Neo Saint Moon Ares escrita por OrochiYashiro


Capítulo 35
Uma importante revelação




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Instantes depois, todos os heróis estavam no Templo de Atena, a pedido de Máscara da Morte de Câncer.  Melhor dizendo, Karl.  O burburinho era geral. 

 

AFRODITE:  Por que o Máscara da Morte pediu para que todos nos reuníssemos aqui? - indaga. 

DOHKO:  Não o chame mais assim, Afrodite!  Seu verdadeiro nome é Karl.  E o que ele tem a dizer é muito importante. 

SAORI:  Seja lá o que ele tem a nos dizer, é muito importante, e devemos todos ouvir – diz. 

SHION:  Atena tem razão.  Ele pode ter errado muitas vezes, mas, se o que tem a nos dizer é importante, temos que ouvi-lo falar. 

 

Eis que Karl se apresenta perante todos. 

 

MICHIRU:  Só espero que esse tratante não volte a falar mal do meu gelinho novamente, senão... - ameaça em voz baixa. 

AMI:  Mantenha a compostura, Michiru!  Vamos ouvi-lo, por favor. 

KARL:  Que bom que todos estão aqui.  Esse tempo todo, em vim escondendo algo muito importante de vocês.  E que tem a ver com meu passado. 

MILO (pensando):  Será que temos um Camus 2.0? - pensa, brincando. 

KARL:  Ontem, ao acaso, eu vinha andando em mais uma de minhas patrulhas nos arredores do Parthenon, quando encontrei o Seiya acompanhado da Serena e desses jovens que afirmam terem vindo de vários anos no futuro.  E enquanto conversavam, mencionaram o nome de uma pessoa que, ao ouvi-lo, me soou familiar.   

SERENA:  Afinal, que interesse tem você na minha mãe, seu brutamontes? - esbraveja. 

SEIYA:  Calma, meu amor.  Vamos ouvir toda a história - e a contém. 

KARL:  Aham...  pois bem; a moça que a Princesa da Lua citou, ela se chama Ikuko Tsukino.  E essa moça é minha irmã mais velha! 

 

Ao ouvir aquilo, todos ali presentes arregalam os olhos espantados. 

 

REI:  Como...  ele...  é irmão da mãe da Serena?! 

HARUKA:  Mas...  isso é mesmo sério? 

SHURA:  Máscara da Morte...  ou Karl...  por que você nos escondeu isso tudo o tempo todo?  Já basta o Camus, que durante anos, nos omitiu o fato de ter família ainda viva, e você também? 

KARL:  Shura...  a coisa não é tão simples assim como você pensa.  Mas vou contar tudo a vocês aqui.  Eu nasci na Itália, e meus pais, oriundos de uma comuna bem pobre, migraram para o Japão, em busca de uma vida melhor.  Entretanto, foram assassinados por bandidos xenófobos que caçavam imigrantes, por não aceitar a presença de estrangeiros no país.  Soube-se depois que eram membros da Yakuza! 

SHIRYU:  O que...  a máfia japonesa?! - indaga. 

KARL:  Isso mesmo, Shiryu.  Fiquei algum tempo num orfanato, até que um casal se interessou em me adotar.  E esse casal já tinha uma filha grande, com 13 anos à época.  Era Ikuko Tsukino! 

 

Serena fica ainda mais estarrecida, ao ouvir novamente o nome de sua mãe a ser pronunciado pelo Cavaleiro de Câncer. 

 

SERENA (pensando):  Então...  esse homem todo arrogante e de personalidade energúmena...  ele pode ser mesmo meu tio? 

KARL:  Fui criado pelo Casal Tsukino como seu filho.  A princípio, tudo parecia bem, até que um belo dia, enquanto eu estava na preparatória, comecei a me envolver com militância política.  Entrei para o grêmio estudantil, que pregava ideais de esquerda, o que vão, em sua maioria, contra a mentalidade direitista da sociedade japonesa, que continuava a ser conservadora, mesmo após a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial.  Passei a fazer panfletagem divulgando a causa esquerdista, a comungar com as ideias de filósofos como Marx, Engels, Gramsci, dentre outros.  E isso irritava muito meus pais, que eram anticomunistas convictos.  Quando foi um belo dia, junto de meus outrora colegas de preparatória, me envolvi num incidente envolvendo a polícia.  E neste incidente, um homem foi morto. 

 

A surpresa de todos os presentes era imensa.   

 

KARL:  Depois deste incidente, meu pai decidiu que eu devia ir para um internato, mas Ikuko, que já era grande, e estava de noivado com um moço chamado Kenji, propôs a ele que me expulsasse de casa.  Ele a ouviu, e assim fez.  Fui posto na rua!  Revoltado, comecei a viver de roubos e furtos, até que um dia, me escondi no cais no porto, e, clandestinamente, embarquei num navio cargueiro.  E aqui, na região dos Bálcãs, vim parar.  Vendo que o único jeito de sobreviver era ficando mais forte, comecei a treinar para ser um dos Cavaleiros de Atena.  Entretanto, com o tempo, comecei a nutrir uma forte sede de poder, o que fez de mim um criminoso.  Eu achava que tinha que ser assim; passar por cima de tudo e de todos para vencer, para ter sucesso.  Mas, quando foi um dia, encontrei alguém que me venceu em combate, me mostrando que não é por aí que as coisas funcionam – e vira-se para Shiryu. 

LITA:  Amor...  foi você quem o venceu no passado? - indaga, em voz baixa. 

SHIRYU:  Isso mesmo, minha flor. 

KARL:  Até que, mais tarde, voltei com os demais para ajudar a destruir o Muro das Lamentações, para que os Cavaleiros de Bronze fossem até os Campos Elíseos destruir o corpo físico de Hades, o que nos fez desaparecer do mundo, como se tivéssemos morrido.  O resto, todos sabem. 

 

Saeko Mizuno, que ali estava com os filhos, ao ouvir aquele final, fica perplexa. 

 

SAEKO:  Camus...  então você...  e todos os demais...  estavam...  MORTOS?? - indaga, aterrorizada. 

CAMUS:  Mamãe...  era como se estivéssemos.  Era mais um sono, um estado de hibernação, até que fôssemos resgatados de lá.  E graças à Rainha Serena, do antigo Milênio de Prata, tivemos nossa liberdade.   

SAEKO:  Por Deus...  que horrível isso!  Meu amado filho...  preso num lugar inóspito, como se estivesse morto – e o abraça, chorando profundamente. 

CAMUS:  Não se preocupe, mamãe.  Isso não mais há de acontecer.  Nada nem ninguém no mundo vai nos separar novamente, eu asseguro! - diz, bastante emocionado. 

 

 

Um breve silêncio se forma ali. 

 

MARK:  Interessante...  um assassino psicopata...  e ao que parece, se redimiu...  será? - indaga, desconfiado. 

BETH:  Meu bem...  depois dessa história toda que ele contou, talvez o Karl esteja sendo sincero. 

KARL:  E estou mesmo, diva dos ringues.  No fundo, eu mesmo preferia estar morto por tudo que fiz.  Se ainda estou vivo, creio que isso seja mais como um castigo por tudo de errado que fiz. 

SHION:  Karl...  muito obrigado por ter sido sincero e nos contado a verdade sobre seu passado.  Espero que assim, você aprenda também a se policiar mais, e parar com essas brincadeiras sem graça que costuma fazer.   

KARL:  Sim, Patriarca.  Aprendi a minha lição - diz. 

MU:  Bem, com isso, o Camus não é o único de nós a ter família. 

 

Serena, por sua vez, ainda não aceitava o fato de ter como tio um sujeito que, no passado, cometeu muitos crimes. 

 

SERENA:  Não é verdade...  esse homem...  ele não pode ser meu tio...  NÃO PODE!!! - gritava. 

MINA:  Serena, mantenha a calma.  Ele pode ter feito muita coisa errada no passado, mas agora, está se esforçando ao máximo para se redimir e limpar a alma.  Dê uma chance a ele para se entender com sua família. 

SHUN:  Minha amada tem razão, Serena.  Você precisa perdoar os erros do Karl.  Perfeito ou não, ele é seu tio. 

SEIYA:  Você não precisa amá-lo, só precisa perdoá-lo, amor.  E além do mais, hoje nós corremos sério risco de sermos mortos pelos berserkers.  Se não fosse por ele ter aparecido... 

 

Sabendo que seu amado tem razão, Serena sorri. 

 

SERENA:  Sim...  você tem razão, meu querido – o abraça. 

SAORI:  Que bom que o Seiya conseguiu fazer a Serena aceitar o fato de o Cavaleiro de Câncer ser seu tio – diz. 

DARIEN:  Verdade, minha amada.  Mas os berserkers ainda voltarão a nos atacar, querendo vingar os que derrotamos antes. 

SAORI:  Eles não têm como entrar aqui.  O Parthenon é muito bem protegido, pode ter certeza que aqui, eles não entram. 

 

Saori está certa.  Graças ao seu cosmo como Atena, não é possível nenhum invasor conseguir entrar.   

 

Mais tarde, em seu templo zodiacal, Karl estava a meditar.  Pensava sobre tudo que contou na presença de todos, no templo de Atena. 

 

KARL (pensando):  Ainda me sinto perturbado por dentro...  mas, aos poucos, estou conseguindo me redimir com meu passado.  Ikuko...  infelizmente eu fui um péssimo homem, um péssimo irmão para você.   

 

Nisso, segurava um antigo retrato que conservava de sua família, com seus pais adotivos - já finados – e com Ikuko já grande, quando começara seu noivado com Kenji.   

 

KARL (pensando):  Não sei se vou sobreviver a essa guerra contra Ares, mas...  se eu sair vivo...  vou lhe procurar, para que possamos ter nosso entendimento em definitivo. 

SEIYA:  Máscara da...  ops!  Perdão, Karl...  podemos entrar? - indaga. 

KARL:  Seiya...  não vejo nenhum problema. 

 

Eis que Seiya, junto de Serena, Rini e Koga entram em Câncer.   

 

SEIYA:  Karl...  entendo o quão você deve sentir mágoa de sua família... quer dizer...  da família que o adotou, pelo fato de ter sido expulso de casa...  mas você não pode alimentar rancor por eles.   

KOGA:  De fato!  Haja vista que você mesmo admitiu ter errado na sua juventude. 

KARL:  Eu vou procurar a Ikuko e me entender com ela.  Não do jeito que estão a pensar, de forma violenta.  Não...  eu terei uma conversa bem franca com ela.  É disso que estamos precisando; um diálogo direto. 

RINI:  Que bom que está disposto a mudar seu destino, Karl! - diz. 

SERENA:  Sabe...  para mim, ainda é um tanto difícil ter que chamá-lo de tio...  até mesmo reconhecê-lo como o sendo, ao levar em conta o seu passado... 

KARL:  Eu entendo suas desconfianças, Serena.  Realmente, não é fácil ter um tio que nem eu, com um passado bem mórbido.  Mas, com o tempo, as coisas hão de se ajeitar. 

KOGA:  Espero que o choque de realidade que a Michiru lhe deu o tenha feito cair em si – diz. 

 

Karl, ainda resignado com a bofetada que levara da filha de Poseidon, vira a cara para o lado. 

 

SEIYA:  Koga...  por que você foi falar isso? - ralha. 

KOGA:  Perdão...  não foi por mal... 

SEIYA:  Antes não tivesse aberto a boca! - e se vira para o ex-serial killer – bem, Karl, nós vamos nessa.  Até mais! 

SERENA:  Cuide-se bem, tio...  ops!  Karl... 

 

Será que Serena está disposta a aceitar o ex-Máscara da Morte como seu tio, agora que sabe toda a verdade de seu passado? 

 

Enquanto isso, outras coisas se passavam na altura do Cabo Sounion.  Camus e Michiru estavam a contemplar o horizonte do Mediterrâneo.  Hyoga e Ami também ali estavam, bem como Mark e Beth. 

 

CAMUS:  Adoro contemplar o horizonte do Mediterrâneo deste ponto, minha amada ninfa marinha.  É um dos meus lugares preferidos – diz o Príncipe do Gelo. 

MICHIRU:  Sem dúvida, é muito lindo, meu gelinho. 

HYOGA:  Se não me engano, foi na prisão, que fica bem aqui abaixo, que Saga prendeu Kanon, quando este ainda era malvado. 

AMI:  Nossa...  sério isso? - indaga. 

HYOGA:  Sim, meu floco de neve.  Saga fez isso para que Kanon não matasse Atena, que era recém-nascida, à época.  Mas ele conseguiu fugir, indo parar no Santuário de Poseidon, deu início a uma guerra contra a superfície, mas quando se deu por conta de seus erros, pediu-nos perdão. 

Sentindo uma profunda nostalgia, ao olhar o horizonte do oceano, Michiru abre o estojo onde guarda seu violino. 

 

MICHIRU:  Essa beleza toda me encanta...  vou até tocar um pouco – diz. 

CAMUS:  Maravilha, minha ninfa!  Amo ouvir o som de seu violino – sorri. 

MARK:  Com licença...  será que posso tocar junto? - indaga – Eu também sou músico. 

MICHIRU:  Bem...  não vejo por que não.  Tudo bem, será uma honra. 

 

E o Príncipe da Cruz abre o estojo onde guarda sua flauta.  Ambos começam a tocar juntos.  Todos ali presentes se encantam com a melodia.   

 

AMI:  Incrível...  os dois são excelentes músicos - sorri. 

HYOGA:  Verdade, meu lindo floco de neve. 

BETH (pensando):  Mark...  amo muito vê-lo tocar, é tão doce... 

 

Nisso, sem que os heróis percebam, o som da melodia chega ao fundo do oceano, em direção ao Santuário Submarino.  Poseidon, que estava em seu trono, ouve o som do violino de Michiru, mais a flauta de Mark, e sente que sua filha estava bem perto. 

 

POSEIDON:  Essa música...  e essa energia...  sim...  FILHA!! 

 

Em seguida, manifesta toda a força de seu cosmo, que faz com que o oceano forme um enorme turbilhão, diante dos heróis. 

 

CAMUS:  O que é isso? - indaga – O oceano...  está virando um turbilhão... 

AMI:  Mas o que será isso, afinal de contas, irmão? 

MARK:  Muito estranho este fenômeno...  parece quando Atlântida submergiu no oceano. 

 

Eis que Michiru sente a energia de Poseidon a chamá-la. 

 

MICHIRU:  Essa energia...  tem alguém me chamando... - e o chacra em sua testa, em forma de tridente, brilha. 

 

Nisso, Michiru é envolta num grande resplendor.  Passado o fulgor, ela aparece vestindo um belíssimo vestido verde-mar, e com seu espelho mágico. 

 

BETH:  O que aconteceu com ela? - indaga, sem nada entender. 

CAMUS:  Michiru...  então ela...  SIM!!!   

HYOGA:  O que está acontecendo, Mestre?  E por que a Mestra Michiru mudou de vestes? 

CAMUS:  Hyoga...  só pode ser isso.  Michiru...  ela é a filha do Imperador Poseidon! 

TODOS:  O QUÊ?? 

CAMUS:  Poseidon me veio certa vez, em forma de sonho, pedir-me para proteger sua filha.  Sem dúvidas, minha amada ninfa é a filha dele. 

 

Das águas do mar, a voz de Poseidon ecoa. 

 

POSEIDON:  Princesa Netuno...  minha amada filha...  finalmente eu a encontrei! - dizia. 

MICHIRU:  Essa voz...  PAPAI!!! 

POSEIDON:  Filha...  venha ao Santuário Submarino.  Quero muito poder rever-te... 

MICHIRU:  Sim, papai, eu vou. 

 

E se transforma numa bola de luz verde reluzente, indo até o turbilhão que se formou na superfície do Mediterrâneo. 

 

HYOGA:  Mestra!!! - grita. 

POSEIDON:  Camus...  venha você também!  E seu discípulo e sua irmã também podem vir. 

CAMUS:  Sim, Imperador...  Hyoga, Ami...  temos que ir até o Santuário Submarino, e agora! 

AMI:  Que assim seja, irmão! 

 

Camus, Hyoga e Ami se vestem para ir ao Santuário Submarino. 

 

HYOGA:  Mark, Beth...  esperem-nos aqui!  E avisem aos demais – diz. 

MARK:  Certo, Hyoga. 

 

Camus mergulha no rodamoinho oceânico, acompanhado de seu discípulo e sua irmã mais nova.  O que será que o Imperador Poseidon deseja com eles, lá embaixo? 

 

BETH:  Será que eles sobreviverão?  É muito profundo... - diz, apreensiva. 

MARK:  Se houver mesmo uma passagem submarina para um reino no fundo do oceano, eles chegarão lá vivos, sim, amor.   

SAEKO:  Ah, vocês estão aí, meus jovens...  e Camus, Ami e os demais, onde estão? 

MARK:  Senhora Mizuno...  seus filhos tiveram que ir ao Santuário Submarino de Poseidon.  Pularam no Mediterrâneo - diz. 

SAEKO:  O QUÊ??  Mas...  isso é sério?  Ai, meu Deus...  não suporto a ideia de ver meus amados filhos como guerreiros, isso é tão perigoso... - põe as mãos no rosto, demonstrando preocupação. 

BETH:  Calma, Senhora Mizuno, eles sabem o que fazem.  Sobretudo Camus, ele é muito experiente, sabe com que está lidando.  Ele foi ver o pai da amada dele, o deus dos oceanos. 

SAEKO:  O que...  a Michiru...  ela...  ela é filha...  de um deus?! 

 

Parece que a mãe de Ami e de Camus terá que se acostumar a ver muito mais coisas que nunca antes tinha visto na vida. 


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