Falling for you escrita por wulpyx


Capítulo 1
Caught you


Notas iniciais do capítulo

estou arrasado e com isso voltamos com as fanfics
uma gofushi pra aquecer o coração de todos nós
boa leitura!



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"Você gostaria de ver algo legal, Gumi?"

Essas foram as palavras ditas por aquele homem estranho, semanas depois que ele assumiu a sua guarda e estava cuidando dele e de Tsumiki. Obviamente Megumi recusou, mas quem disse que um "não" era o bastante para parar Gojou Satoru?

O adulto tinha arrastado-o para um canto afastado da cidade, mais no interior. Ele olhava com alegria para a criança emburrada, esta, por sua vez, sem animação alguma em seus traços infantis.

"Vamos! Eu prometo que vai ser incrível!"

"O que você pretende, Gojou-san?"

"Me dê as mãos e jure que não vai soltar as minhas", Gojou pediu, mais sério, porém sem perder sua agitação costumeira.

"Você vai fazer algo estranho de novo?", a criança desconfiada indagou primeiro, relutante de se aproximar muito da figura do homem.

Satoru riu, pegando nas mãos pequenas em comparação às suas, sentindo estas serem macias e sem nenhum calo.

"Preparado? Então vamos lá!" Gojou não aguardou a resposta, ativando seu Infinito.

Era algo que Fushiguro já tinha observado nele e que, estranhamente, encontrava-se sempre desativado para si. Agora estava fazendo parte deste, dentro da área de seu efeito. A primeira constatação assustadora para a criança, foi perder seu chão. Literalmente.

Ele soltou um som medroso de início, seus olhos arregalaram de forma considerável, mostrando mais de suas esmeraldinas para as safiras que sempre estavam à observá-las.

"Hey, hey, não precisa ter medo, estou segurando você", Satoru assegurou-o, aproximando o garoto de si para quase um abraço.

Megumi estava sem fôlego, por pouco lembrando-se como era respirar quando atingiram uma altura considerável no céu. Eles estavam no meio do nada, voando. Isso era surreal. O garoto observava as casas abaixo deles, curioso. E no mesmo sentimento, ele olhou para cima, buscando o rosto de Satoru. Seus olhos estavam cobertos por aquele óculos preto estranho, podendo apenas visualizar seu sorriso persistente.

Ele transparecia uma calma absurda, assim como certo deleite. Então era desse jeito que ele se sentia? Fushiguro não entendia muito ainda do mundo dos feiticeiros, assim como o grande poder que Gojou possuía e seu imenso peso para o equilíbrio e desequilíbrio da humanidade.

Pelo menos, não ainda.

[...]

"Vamos, Megumi-chan. É o combinado!", Satoru choramingava para o garoto fazia exatamente quarenta minutos.

Talvez Megumi se arrependesse de ter feito promessas para um homem triste naquela época quando era criança, que mostrava precisar estranhamente de uma companhia silenciosa que o seguisse como se ele fosse uma mãe patinho. Mas o que realmente ele tinha de controle nisso? Era Gojou, afinal. Uma criança mimada no corpo de um adulto imponente e mal acostumado a não ganhar a recusa de ninguém. Exceto as diárias de Megumi.

"Cinco minutos. Tenho aula amanhã, não sou você que posso fugir das minhas obrigações só porque eu quero." Fushiguro cedeu após muitas vezes ouvir seu nome ser chamado de forma melódica e dramática.

As palavras do garoto como sempre pareciam facadas, assim como quando o conheceu. Agora, em seu início da adolescência, isso tinha piorado!

"Tão malvado comigo." O adulto fingiu estar magoado, recebendo de bom e mau grado o pulso alheio para ser preso por seus dedos compridos. A mão dele estava maior, mas em comparação a de Satoru, continuava minúscula e tão adorável de se apertar.

Não teve uma retruca da parte de Fushiguro, deixando com que aquela cena se repetisse como um disco arranhado. Ainda lembrava perfeitamente do dia em que se irritou com ele enquanto faziam isso e despencou do céu. Constantemente escutava as piadinhas infames sobre ter doído quando ele caiu por Gojou. Ele esquecia-se que ele tinha caído porque era estúpido e unicamente isso.

Aquilo parecia uma terapia para Satoru. Estar no meio do nada, tão alto e em lugares distantes de tudo e todos, que se tornava incrivelmente silencioso. Fushiguro, quando criança, fantasiava que ali de cima ele poderia tocar as estrelas.

Vislumbrando o céu brilhante por elas, sua mão de forma inconsciente fechou-se ao segurar com mais força a blusa de seu professor, atraindo um levantar de sobrancelha deste.

"Voltou a ter medo de altura? Já disse que não te derrubo mais. Estou te-”

"Me segurando, eu sei", ele cortou o homem, mas não por maldade. "Foi dizendo isso que você me deixou cair", acusou.

"Por que você é tão rancoroso? Eu disse que foi sem querer! E foi você que se debateu em primeiro lugar.” Satoru fez bico, porém não durou mais que um mero milésimo.

Ele estava relaxado. Até demais para quem estava literalmente planando no meio do céu como se não exigisse nada dele, ainda tendo Megumi deitado sobre si. Em total defesa dele, ele não achava nenhuma das outras posições confortáveis para estar voando com aquele idiota.

Ser segurado como uma princesa ou ficar em suas costas como no passado, já estava riscado da lista. Seu colo? Nem pensar. Apesar de, olhando para todas essas posições anteriores e prováveis outras, estar deitado em cima da pose preguiçosa, largada e também deitada de Satoru, não parecia ser mais aliviante, ou menos vergonhoso, para o adolescente em nenhum segundo em seus pensamentos.

Era difícil relaxar, não deixar todos os seus músculos tensos por qualquer movimento seu ocasionar a perturbação da paz que Gojou parecia conquistar aos céus quando tinham esses momentos. Fushiguro tentava se mexer pouco, também querendo apreciar aqueles poucos minutos que estavam afastados de tantos problemas e responsabilidades, de serem apenas o que a sociedade do mundo Jujutsu via eles como úteis.

Ele recordava-se muito bem da primeira vez: ele estava tentando alcançar as estrelas quando caiu. Pensando a respeito, que idiotice… Ele já tinha alcançado uma. Ou melhor, foi alcançado por uma como se fosse uma estrela cadente, realizando seu desejo antes mesmo que ele pudesse pensar no que deveria pedir. Tudo o que Megumi almejava já estava ali.

E então, ele relaxou. Talvez até demais para o gosto de Gojou.

Em um segundo, Megumi estava completamente contra o corpo de Satoru, e no próximo, ele estava caindo. O homem ainda usava sua bandagem preta para a visão, então uma expressão concreta não pôde ser dita de como foi seu rosto quando esse segundo rápido demais foi processado por seu cérebro.

Isso lembrava-o da queda livre de uma criança que tinha acabado de adotar aos seis anos. Como os pequenos, as minúsculas mãos e gordinhos dedos se lançaram para o aparente infinito céu, buscando as brilhantes e fascinantes claridades, chamativas e encantadoras.

Isso lembrava como seu coração bateu em sua caixa toráxica como louco ao perceber, antes mesmo de pensar, que ele já tinha se teletransportado espaço o suficiente da queda para pegá-lo antes mesmo que o universo inventasse de tramar um acidente.

Isso lembrava como a queda livre assustou-o, de como Megumi segurava as lágrimas para parecer forte, dizendo algumas palavras duras demais para Satoru e xingando-o de bobo. Principalmente porque o homem estava rindo, nada adequado para a situação da criança completamente assustada e que tinha despencado do céu por um descuido seu.

Isso lembrava em como, para confortá-lo, abraçou Fushiguro (a muito contragosto do menino), tirando suas bandagens ao olhá-lo diretamente, e talvez tivesse dito a coisa mais egocêntrica que um jovem adulto de sua idade e maturidade tinha para dizer naquela época.

“Você não precisa de nenhuma delas, já tem eu aqui.”

E Megumi lembrava-se perfeitamente também em como ele achou por muitos anos aquelas palavras de Satoru completamente ridículas e de que sairia somente de alguém que tem síndrome de Deus ou algo do tipo. Não que Satoru não fosse a definição perfeita disso, ele era, todos sabiam. Mas ele também estava certo, por mais que fosse muito difícil verbalizar e enchê-lo mais ainda o ego por isso.

E era por isso que Megumi estava caindo.

Ele não tinha mais idade para isso, ele não tinha mais medo. Ele tinha Nue dessa vez, e muito bem treinado. Ele não estava tentando alcançar nenhuma estrela dessa vez. Ele queria ser alcançado, ele queria ser pego.

Os braços fortes e protetores não demoraram para vir de uma forma suave demais para quem estava tentando socorrer alguém que estava tendo uma queda livre de bem mais de cem metros, ao mesmo tempo em que uma respiração grosseira escapava de seus lábios.

“No que você estava pensando?!”, Satoru exprimiu sua voz de forma quase dolorosa, os dedos lutando para não apertar o corpo inteiro de Megumi para se certificar de que ele não sairia escorregando novamente de seu contato.

Gojou não parecia ele. O homem era sempre tão cheio de confiança, tão cheio de si. Tão intocável com seu infinito, impossibilitando até mesmo que gotas de chuva entrassem em contato inadequado com ele, isso tudo de forma automática. Mas nunca com Megumi. Eles estavam sempre a átomos quase nús de encontro um ao outro. As leis da física pareciam brincadeira e a própria técnica de Satoru chegava a ser defasada quando se tratava desse relacionamento.

“Que você me pegaria.” Megumi não sentiu resistência quando suas mãos dessa vez alcançaram o pano preto, subindo pela testa e arrastando os fios branquinhos como neve no inverno a qual eles nasceram, até ter o pano enrolado em seu pulso, liberando os azuis de Satoru somente para si. Ele podia ver. Seus rostos ficaram próximos e as respirações bem mais estáveis, conforme a calmaria de suas almas se conectava.

Megumi lembrava-se depois que parou de sentir medo, quando encarou os olhos de Satoru depois daquelas palavras estúpidas, o quão perto ele sentia-se de uma verdadeira estrela. Não por seu brilhantismo, por sua grandeza, por seus significados ou qualquer coisa que pudesse botar aquele homem em um trono ainda mais majestoso a qual ele pertencia. Nunca porque era Gojou Satoru, portador dos Seis Olhos, Infinito ou qualquer outra bobagem de feiticeiros e do mundo que viviam. Ele via-o enquanto também era visto. Ambos apenas meramente humanos.

“E que eu tenho você aqui.”

Estavam ambos caídos um pelo outro.


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Notas finais do capítulo

agradecimentos a @Takt pela betagem milagrosa e ser sempre um amor comigo e meus erros, obrigado!
em meio a toda dor que tá rolando, hoje ainda é um dia feliz pra uma pessoa que amo. espero que seja um bom presente e te deixe confortável!
obrigado a todos que leram, see'ya ♡



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