Maya e os Mistérios de Castelobruxo escrita por Wesley Rego


Capítulo 6
Capítulo 6 - Uma péssima idéia




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/811020/chapter/6

— Enton você estava soletrando mi nombre para o Hugo nesta folha de papel quando ela de repente se tornou um origami de passarinho e voo até mim? - perguntou Juan após ouvir a explicação de Maya. 

Maya acenou com a cabeça. Suas bochechas estavam mais coradas do que nunca, não era de seu costume inventar mentiras. Hugo levou uma cotovelada da colega antes de concordar com a explicação. 

— Agora sabemos que se trata de uma folha guia - começou Hugo analisando a folha de papel - Tudo indica que ela nos leva a qualquer pessoa cujo nome seja escrito nesse papel. Agora nos resta descobrir se só funciona com pessoas ou outro lugares. 

Os três jovens estudantes marcaram de se encontrar no dia seguinte para explorar mais sobre o funcionamento da folha guia. A primeira coisa que fizeram foi colocar o papel dentro de uma gaiola. Em seguida Maya escrevia algo na folha e jogava dentro da gaiola. Quando o papel se transformava em um pássaro não conseguia passar pela grade da gaiola e continuava em forma de pássaro. 

Os jovens bruxos levavam a gaiola até a pessoa cujo o nome estava escrito e só assim o pássaro voltava a ser uma simples folha de papel. Descobriram também que o origami era formado quando se escrevia nomes de lugares conhecidos na escola, como estufa número um, oca número três do terceiro ano e sala de aula de porções. 

— este papelzito funciona como uno GPS - afirmou Juan impressionado. 

— O que é GPS? - perguntou Maya. Que nunca ouvira falar de algo assim. 

— É uno aparelho que os trouxas usam para se localizar pelo el mundo. Como uno mapa. Porém o aparelho indica lo local apenas digitando lo nombre corretamente. 

— É exatamente o que essa folha faz - concordou Maya fitando Juan com os olhos brilhando. 

— De qualquer forma. Ainda precisamos descobrir o porquê este objeto estava na pose de um trouxa. - interrompeu Hugo impaciente com a troca de olhares de seus colegas. 

— Onde mesmo você disse que encontrou? - perguntou Juan olhando para Maya com seus grandes olhos azuis. 

— Ah, nas ruínas. Quero dizer, nos limites da escola. Ao Oeste. 

— Como era o trouxa? Você lembra dele? 

— Eu não vi direito, mas haviam cinco deles. Três correram ao me ver. Um deles me olhou como se não tivesse medo, e tentou me matar usando uma arma trouxa. Daquelas que gritam e soltam fogo. 

— Uma pistola? Você não me contou que atiraram em você. Você podia ter morrido. - Falou Hugo espantado. 

— Ah, eu consegui sair do alcance. - continuou Maya - esse homem tinha o cabelo grisalho e a barba curta. Parecia muito agressivo. Eu tive a impressão de que ele sabia quem eu era. Nunca vi ninguém se comportar daquele jeito ao me ver na forma animal. 

— Forma Animale? Você é una animaga? 

— Bom... Sim. - respondeu Maya envergonhada. 

Hugo mais uma vez ficou impaciente e enojado. Fingiu não se impressionar com a informação e tentou se manter racional. 

— Será que se o visse de novo o reconheceria? 

— Talvez. Mas como? - perguntou Maya distraída - Duvido que eles voltem aqui. Caíram no rio enquanto fugiam de mim, provavelmente morreram. 

— Talvez não. Podíamos ir até o rio e ver se encontramos mais pistas ou mais alguma coisa que possam ter deixado pra trás. - sugeriu Hugo. 

— É una boa ideia. - concordou Juan. 

Maya concordou também e os três combinaram de se encontrar depois da aula para explorar as Ruínas. 

Era final de tarde quando Maya estava diante das Ruínas novamente, aguardando seus colegas. Hugo foi o primeiro a surgir atravessando o muro. Alguns minutos depois surgiram duas pessoas, o primeiro era Juan e o segundo era uma garota de cabelos loiros e a pele pálida. 

— Pessoal, lamento não informa-los antes. Essa és minha hermana. - A menina fez um aceno com a mão com um largo sorriso no rosto - Ela me seguiu até aqui. Eu implorei pra que voltasse. 

— Mi nombre és Joana - cumprimentou a garota animada. 

— Não tem problema - disse Maya tranquilamente - Eu sou a Maya e esse é o Hugo. 

Hugo também acenou sorridente e pareceu um pouco envergonhado. 

— Mi Hermano falou tanto de vocês que fiquei ansiosa para conhece-los. Fiquei ton empolgada quando ele me contou que viriam aqui. Eu amo aventuras. 

— Na verdade não viemos nos aventurar. Só viemos procurar alguma pista dos trouxas, não vamos nos distanciar das Ruínas. - afirmou Maya. 

— Ah, mesmo assim. É una forma de exploracion. - disse Joana animada. 

O grupo se uniu e seguiram pelo caminho que Maya indicou. Olharam pelos arbustos, pela terra e até mesmo em alguns galhos de árvores em busca de alguma pista dos trouxas, mas nada encontraram. Maya assobiou e chamou Tuka para ajudar. Mas a caipora ficou aborrecida ao ver tantos bruxos com ela. 

— O que isso significa? Estão fazendo uma excursão? Vocês não podem vir aqui. 

— São meus amigos. Estão me ajudando a encontrar pistas dos trouxas. - explicou Maya. 

— Você ainda está com essa ideia na cabeça? Já falei várias vezes que nada de anormal aconteceu na visita dos trouxas. Se vocês não voltarem irei relatar a diretora que ultrapassaram os limites da escola e estão se colocando em perigo. E você vai se encrencar ainda mais!

— Ela é sempre assim? A primeira vez que a vi ela parecia tão brincalhona. - disse Hugo. 

— Ela só está com ciúmes por vocês estarem comigo. - disse Maya sorrindo - Tuka por favor. Já vim aqui milhares de vezes e você sempre me ajudou. Somos amigas lembra?

— Pelo que estou vendo você tem novos amigos agora. - Tuka cruzou os braços enquanto estava sentada sobre um galho - Ou voltam para os terrenos da escola ou irei entrega-los. 

— Tudo bem. Faça isso então. Vamos pessoal! Ela não vai ajudar em nada. - Disse Maya virando-se irritada e seguindo pela trilha em direção ao rio. Os outros a seguiram. 

A caipora os observou de canto de olho enquanto desapareciam na mata. O grupo chegou até as margens do rio, que estava mais agitado do que da última vez que Maya esteve ali. A correnteza estava muito mais forte e o volume do rio estava maior. Os alunos olharam para cima e notaram que o tempo estava ficando nublado e o vento mais forte. 

— Parece que vai chover - disse Hugo assustado - Não seria melhor voltarmos outro dia? Afinal porque viemos até aqui? 

— Eu persegui os trouxas até aqui. Eles caíram no rio e foram levados pela correnteza. 

— Enton vamos seguir lo rio? - perguntou Joana empolgada. 

— Eu cresci nessas matas. Esse rio corre toda a floresta do Silêncio, mas existe um canal onde a correnteza perde a força. Acredito que se os trouxas sobreviveram, devem ter escapados por lá. 

Hugo chegou na beira do rio para tentar ver melhor sua extensão. Enquanto se esticava para olhar, a jovem Joana se aproximou para ver também. Hugo sentiu a garota tentar se apoiar em seu ombro no momento que desequilibrou fazendo com que o garoto perde-se o equilíbrio também. Uma forte ventania empurrou os dois que caíram no rio e foram levados pela forte correnteza. 

Maya e Juan se desesperaram e correram pela margem tentando alcança-los, mas a correnteza os levou rápido demais e os garotos desapareceram no rio. 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Maya e os Mistérios de Castelobruxo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.