Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 106
Futuro - Encantamento




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Ele havia dito "procure-me mais tarde", mas não que tenha especificado um horário para isso. Shara relutou em não sair correndo e ir até ele imediatamente após a Sra. Malfoy ter se retirado da sala, mas Shara sabia que essa poderia não ser uma boa ideia. Encontrando o banheiro mais próximo, Shara se apoiou sobre a bancada, se sentando e tirou seu moletom preto e batido. Ela precisava cuidar daquela velha cicatriz, que agora latejava como consequência do seu encontro nada feliz com o Sr. Malfoy. Ela aplicou a pomada fornecida pelo seu pai de maneira até mesmo exagerada, suspirando aliviada, aquilo de fato ajudava. Ela observou seu próprio semblante no espelho, era estranho se reconhecer agora, tanto havia mudado desde que ingressara em Hogwarts e agora havia aquilo sobre o piano, sempre algo novo. Foi quando Shara se Lembrou de Beta e Gina que a estavam aguardando na biblioteca, por Merlin, ela estava atrasada e certamente haveriam perguntas a respeito, afinal ninguém demora tanto assim para buscar uma varinha… droga ela ainda tinha que buscar a varinha, suspirando, Shara se apressou.

No final da tarde, e sem poder esperar mais, ela decidiu que aquele era definitivamente um bom horário para procurá-lo. Ela havia passado o resto do dia, estudando com as amigas e se sentiu bem em poder se ocupar com elas daquela forma, as perguntas foram toleráveis até e os olhares de reprovação de Beta passaram em instantes, especialmente quando Shara demonstrou algum interesse pelo artigo sobre a extinção de criaturas magicas na Inglaterra que ela lia de forma animada. Não que Shara tenha prestado alguma atenção de fato nos dados e estatísticas, mas ela estava aprendendo a atuar e ganhar alguma vantagem com isso, mesmo quando sua mente vagava e estava em outro lugar longe dali, bom nem tão longe assim....  Ela não conseguia parar de pensar no ocorrido mais cedo, naquela sala de música, e na história por traz daquele piano, e precisamente sobre o encantamento que ele carregava bem como suas implicações.

Shara parou em frente a porta de madeira dos aposentos de seu pai, porta que acabará de se projetar ali, ela queria muito aquele momento a sós com ele, ela sentia falta de estar em sua companhia e ela queria conversar, ela tinha tanto em mente para discorrer sobre o ocorrido, e sem mencionar que havia tanto sobre o passado dele para questionar, ela sabia que ele, assim como ela não gostava de responder perguntas, mas Shara estava aprendendo a contornar, e aquilo sobre a amizade dele com a Sra. Malfoy, era no mínimo curioso, as coisas que ela havia dito para Shara a fizeram pensar em como seu pai teria sido quando mais jovem... Shara sabia tão pouco sobre ele... sobre o seu passado, no caso sobre a parte não sombria da sua vida, sobre aquele que era o seu pai de verdade e que cada vez mais a surpreendia pela forma como se importava com ela, sim ele havia a protegido essa manhã, se arriscando por ela novamente, se expondo mais do que deveria... Shara deu um passo à frente, tocando a parte central da madeira e esperando que a porta se abrisse contudo... ela não se abriu, desconfiada Shara tentou novamente, e ainda uma vez mais, estranhando a falta de resposta... O que estava errado ali?

Ela encarou a porta por um longo momento, tudo nela parecia normal como sempre era, nada que pudesse sinalizar alguma mudança ou que chamasse sua atenção, mas ainda assim ela não estava se abrindo, teria que ter um motivo… seu coração disparou ao sentir uma apreensão começar a se forma em sua mente, em um esforço Shara tentou empurrar tais pensamentos para trás... buscando outras abordagens, primeiro ela pensou em bater na porta, mas algo a deteve... seria ridículo da sua parte, bater... A única forma de passar era tendo acesso liberado para isso, do contrário não seria bem-vindo... e pensando sobre não ser bem vindo, ela congelou talvez ela não fosse de fato bem-vinda... sim... e se ele tivesse removido o seu acesso? ... mas por que ele faria isso? E por agora? Não faria sentido... ela tentou uma última vez... ainda nada, por Merlin aquilo não era algo trouxa que pudesse simplesmente quebrar, a única forma dela não poder acessar era óbvia, ele a havia impedido, seu coração disparou... dispersando qualquer expectativa de um encontro feliz entre pai e filha que ela projetou... ele estava chateado com ela... e era bastante ruim.

Shara pensou sobre isso… bem talvez fosse mesmo aquele incidente com o Sr. Malfoy mais cedo, talvez aquilo tenha lhe custado algo... algo que ele possa ter atribuído a ela, a culpando por sua vocação em arrumar problemas, seu coração parecia estar prestes a saltar pela boca ao pensar na possibilidade dele usar aquilo como halibe para a estar afastando da sua vida outra vez, então ela recuou...  dando alguns passos para trás, aquilo… não era justo, ela sequer teve voz… ele não podia fazer isso com ela, ela precisava encontra-lo... ela queria gritar, se justificar, falar para ele que dessa vez ela não tinha nenhuma culpa, mas como? se ela não podia acessa-lo… Ele havia tirado isso dela… mesmo quando ele se parecia tão protetor essa manhã… era uma oscilação em tanto, a vida ao lado dele era mesmo uma montanha russa completa, sentindo um arrepio percorrer sua espinha enquanto aquela realidade começava a se instalar... Ciente de que sim ele havia mesmo bloqueado seu acesso, ela se encolheu. E aquilo… era como ser abandonada outra vez... abandonada por quem ela mais amava... e isso a assustava, numa proporção ainda maior do que no passado, o corredor estava vazio, era escuro e frio... O corredor retratava muito bem aquilo que estava acontecendo dentro dela, seu peito apertou, com uma sensação de sufocamento, como se estivesse sendo envolvida por uma névoa. Ela estava hiperventilando... Embora tentasse manter o foco, aquilo era uma crise? Parecia que sim… ela precisava controla-la, quando ela ouviu vozes que vinham pelo corredor, dificilmente alguém passava por ali, mas podia acontecer… no desespero de ser pega do lado de fora e naquele estado lastimável, que pioraria ainda mais as coisas, Shara correu.

—__

Naquela noite, Shara não havia comparecido à refeição no grande salão principal, deixando Severo bastante irritado, sendo que sua presença publica era meramente por se sentir compelido a observá-la mais de perto já que os eventos daquele dia o deixaram ainda mais indisposto para socializar... onde havia se metido aquela garota estúpida? Ele mesmo havia dito para que ela o procurasse mais tarde… por que ela tinha sempre que se mover no sentido contrário? Era frustrante, demasiadamente cansativo, principalmente agora que ela não estava mais usando o colar, e tornava-se difícil monitorá-la, ela podia estar em qualquer lugar, ele não confiava nela, fato que o deixou ainda mais impaciente.

Além do mais... considerando que ela não havia se dirigido até ele, aquele arranjo não parecia mais viável. O tempo havia passado e o toque de recolher estava próximo, não seria seguro para ela circular sozinha pelo castelo àquela hora. Ele esperava que ela entendesse isso, especialmente depois do último incidente em circunstâncias semelhantes. No entanto, havia algo mais... seu sexto sentido aguçado o alertava de que teria companhia naquela noite e isso reforçava ainda mais a razão pela qual não poderia tê-la em seus aposentos privativos naquele momento, simplesmente não seria adequado. Ele precisava comunicar isso a ela, pois desejava manter o encontro, mesmo que estivesse apenas adiando-o. No entanto, aquela garota insolente não apareceu. Ele não gostava da ideia de transmitir esse tipo de mensagem por meio de seus subordinados, especialmente quando não era um assunto acadêmico. Ele bufou de frustração. Encantar um pergaminho também não resolveria, já que ela só o encontraria quando fosse para a cama, assim como da última vez que enviara um pedido de desculpas. Com poucas opções restantes, ele se levantou, decidindo abordar sua tendência de pular refeições mais uma vez na próxima vez em que se visse. Honestamente lidar com um dragão adulto seria mais fácil do que lidar com ela

—Srta. Chavez, entregue essa mensagem a Srta. Epson… faça isso agora - ele pediu, tentando demonstrar alguma urgência, isso sempre funcionava, enquanto via a monitora se mover sentido a porta da frente. Apesar de desejar ver Shara pessoalmente e saber como ela havia passado o resto do dia, isso teria simplesmente que esperar, maldita pirralha desobediente, sempre dificultando as coisas... ele suspirou se retirando.

Mais tarde já devidamente acomodado, Severo relaxou, ele abriu um bom vinho, ciente de que aquele rótulo certamente a agradaria e se sentou confortavelmente em sua poltrona, ele estava de costas para a lareira, propositalmente instalado, enquanto aguardava, Severo abriu despretensiosamente a cópia do profeta diário que ele havia largado ali mais cedo naquele dia, passando os olhos pelas mesmas matérias sensacionalistas e inúteis de sempre, não havia nada que valesse o seu tempo e muito menos sua atenção… alguns minutos foram o suficiente, até que ele ouviu o crepitar do fogo, inclinando os lábios sutilmente para cima, ele sorriu, um movimento que não poderia ser captado por ela, mas que revelava a vitória da previsibilidade que era sua ilustre companhia, ele bebericou um pouco do líquido em sua taça, fingindo não ter notado sua presença, mesmo quando o perfume dela, algo tão característico preenchia todo o lugar, sim algumas coisas simplesmente não mudavam com o tempo...

—A que devo a honra Cissa? – ele perguntou usando ironia - duas visitas em um único dia, confesso que estou surpreso - não ele não estava surpreso, afinal aquela era Narcisa e ele não seria tão ingênuo a achar que ela receberia a informação sobre o fato dele ter tido uma filha, filha essa com idade escolar agora e ela simplesmente deixasse isso passar… não... não ela, não a sua amiga Narcisa.

 _Desde quando sua chaminé fica tão exposta e vulnerável assim? - ela perguntou, sem sinalizar qualquer surpresa por ter sido descoberta tão facilmente por ele - e por qual razão ela estaria ligada diretamente a mansão Malfoy? - ela pediu, havia desconfiança em seu tom de voz.

—Desde que Lucius me pediu, a algumas semanas atrás - ele respondeu de maneira incômoda, ele detestava aquelas circunstâncias, mas simplesmente não haviam opções quando se tratava de Lucius, e Alvo havia concordado com isso, havia tanto em jogo... e essa era a principal razão pela qual ter Shara circulando em suas alas de forma livremente, não era cabível, não enquanto aquilo prosperasse.

—Negócios? – ela pediu enojada enquanto se aproximava dele, ele podia ouvir o barulho do salto que ecoava de forma estridente à medida que ela se movia em sua direção.

—Certamente nenhum que seja do meu interesse – Severo disse bastante sério ao se levantar assim que ela entrou em seu campo de visão, demonstrando um pouco de cavalheirismo de sua parte.

—Sou mesmo tão previsível assim? – ela perguntou, enquanto pegava a taça que ele havia deixado sobressalente em cima de um apoio lateral.

—Sim – ele voltou a se sentar, fazendo sinal para que ela também o fizesse – imagino que Lucius não esteja em casa hoje – ele sorriu a provocando - ou talvez ele não se importe que sua esposa faça visitas noturnas, aos aposentos privativos de outro bruxo - ele usou malícia, ela também sorriu, embora de forma recatada.

—Digamos que ele teve um imprevisto e precisará ficar ausente por uns dias – ela disse se servindo do vinho – algo relacionado com o ministro da magia na Rússia, obviamente – ela bebeu um gole - que eu não acreditei nisso... ele certamente está se encontrando e saindo com algumas de suas adoráveis amantes... sabe como elas podem ser… bastante exigentes – ela respondeu com desprezo – não que eu me importe, é claro.

—Eu percebo - Ele a estudou atentamente, ela mantinha a mesma postura estoica de sempre, mas havia um sinal revelador em sua expressão e suas mãos tremiam sobre a taça... ele não acreditava que fosse por causa de Lucius. Não, ela tinha razão ao afirmar que não se importava. Ele sabia que ela não se importava... assim como sabia que ela o procuraria naquela noite. Sim, ele tinha essa certeza desde o momento exato em que ela o deixara em sua sala de aula mais cedo naquela manhã. Havia assuntos pendentes, e tratando-se de Narcisa, ela jamais adiaria uma questão que a estivesse incomodando no momento presente. Velhos hábitos... que nunca mudavam. No entanto, havia algo mais...

—Passei a tarde na biblioteca Severo– ela interrompeu o silencio – procurando por respostas... - ele arqueou uma sobrancelha, pois sabia que não era típico dela agir assim a menos que fosse realmente importante. – a menina... – ela falava de Shara – ela não é puro-sangue – sim ela não era de fato... tanto ele como Maeva eram mestiços – mas ainda assim... ela estava tocando o piano.... piano esse que foi e continua encantado pela família Black… você entende o significado disso? – ela explicou, não havia passado despercebido por ele aquele detalhe sobre o encanto, não que ela tivesse elaborado aquilo, mas conhecendo aquela família, não era de se surpreender que fosse algo relacionado ao sangue, especialmente pelo desconforto demonstrado por Lucius ao perceber e entender que Shara tinha alguma ligação com o instrumento e podia tocá-lo.

—Isso é tipicamente algo que os Black fariam… defendendo seus bens mais preciosos da escória no mundo bruxo – ele usou sarcasmo – um encantamento envolvendo puro sangues... – ele bufou, mas acontece que Shara não era puro sangue, e sim isso era de fato curioso – talvez o encanto esteja perdendo força com o passar do tempo – ele informou, sim aquilo era algo que podia acontecer… era raro, mas era possível.

—Não... não acredito nisso – ela estava séria – encontrei algo sobre... no velho livro de feitiços dos Black... acontece, que não faz muito sentido – ela disse nervosa - eu tenho pensado… gastei meu tempo nisso, só não faz sentido - ela desabafou desanimada.

—E o que seria isso? – ele perguntou, não tão certo se realmente gostaria de saber aquela resposta.

—Puro sangues e aceitos pela família – ela revelou – foi o que minha mãe me disse e foi no que eu sempre acreditei esses anos todos – ela fez uma pausa – contudo o feitiço dizia... puro sangues ou aceitos pela família – ela repetiu… o encarando.

—Me parece que não necessariamente uma coisa precisa estar ligada a outra – ele explicou o óbvio, um OU no meio da frase mudava todo o sentido dela e era um indicativo válido nesse caso, Shara não era puro sangue, mas certamente atendia o outro pré requisito, uma dor de cabeça parecia querer se formar ali.

—Ou aceitos pela família por um elo de amor – ela finalizou, Severo enrijeceu com a confirmação nítida daquilo que ele mais temia… felizmente ele tinha um lote fresco de poções para enxaqueca prontas em sua despensa – entende por que não faz sentido? – ela passou a mão na testa nervosamente - um elo de amor - ela repetiu - no começo achei que pudesse ter alguma relação com a nossa amizade, já que ela é sua filha e portanto tem o seu sangue… mas não funciona assim… precisa ser mais… intencional - ela explicou, ouvi-la dizer era como ser acertado com um golpe na altura do estômago... mais intencional, sim...

—Diga-me Cissa quando foi que você se apaixonou por alguém pela primeira vez? – ele perguntou para ela.

—O que?... do que está falando Severo? – ela o encarou confusa com aquela mudança de abordagem, que tendia a parecer absurda, mas não era...

—Apenas… responda a pergunta – ele insistiu, ele queria que ela dissesse – quantos anos você tinha quando isso aconteceu? – ela o analisou desconfiada, desviando o olhar… parecendo buscar algo em sua memória.

—Foi no primeiro ano – ela admitiu – Krovel... Albert Krovel... Ele era um corvino, muito interessante... ele era o capitão do time de Quadribol na época, obviamente que ele nunca soube da minha existência – ela riu daquilo... – patético eu sei – ela riu ainda mais... – mas todas as meninas da escola pareciam se sentir atraídas por ele – Severo não fazia ideia de quem fosse, não importava de qualquer forma – agora qual o seu ponto? – ela perguntou voltando a ficar séria.

—Draco – Severo disse o nome, embora detestava dizê-lo naquelas circunstâncias, era difícil mensurar o quanto aquilo o incomodava, certamente teria sido mais fácil lidar com a velha bruxa Lowell mais de uma vez, com a Hidra ou com todas as criaturas malignas que existissem do que ter que lidar com isso... Draco amava a sua filha, ele havia lhe dado o passe e por isso ela podia tocar o piano.

—Está me dizendo que... que o meu Draco... que ele está... – ela lhe lançou um olhar de dúvida, mas sim ela havia entendido o ponto – não, ele… ele é tão novo Severo, oh Merlin – ela disse ao se dar conta, ele era tão novo quanto ela também foi um dia...

—Sim – ele admitiu

—Não faz sentido – ela estava em negação – Draco pode até estar, digamos que… apaixonado por ela... mas ele ainda é uma criança Severo, e paixão, bem você sabe... é passageiro, não é o mesmo que amor... Krovel... bem aquilo simplesmente passou depois de um tempo... era algo inocente, bobo e infantil... ninguém pode amar nessa idade... e Draco vai fazer apenas 13 anos Severo... – ela argumentou.

—Estou bastante ciente da idade dele, Narcisa – Severo devolveu seco – assim como também estou sobre o amor... sobre ele ser possível nessa idade – ele se levantou, aquilo o incomodou, por diversos motivos... o incomodou, ela fez o mesmo...

—Lily... – ela disse, mas ele não queria ouvir... o amor podia ser real naquela idade e isso bastava – eu sinto muito Severo... – ela foi rápida em corrigir, e ele sentiu a mão dela repousar em seu ombro – bom... sendo assim, temos a resposta... e isso, é bom... afinal… eles são nossos filhos, chega a ser irônico até, parece que o destino está simplesmente nos agraciando aqui... você tem uma filha, ela é encantadora… e Draco, ele gosta dela... – ela parecia soar confortável com aquilo - talvez seja possível para eles no futuro… e bem o piano prova de que já é… então...

—NÃO - Severo exclamou – não continue... – ele pediu, esse definitivamente não seria o futuro de Shara - não romantize algo assim Cissa… não como se houvesse alguma beleza nisso – ele disse com rispidez - esse é apenas o seu ponto de vista então, fale por si mesma, já que no que depender de mim… isso jamais prosperará - e ela afastou a mão imediatamente, ele a havia atingido. 

—Soa ofensivo... Você sabe, quando estamos falando do meu filho aqui – ela se posicionou, estando na defensiva.

—Diga me Cissa - ele se virou para encará-la, segurando um dos seus braços com firmeza - como você se sente ao saber que Lucius possui uma coleção de amantes agarradas ao seu pescoço? como se sente ao ser deixada de lado, sendo ignorada e desrespeitada por ele todos esses miseráveis anos? - ele perguntou, vendo sua postura enrijecer - eu me pergunto… - ele disse de forma arrastada - como é ser apenas um mero artigo de luxo nas mãos de um homem como ele, uma obra prima sim, de nível elevado, algo para se expor numa estante de vidro e depois ignorar, vamos Cissa - ele a rondou - e tudo isso para sustentar uma fachada perfeita, de uma família tradicional de puro sangues, forçados a viver de aparências, tendo você que se submeter a alguém que não tem escrúpulos e muito menos algo de bom para oferecer… – ele sabia que soava cruel, e que talvez estivesse pegando pesado mas ela precisava entender, então ele continuou – Draco está sendo criado para se tornar como o pai... uma réplica perfeita de Lucius... e então ele crescerá e será tão asqueroso e desonesto quanto, ele fará coisas terríveis... ele não se importará com nada, além de si mesmo… ele fará aquilo que Lucius está fazendo hoje, ele machucará pessoas, como ele machuca você – Severo cuspiu – até mesmo um homem frio e sem sentimentos como eu, pode ver isso, e tenha certeza que apesar do meu passado sombrio, não é isso que eu desejo para ela… não para a minha filha, Cissa – ele foi direto, chamando Shara de filha sem se importar com o quão paternal estivesse soando ali – ou acha que me agrada saber que esse poderá ser o seu futuro, onde Shara será tudo, menos livre e feliz... Acha mesmo que eu vou incentivar algo assim tão terrivelmente doentio - ele foi enfático - para que ela tenha uma vida tão vazia e sem sentido como tem sido a... – ele parou ao ver que os olhos dela lacrimejaram... lhe doía saber que ela se submetia a viver assim... ele a soltou.

—Continue – ela o encorajou – você ia dizer... como a minha vida? – ela perguntou, limpando as lágrimas que escapavam de seus olhos sutilmente com um lenço… ela dificilmente chorava, assim como dificilmente sorria.

—Sim - ele concluiu.

—Entendo - ela baixou a voz - ainda assim Severo… Draco, ele é o meu filho… você é pai agora… tenho certeza que sabe do que estou falando - ele respirou fundo, sim ele sabia - e se eu sustento isso, acredite não é por mim...  a muito isso não é por mim, é por ele, por Draco, eu sustento e sustentarei o que for necessário pelo meu filho, assim como vejo que você sustentará por ela, pela sua filha – ela tinha razão, contudo era lastimável, nenhuma mulher deveria se submeter dessa maneira...

—Acha que tem sido fácil ver minha melhor amiga sofrer esses anos todos sem poder fazer nada? – ele perguntou, externando ali algo que a muito, ele queria ter dito para ela – acha que é esse tipo de vida que merece ter tido Cissa? -  ela o olhou...

—Nem todos tem escolhas, Severo – seu olhar era profundo.

—Sim... mas Shara às tem e como bem pontuado, no que depender de mim Cissa, ela as fará… – ele faria Shara perceber aquilo... ele não havia sido bem sucedido com Narcisa no passado, mas com Shara ele seria e embora ela fosse apenas uma criança ingênua ainda… mas Draco e qualquer sentimento tolo, deveria ser cortado pela raiz.

—Sabe... Lucius pode nunca ter me amado de verdade - ela afirmou - Mas Draco... ele me parece ter alguns pontos a mais aqui. E se você pudesse olhar para ele sem enxergar apenas um sobrenome, Severo, considerando que ele é seu afilhado, e que eu não o escolhi à toa... então talvez pudesse ser o exemplo de homem que ele precisa. Quem sabe... talvez isso possa, de alguma forma, mudar quem ele será no futuro... mudar seu destino.

—O que realmente espera que eu faça? - ele a olhou nos olhos. Ele não podia mensurar sua dor, mas ela não podia redirecionar aquelas responsabilidades para ele daquela forma, sabendo que ele não podia se mover dessa maneira - Está me pedindo para que eu o coloque contra Lucius quando isso é algo que nem você ousa fazer... Eu posso ver isso, Cissa - ele desviou o olhar - Você sabia o que estava por vir quando se casou com ele. Eu mesmo a alertei sobre isso diversas vezes antes... Draco, seu filho, é o próximo herdeiro Malfoy, e você sabia o peso que esse sobrenome representa, simplesmente não é algo que eu posso ignorar - Aquela era uma conversa difícil, que ele não estava preparado e sequer desejava ter naquela noite – talvez devêssemos apenas desistir de tentar mudar algo – ele sugeriu – agora que já está feito.

—Eu farei... se você puder me afirmar algo... então terá minha palavra que eu farei – ele suspirou cansado, sinalizando para que ela continuasse – quero que seja honesto comigo e principalmente consigo mesmo… nessas mesmas circunstâncias, você desistiria dela? - ela perguntou sendo direta - mesmo quando o futuro parecesse tudo, menos promissor? ainda assim você desistiria da sua filha? – Haviam de fato dois pontos de vista bastante relevantes em foco ali, o dela como mãe e o dele como pai, e ambos buscavam o melhor para os seus filhos… e não, definitivamente ele não desistiria de Shara, ele não o fez até agora… e ele jamais faria, e o futuro de fato não era promissor, então ele não podia afirmar algo assim, ela havia vencido.

—Não – ele admitiu, e ela assentiu satisfeita.

—Pois bem – ela devolveu – acho que isso é o suficiente por hoje – ela bebeu todo o vinho de uma única vez – sim era o suficiente, aparentemente aquela discussão estava encerrada, ele se serviu de mais vinho, servindo a taça dela também.

—Eu nunca desejei ter filhos, simplesmente não estava nos planos – ele usou ironia – não sei como Voldemort reagirá a algo assim – ele sabia, sim ele sabia e traidor seria a menor de suas acusações – um brinde ao nosso, ou melhor ao meu futuro nada promissor – ele riu daquilo, mas ela não.

—Ele não saberá – ela lhe lançou um olhar de repreensão, como quem dissesse para não brincar com algo assim – e isso também é sobre sustentar algo, se existe alguém capaz de sustentar algo assim, esse alguém é você Severo – ela o estudou – nunca achei que pudesse ser paternal, mas isso é tudo que está sendo desde que cheguei aqui – ela o provocou – a paternidade muda tudo Severo, principalmente por que você sabe que existe alguém que depende de você agora... – ele fechou os olhos, sim ele havia mudado tanto nesses últimos meses, ele atribuía isso a ela – sua vida não é mais sua, e é isso que me faz permanecer e é isso que te fará viver, mantendo o segredo longe de todos, você fará isso por ela –  Cissa tinha razão.

—Sinto pelo que disse a você antes – ele se desculpou.

—Está vendo isso – ela exclamou, o fazendo abrir os olhos, ela estava sorrindo agora – está até me pedindo desculpas, isso é demais para um dia só – agora ela gargalhou – Severo Snape pedindo desculpas... é a criança mudou mesmo você – ele bufou, Antony tinha razão não era tão difícil, apenas precisava desejar dize-lo, principalmente por que ela ainda estava sorrindo, e ele sentia falta de vê-la sorrir assim... e ele podia sentir toda a tensão de antes se dissipando ali, já que ela havia entendido o lado dele, assim como ele havia entendido verdadeiramente o lado dela – curiosamente a menina, ela me parecia bastante encantada pelo pai – Cissa disse captando sua atenção – ela tem ciúmes de você – ele arqueou a sobrancelha.

—Ciúmes? – ele perguntou e ela sinalizou positivamente para aquilo.

—Sim... sabe, ela podia ter perguntado muitas outras coisas, mas a única coisa que ela quis de fato saber... era o quão íntimos nós dois éramos – ela revelou – fofo eu diria – ela piscou para ele.

—Acredite, Cissa não há absolutamente nada de fofo naquela criança – ele devolveu, contudo, não podia deixar de achar aquilo igualmente divertido… Shara com ciúmes dele… Narcisa havia trazido algo novo.

—Não exagere - ela ironizou - e já que mencionou isso e já que estamos mais à vontade agora, vejo que esse é um bom momento para falarmos do segundo motivo pelo qual eu vim aqui essa noite – ela o encarou, agora havia um segundo motivo... ele coçou a têmpora dos olhos – bem… Shara ela... é uma menina Severo – ela disse...

—Posso ter notado isso – ele se controlou para não revirar os olhos.

—Não, você não notou – ela descruzou as pernas o encarando –  uma menina que está crescendo e que logo será mais do que uma criança fofa, e não me olhe assim… se tivesse notado já teria pelo menos providenciado o básico para ela... Sim, estou falando de supri-la com suas necessidades pessoais, ela precisará de roupas novas, de sapatos adequados... precisará de joias também, itens para os cabelos, de maquiagem, de cremes – ela sorriu, certamente se divertindo com a confusão em seu rosto – entre outras coisas… coisas de mulher Severo – ela sussurrou e piscou para ele.

—Ela já tem tudo o que precisa – ele definitivamente não iria perder seu tempo discutindo futilidades femininas para aquilo que ela chamava de segundo motivo… isso definitivamente não estava nos planos.

—Tem mesmo? - ela perguntou de forma astuta, e Severo se lembrou da vez em que Shara havia sido honesta com ele, sobre como ela se sentia mal sobre suas roupas velhas e desgastadas… Merlin, ele era um péssimo pai, ele suspirou derrotado… pela segunda vez naquela noite.

—O que tem em mente? - ele perguntou, sabendo que se arrependeria daquilo, principalmente pela intensidade do sorriso que ela devolveu para ele... para quem não sorria, ela estava até sorrindo bastante agora.

—Bom, digamos que minhas atribuições na mansão Malfoy têm sido um tanto quanto entediantes ultimamente, portanto deixe-me cuidar disso e dar um pouco de emoção a minha vida vazia e sem sentido - ela o provocou.

—Narcisa…

—Faço questão - ela foi enfática, e ele sabia que não havia discussão, que ele havia mesmo perdido qualquer argumentação, até porque ela estava certa.

—Ainda não me disse o que tem em mente… e não preciso mencionar aqui, o quão perigoso seria tirar a criança do castelo, então se sua ideia engloba um passeio em algum shopping trouxa, um salão que seja, como duas adolescentes felizes indo às compras… saiba que isso está completamente fora de cogitação - ele alertou.

—Severo, tenha certeza que entendi todas as implicações quando me disse quem era a mãe da criança - ela o fuzilou - apenas avise a menina, e esteja com ela aqui no próximo final de semana, que eu prepararei tudo... inclusive – ela estendeu a mão aberta para ele – vou precisar da sua chave de cofre – ela fez ar de vitória – tenho certeza que o cofre da família Prince poderá custear algo assim sem nenhuma dificuldade ou pretende aceitar isso como um presente, um presente da família Malfoy? – ela ironizou ao enfatizar o sobrenome.

—Jamais – ele convocou a chave do seu cofre imediatamente, usar qualquer recurso Malfoy era completamente fora de cogitação.

—Foi o que pensei – ela afirmou satisfeita – estarei providenciando o melhor – ela disse enquanto se levantava e guardava a chave do cofre em sua bolsa, ele não tinha dúvidas disso... e antes que ela partisse...

—Cissa – ele chamou – Maeva, teria apreciado isso – ele disse, vendo seu rosto se iluminar, ela assentiu... o deixando sozinho, e assim que ela partiu, num acesso de fúria ele lançou sua taça parcialmente cheia de vinho com força contra a parede, que tipo de homem ele era? Que não havia percebido as necessidades básicas da sua própria filha, isso por meses... mesmo quando ela havia dito de forma tão singela naquela madrugada… e sem dizer que ele estava completamente inconformado por saber que Draco a amava daquela maneira, e estava receoso sobre o futuro e sobre como ele sustentaria aquele segredo por tanto tempo... enfim motivos não lhe faltavam... e isso o frustrava, ele precisava de uma bebida mais forte, já que aquela seria uma noite bastante ruim.

—__

Shara caminhou a passos de tartaruga, parando em frente a sala de aula de poções, no horário sugerido pelo seu pai, naquele bilhete mal redigido e escrito às pressas que foi entregue pela monitora chefe da Sonserina na noite anterior, certamente ele a estava aguardando, naquele lugar imparcial para lhe comunicar os seus arranjos novos, ser banida de seus aposentos pessoais... Shara havia lutado contra aqueles sentimentos conflituosos durante a noite toda, ela mal havia conseguido dormir, e agora ela olhava vagamente para a porta fechada a sua frente, ela deveria bater... sim, e depois entrar, já que aquela não era a porta dos aposentos dele, mas tudo que ela desejava naquele momento era fugir outra vez... o tempo parecia ter parado, já que ela não conseguia se mover... ela não queria ter aquela conversa, ela não queria chorar mais uma vez.

—O que está fazendo aqui parada? – ela ouviu a voz aguda e fria dele, ela sequer havia notado quando ele abriu a porta, ele se aproximou, sim ele estava sondando-a, ela hesitou por um momento… ainda havia uma abertura para correr, mas decidindo ficar ela lutou para controlar sua respiração ofegante, seus pensamentos ainda turvos pela confusão.

—Eu... eu... estava apenas pensando... – ele arqueou a sobrancelha – em fugir… correr  – ela admitiu - encarando o corredor que estava vazio naquele horário.

—Fugir – ele repetiu lentamente – e do que exatamente estava pensando em fugir? – ele perguntou… de tudo, ela queria gritar, respirando profundamente, ela o encarou.

—De ter que encarar isso… essa conversa – ela nunca havia conseguido ser tão sincera e direta ao mesmo tempo, ele sinalizou para que ela entrasse, e ela fez... seu corpo estremeceu ao ouvir a porta sendo fechada atrás de si, mas antes que ele pudesse ser injusto com ela... ele deveria ouvir seu ponto de vista, ela não esperava que ele voltasse atrás, ele nunca voltava, mas ela queria ser ouvida… - Eu sei que está bravo, chateado comigo – ela engatou – eu entendo que tenha motivos para estar... mas não foi intencional... Nada daquilo foi…

—Shara – ele tentou interromper, mas dessa vez ele deveria escutar, ele tinha que ouvi-la até o final… tudo, sem interrupções.

—Não, apenas escute está bem... - ela tremia, já que ele a assustava, mas aquela situação a assustava ainda mais - eu não planejei aquilo, eu apenas... encontrei o piano e eu sequer o estava procurando e… bem, eu gosto de música e então eu achei que não havia mal algum se eu apenas o experimentasse, o sentisse… afinal era apenas um instrumento, foi quando a mãe de Draco apareceu... eu tentei ir embora, eu tentei...

—Shara...

—Mas ela disse para eu ficar, eu não queria... eu juro que não queria… mas ela insistiu, e ela foi gentil comigo – agora ela estava chorando – então ela me pediu para tocar para ela... eu apenas segui suas recomendações, e foi quando o senhor e o pai de Draco apareceram... eu não planejei aquilo... eu não deveria ter ficado... mas eu estraguei tudo, eu sei… eu sei que está brabo – ela estava soluçando – por favor só não faça isso comigo... – ela pediu... ela sentiu a mão dele segurar o seu queixo.

—Fazer o que? Do que exatamente você está falando? – ele perguntou, embora ele não estivesse sendo rude e nem nada, pelo contrário ele soava preocupado até, mas por que ele estava fazendo isso com ela? Por que ele queria humilhá-la ainda mais, a fazendo dizer em voz alta...

—A porta – ela disse – o meu acesso aos seus aposentos... Ela, não… não abre e eu sei que me chamou aqui, para me contar sobre isso, para me dizer que eu não mereço mais aquele lugar, que estou banida... mas acontece que eu já sei... eu sei por que eu fui até lá ontem como me pediu, o senhor havia dito para procurá-lo mais tarde, e eu fui… mas ela não abriu... e eu não posso entrar – Shara estava quebrada, mas ainda assim ela pode afastar a mão dele – então… eu apenas queria que soubesse que nada do que aconteceu foi culpa minha... mas que mesmo assim eu sinto muito… - ele suspirou pesadamente, como quem buscasse as palavras, palavras que ela não queria ouvir… suas lágrimas caíam incessantemente, ela se sentia completamente destruída.

—Talvez devemos primeiro esclarecer algumas coisas – ele parecia cansado e seu tom de voz não era incriminatório, não como ela esperava que fosse – a porta dos meus aposentos privativos foi encantada por mim e só responde a assinatura mágica daquele que eu permitir acesso – ele explicou, como se o estivesse fazendo pela primeira vez e como se ela não soubesse daquilo - uma assinatura mágica, nada mais é do que a nossa magia internalizada… como a sua magia vem sendo reprimida, sua assinatura mágica não pode ser lida, afinal esse é o nosso objetivo aqui, isso não é apenas sobre você não poder fazer magia, mas isso é principalmente sobre você não ser rastreada através dela… - Shara estava prestes a argumentar, mas aquilo… - se sua magia não pode ser lida, obviamente que a porta não se abriria para você  - ele explicou pacientemente – então seja lá o que está pensando, ou as conclusões que tomou sobre isso, está equivocadamente errado – ele concluiu.

Fazia muito tempo que Shara não se sentia tão constrangida... ela não havia pensado sobre isso, ela havia deduzido simplesmente o pior daquela situação… certo ela não tinha como saber, mas talvez ela devesse ter perguntado... ela piscou várias vezes, processando aquela verdade, enquanto as peças do quebra-cabeça começavam a se encaixar, fazia sentido… muito sentido até, como ela podia ter sido tão tola, sim ela se sentia uma completa idiota na frente dele, um criança carente, ridularmente carente e idiota, ela queria fugir outra vez, por outros motivos agora… era vergonha demais para sustentar.

—Eu... não, cogitei isso - ela admitiu, colocando as duas mãos sobre o rosto, ela sabia que seu constrangimento era visível ali – eu achei, que estivesse me abandonando... eu achei… que tudo havia se perdido outra vez, eu sinto muito sobre isso – não havia vergonha suficiente que descrevesse a que ela estava sentindo naquele momento  – eu sou mesmo tão estúpida - ela chorou outra vez, mas talvez fosse de alívio - o senhor não me odeia então - ela soltou… ela havia se apegado às emoções, emoções que sequer eram reais… aquilo era sobre o seu passado outra vez, ele sempre estava lá, para amedrontá-la.

—Não a odeio – ele suspirou pesarosamente – e não estou desistindo de você todas as vezes que algo ruim acontecer - ele se aproximou dela outra vez, numa nova tentativa de segurar o seu queixo, ela permitiu - eu nunca vou desistir de você - ele reafirmou aquilo com certa profundidade, e ela o abraçou, sendo envolvida com firmeza em seus braços, ele a manteve contra o seu peito, e por um momento, Shara se permitiu simplesmente existir naquele abraço, deixando para trás as preocupações, as incertezas e os medos do passado que a assombravam, elas não eram reais... e era incrível como ela se sentia protegida ali, amparada pela força e pelas convicções do homem à sua frente.

—Pai - ela sussurrou - eu não sei mais… viver sem você - ela admitiu e ele a apertou ainda mais contra si, ele parecia estar comunicando algo, talvez algo que não conseguisse dizer.


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Notas finais do capítulo

Muito bem, mais um capitulo longo por aqui, demorando para postar, mas compensando em palavras hahaha
Esse foi difícil revisar, já que foi mais denso...

Começamos com Shara, tirando conclusões obvias, contudo como vemos no final bastante equivocadas (para nossa alegria) é claro, que nos entrega mais um daqueles momentos lindíssimos entre pai e filha... e na real, ele reforçando que não vai desistir dela, é quase que uma conexão a resposta que ele dá para Narcisa na noite anterior, contudo sentindo isso na prática ao ver sua filha sofrendo por achar que o estava perdendo... ele a abraça com força e a verdade é que nem Shara e nem ele, podem mais viver um sem o outro. É Cissa (como ele chama) você tem mesmo razão a menina mudou ele, missão pai concluída com sucesso hahaha
E calma ai Severo Snape, a paternidade tem dessas a gente sente culpa meio que o tempo todo, então bora parar de quebrar taças contra a parede, que vinho caro a gente não desperdiça hahaha (depois é ela que não tem controle de impulsos).

Agora sobre a conversa dele com Cissa, espero que tenham gostado... ela chegou, chegando na história viu... primeiro com aquela voz maravilhosa que nos rendeu um capitulo magnifico (o anterior foi meu preferido até aqui) e agora com esse momento entre amigos, foi denso né, por que muita coisa foi dita, muita coisa difícil foi dita, a própria revelação sobre o encantamento, que veio com um turbilhão de emoções, a maneira como Severo protege a filha (e cara to em cima do muro aqui confesso) por que cada um defende seu filho e meio que todos tem suas razões para faze-lo, e meio que ambos entendem um ao outro.... foi uma loucura conseguir retratar isso... e agora sabemos que aquilo que Draco sente por Shara não é algo banal, Severo fazendo o link com Lily... OMG (que barra).

E depois encerramos com... sim surtem com isso - SHARA terá um guarda roupa NOVO! hahaha by Narcisa!
Se Draco já não gostasse dela, ele apaixonaria de vez... mas ele já ama então não conta hahaha
Quero encerrar essa história mas não antes de dar essas pequenas alegrias a personagem!



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