Any estava sozinha em casa numa noite em que a lua iluminava tudo, exceto a floresta em frente sua casa, cheia de árvores fazendo com que o caminho ficasse muito estreito e escuro até mesmo sob a luz mais clara e brilhante do Sol, ao meio dia e meio. Ao descer pro térreo da casa de seus pais e ir para a cozinha para fazer e comer um lanche, ela vê algo no chão e dá um pulo, assustadíssima:

—AH, QUE SUSTO!!! Mas o que é isso? Como isso aconteceu? - ela diz ao tocarem a campainha e ela tropeçar em seu camundongo de estimação todo ensanguentado, largado no chão e com um bilhete por perto. - Quem fez isso? Deixa eu ler isso aqui. - continua ela.

Tocaram a campainha outra vez enquanto ela, tremendo e pálida, tentava ler o bilhete misterioso. Any atende e era o ''Senhor Ninguém''. Ela achou estranho, mas não deu tanto ibope a isso, então fecha a porta dando de ombros. E assim que se vira contra a mesma, outro susto toma, uma fisgada calculadamente recebida bem no limite do fim de sua coluna lombar. Uma fisgada com a sensação de uma finíssima agulha espetando a primeira camada de sua pele. Ela desvira, cautelosamente, para ver o que houve e vê a porta golpeada uma única vez com uma espada muito bem afiada em todos os seus lados, reluzindo à luz branca da cozinha, com seu cão como alvo secundário, com outro bilhete cheio de sangue que nem dava para ler direito. Então este ela teve que esperar para poder ler o conteúdo.

Ela corre para abrir a porta, retirar seu cão da espada também com muita cautela, pois seu amor era enorme por cada micropartícula deste cão, assim como do seu camundongo mais conhecido como o Ratinho Spycer, e abraça-o verificando a pulsação e batimentos para conferir o óbito, já que ainda estava confusa demais por ser muita coisa para processar em um período curtíssimo de tempo.

—SHAAAAAAAKE!!! NÃÃÃÃÃOO!!! POR QUÊ, MEU DEUS, POR QUÊ? O Shake não!! Já não basta o Spycer, meu camundongo, agora meu cachorro também!!!!!!! Quem é o pervertido que está me enlouquecendo? [COF COF] - Any tosse de tanto falar e chorar ao mesmo tempo, desesperada mais do que há alguns minutos atrás.

Depois de infelizmente enterrar no quintal de sua casa, o cãozinho e o ratinho, Any sobe até seu quarto entristecida e ainda chorosa. Ela começa então o ''momento nostalgia'' de fotos com seus dois companheiros recém falecidos, até que seus pais cheguem em casa e ela contar o que houve.

Uma hora depois, sentada com as pernas esticadas na cama, um pouco mais conformada com a situação e com lágrimas apenas no coração de início de luto, Any escuta um estouro no jardim como se fosse uma bomba ou algum quadro de luz da rua entrando em curto circuito. Ela desce para checar o local. Era seu namorado chamando atenção. UFA, ainda bem. Any teria aula no dia seguinte, ela não podia ficar tempo demais lá fora, até porque também seus pais a proibiam de ficar do lado de fora da casa, de noite, no escuro e ''sozinha'' e não podiam vê-la com este namorado, pois o histórico social dele também não era dos bons para poderem aprovar o namoro de sua ''querida e amada'' filha, não tão querida assim.

Ela não tinha mais forças para nada e aquela noite já estava fria demais, uma sensação de ''muita frieza'' não só do ar da Mãe Natureza mas também da cidadezinha pacata onde todos se conheciam e sabiam das vida de cada um, além dos segredos mais mórbidos; a frieza dos vizinhos, dos seus pais, dos amigos e até às vezes, de seu namorado ''bad boy''.