Os órfãos de Nevinny escrita por brennogregorio


Capítulo 62
Depois do jogo




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Em uma das mesas do refeitório, você e seus colegas se reúnem para falar dos últimos acontecimentos ocorridos na escola, mas, seja o que tiver acontecido, o assunto não poderia ser outro se não a competição do jogo de vôlei ocorrida no fim de semana.

— Com certeza isso foi proposital. Era puro medo de perder, pois as meninas já estavam com a taça na mão — comenta Allison sobre o estopim da briga que causou a saída de Rebekah e Micaella na partida de desempate.

— Aquela garota foi má. E estrategista também. Daria uma ótima parceira pra Cynthia — diz Max, sorrindo.

— Nem pense dessa hipótese acontecer de verdade. Isso causaria um verdadeiro caos — você declara.

— Bom dia, gente. Qual é a boa de hoje? — pergunta Cris se aproximando jogando a mochila em cima da mesa.

— Ah, que bom que você chegou, Cris. Não 'tava mais aguentando segurar vela — você diz, aliviadx.

— Deixa de conversa, S/N! Max chegou há uns minutinhos — diz Allison.

— Minutinhos suficientes pra eu ficar constrangidx. Vocês se beijam demais.

— Isso eu tenho que concordar. Mas o que podemos fazer se somos tão apaixonadxs? — Max pergunta aproximando-se de Allison para mais um beijo.

— Olha aí, tá vendo? Era por isso que eu 'tava passando agora — você reclama.

— Cynthia não exagerou quando chamou vocês de grudentxs. Mas pra sua alegria eu já estou aqui, S/N, ainda esperando por uma resposta da pergunta que eu fiz. Então mais uma vez eu vou perguntar: qual a boa de hoje? — Cris pergunta dessa vez usando um tom de impaciência.

— Ah, nada de novo. Mas as nossas amigas são o assunto do momento — Allison responde — Micaella esteve com a gente antes de S/N chegar e as pessoas aqui do refeitório começaram a olhar a todo instante pra ela e também a cochichar.

— A Micaella 'tava aqui? — você pergunta.

— O pessoal não perdoa mesmo. Nem fingem que estão falando da garota. Mas foi só ela ir embora que tudo voltou ao normal. Ainda bem — Max declara.

— E pra onde ela foi? Por que não ficou aqui com a gente? — Cris pergunta.

— Ela saiu. Não disse nada. Apenas foi — Allison responde.

— E quanto a Rebekah? E o que aconteceu com Tommy? — você questiona.

— A Rebekah me mandou uma mensagem dizendo que não vem hoje — Allison responde.

— O Tommy nós não sabemos dele. E nem queremos — Max fala — Ele deve ter faltado por vergonha de ter sido descoberto naquele dia.

— Faz sentido — Cris diz.

— Rebekah tem que ser forte. É péssimo quando quebramos a cara com alguém que confiamos. Mas esse cara conseguiu me surpreender com o que ele fez usando a própria amiga. Não quero nem imaginar se eu tivesse no lugar dela — você diz, lamentando.

— Nem eu — Max dispara — Descobrir uma traição assim na frente de todo mundo deve ser traumático. Já pensaram na vergonha que a pessoa deve sentir? Que isso fique de aviso pra você, Allison. Eu não quero imaginar você cogitando fazer uma coisa dessa comigo um dia.

— Amor, assim você me deixa envergonhadx. Espero que esteja brincando — Allison fala.

— É claro que eu tô. Eu confio cegamente em você.

— Eu 'tava aqui pensando, essa coisa toda que aconteceu com as meninas foi muito ruim pro time. Poxa, era o set de desempate. Depois que elas saíram, o time foi abaixo. A Cynthia continuou firme e forte como capitã, mas não foi o suficiente pra elas ganharem a competição. Ela praticamente carregou o jogo nas costas — Cris comenta.

— É verdade. Tenho que admitir que aquela garota é bem dedicada quando tá liderando alguma coisa. Isso ninguém pode mudar — Allison fala — Mas já aproveitando o assunto da conversa, onde você e S/N estavam depois que a gente foi procurar por Rebekah?

— É. Vocês nem apareceram por lá. O que aconteceu? — Max pergunta.

— Ah, é que aconteceu uma coisa. Eu e S/N fomos paradsx por uns colegas meus e um homem que insistia em tirar uma foto nossa. Tentamos sair de lá, mas o cara foi o maior chato — Cris responde.

— Que cara? — Allison pergunta.

— Eu não sei. Talvez ele trabalhava no evento do jogo. Eu nunca vi ele por aqui — você diz.

— Pois é, nem eu — Cris fala — E além disso apareceram uns amigos e foi mais difícil de sair dali. Quando fomos ver vocês já tinham ido.

— Entendi — Max diz.

— Mas e aí? Nós perdemos algo de interessante fora a discussão?

— Não. Era basicamente aquilo. Mas agora Micaella e Rebekah querem se vingar de Tommy. Micaella me contou por mensagem. Disse que 'tava angustiada, mas que também tirou um peso das costas dela e que tá determinada nesse plano. Vamos ver no que vai dar — Max declara.

— Eu não quero nem pensar nisso. Não gosto dessas coisas — Allison comenta.

— Ah, você é tão certinhx — diz Cris.

— Não sou certinhx, só prezo pela paz. Micaella é esperta e sabe tramar coisas. E isso me dá medo às vezes.

— Eu fiquei curiosx. Quero ver o que elas vão fazer com Tommy e como ele vai escapar das duas — você declara.

— Você que ver o circo pegar fogo não é? — Cris lhe pergunta.

— Por que não? Desde que eu não esteja envolvidx ou no centro da confusão.



Estava tudo no calmo no refeitório quando de repente ouve-se um som de microfonia vindo dos alto-falantes.

Como de costume, os alunos aguardam um novo comunicado de Meredith, como ela faz de vez em quando pra anunciar algo importante. Mas dessa vez o inesperado acontece no instante que uma diferente voz ecoa no microfone pegando a todos de surpresa.

— “Muito bom dia, meus queridos. Dessa vez quem vos fala não é a nossa querida e admirável Meredith como podem perceber, mas ela permitiu que eu comandasse aqui por algum tempinho, então eu que assumo agora.”

Um falatório e cochichos tomam conta do local e a expressão dos estudantes é claramente de confusão. É estranho porque somente os funcionários da escola podem ter acesso ao microfone, e essa é a primeira vez na história que ele é comandado por um aluna.

— Espera, eu conheço essa voz — Cris fala.

— O que a Cynthia tá fazendo com o microfone da Meredith? — Max pergunta.

— Vai saber. Essa daí não para — Allison diz.

— Vamos ver o que ela vai dizer, gente — você fala.

— “Eu sei e todos sabem qual o assunto do momento que está rondando a escola. E sim, é sobre a competição de vôlei que aconteceu nesse fim de semana, mas que infelizmente não tivemos a vitória graças a algumas pessoas que contribuiram pra que isso acontecesse. Jennifer do Colégio Dolaville e Tommy do primeiro ano H, eu agradeço vocês imensamente por isso onde quer que estejam agora. Mas, não é somente isso sobre o que eu venho falar pra vocês. Depois de tanta insistência durante todo o ano, finalmente eu trago uma notícia que eu já queria dar há dias: a partir de hoje a nossa escola terá uma rádio exclusiva com direito a músicas escolhidas pelos alunos e notícias acadêmicas de nosso interesse. Se eu pudesse, falaria de outras coisas também, sobre certas coisas que acontecem na escola envolvendo os alunos, mas com certeza eu seria expulsa por isso. Em breve daremos mais detalhes de como funcionará as seleções das músicas escolhidas através do nosso painel de informações logo na entrada da escola e também pelos que estão fixados em algumas paredes dos corredores. Enfim, é somente isso que eu tenho pra dizer pra vocês hoje. Um bom dia brilhante pra todos.”


Os alunos, então, especulam entre si comentando sobre o comunicado. Alguns comemoram alegres e outros confusos. Inclusive ao seu redor.

— "Um bom dia brilhante pra todos”? Acho que alguém acordou de bom humor hoje — Allison diz, rindo.

— Até parece — Max fala.

— Espere aí, vocês ouviram o que ela disse? — você pergunta.

— O quê? Sobre o Tommy e a Jennifer? Ela não perdeu tempo mesmo em mencionar os nomes deles — Cris dispara.

— Não! Sobre o que ela queria fazer se pudesse. Parece que ela não tem noção mesmo. Já pensaram o caos que ia ser esse colégio?

— Nem me fale. Mas tem gente que ia adorar isso — Allison diz.

— Os anarquistas você diz. Aqui tem muitos. Essa do microfone é uma — Max declara.

— Ia ser o fim da cultura da escola. Mas ainda bem que o pessoal tem bom senso.

— Eu nunca passei por uma situação dessas em uma escola. Seria curioso se isso acontecesse. A desordem e o caos. Os professores e o diretor iam ficar malucos — você diz dando uma risadinha.

— Não da ideia, S/N. Se alguém te ouvir dizendo você vai ser a primeira suspeita — Cris fala.

— Eu só 'tava brincando. É lógico que eu não ia fazer uma coisa dessa.

— Eu acho bom mesmo. Não quero que nosso grupo seja o centro das atenções mais uma vez. Já foi a história do Tommy e a bebida alcoólica no Super 8, agora ele mais uma vez com as meninas. Mais uma polêmica não vai dar certo — Allison diz.

— Vocês já repararam que essas coisas vieram acontecer de um tempo pra cá? — Max pergunta — É, tipo, principalmente depois que S/N se juntou à gente.

— Como é? — você fala.

— É, sabe... não me leve a mal. Depois que você chegou essas coisas começaram. Parece que você atrai isso pra gente. Não tô te culpando de nada, mas é só uma comparação.

— Não liga, S/N. Max é assim. Às vezes diz coisas nada a ver — Allison fala dando uma leve cotovelada em Max que nada diz apenas revirando os olhos.


— Que tal irmos andando pras nossas salas? Essa conversa já tá ficando longa — Cris sugere levantando-se de seu assento.

— Você chamando a gente pra ir pra sala? — Allison pergunta fazendo uma expressão desconfiada.

— Eu acho uma boa — você diz.

— Então vamo'. Hoje eu tô empolgadx porque é dia de uma das matérias que eu gosto: artes — Cris fala.

— Tinha que ser — Allison diz.

— Eu também gosto. Tomara que hoje seja mais interessante — você declara.

— Que sorte vocês têm. Pra mim hoje é só química e matemática — Max fala.



O sinal toca indicando a hora dos alunos irem para as salas.

— Ó, bem na hora. Vamos, hoje é meu dia — diz Cris animadx logo saindo apressadx.

— Ei, espera a gente! — solicita Allison.

Logo, vocês pegam suas mochilas de cima da mesa onde estão e saem apressadamente para tentar acompanhar Cris que já está bem adiante. Em segundos, aos poucos o refeitório vai se esvaziando; os alunos também põem-se a mover depressa para que não se atrasem e levem uma punição dos monitores sempre tão rigorosos. Enfim, essa é mais uma manhã de outono que se inicia no Colégio Montreal, tão calmo mas que tem traz algumas surpresas. O que será que ainda pode acontecer pela frente?


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