Desarmonia: Os 4 deuses da Harmonia Livro 1 escrita por Alice P Shadow


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora para atualizar ♥ não desistam de mim!



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— Eu só não entendi a necessidade de eu estar aqui. – Axel interrompeu a discussão e a mulher apertou ainda mais a corrente em seus punhos. – Ei, eu sei que é difícil de acreditar, mas eu não sou masoquista.

— Se deixassem eu terminar meu raciocínio… – Mark fuzilou Lynn com o olhar – Você, ladrão, já estaria a caminho de Reyes-Regnum. – Ele resmungou – Precisamos das suas habilidades de fuga, infiltração e espetáculo.

— Reyes. – Um suspiro descrente e meio aterrorizado escapou de seus lábios – Você pendeu a cabeça? Me mata aqui, Majestade. Vai ser menos cruel.

— A intenção não é que você morra. Ao menos, não nessa versão do plano. – Os dedos de Mark deslizaram por um mapa no centro da mesa. Sua pele sentia as elevações do papel. – Mas podemos adaptá-lo caso esse incoveniente venha a acontecer.

— Incoveniente? – Agora o rosto de Wiven estava com a mais pura expressão de ódio – Está falando da minha possível e muito provável morte!

— Conto com suas habilidades para que isso não ocorra.

— Você é pior do que eu imaginava.

— Eu nunca disse que não era.

Axel se segurou pra não o chamar de burro.

O príncipe tinha uma chama no olhar que parecia querer explodir e obrigar que Axel o escutasse. Só que aquilo tudo não fazia o menor sentido. Se havia risco de ter mesmo uma guerra por não devolverem a merda de um pingente, o melhor jeito de erasolver era acalmar os nervos de Orion devolvendo. Não provocá-lo mais! O monarca poderia ser suicida, mas Wiven não era.

— E qual o maldito plano? Me infiltrar na corte dele?

— Preciso que seja capturado.

— Isso é burrice. – A garota de cabelo cacheado tentou argumentar novamente. – Não tem como.

Wiven mudou o peso de um pé pro outro. Era literalmente o plano dele pra roubar do príncipe o que Poul precisava. Talvez ele e Mark tivessem os neurônios mais alinhados do que imaginava. 

— Eu já disse para calar a boca. – Havia uma veia saltando da testa de Mark – Esse cara aqui é perfeito para o que precisamos. Ele vai fazer o trabalho…

— E por que acha que eu me arriscaria a-

— Porque vamos te pagar. – Foi a vez da garota ruiva se pronunciar. Era a primeira vez que ela abria a boca desde que o ladrão havia entrado na sala. – Não te soa mais atraente?

— Depende da quantia. 

— Eu vou ficar louco. – A raiva subia pela garganta do príncipe. Axel tinha certeza que o mapa estaria amassado e inelegível até o final da tarde. – Eu só quero que se deixe ser capturado. Se infiltre. Descubra os planos dele. E que pegue o coração da espada dele. Depois, só fugir pra cá.

— Ah, só isso? – Debochou, levando mais um aperto da corrente em suas mãos. – Faço por no mínimo quinhentas mil moedas.

— Duzentas mil. – A ruiva voltou a falar. Opala não entendia absolutamente nada da economia daquele lugar, mas, bastava que Wiven não soubesse disso.

— Quatrocentas. Vamos, estamos falando de ir até Reyes e arriscar meu pescoço.

— Trezentas. Duvido que um ladrão morrendo seja uma perda tão grande ao reino.

— Trezentas e cinquenta mil, e não tocamos mais no assunto. – Mark infereriu. Um sorriso percorreu os olhos do ladrão.

— Fechado. Então… poderia fazer o favor de me soltar? Imagino que saibam que não vou fugir.

Com um simples gesto do monarca, Axel estava livre e sem as correntes. A mulher foi dispensada e se retirou da sala. O ladrão massageou o próprio pulso e girou a mão de leve, tentando espantas a sensação que permanecia mesmo sem as correntes. 

Pôs-se então a andar pela grande sala, deslizando os dedos nos estofados chiques. Imaginou quais deles teria na sua futura casa chique com Ramier, que, com certeza, seria perto de um lago chique e teria seu próprio nome chique para que todas as pessoas chiques que ele conhecesse se admirasse com o quanto ele era chique.

— Precisarei de itens. – Comentou casualmente e se jogou num sofá estofado, deitado, com os sapatos em cima da almofada macia. Teria um daqueles também em sua casa.

— Você parte amanhã pela noite. Leve o que precisar e o que quiser. – Uma sentença perigosa. Wiven já conseguia pensar em uma série de coisas que queria. – Não deve mencionar nada sobre Kouris quando estiver lá. Diga que é de Dízon ou Bragi.

— Amanhã? Merda, eu deveria ter insistido nas quinhentas mil moedas pela urgência.

Ele falou de forma bem humorada, como uma piada, mas ninguém riu. Isso o ofendeu um pouco.

— Estamos dispensadas, Majestade? – Os olhos da ruiva reluziam com certa raiva. – Acredito que já deu o nosso horário e não queremos mais que perca seu precioso tempo com a gente.

Havia algo ali. 

— Saiam logo. – As duas se retiraram em silêncio, até que Wiven ficou sozinho na sala com o príncipe. – Como eu ia dizendo, preciso que seja capturado, mas não como prisioneiro.

— Me conte o plano do começo.

Wiven escutou com atenção. Conforme o Príncipe Kouris detalhava o que sua mente planejou, Axel se endireitou no sofá para demonstrar ainda mais atenção e cuidado.

Infelizmente, aquela droga de plano fazia sentido. O Rei Orion possuía alguns grupos de treinamento de guardas espalhados por toda Reyes. Cada um deles aprendiam a lidar com os mais diversos climas que assolavam aquele território  e a realizar magia para auxílio nas batalhas. E todo ano eles trocavam. Era uma rotatividade entre as equipes. 

Durante esse processo de troca de território, era comum os guardas em treinamento se depararem com feras do Encontro que se libertavam da intersecção dos mundos para os atacar. Algumas destruíram vilarejos inteiros menos protegidos. As tropas às vezes chegavam a tempo. Quando não, um resgate era realizado E Orion ordenava para que cuidassem dos sobreviventes. Wiven só precisava fingir ser um turista de Bragi nesses vilarejos afetados, ferido, e se deixar ser levado pelos oficiais. Precisaria dizer que gostaria de servir ao Rei por ele ter salvo a sua vida. E, efetivamente, entrar no castelo. 

Depois disso, viria a parte mais difícil: se tornar próximo o bastante de Orion para roubar sua espada. Ou melhor, substituir o coração da espada por uma réplica perfeita que Mark o entregaria. Por fim, era só dar o fora. 

Provavelmente morreria. Tinha tantas chances de dar errado, que Axel teve que respirar fundo algumas vezes. Mas seu futuro com Ramier, seu melhor amigo, dependia daquilo. 

Após resolver essa questão com Orion, faria o trabalho para Poul. E teria como negociar sua liberdade. Não só para negociar a sua, mas a de Ramier também. Dinheiro não faltaria.

— Como vou para Reyes?

— Irei te enviar para Bragi primeiro. Passe duas semanas por lá. Explore a cidade, se estabeleça e entenda os costumes de perto. – Um vento gélido entrou pela janela aberta e Kouris a fechou, de costas para o ladrão. Ele o olhou por cima do ombro. – Deve aprender a agir como um local. Orion ama Bragi. Depois de Reyes, é o reino que ele mais passou tempo. Vai saber dizer se você não for de lá.

— Não seria melhor eu ser de Dizon, então? 

— É uma possibilidade. Mas ele pode desconfiar por ser o reino de Amita. Minha prima. – Wiven assentiu. Fazia sentido. – Depois dessas duas semanas, pegue um navio. Deixarei as instruções de uma antiga amiga minha. Ela me deve um favor e te levará em segurança para Reyes. 

— Não acho que duas semanas sejam o suficiente para eu memorizar a vida diária de um reino e agir como um nativo. Mas entendo que não temos tempo. – Wiven também não tinha tempo. Em um mês precisava entregar o que Poul solicitou. Ele tirou o cabelo de frente do próprio olho e encarou Mark direto nos olhos – Acha que esse plano vai evitar a guerra?

— Acho que esse plano salvará Orion. – Não era a resposta que ele buscava. Não havia sido sua pergunta o bem-estar do rei. – Kouris ficará segura. – O príncipe completou quando viu a expressão incisiva de Wiven.

— Vai o salvar de quê?

— De se destruir para trazer Christopher de volta. 

— Ele já me parece destruído pela magia de amplificação de sentimento que fez todo mundo sentir ontem. 

— Ainda há… chance dele enxergar com clareza. De absorver o luto.

Axel observou o príncipe com atenção quando ele se virou. Os ombros largos prendiam um pouco pra frente, revelando uma postura fraca, cansada e quase de derrota. Seus olhos eram como chamas verdes de esmeralda, mas que lutava para se manter acesa. Mark Kouris precisava se agarrar a algo para não sucumbir e não afundar num poço. Assim como Wiven se agarrava ao sonho de ser livre. 

Ele percebeu bem ali que aquele homem não podia se dar ao luxo de sentir o luto como deveria. Tinha muito a resolver. Um reino sobre suas costas. Uma pressão interna gigantesca. 

O ladrão sentiu pena do monarca, mas ela foi embora ao se lembrar dos luxos que rodeavam a vida do homem.

Se levantou e caminhou até ele, o estendendo a mão. Kouris a apertou de forma firme e os dois murmuraram algumas palavras na língua antiga para selar o acordo. Quando afastou a mão, uma marca com o brasão de Kouris surgiu em seu pulso e depois sumiu. Ela só apareceria de novo quando o acordo fosse cumprido ou quebrado.

— Imagino que irei dormir numa cama decente hoje.

— Pedirei para que um quarto seja preparado.

Axel assentiu e saiu da sala logo atrás do homem. Poucos minutos depois, andava ao lado da mesma mulher da Guarda Esmeralda que o escoltou antes, mas, dessa vez sem amarras. Quando finalmente chegou no quarto, ele mal teve tempo de pensar e admirar o cômodo. 

Se jogou na cama macia e aconchegante. Abraçou um dos quatro travesseiros de algodão e se aninhou naquele mar de cobertores de luxo.

Não demorou para que caísse no sono. 


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Notas finais do capítulo

Conto com o comentário de vocês! Se chegarmos em 5 comentários nesse capítulo, eu atualizo antes ♥

O normal é 15 dias, mas, se bater 5 comentários antes, eu posto assim que chegarmos ;)



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