Promessas escrita por Kathe Black


Capítulo 21
Capítulo 21: Perseguição




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Eu tinha dois dias. Dois dias era o tempo que Jared tinha me dado, era o tempo em que Edward e Jacob precisaram para estarem de volta. Pedi a Hope e a Claire que não dissessem nada por enquanto. Não era planejado, mas se eu estivesse em uma relação estável, eu certamente estaria feliz, o que não era o caso. Eu se quer contei para a Bella. Jared me olhava de longe, ele não se aproximou de mim durante toda a manhã da faculdade, tudo o que eu precisava era do meu amigo, mas o meu amigo estava com raiva por que eu não queria contar. Eu sabia que precisava contar, principalmente ao pai do bebê. Mas, uma vez que eu já sabia que ele estava novamente com Heidi, eu seria vista como a outra e eu jamais aceitaria esse papel. Como havia faltado vários dias na faculdade havia muita coisa acumulada, e eu acabei passando do horário. O prédio onde eu estava só tinha aulas até as 16h, já eram quase 18h e além dos seguranças, e outras pessoas que trabalhavam aqui, eu fui a última estudante a sair da biblioteca.

     Joguei meu material no banco de trás do meu carro, desatenta a qualquer coisa ou pessoa ao meu redor. Foi quando senti mãos se fecharem no meu cabelo, forçando a minha cabeça para trás, soltei um gritinho de dor. Quem me segurava, forçou seu rosto na curva do meu pescoço, passando sua língua. Eu tentei me esquivar, me virar e saber quem estava fazendo aquilo, até que o mesmo me empurrou para dentro do carro, me virei visualizando o rosto marcado de Peter. Eu tinha uma medida protetiva contra ele, meu pai conseguiu até a expulsão dele da universidade, ele não deveria estar aqui. Antes mesmo que ele pudesse entrar no carro eu abri a outra porta e saí correndo pra longe dele.

      - Socorro! – Gritei e corri pra dentro do prédio novamente, ansiando por encontrar algum conhecido ou no mínimo algum lugar para me esconder e ligar pra pedir ajuda. As poucas pessoas que haviam ali e escutaram meu grito olharam a cena sem entender ou preferiram fingir que não entendiam.

     - Estou ficando cansado, Renesmee. – a voz de Peter estava perto, eu nunca fui boa corredora. Entrei na primeira sala que vi, tentando fechar a porta, ele foi mais rápido e colocou o pé evitando que a porta se fechasse. – Seu amiguinho fez um belo estrago na minha cara, e bem, não me deixou terminar o que havia começado. – eu ainda acreditava que as ações dele tinham sido pelo álcool, mas eu estava enganada. – Ele não está por aqui agora, está?!

     - Me deixa em paz! Sai daqui! – eu gritava, me afastando sem tirar os olhos do sorriso psicopata dele. – Não toca em mim! – gritei mais uma vez, sentido a parede nas minhas costas. Ele sorriu de um modo que me deixou aterrorizada. Ele segurou nos meus punhos, com uma só mão prendeu meus braços a cima da minha cabeça, usando a outra mão para segurar meu rosto.

        Não consigo acreditar que me enganei tanto com ele, eu confiava nele!

      - Dessa vez você não vai me morder, e seu amiguinho não vai chegar pra atrapalhar.

      Sua mão que estava no meu rosto foi parar no meu pescoço, seus olhos focados nos meus, havia um prazer sádico na forma como ele me olhava.

       - Me solta, por favor. – implorei, temendo o que ele podia fazer comigo ali. – Não! Socorro! – gritei assim que ouvi som de passos no corredor. Ele me bateu, me derrubando no chão. Eu tentei engatinhar para longe, ele puxou meu pé e me virou, ficando por cima de mim. Eu morreria antes de deixar ele encostar em mim. Consegui alcançar a perna de uma cadeira, enquanto ele estava com o rosto enfiado no meu pescoço, enquanto tentava abrir meu short com apenas uma das mãos.

     Quando peguei a cadeira, a puxei derrubando por cima dele e consequentemente por cima de mim também, mas ele absorveu o impacto. Chutei seu membro nojento, o fazendo gritar de dor se contorcendo no chão ao meu lado. Não olhei pra trás em nenhum momento, corri em disparada para fora do prédio, naonwra apenas pela minha vida que eu estava correndo agora. Corri em direção a saída do campus, se tentasse ir pro meu carro não conseguiria sair sem que ele me alcance, estava perdendo o fôlego quando já na saída esbarrei com um segurança do campus.

— Chama a polícia, por favor. - implorei, deixando as lágrimas caírem. Ele percebeu o pavor no meu rosto, olhando em direção de onde eu tinha vindo. 

— Ele te atacou? - olhei para trás e vi Peter tentando disfarçar, dando a volta e caminhando como se nada tivesse acontecido. Eu assenti. - Ei rapaz, fique onde está. - o homem falou, o outro segurança que estava dentro da cabine saiu, tocando meu braço. Peter correu e o primeiro segurança correu atrás dele, enquanto o que estava ao meu lado avisava aos outros através do rádio. Ele me passou as chaves da cabine. 

— Entre, você estará segura aí dentro até que a polícia chegue. - eu obedeci, e o vi correr na mesma direção que os outros dois. 

Eu estava apavorada, meu corpo inteiro tremia, peguei meu celular e com muita dificuldade liguei para Edward. Avisei o que tinha acontecido, logo eles estariam comigo ali. Comecei a sentir uma dor, como um tipo de cólica, quase não conseguia ficar em pé. Então me lembrei que no momento em que engatinhei, Peter me puxou, me fazendo bater no chão de bruços, o impacto deve ter consequências.

Eu me apavorei

Minha família chegou no campus, a polícia já estava tomando meu depoimento. Eu fui acolhida pelos braços do meu pai e depois pela minha mãe. Pela primeira vez eu vi Emmett perder a animação no seu rosto.

— Filha, você está sangrando. - constatou Bella, olhando para a mancha de sangue na minha calça. - Ele chegou a encostar em você? 

Balancei a cabeça negativamente.

— Uma ambulância, agora - o policial chamava no rádio, nem eu tinha notado que estava sangrando.- Senhorita Cullen, sei que é constrangedor mas a senhorita terá que fazer exame físico que comprove a violência.

— Ele não conseguiu me violentar! - garanti em meio às lágrimas. Baixei a cabeça, envergonhada demais para olhar meus pais.- Eu estou, ou eu estava grávida. - confessei, ouvindo o arfar surpreso de todos eles. Mantinha meus olhos no chão. Envergonhada de toda aquela situação na qual me meti. 

Emmett foi o primeiro a reagir, ele me fez erguer o rosto.

— Você não precisa ter vergonha da sua familia, não fez nada errado. Estamos aqui por você. - ele me puxou, me envolvendo com seus braços enormes. - Mas, eu vou amassar a cara de um certo Black por ter te largado grávida.

O rosto do meu pai não era de alguém surpreso, era de alguém com raiva. Ele se afastou antes que eu pudesse dizer qualquer coisa a ele.

— Ele não sabe ainda. - murmurei, sabendo que era bem capaz de Emmett fazer isso mesmo. Eu não fazia ideia do que meu pai faria.

A ambulância não tardou a chegar, e mais rápido ainda eu estava em um quarto particular no Grey Sloan Hospital Memorial,  fui trazida para esse hospital a pedido da minha mãe,  para que pudesse ser atendida pela Dra. Addison Montgomery, que de acordo com a minha mãe e avô Carlisle, era a melhor obstetra do nosso país. Depois de vários exames, principalmente de sangue para confirmar a gravidez, a doutora voltou ao meu quarto, onde meu pai não soltava a minha mão, e a minha mãe estava sentada ao meu lado da cama, me aninhando em seu colo.

— Boas notícias, tivemos um pequeno escape, mas nada que realmente afetasse a saúde do feto ou da mãe.- ela era estranhamente amigável. - Pelo que pude ver você está com sete semanas...- ela começou a falar sobre inúmeras coisas que tida gestante ouve no primeiro pre-natal. Mas a única coisa que realmente me importou foi saber que não tinha sofrido o aborto. -... você poderia ter tido uma gravidez comum  mas infelizmente não será mais possível. Ainda estar gravida é um milagre considerando as condições e o trauma pelo qual você passou, e para que ele continue  bem assim você vai ter que fazer repouso absoluto.- ela estava tentando não me alarmar, mas eu era filha e neta de médicos, sabia o que ela estava tentando fazer. Meu filho ainda corria risco. - Eu irei acompanhar você pessoalmente a partir de agora, e vou pedir para que fique em observação durante pelo menos 24h.

Eles me deixaram sozinha para descansar um pouco, eu ficaria em observação por precaução por 24h. Eu sabia que meus pais queriam falar com a doutora longe dos meus ouvidos, e sinceramente não fazia questão de saber o conteúdo da conversa. Acabei adormecendo naquele lugar, acordando com uma discussão lá fora. Demorei a entender que era a voz de Jacob discutindo com meus pais.

— Nessie. - ela solta meu apelido em um sussurro, seus olhos  demonstram a preocupação que estava. - Você não devia ter se levantado. - reclama, tenta chegar em mim mas é impedido por um dos meus novos seguranças.

— Eu já disse para sair do hospital. - disse Edward, mantendo a ordem para que retirassem ele dali. 

— Só saiu daqui se ela me mandar embora! - Jacob afrontou. 

Minha mãe olhou pra mim, esperando pela minha resposta.

— Vai embora daqui, Jacob. Seus direitos como pai iram começar quando o bebê nascer, até lá, me deixe em paz.

Voltei para a cama em seguida, olhei o relógio que marcava 2h30min da manhã, o dia nem se quer tinha começado e eu já estava sofrendo novamente. Eu estava sofrendo por homem, eu não conseguia acreditar nisso.


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