Arautos do Fim do Mundo escrita por Sorima


Capítulo 1
Nomes


Notas iniciais do capítulo

Me baseio nos livros de D&D 5E, Livro do Jogador e Volo, como referência para construção dos personagens e suas classes. E provavelmente me basearei em outros livros da 5E para monstros e magias. Mantendo a devida liberdade artística para o desenvolvimento da história.

Boa leitura!



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Apenas o som do vento agitando as folhas, grilos e sapos se faziam ouvir naquela noite de lua nova. Caminhei silenciosamente sobre a grama fofa até o riacho que eu sabia correr por ali, afastado do vilarejo em que nossa caravana se encontrava, um local perfeito para tomar o meu banho de espuma mensal. Deixei o pano que usaria para me enxugar na beira e adentrei a água fresca com o sabonete que meu mestre, e veterano, me deu.

Aquele era um sabonete especial, não comercializado em nenhuma parte do Reino de Lume, além de limpar a sujeira e deixar um cheiro maravilhoso, ele tornava meu pelo macio e lustroso, acabando com qualquer suspeita do trabalho sujo que realizava. Esfreguei-o por todo o pelo até a ponta da cauda e sobre as orelhas características da minha espécie. Eu sou uma tabaxi viajante, uma humanoide do povo gato, e viajava com a caravana mercante de Aseir, um homem baixo e barbudo de pele quase tão escura quanto meus pelos pretos.

Mergulhei para tirar a espuma na correnteza e saí me envolvendo no pano seco. Caminhei para o local que tinha acendido a fogueira e comecei a tirar o excesso da água, depois me estendi em uma manta perto do fogo  deixando que o calor da fogueira extinguisse a umidade restante, me permitindo descansar de olhos fechados. As noites mais escuras costumavam ironicamente ser as mais tranquilas. E para garantir isso eu tinha colocado simples, mas diversas, armadilhas ao redor daquele local.

Quando me percebi seca e aquecida comecei a vestir a roupa: uma blusa justa sem mangas e uma saia verde farta com um corte em ‘V’ na frente, ajustei um cinto na cintura, no qual pendia um punhal simples na bainha, então coloquei a armadura leve de couro sobre a blusa e depois de bater a manta joguei-a por cima dos ombros para esconder a armadura e a lâmina. Coloquei o sabonete e o pano úmido na saca de couro, apaguei o fogo e retirei as armadilhas, cuidando de apagar qualquer rastro de que tinha estado ali.

Joguei o capuz do manto sobre a cabeça e fui na direção do vilarejo de Jargre, seguindo sob as árvores até avistar luz de fogueiras e ouvir o som de vozes e instrumentos. Respirei fundo me concentrando no ki que percorria livremente pelo corpo e deslizei para dentro da sombra mais próxima me teletransportando instantaneamente para a sombra sob as tendas da caravana.

Socialmente trabalhávamos como mercadores, e pelas sombras recolhíamos informações e realizávamos uma ou outra missão para o "monastério", fosse roubando ou assassinando, fazíamos o trabalho sujo; às vezes até para a nobreza. Nosso trabalho ali já estava feito. Me espreguicei satisfeita. Aseir devia estar ocupado com algum cliente já que não se encontrava na tenda. Talvez eu devesse sair para comer uma refeição decente, pensei já procurando o meu saquinho de moedas no alforge. Foi nessa hora que o vento entrou pela pequena abertura da tenda trazendo um cheiro familiar e o som de um acorde muito característico. Abri um pequeno sorriso enquanto sentia meu coração aquecer. Seria bom rever velhos amigos.

Ah, permitam-me apresentar tardiamente. Meu nome é Chuva de Sombra. Nome dado por aquela que me encontrou e adotou. Àqueles próximos de mim me chamavam de Sombra, mas para os conhecidos e sócios eu dava o nome de Mialee, nome élfico que o antecessor do meu mestre me concedeu, já que eu havia sido trazida pelo mar da distante terra da minha espécie, Maztica.

Saí da tenda empolgada, já que justamente seriam esses velhos amigos que eu encontraria.


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Notas finais do capítulo

Aceitando troca de leitura! Podemos combinar nos comentários.

Até o próximo capítulo!