Bi panic! | One-Shot escrita por Andréia Santos


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Leia as notas finais ♥

Palavras-chave escolhidas: GRUPO 1
1. Célere (Que anda ou decorre com rapidez)
2. Rotundo (Que não deixa dúvidas ou não admite contestação)
3. Madorna (Estado intermédio entre o sono e a vigília. = SONOLÊNCIA)
4. Averno (do latim Avernus, -i, topônimo: lago vulcânico da Campânia que os antigos consideravam ser uma das entradas do inferno)
5. Minore (tornar-se menor, diminuto)



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Albus saiu da biblioteca e jogou-se na grama a fim de respirar um ar puro e esquecer por um estante todo o drama Scorpius/Rose, principalmente porque ele tinha as próprias questões. No ano anterior, um aluno intercambista de Castelobruxo começou a frequentar as aulas no mesmo ano que ele e isso fez uma reviravolta em sua vida:

 

“Com licença.” o rapaz aproximou-se de Albus timidamente “Eu ainda não consigo entender o castelo, poderia me ajudar?”

“Como?” Albus respondeu, surpreso com a abordagem.

“Falei alguma palavra errado?” ele perguntou sentindo-se minore(5) de vergonha.

“Ah, não!” Albus adiantou-se nervoso “É que... não imaginei que perguntaria a mim. Sou sonserino...”

“Falaram-me algo sobre a Sonserina, mas prefiro tirar minhas próprias conclusões do que dar ouvidos a fofocas. Sou Gabriel Sossai, vim do Brasil.” ele apresentou-se, estendendo a mão.

“Eu sei.” Albus respondeu, apertando a mão dele e sentindo um arrepio estranho “Albus Potter.” pigarreou “Me deixa ver seus horários...”

Durante a caminhada pelo corredor, Gabriel contou para Albus como eram os costumes no Brasil. Albus ouvia tudo atentamente, notando involuntariamente o quão engraçadinha era a pronúncia dele e como ele tinha a mania de inserir “y”s no final de algumas palavras:

“Sala de Poções.” Albus disse ao chegar. O trajeto foi célere¹ demais para o gosto dele.

“Obrigado pela companhia, Albus.” Gabriel disse e corou rapidamente “Ah! Desculpe! Esqueci que vocês se tratam pelo sobrenome!”

“Está tudo bem... Gabriel.” ele respondeu sorrindo envergonhado “A gente se vê na aula de Adivinhação.”

Durante todo o ano letivo, Albus e Gabriel andavam constantemente juntos. Scorpius e Rose gostaram muito dele também, mas nem de longe tinham conseguido estabelecer uma convivência como Albus vinha fazendo. Num determinando momento, inclusive, a garota com quem Albus tinha começado um romancezinho há alguns meses deu o ultimato para o rapaz:

“Eu aguentei Rose Weasley e Scorpius Malfoy, mas não dá pra competir com uma terceira pessoa dividindo sua atenção!” ela disse irritada.

“Não vou deixar de andar com o Sossai, nem com meus melhores amigos!” Albus respondeu indignado.

“Fez mesmo essa escolha?” a voz dela estava embargada e ele simplesmente confirmou com a cabeça “Pois faça bom proveito!” ela saiu bravíssima e quase atropelou Gabriel no meio do caminho.

“Não tive como não ouvir...” Gabriel comentou sentindo a tensão do averno(4) do término de Albus “Você está bem?”

“Meio que sim. Fazia tempo que eu não tinha certeza do que eu sentia sobre ela.” ele respondeu respirando fundo “Pronto para o último passeio para Hogsmeade desse ano?” ele emendou, tentando sorrir.

“Talvez... seja o último pra sempre.” Gabriel disse chateado “Não sei se terei condições financeiras de me manter aqui por mais um ano.”

“Meu pai é rico!” ele jogou do nada. Soou bem desesperado.

“Não posso aceitar! Seria vergonhoso... não, constrangedor!” Gabriel disse de imediato “Não sou seu amigo por seu dinheiro. Eu realmente gosto da sua companhia.”

“Eu também gosto da sua companhia...” Albus queria chorar, mas precisava ser forte “Não consigo imaginar como será o último ano sem você aqui.”

Gabriel sorriu cansado e seu rosto ficou vermelho. Sem saber como lidar com aquilo, Albus apenas sugeriu que eles tentassem focar apenas no passeio e aproveitar cada minuto como eles sempre vinham fazendo e foi assim até que eles se despediram na incerteza de se ver novamente depois das férias.

...

“Scorpius, eu preciso te contar uma coisa.” Albus comentou, pegando o amigo desprevenido em sua madorna³.

“Conta.” o amigo respondeu, virando-se na cama.

“Eu... eu acho que gosto de rapazes.”

Houve um silêncio que, de início, Albus achou ser porque o amigo tinha pegado no sono de vez, mas quando ele virou-se, seu olhar ansioso se encontrou com o olhar confuso do amigo:

“Mas você namorou a Davenport...” Scorpius comentou.

“É que eu gosto de meninas também.” Albus respondeu, dando de ombros.

“Foi o Sossai que fez você se sentir assim?”

“Que me fez perceber, sim. Eu tenho medo que ele não volte. Ele não me deu notícias.”

“Deve ser caro vir para Europa, quanto mais ficar aqui.” Scorpius comentou solidário “Sei que, se não der certo com ele, você vai encontrar alguém especial. Se ele ou ela quebrar seu coração, vai se ver comigo.”

“Obrigado. Sabia que ia me apoiar porque você sempre deixou claro em suas atitudes muito antes de verbalizar” Albus disse sorrindo e segurou a mão dele “Se você continuar comigo, posso superar qualquer detração.”

 

— Acorda dorminhoco! – Gabriel chamou de repente e assustou Albus – A mente tava longe, hein? – disse, sentando-se ao lado dele.

— Scorpius e Rose... de novo. – ele respondeu colocando-se sentado também – Meus amigos são insalubres às vezes.

— Espero que eu não esteja incluso aí. – Gabriel sorriu.

— Bem, quando você me deixou as férias inteiras sem notícias de se iria voltar ou não, você foi pior do que eles. – Albus jogou com ressentimento, mas divertido.

— Desculpe-me por isso, eu queria fazer uma surpresa. – ele sorriu e deu um empurrãozinho no ombro dele – Você pareceu feliz na estação.

— Eu estava feliz. Você estaria aqui comigo por mais um ano.

Os dois trocaram um olhar constrangido e depois contemplaram as cores do ocaso sobre o lago. As mãos deles estavam tão próximas que era quase como se tocasse e, como que combinado, eles falaram juntos e sorriram:

— Diz você. – Gabriel pediu envergonhado.

— Não quero perder tempo como meus amigos vêm fazendo, até porque tempo é algo que não tenho a meu favor. – Albus disse sério – Quando eu pensei que nunca mais nos veríamos, pelo menos não enquanto eu não passasse pelo Brasil, eu quase surtei!... mas aí eu percebi o porquê. – Albus segurou, enfim, a mão de Gabriel e disse do jeito mais rotundo² que conseguiu – Eu gosto de você, mais do que como amigo.

— Eu também! – Gabriel disse emocionado e o beijou nos lábios – Sonhei com esse momento desde que te conheci.


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Notas finais do capítulo

Tinha criança chorando, tinha gente me ameaçando, tinha mensagens nos comentários de suas próprias drabbles EXIGINDO que eu escrevesse sobre o casal secundário mais amado de todos e TCHARAN! Eis aqui!

Já deixo meu agradecimento por sua leitura e espero que tenha satisfeito o desejo de vocês! Não foi nada difícil escrever sobre os dois, porque eu também os amo rsrs

Vejo vocês nos comentários!



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