Os órfãos de Nevinny escrita por brennogregorio


Capítulo 8
O dia dos fantasmas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/809400/chapter/8

— Uma chamada à diretoria logo agora? O que poderá ser? Será que eu tô com a roupa suja? Por que eles estão olhando pra mim dessa forma? Que coisa estranha. Além de me encher de perguntas, estou ficando cada vez mais curiosx.

— Aqui está S/N, senhor Pascualli — diz Meredith lhe apresentando ao diretor lhe fazendo sair de seus pensamentos.

— Muito obrigado, Meredith. Pode ir agora — diz ele.

— Com licença — Meredith sai fechando a porta.

— Então, vamos logo ao assunto, S/N. Não posso demorar muito, pois você deveria estar em aula agora, mas felizmente abri uma exceção pois é algo de muita importância.

— Bom dia diretor. E o que seria? — você pergunta.

— Esses homens são investigadores e estão aqui para saber mais sobre o ocorrido com Allison — diz o diretor apontando para dois homens em pé ao lado de sua mesa.

— Prazer, eu sou Micah Gnust, investigador do caso — diz um deles estendendo a mão para você.

— Igualmente. Eu sou S/N — você diz, cumprimentando-o.

— Eu me chamo Josh Farmiga, auxiliar do Micah — pronuncia o outro.

— Prazer em conhecê-lo também — você fala dando uma pausa — Mas então, o que querem saber?

— Não muita coisa, mas acreditamos que sua ajuda vai ser bem importante — diz Micah — Como você estava junto com Allison na hora do ocorrido, queremos saber mais sobre o fato.

— É, na verdade o que queremos que você nos diga são os detalhes, como por exemplo, o rosto dos criminosos — diz Josh.

— Sei que no momento do ocorrido estava um clima nervoso e de tensão, mas se você nos der as características dos criminosos seria muito importante para a investigação. Você conseguiu ver o rosto deles? Ainda lembra? — Micah questiona.

— Não, eu não vi. Eles 'tavam de máscara e de coletes marrons. Não deu pra ver nada — você responde.

— Certo. E como eram as características deles? Tipo de corpo...

— Um deles era magro, com a pele um pouco clara. O outro era um pouco gordinho, moreno tinha uns olhos grandes. Esse último era o que pilotava a moto.

— Boa observação — diz Josh enquanto anota tudo o que você diz em seu caderninho de anotações.

— É, mas... Desculpa a pergunta, mas por que vocês não me chamaram na delegacia pra me fazerem essas perguntas? Não seria o ideal? — você questiona.

— Seria. Mas nosso chefe é muito persistente e nos deu essa missão. Manda bem quem pode, obedece quem tem juízo.

— Eu sei, mas... fazer uma investigação assim na escola é estranho. Pode chamar atenção. Aliás eu estou perdendo aula nesse momento.

— Mas logo poderá ir para sua aula, não se preocupe. Nós já acabamos por aqui — diz Micah.

— Mas já? — você pergunta, surpresx.

— Sim. Obrigado por suas respostas, elas serão bem úteis.

— Tá, mas posso perguntar uma coisa? — você diz.

— Claro que sim, mas a resposta dependerá de sua pergunta — Micah fala.

— Vocês tem notícias sobre Allison?

— Nós sabemos que Allison já saiu do hospital e está em casa.

— Então elx está bem?

— Sim, não se preocupe. Logo elx estará de volta — Josh encoraja.

— Mas olha que coisa boa — comenta o diretor Pascualli.

— Fico feliz em saber disso — você diz forçando um sorriso e dirigindo-se em direção à porta. Bom, se eu já estiver terminado, então já posso ir?

— Ah, sim, mas espere! — exclama Micah tirando um envelope branco de sua mochila lhe entregando — Aqui, isso nos foi entregue hoje para ser passado à você.

— Um envelope? Mas quem mandou? — você pergunta.

— Nosso chefe não nos permitiu dizer quem é o remetente, mas a única dica que posso te dar é...

— "JM" — diz você em tom baixo ao deparar-se com as iniciais escritas no canto do verso do envelope recebido.

— Essas iniciais. A única pista que te damos são essas iniciais — Micah completa.

— Você sabe quem possa ser? — o diretor Pascualli pergunta, curioso.

— Não. Não faço a mínima ideia — você responde.

— Então não há nada mais para fazer aqui. Pode ir para sua sala — Pascualli ordena.

— Certo. Agradeço pela compreensão e obrigadx pelo envelope.

— Não há de quê — Micah diz.

— Tenha um bom dia, S/N — Josh fala.

Saindo da sala, você segura o envelope que recebera com firmeza enquanto que ao mesmo tempo começa a pensar a respeito de quem possa ser o dono daquelas iniciais registradas. De um modo súbito hesita ir ao banheiro rapidamente para poder ver o conteúdo do envelope, se é um convite ou uma carta, mas infelizmente não pode, pois a aula ainda está acontecendo e não poderia continuar perdendo mais alguns minutos. Ainda mais com a chegada de Meredith que aparece para lhe acompanhar de volta.

Depois de passar por vários corredores e fazer todo o trajeto finalmente chega em sua sala. Você explica o motivo de ter se atrasado para a aula para o professor e entrega para ele um pequeno papel quadricular que Meredith havia lhe entregado com a permissão para entrar na sala. O professor aceita e logo permite sua entrada.

Agora com mais essa novidade e com todo o mistério, certamente será um pouco difícil se concentrar na aula sabendo que agora você está portando algo que nem sequer desconfia do que possa ser. Se é bom ou ruim, só o futuro poderá dizer.

⌚ 07:42 p.m.

— Tá na hora do jantar. Você tem algo específico que quer comer hoje?

— Hum... Eu não sei. O que você decidir eu vou concordar — você responde.
— Então posso escolher qualquer coisa mesmo? — pergunta Lívia.
— Uhum, pode.

— Tá bom. Então vou pedir uma pizza vegana, com bastante cebola cozida e espinafre pode ser?

— Pode.

— S/N! Você não tá prestando atenção!

— É claro que eu "tô" — você diz com o olhar longe.

— Não tá, não. Você concordou que eu pedisse pizza com cebola e espinafre.

— Ah, serve. Pelo menos a gente fica saudável.

— Espera, espera. Pode me dizer o que tá acontecendo. Você tá bem mesmo? Parece tão distante.

— 'Tava pensando aqui em uma coisa.

— O que é? Me fala.

Você hesita em responder por alguns segundos mas prefere assim fazer. Então, logo de uma vez diz:

— Hoje uns investigadores foram lá na escola.

— Investigadores?! O que eles queriam lá? — pergunta Lívia sem entender.

— Eles foram me fazer perguntas sobre o dia do acontecido com Allison — você responde.

— Ah, isso. E o que falou pra eles?

— A verdade, né? Falei pra eles o que aconteceu no dia. Tentei dar o máximo de detalhes possível.

— Entendi. Mas vem cá, isso não era pra ser feito na delegacia? — ela indaga.

— Foi a mesma coisa que eu disse na hora. Mas eles disseram que estavam cumprindo ordens.

— Tá, mas você tá assim no mundo da lua por causa das perguntas que eles fizeram?

— Na verdade, não.

— Então...

— O que me incomodou foi o que aconteceu depois — você fala mostrando o envelope pra Lívia.

— Uma carta? De quem é?

— Não sei se é uma carta e não sei de quem é. Quer dizer, eu até acho que sei de quem é.

— Como não sabe de quem é? Quem foi que te entregou isso? — ela questiona, desconfiada.

— Foram os investigadores — você diz.

— E eles não sabem quem é o dono?

— Pior que não.

— Que coisa sem cabimento — Lívia exclama.

— Oha, vê e me diz o que acha. Mas não abre! — você diz entregando a carta para ela.

Lívia recebe o envelope de suas mãos e o analisa por completo até avistar as inicias no verso.

— JM? Quem seria "JM"?

— Você não consegue pensar em ninguém que tenha o nome que começa com J e tem por sobrenome a inicial M? — você pergunta.

— Ah, é lógico que sim, né? Tem tanta gente que pode ter nome assim, tipo John Mendez, Julian Morgan ou até Michael Jackson só que com a ordem invertida que nem escreve nos Estados Unidos — ela diz gargalhando.

— Haha, muito engraçada — Deixa de brincadeira e pense seriamente. Quem que nós conhecemos com essas iniciais que poderia mandar uma carta?

— Não! Você acha que...

— Eu só consigo pensar no nome de uma pessoa quando eu vejo essas letras juntas — você profere.

— Se for ele, como você pode ter certeza assim? Você ainda nem abriu o envelope. Aliás, por que não abriu até agora? — pergunta Lívia.

— Não, não e não. Eu não quero! Eu prefiro ficar sem saber. Pra me mandar algo assim sem ter o nome completo apenas com essas duas letras eu só consigo imaginar ele e eu não quero ter esse tipo de contato agora.

— Mas, S/N você tem que abrir. Olha, já tem meses que tudo aconteceu e se for mesmo ele, essa deve ser a oportunidade de você ouvir uma explicação. Se bem que acho que nem merece ouvir explicações. Esse homem já falou tantas coisas — ela diz, descontente.

— Explicação? Não existe explicação para o que meu pai fez, Lívia. Isso manchou o nome da família. Você sabe. Isso me machucou muito, me envergonhou — você diz, irritando-se.

— Eu sei, mas... Todo mundo merece uma nova chance, né? Até seu pai — ela fala revirando os olhos.

— É, mas eu não quero isso. Pelo menos não agora. Não estou prontx pra isso, pois parece que tudo vai voltar à tona a qualquer momento e eu não quero que isso aconteça de novo justo agora que tô começando a entrar no meu melhor momento de recuperação — você fala.

Um silêncio profundo toma conta do espaço.

Lívia te olha com uma expressão de preocupada, mas logo uma ideia surge de sua cabeça com o intuito de quebrar o clima constrangedor.

— Vamos.

— Pra onde? — você pergunta.

— Vou te levar no "Side Phantoms". Se arruma aí que eu vou fazer o mesmo — ela ordena.

— Não sei se quero ir — você fala já com menos irritação.

— Acho que você não entendeu. Eu não perguntei se você quer ir, eu disse que nós vamos.

— Mas eu...

— Nada de mas. Você vai se levantar desse sofá, colocar uma roupa e nós vamos sair. AGORA!

— Mandona.

Mesmo não estando com tanta vontade de sair por causa da conversa que teve com Lívia sobre o tal envelope sem o remetente explícito, você acostuma com a ideia e acha que seria uma boa sair para relaxar o estresse e as dúvidas que acabara de ter e assim poder se distrair um pouco e mudar o foco de um assunto para outro que não te deixasse pensando sobre o que não queria pensar.

Havia um tempinho que não andava mais pelo "Side Phantoms", aquela bela e animada lanchonete com luzes néon que adorava frequentar.

De fantasma lá não tem nada, pois, lá sempre frequenta os mais variados tipos de pessoas — algumas até de cidades vizinhas — e sempre (SEMPRE!) que vai lá sempre aparece alguém que lhe chama a atenção. Mas nunca acontece nada, só aquelas trocas básicas de olhares.

⌚ Passado um tempo...

Trinta minutos vocês chegam no Side Phantoms. Como dito antes, a lanchonete é bela e animada. Um ponto turístico seria um dos termos de defini-la, pois várias pessoas circulam por todos os lados tanto dentro como fora do local observando tudo e se divertindo como se não houvesse nada parecido em nenhum canto do mundo.

— Você viu? Viemos no melhor dia. Adoro quando está cheio assim — Lívia comenta.

— Eu também. É sempre bom ver várias pessoas assim juntas — você diz.

— Espero que a gente consiga uma mesa disponível.

— É — você diz olhando ao redor a procurando de uma...

— Acho que aqui fora não tem. Vamos ver lá dentro — Lívia sugere.

— Tá.

No mesmo instante você e Lívia adentram o Side Phantoms. Mas apenas por um tempo, pois, depois de tanta procura não encontram nenhuma mesa disponível. Então, saem do local e, decidem olhar mais uma vez do lado de fora, pois tinha a chance de alguma mesa estar vazia, pois a maioria das pessoas preferiam ficar do lado de dentro devido ao espaço para uma pista de dança e também uma seção de jogos eletrônicos e sinuca.

— É, a noite tá boa mas não pra gente. Acho melhor voltarmos pra casa — você diz após mais uma vez não encontrar nada.

— Não, nada disso. Vamos olhar só mais um pouquinho — Lívia diz.

Andando por ali, vocês passam por algumas mesas e claro, todas ocupadas.

Seguindo atrás de Lívia, você olha atentamente os arredores buscando por algum lugar mesmo sabendo que não vai encontrar até que ouve uma voz chamando por seu nome que lhe tira a concentração.

Você para e olha para todos os lados em busca da pessoa até que sente uma mão em seu ombro. Então ao perceber a proximidade, imediatamente se vira dando de cara com alguém sorridente que diz:

— Oi, S/N. Que coincidência te ver por aqui.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os órfãos de Nevinny" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.