É Você a Luz escrita por Vic


Capítulo 1
Até que enfim


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, o bom filho a casa torna... então voltei com mais uma one para comemorar o dia dos namorados e o mês do orgulho ao mesmo tempo. Feliz dia dos namorados e feliz mês do orgulho!
Espero que gostem!



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Ainda era meio estranho para mim, todas aquelas sensações eram tão novas e tão antigas ao mesmo tempo que me senti meio inebriada. Houve um tempo em que Xena, a destruidora de nações só era digna de sentimentos ruins. Tudo o que eu inspirava nas pessoas era medo e dor, era apenas isso que eu causava em todos que cruzavam o meu caminho. Eu nem sabia que haviam sentimentos como aqueles dentro de uma pessoa como eu. Depois de tudo o que eu tinha feito, finalmente a encontrei e ela é tão linda, tão perfeita que não me achava realmente digna de merecer seu amor. Como Afrodite disse: o amor pode ser engraçado as vezes. Ela tinha razão, porque até pouco tempo atrás, eu era a pessoa que zombava do amor e dizia que ele era para os fracos.

Agora digo que se o amor é para os fracos, eu sou fraca, porque a amo com todo o meu ser. Nada no mundo é mais importante do que ela. Se ela estiver feliz, também estarei feliz. Quando estou com ela, me sinto invencível... sou capaz até de lutar contra um exército inteiro sozinha só para protegê-la. Seria capaz de passar por um círculo de fogo só para resgatá-la. Nem mesmo a morte me separaria dela, até na morte estaríamos juntas. Era nisso que eu estava pensando enquanto ela me encarava com um olhar curioso, esperando uma resposta para a pergunta que havia me feito há alguns minutos.

— Você. – Respondi a pergunta dela com um sorriso no rosto. Aquilo era tão óbvio que nem precisava ser dito em voz alta, mas eu quis dizer mesmo assim. O sorriso no rosto dela era tão lindo que quase perdi o fôlego, mas respirei fundo e continuei o que estava dizendo. – Você estava tão linda... mesmo sendo só uma alucinação.

— Xena... – Os olhos dela brilharam quando ela finalmente me encarou. Seu rosto estava um pouco avermelhado, mas dava para ver que ela tinha gostado do que tinha ouvido.

— O que? – Ri. – É a verdade. Você me salvou de todas as formas possíveis.

— Olha só quem é a poetisa agora. – Ela riu e seu nariz enrugou daquele seu jeitinho todo particular. – Não está machucada? – Se virou com a frigideira ainda nas mãos, e pude vislumbrar a preocupação tomar conta de seu semblante. – Foi um longo dia...

— Não, estou bem. Faria tudo de novo para estar aqui com você. – Me apoiei em meus cotovelos para olhar melhor para o seu rosto. – Estava perdida sem você. – Repeti quase a mesma frase que ela havia me dito em forma de alucinação no dia do meu casamento com Hrothgar.

— Me desculpa... – Murmurou. – Eu devia...

— Isso não foi sua culpa, Gabrielle. – Meu tom de voz era firme. – Foi minha culpa...

— Xena, você só queria...

— Não, eu não devia ter colocado aquele anel. – Me levantei e fui ao seu encontro. – Eu sabia o que ia acontecer e mesmo assim coloquei. Foi minha culpa. – Fiz com que ela soltasse a frigideira e se levantasse. – É por sua causa que ainda estou respirando... você é a minha vida. Sabe disso, não sabe? Não sou tão boa com as palavras quanto você...

— Essa foi a coisa mais linda que já ouvi em toda a minha vida, Xena. – Ela colocou o dedo indicador sobre os meus lábios e em seguida acariciou meu rosto. – Mas eu não queria que você tivesse passado por nada disso. Sei como é horrível estar em um lugar desconhecido. – Tirei a mão dela do meu rosto e levei até meus lábios, dando-a um beijo carinhoso.

— Não foi horrível, Gabrielle. – Sussurrei em um tom gentil. – Não foi horrível, porque você estava lá comigo. – Conclui e a vi sorrir novamente. – Podia não estar fisicamente, mas sua alma estava lá comigo.

— Você daria uma ótima poetisa, sabia? – Me deu um empurrãozinho no ombro e mordeu o lábio inferior para conter o riso.

— Deixo as palavras com você, sou uma mulher de ação. – Rimos.

— Uma mulher de muita ação. – Frisou o muita e voltou a rir. – Você não cansa de uma aventura, não é, princesa guerreira?

— Não se essa aventura me levar até a mulher mais bonita que meus olhos já viram. – Respondi segurando-a pela a cintura.

— Está me elogiando desse jeito só para fugir da pergunta. – Arqueou a sobrancelha e fez uma falsa expressão de tristeza.

— Qual delas, minha rainha? – Usei meu tom de voz mais formal.

— Você sabe. – Colocou suas mãos sobre as minhas.

— É que você faz tantas perguntas, teríamos que passar o dia inteiro aqui para que eu conseguisse responder todas. – Provoquei com a intenção de fazê-la ficar zangada, ela ficava tão linda quando estava zangada.

— Agora eu sei porque é que te chamam de princesa guerreira...

— Ah, é? – Arqueei a sobrancelha. – Por quê?

— Porque você é uma criança, Xena! – Pressionou o dedo indicador contra meu peito e me segurei para não rir. – Uma criancinha, é isso que você é!

— Sabia que você fica bonitinha quando está brava? – Ignorei o ataque de fúria dela e segurei seu rosto entre minhas mãos.

— Ah, Xena! – Chamou minha atenção. – É só você responder a minha pergunta... por favor? – Me encarou com um olhar pidão.

— Qual delas? – Repeti a mesma pergunta.

— Xena... – Fechou o punho.

— Tudo bem, calma. – Levantou as mãos em sinal de rendição. – Sim, eu me casei de novo. – Minha voz quase sumiu quando vi a expressão que Gabrielle estava fazendo. – Mas só me casei porque não me lembrava de quem eu era... e também não me lembrava de você. Jamais teria feito isso por livre e espontânea vontade, você sabe. – Procurei algum sinal de compreensão em seus olhos.

— Você sempre faz isso quando não estou por perto... primeiro com Ares e agora com esse tal de Hrothgar, talvez esteja mesmo precisando de um homem em sua vida. – Suspirou, a tristeza em seu rosto me fez ter vontade de chorar.

— Gabrielle, escuta. – Segurei suas mãos e olhei no fundo de seus olhos. – Não preciso de um homem na minha vida. Só disse que ia me casar com Ares porque ele estava te usando para barganhar comigo, e com Hrothgar não foi nada. – Ela abaixou a cabeça e eu levantei seu queixo com a minha mão livre. – Tudo o que eu quero, tudo o que eu preciso é de você. Você é a melhor coisa que já me aconteceu e nenhum homem jamais estará à sua altura. – Ela sorriu. – Somos almas gêmeas, lembra? Nosso amor é inigualável. – Também sorri. – Sabe de uma coisa? – Perguntei enquanto a erguia no ar, sentindo suas pernas enlaçarem minha cintura. – Hrothgar morreria se soubesse que não pude dar meu coração à ele porque já havia dado à você. – Ela tirou algumas mechas de cabelo do meu rosto e aproximou mais seu rosto do meu.

— E quanto a minha outra pergunta, é verdade o que disse? – Murmurou em um tom quase provocante.

— Sim, é você a luz. – Ela me deu um selinho tímido.

— Repete. – Pediu.

— Você é a luz da minha vida, Gabrielle. – Murmurei, sentindo seu coração acelerar. – Você me trouxe de volta a vida tantas vezes.

Ambas suspiramos, e ouso dizer que até mesmo a própria deusa do amor chegou a suspirar quando eu disse:

— Te encontrei, até que enfim.

Antes de ser beijada por ela novamente. A resposta para aquela pergunta era tão óbvia. Ela foi, era e sempre seria a luz que me guiava para o caminho certo. E mesmo após todos esses anos, ainda me senti impotente com a força do amor que sentia por ela.


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Notas finais do capítulo

É isso pessoal, até uma próxima.



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