitou Gammamon com cuidado em sua cama, garantindo que seu companheiro descansasse confortavelmente.

Enquanto a noite avançava, Koji refletiu sobre os eventos extraordinários que acabara de vivenciar.

— Cara, se eu contar para alguém isso, duvido que acreditem... Se bem que... Quem se importa se vão ligar...

O sono acolheu Koji rapidamente, transportando-o de volta à terra dos sonhos. Enquanto dormia, sua mente processava as recentes reviravoltas, e o cansaço da batalha se transformava em um descanso restaurador.

Na manhã seguinte, Koji despertou com determinação. Vestindo seu uniforme escolar, ele se preparava para enfrentar mais um dia. Gammamon observava curiosamente enquanto Koji se aprontava.

— Kojimon, você vai demorar muito? — perguntou Gammamon.

Koji sorriu enquanto ajustava a gravata. — Não, amigo. Tenho que ir para a aula, mas prometo que chegarei logo. Enquanto isso, fique assistindo TV, aproveite os doces, e não saia daqui, entendido?

Gammamon assentiu, empolgado com a perspectiva de um dia cheio de entretenimento. Koji, com uma última olhada em seu amigo Digimon, saiu do dormitório. Descendo para mais um dia, ao sair da entrada do dormitório, ele ouviu alguém o chamando.

— Onde o senhor pensa que vai?!

O garoto parou por um momento e se virou para ver uma garota deslumbrante, dona de cabelos róseos que caíam graciosamente sobre os ombros. Sua pele era tão branca quanto a neve, e seus olhos verdes brilhavam com uma cativante expressão de mistério. Vestindo o uniforme escolar feminino, ela irradiava elegância. A camisa de colarinho branco, a gravata borboleta verde e a jaqueta bege abotoada realçavam sua figura encantadora. A minissaia plissada azul clara com bordas brancas era uma adição encantadora ao seu visual, enquanto as meias verdes escuras na altura do joelho e os mocassins marrons completavam a composição de um charme inegável. Era a Sakura a garota que o Hitoshi tinha mostrado em uma foto.

A garota sorria de maneira misteriosa, aproximando-se de Koji. Ela mostrou-lhe o celular com uma foto dele saindo do dormitório, batalhando com Gammamon e retornando com o Digimon nos braços. Koji suou frio ao encarar a imagem e, em seguida, olhou para a deslumbrante garota diante dele.

— Acho que temos muito que conversar, Koji Tsurugi...

Koji nem consegui reparar na beleza da garota pois estava intrigado de como ela conseguiu aquelas fotos.

— Parece que você está envolvido em algo interessante, não é mesmo? — disse ela com um sorriso enigmático.

Koji, sem saber o que esperar, assentiu nervosamente. A garota continuou a examinar a foto, seus olhos brilhando com uma intensidade que parecia penetrar a alma de Koji.

— Gammamon, não é? — ela perguntou, referindo-se ao Digimon ao lado de Koji.

— Sim, é o Gammamon... — respondeu ele, ainda perplexo.

A garota guardou o celular e fixou os olhos nos de Koji.

— Tenho algumas perguntas para você, Koji Tsurugi, e acho que você pode ter as respostas de que preciso. Que tal uma conversa mais particular? A mais tarde... Lhe encontro no seu quarto, Okay!

E em seguida a garota saiu dali deixando o Koji parado suando frio, ali pensando na enrascada que se meteu...

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

O que acharam? deem sua opinião e feedback.

Qual foi a impressão de vocês sobre Koji e Gammamon? Adoraria ouvir as opiniões de vocês e saber se curtiram a dinâmica entre esses dois! E essa garota hein, o que sera que vai acontecer?!?



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