Aves de inverno cantam Segredos escrita por Shalashaska


Capítulo 7
A barganha


Notas iniciais do capítulo

Edit 23/06: Pois é, deu tempo de terminar o desafio kkkk Mas acho que foi realmente apressado. Gostaria de ter desenvolvido melhor certas partes, mas me faltava tempo e também palavras (já que tinha essa meta e limite de 10k). Enfim, espero que gostem ♥ Eu adorei passar um tempinho com Amelia e Lenora.
Quem sabe em outra ocasião a gente volte para o casarão na colina ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/809632/chapter/7

Passam-se poucos dias. Amelia não sabia dizer se o tempo voltara a transcorrer normalmente ou sua mente estava com a noção das coisas ao seu redor prejudicada depois de Lenora partir. Demorou também para explicar o desfecho para Maria, Albert e Alfonso, mas todos entenderam perfeitamente: Primeiro, Lenora foi uma criatura. Foi também uma mulher enganada e queria voltar a ser quem — e o que — ela sempre foi. Nada mais natural. Nada mais oposto do caminho que Amelia traçava para si.

Não, é claro, que Amelia almejasse se tornar outra pessoa. Mas não era um retorno a si. Era um encontro após tanto tempo sem conseguir se achar, mesmo que para isso… Ela cogitasse se tornar outra coisa. 

Escreveu uma carta sucinta para senhora Clemonte. O tom era de despedida, pois não tinha ideia de quando poderia ter notícias dela de novo — ou de quando poderia escrever mais uma vez. Sentiria falta de pedir livros complicados e jogar conversa fora. Mas, de novo, ela admitiu com sua letra redonda que a bibliotecária estava certa. Já era hora de viver suas fantasias.

A decisão não foi rápida, embora não tivesse a certeza de que podia chamar de decisão difícil. Chegou até pensar que era algo premeditado, já que não confiava mais na aleatoriedade do acaso. Amelia preparou sua mala de mão em seu quarto, um tanto surpresa por enfim notar que sua bagagem estava mais pesada — entretanto, não mais de desespero. Era a simples consequência de ter ganhado mais roupas para enfrentar o frio da colina, como aquele casaco que Lenora lhe deu quando Amelia confessou sua desilusão amorosa com Ligeia. Era a simples consequência de se sentir acolhida e pertencente à algum lugar. 

O sol já tinha caído há horas quando ela sentou-se no exato ponto em que viu Lenora criar asas. Tirou a caixinha de música do bolso do vestido, esperou o vento começar a brincar com seus cabelos. Já havia se despedido de seus colegas, embora tivesse a expectativa de vê-los de novo. Só não sabia exatamente quando. E por fim, escutou a canção da caixinha, recordando-se da voz macia de Lenora.

Pássaros cantavam quando Amelia chamou o vento para mais perto, oferecendo as pedras restantes do anel — duas estações de sua forma humana.

A barganha foi aceita. Os avisos foram poucos. E em uma fração de segundos, Amelia testou as asas e levantou voo.

O casarão na colina ainda é peculiar, mas as aves voltaram. É possível encontrar um par em especial, cujo um dos pássaros tem um anel na pata. Amelia e Lenora não são vistas em todas as estações no casarão, mas estão sempre juntas. Humanas ou não. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aves de inverno cantam Segredos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.